tag:blogger.com,1999:blog-2597357443332425072024-02-21T02:52:07.169-03:00Café com TripasCafé com tripas é um blog sobre cultura e cinema trash.Café com Tripashttp://www.blogger.com/profile/08934289060099838069noreply@blogger.comBlogger176125tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-15219907947860380422019-11-24T19:50:00.001-03:002019-11-24T19:50:28.647-03:00Resenha: Satanic Panic <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL06xgEa_-rINPueVRD2rAcAMChYCHWNcyj8qGnfs_Lmhns4-x-hopQhDQjghAtKUUvzWJsWuhIyfv99l1MpwP1DThyphenhyphenjC5zO8TGdtDoc3QJs8O6PaL_oO8lKhgTgMpn7kAa2JhHDVHGYU/s1600/banner.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL06xgEa_-rINPueVRD2rAcAMChYCHWNcyj8qGnfs_Lmhns4-x-hopQhDQjghAtKUUvzWJsWuhIyfv99l1MpwP1DThyphenhyphenjC5zO8TGdtDoc3QJs8O6PaL_oO8lKhgTgMpn7kAa2JhHDVHGYU/s1600/banner.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Eu sei que vocês choraram,
acenderam velas pretas na lua cheia e fizeram promessas pro tinhoso. É justamente
por isso que estamos de volta: nós adoramos um drama. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;">Qual seria a graça de sair postando aqui todas as semanas se não
rolar sangue, lágrimas e aqueles bonequinhos de vudu com nossa cara pedindo pra
voltar?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;">Então prepare o ritual, tira a roupa, banhe-se nas vísceras do
sacrifício e vem com a gente, porque hoje é dia de falar de tudo que mais
gostamos: gore, demônios e claro... pizza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"></span></div>
<a name='more'></a><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVddEkjC9eCDiaEOW8A20s_M0CAbKK9legIAKwx9uV5IvQl8UFqLxndhQkrjzc3OSJrIxu9Q3dLBT2SYlsQLI5__K0MlMX3yHhrMCarJFumxe-VjWW1J9Dt_KBbBvtrenuLwSQA0-bdd4/s1600/MV5BYWQ1OGM4OGUtYzkyZS00ZmMwLTgzNmUtMzM5ZGE5MDAxM2Y1XkEyXkFqcGdeQXVyNzc5MjA3OA%2540%2540._V1_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1013" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVddEkjC9eCDiaEOW8A20s_M0CAbKK9legIAKwx9uV5IvQl8UFqLxndhQkrjzc3OSJrIxu9Q3dLBT2SYlsQLI5__K0MlMX3yHhrMCarJFumxe-VjWW1J9Dt_KBbBvtrenuLwSQA0-bdd4/s320/MV5BYWQ1OGM4OGUtYzkyZS00ZmMwLTgzNmUtMzM5ZGE5MDAxM2Y1XkEyXkFqcGdeQXVyNzc5MjA3OA%2540%2540._V1_.jpg" width="216" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;">Título original:</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"> Satanic panic<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;">Lançamento:</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"> 2019</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b style="text-align: center;"><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;">Duração:</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; text-align: center;">
85 minutos</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b style="font-family: Georgia, serif; text-align: center;">Direção:</b><span style="font-family: "georgia" , serif; text-align: center;"> Chelsea Stardust Peters</span></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sam, uma jovem com problemas financeiros,
consegue um trabalho de entregadora de pizzas por meio de um conhecido.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Em sua primeira noite de trabalho, ela acaba
aceitando uma grande entrega fora da zona de cobertura na esperança de conseguir
uma boa gorjeta, mas tudo começa a ficar meio estranho quando a gorjeta é
ignorada, a gasolina de sua moto acaba e as pessoas da casa querem usá-la como
sacrifício para um ritual satânico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;">Uma virgem jogada aos demônios<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;">A primeira vista, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Satanic Panic</i> é um filme que vai direto
ao assunto e não perde tanto tempo desenvolvendo personagens ou dando
profundidade à situação. Sua proposta quanto ao roteiro é simples: uma jovem
entregadora de pizzas precisa escapar de satanistas burgueses </span><span lang="PT-BR" style="color: #111111; font-family: "georgia" , serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: Helvetica;">—</span><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"> nada além disso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;">A diretora sabe que alguém procura esse tipo de filme não está
necessariamente interessada em um papo cabeça, mas sim em um escapismo
