Acheguem-se criaturas da noite e das trevas,
sentem-se, comam, bebam, em suma: fiquem à vontade. Apenas evitem os zumbis,
eles andam um bocado ouriçados e não queremos mais mortes por aqui. Aí também
não, amigo. Melhor na outra mesa. Deixe o grandão em paz - você não viu o que
ele fez semana passada? O que? Não tem lido os jornais? Ah, deixe estar.
Mudemos de assunto.
Vou lhes contar, então, o motivo de estarmos
aqui... Sim? Pois não? Com prazer. Seguindo o corredor, fica na segunda porta a
esquerda, depois dos espelhos cobertos. Não, é melhor não mexer. Siga reto,
feche os olhos e tudo vai ficar bem. Mas volte rápido que já irei começar.
Pois bem, como dizia, tratemos do motivo desta
reunião. Inauguramos hoje, nesta noite negra, neste ano macabro e nesta circunstância
mística este blog sobre filme e cultura trash. Trataremos aqui de sangue,
idéias, intestinos, violência e ideologias. Nem somente a estética furiosa e
purulenta dos filmes sanguinários, nem somente a análise crítica enfadonha e
minuciosa. Algo de ambos e nenhum. Um pouco de café, um pouco de tripas, diria.
Não necessariamente nessa ordem ou na mesma intensidade. Por isso, amigos,
reitero: tomem seus lugares e juntem-se a nós para acompanhar e participar do
que virá.
Sejam bem vindos.
Como esse blog funciona?
Café com Tripas é um blog sobre cultura e cinema
trash e aquilo que os envolve.
A ideia que orienta as resenhas críticas do Café com
tripas não é a de fazer o histórico das obras que
analisamos, contando a história por detrás de sua realização e destacando
individualmente cada um de seus aspectos, como faria, por exemplo, um crítico
profissional. Abordaremo-nas enquanto apreciadores de arte. Assim, nosso olhar
se dá a partir de seus movimentos internos e como eles dialogam ou não com o mundo,
sem a necessidade de retratar as relações da obra com a época, mas com o que
ela guarda de relevância para quem a vê ainda hoje. Não somos profissionais.
Assistimos filmes enquanto telespectadores receptivos ao artístico que desejam
compartilhar com outros nossas considerações, não enquanto críticos de cinema.
Reservamo-nos, portanto, o direito a livre escolha dos temas e das abordagens.