Muitas histórias de amor começam com um “primeiro encontro”, sim, isso
mesmo, aquele momento estranho que o garoto tenta impressionar a garota e
vice-versa (ou não). O nervosismo os ataca, frequentemente o assunto acaba e um
não saber o que dizer pode fazer do evento uma situação constrangedora. Porém,
mesmo sendo tudo muito estranho, podemos ser recompensados no final, dando
possibilidades para outros e outros que podem resultar em uma linda história de
amor.
Sim, já vimos coisas assim em diversas
histórias e romances, mas o filme que trazemos hoje traz uma perspectiva diferente: O que
aconteceria se ao invés de acabar com um beijo o primeiro encontro acabasse com
um lunatico sequestrando o casal para torturar e satisfazer seus mais estranhos
desejos?
Lançamento: 2009 (Japão)
Duração: 73 minutos
Direção: Koki Shiraishi
Duração: 73 minutos
Direção: Koki Shiraishi
Grotesque
Amor refletido na dor
Boa parte dos filmes que já passaram
pelo Café,
mesmo muitas vezes tendo sangue e Tripas
à vontade, guardavam também uma pitada de humor; algo que quebrava o clima e
transformava todo o terror e bizarrices em algo cômico. Entretanto, o filme de
hoje é diferente. Ele é pesado e nauseante. Deste modo, se você tem estomago
fraco e se impressiona fácil, é melhor ficar apenas na nossa resenha e não
tente ver o filme. Porém, se você curte ver coisas grotescas, torturas, sadismo
e violência gratuita... Bem vindo (a) ao mundo doentio de GROTESQUE.
O sádico, o amor e a tortura...
Era uma vez um casal andando pela
rua. Um maluco golpeia-os com um martelo, leva-os pra um cativeiro e começa a
torturá-los... Simples assim.
Cê tem pobrema?
“Grotesque” é um filme feito,
inteiramente, sobre tortura tanto física quanto psicológica... Esqueça “Jogos
mortais” como seu critério de violência, amiguinhos, pois aqui a dor é mais
intensa e vermelha. Não vemos aqui torturas de cinco minutos em que logo depois
a pessoa morre ou se salva. Não. Se o filme tem cerca de uma hora e quinze,
então temos provavelmente uma hora de tortura que é interrompida apenas por
pequenos flashbacks do encontro que precedeu o sequestro.
O filme se resume a três pessoas, o
casal e o torturador que brinca com o emocional (e físico) tanto do garoto como
da garota, torturando um enquanto o outro assiste o sofrimento do parceiro (a),
sem poder interferir e sabendo que logo será o próximo.
Apesar de tudo, “Grotesque” é um
filme muito bem feito. A fotografia e a trilha sonora ajudam a interir o
telespectador no sofrimento dos personagens. Quanto à primeira, nela se destaca
o ambiente escuro cheio de plasticos e instrumentos de tortura, combinado com
uma camera que acompanha o sofrimento dos personagens faz com que alguns
telespectadores se contorçam na cadeira em certas cenas. Já quanto à trilha, ela
é, talvez, o que mais se destaca no filme. A música clássica e algumas canções
instrumentais dividem o espaço com o silêncio total que faz com que barulhos
simples como passos, respiração, arrastar de uma cadeira, manipulação de um plástico
(ou instrumentos) se torne algo perturbador.
Entre o vômito e o sangue existe o amor
O
filme já começa com o casal sofrendo o ataque, entretanto, em um flashback
descobrimos que aquele era o primeiro encontro do casal. Apesar de o filme nos
bombardear com excrementos, sangues e tudo mais que nos cause repulsa, no
primeiro flashback vemos uma cena digna de filmes bobos de romance, em que o
garoto sai com a menina pela primeira vez, demonstrando um lado todo ingenuo e
“fofo”, talvez pela falta de experiência com outras mulheres, vemos todo o
nervosismo e timidez do garoto enquanto tenta tomar coragem para perguntar se a
garota tem namorado; típica situação que em qualquer outro filme seria algo cômico,
mas não aqui...
Como
muitos de nós já sabemos, a vida nem sempre é justa e, muitas vezes, um louco
qualquer pode estragar tudo que está por vir. “Grotesque” poderia muito bem ser
um filme de romance, com um casal se conhecendo, tendo seu primeiro encontro no
qual até mesmo pegar nas mãos é uma grande conquista, porém, o diretor Koji
Shiraishi quis mostrar um caminho diferente. O que aconteceria se um sádico
interferisse nessa linda de história de amor?
Mesmo
no meio da tortura vemos que existe um amor ali (o respeito em tentar não olhar
o outro nú, preferir ser torturado do que ver o outro sofrendo...), deixando as
coisas piores ainda, tanto pro casal quanto pra aqueles que estão assistindo.
O verdadeiro amor só é demonstrado mediante a
tortura?