divertido e sangrento. Entretanto, é impossível dizer que o filme é vazio. Existem
algumas camadas de profundidade pra quem estiver interessado em observar. Durante
o filme, vamos percebendo em diálogos e atitudes das personagens que existe
algo além de satanistas ricos caçando uma virgem pro seu ritual demoníaco. Classes
sociais, religião, feminismo, virgindade e culpa, são alguns dos temas tocados
pelo filme.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Apesar de podermos identificar
todos esses temas, o detalhe que mais me chama atenção é a “inocência” da
personagem. Em quase todo filme de terror fica claro a necessidade de explorar
a burrice de certos personagens para existir facilitações narrativas, todavia,
aqui, apesar da protagonista não tomar as melhores decisões, isso soa muito
mais como uma ingenuidade perante o mundo e as ameaças que ele apresenta, do
que simplesmente estupidez. É como se ela não compreendesse o mal e não
estivesse preparada pra ele, o que acaba gerando uma dualidade um tanto
peculiar, porque mesmo tendo esse ar de inocência e não compreendendo as reais
ameaças, Sam não deixa de ser uma protagonista forte, que apesar de já ter
passado por diversos outros problemas, é obrigada a continuar se adaptando pra
lidar com as novas ameaças.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ainda nesse ponto, algo que gosto
no filme é como vários detalhes (mesmo que bobos) apresentados no inicio do
filme, acabam tendo conexões com a história ou protagonista, e você só vai
reparando neles conforme a história se desenvolve, como se tudo estivesse ali
por uma razão. Um exemplo disso é a primeira cena do filme, em que Sam está
tocando violão e cantando uma musica que não parece fazer sentido nenhum,
parecendo que está ali só pelo non-sense e para dar um ar cômico, mas que você
acaba descobrindo a razão mais tarde e não sendo tão engraçado quanto parece. A
própria “inocência” da personagem não é gratuita, existe um motivo para ela ser
assim e, mesmo existindo poucos diálogos sobre isso, vamos descobrir por meio
deles que sua vida foi um tanto quanto diferente das outras pessoas de sua
idade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Dito isso, podemos fazer uma
pausa nas discussões sérias, porque definitivamente não é apenas disso que o
filme trata, e aproveitar todas as tosqueiras e bizarrices que o filme nos
proporciona. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr-xbGsYvPIuEMjJ1gI5sVe6_ihuc6jAgrjLOvq7og416JcoMzgiCXuW5xGvxPlTvkHc_BwETmK_ilCMzUVxiI3UMs66Dg3nfHOYITfjWj7ZatwT84w72HHddcPpMs6H6NCxEVhUfudOU/s1600/MV5BMzQyOTZlY2MtOWRlMS00OTAwLWFiMGYtOTllYTg3ZTY2YmRkXkEyXkFqcGdeQXVyODEwMTc2ODQ%2540._V1_SY1000_SX1500_AL_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1500" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr-xbGsYvPIuEMjJ1gI5sVe6_ihuc6jAgrjLOvq7og416JcoMzgiCXuW5xGvxPlTvkHc_BwETmK_ilCMzUVxiI3UMs66Dg3nfHOYITfjWj7ZatwT84w72HHddcPpMs6H6NCxEVhUfudOU/s640/MV5BMzQyOTZlY2MtOWRlMS00OTAwLWFiMGYtOTllYTg3ZTY2YmRkXkEyXkFqcGdeQXVyODEwMTc2ODQ%2540._V1_SY1000_SX1500_AL_.jpg" width="640" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;">Um cintaralho da morte<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Apesar de ter assuntos legais pra
pagarmos de inteligente e fingirmos que entendemos de subjetividades artísticas
e do mundo que nos cerca, nada disso seria importante se o filme não cumprisse
sua proposta como filme de “terror/humor”. E isso ele faz muito bem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Satanic panic</i> entrega exatamente aquilo que você busca (talvez um
pouco mais) quando decide ver um filme cuja sinopse diz “satanistas da alta
sociedade, pizza e virgem para sacrifício”. Aceitando os temas propostos nas
entrelinhas ou não, o entretenimento é garantido. Em nenhum momento o filme se
leva a sério, satisfazendo os desejos de todo fã de filmes trash: mortes
bizarras, efeitos práticos, non-sense, atuações duvidosas, roteiro que vai por
caminhos estranhos, gore, etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Algo que gosto bastante no filme
é que ele faz uma homenagem as produções oitentistas, mas sem perder o frescor
da modernidade. Ele consegue resgatar coisas que ficaram lá atrás e que não são
muito utilizadas hoje em dia (pelo menos em produções mais comerciais) e ainda apresentar
de uma nova forma, indo na contramão de um terror mais “realista” e “pé no