O torturador faz questão de testar o limite da
palavra e do amor do casal. Assim vemos que mesmo em condições de dor,
humilhação e desespero, o garoto sempre que possível prefere ser torturado a
ver a garota sofrendo. Seria isso o amor?
Mesmo sendo o primeiro encontro vemos que existe algo genuíno ali, afinal, quantas pessoas se submeteriam a tortura para salvar o proximo? Quantos casais que já estão juntos a decadas colocariam a propria integridade a frente do perigo para evitar que a(o) amada(o) sofra? Eu arriscaria dizer que poucos...
Mesmo sendo o primeiro encontro vemos que existe algo genuíno ali, afinal, quantas pessoas se submeteriam a tortura para salvar o proximo? Quantos casais que já estão juntos a decadas colocariam a propria integridade a frente do perigo para evitar que a(o) amada(o) sofra? Eu arriscaria dizer que poucos...
Não
quero dizer que não exista amor entre pessoas que acabam dando prioridade para
o “eu” em certos casos... Mas até onde iria o nosso amor numa situação extrema?
Por
sinal, essa é uma das coisas que o filme joga em nossa cara: um garoto que
acabou de se apaixonar está dedicado a perder o próprio pênis, de uma das formas mais
desagradáveis que você possa imaginar, e sofrer diversos tipos de abusos para
que reduza o sentimento da menina, enquanto muitas vezes, em nossos
relacionamentos, não aguentamos ir na casa da sogra fazer coisas bestas e simples que “ajudariam”
a sua/seu amada (o).
No
filme, mesmo perdendo os dedos, o olho, a dignidade e o pênis, vemos que, apesar
de passar por tudo, ele continua demonstrando carinho e afeto, tentando
anima-la e trazer esperanças, como se tudo fosse dar certo.
Você pode dizer
que faria o mesmo pelo seu amor?
I wanna play a game...
O
torturador do filme é um sádico, disso não temos duvida. Porém, durante todo o filme
me perguntei: quantas pessoas como ele existiriam por aí? Será que não há
pessoas assim próximas a nós? Será que ele nasceu desse modo ou isso é
consequencia de fatores externos?
No
filme vemos o sádismo no ambito da tortura e no prazer de fazer/ver o
sofrimento alheio. Tudo acontece por ser a única forma do torturador conseguir
se excitar, entretanto, será que o sádismo não existe dentro de cada um de nós
como um mal que - com as condições adequadas - pode muito bem despertar? Claro
que nós não torturamos ninguém (eu pelo menos não), mas quantas vezes já não
ficamos feliz em ver a desgraça alheia, não necessáriamente física, mas
profissional ou amorosa?
Em
“Grotesque” somos apresentados ao sádismo puro, cheio de torturas e
humilhações, mas será que essa outra forma de sádismo, tão presente em nossa
sociedade, também não é grave? Quantas pessoas já não foram prejudicadas por
aquelas “pequenas mentiras inocentes” que foram contadas para ver a desgraça do
próximo?
Algo
a se pensar...
Cura?
Mereço ser torturado?
“Grotesque”
não é aquele filme que você sente prazer em assistir e que tem vontade de ver
diversas vezes (se tem, é bom procurar um médico), entretanto, pra quem gosta
de ser chocado e fugir do comum, é uma ótima opção. Apesar de ser um filme bem
simples, ele é muito bem dirigido, tendo uma fotografia impressionante para
filmes do estilo e uma ótima trilha sonora; como já dito. Os três personagens
do filme atuam bem e passam todo o medo, angústia e sadismo pra quem está
assistindo.
Não
temos um roteiro primoroso, mas funciona muito bem no que se propõe, com alguns
bons diálogos (mesmo tendo poucos).
Recomendo
passar longe do filme se você se impressiona facil e não consegue ver certas
coisas, mas pra todas as outras pessoas, acho que é um filme que merece ser
visto, não por ser espetacular nem nada, mas por fugir daquilo que estamos
acostumados e tratar o sádismo (e o amor, porque não?) de uma forma não muito
comum.
Obs. Mesmo o filme tentando passar um realismo durante
todo o filme e, penso, conseguindo, o final é uma das coisas mais trashs que já
vi na vida e já vale todo o sofrimento e contorções na cadeira durante o filme.
Trailer:
Ainda tentando decidir se assisto ou não - parece muito interessante mas aaaaaaaaaaa odeio certos cliches em filmes assim, me deixam com muita raiva.
ResponderExcluirMais onde da pra Assistir ele?
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAssistirei hoje
ResponderExcluirTô assistindo
ResponderExcluirCara, a hora da mordida no final eu ri tanto...
ResponderExcluirSó pessoas dementes assistem a obras tão repugnantes como deste (baixo)n nivel.
ResponderExcluirEntão você está no lugar certo!
ExcluirOnde posso assistir??
ResponderExcluirEste blogue é só de crítica, não temos links.
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