chão” ou cheios de efeitos especiais duvidosos. É claro que existem muitos
filmes atuais que bebem dessa fonte oitentista e que aproveitam tão bem quanto
ou até melhor que Satanic Panic, mas acho importante destacar isso por ser um
filme que possivelmente tem/terá um alcance maior por ter alguns atores um
pouco mais famosos no elenco.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ok, o filme tem gore, nojeiras,
algumas discussões relevantes, mas existe um outro fator que deixa tudo ainda
mais interessante, que é a perspectiva feminina sobre os filmes de terror.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrEhqTVmXc8Gqz490WKV9NV9mrEIk5qn1kEheu6rWlfgrNz-SatfUlGbppOBMa3CbzLIF1o-1r5YVDlVXQF21-TcbTrdrcL52V68t9KfnAFS8ngVPiPDdocTzKrlE4sa5d0mtNhf8snHM/s1600/satanic-panic-feat-image.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrEhqTVmXc8Gqz490WKV9NV9mrEIk5qn1kEheu6rWlfgrNz-SatfUlGbppOBMa3CbzLIF1o-1r5YVDlVXQF21-TcbTrdrcL52V68t9KfnAFS8ngVPiPDdocTzKrlE4sa5d0mtNhf8snHM/s640/satanic-panic-feat-image.png" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"> </span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "georgia" , serif; mso-ansi-language: EN-US;">Horror feminino<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="background: #fcfcfc; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; line-height: 150%;">"Women
have a relationship with blood that men do not and will never have. Also,
unfortunately, in the world fear is something women have to live amongst every
day in their daily life. It's a way to exorcise any of those demons you're
carrying around that no other genre lets you do." </span></i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="PT-BR" style="background: #fcfcfc; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; line-height: 150%;">(STARDUST, Chelsea)</span></i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;">Se você é como nós e gosta de
ver o filme além das tripas, vai perceber que ele é um tanto quanto diferente
do que estamos acostumados, afinal temos uma mulher na direção, dando uma nova
perspectiva e mostrando que é possível fazer filmes de terror sem os
estereótipos femininos com pouca roupa sendo alvo de assassinos predadores de
armas grandes. Ou o conservadorismo típico dos filmes dos anos 80 que sempre
matavam jovens enquanto transavam, como um castigo divino por se deixar levar
pela luxúria. Ou a exploração da nudez feminina, sem necessidade, em diversos
títulos de terror. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;">Resumindo, por mais que amemos o gênero, não dá pra negar que
o terror costuma tratar as mulheres de um jeito um tanto quanto questionável. E
isso não é sem o motivo: boa parte do público do gênero anseia por sangue e
peitões, mas é ótimo ver que as coisas estão mudando com o tempo. Não apenas
por existirem mais mulheres na direção, mas também por elas apostarem em ideias
diferentes que não se resumem a um louco armado correndo atrás de boazudas. Não
me entenda mal, nós adoramos os slashers, mas não podemos ficar repetindo as
mesmas fórmulas eternamente sem inová-las/atualiza-las.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Dito isso, vamos nos ater ao
filme<i style="mso-bidi-font-style: normal;">. Satanic Panic</i> é um filme sobre
mulheres, todos os papeis de destaque são destinados a elas, os homens no filme
não passam de elenco de apoio. O protagonismo, as vilãs, o elenco coadjuvante,
ou seja, o poder está todo na mão das atrizes. Aqui o elenco masculino não é
explorado nem mesmo como ameaça, o que é muito interessante, pois todos os
homens acabam representando uma certa infantilidade, seja na figura do homem
babão que não pode ver um rabo de saia ou na figura daquele que acha que vai
resolver os problemas com seu pau. Pequenas ilusões de poder em um mundo
dominado por mulheres.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A partir dessa postura, a
diretora, como dito anteriormente, vai entrando em outros temas ligados ao
assunto com certa ironia, jogando na cara do telespectador cenas cômicas porem
cotidianas: homens se dizendo feministas prestes a abusar de alguém, a
exaltação da virgindade, pessoas de uma mesmo grupo puxando tapete um do outro
em busca do poder, etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Enfim, as ameaças que Sam
enfrenta no filme são uma alusão às ameaças sociais diárias, uma sátira social com
um pouco mais de humor e sanguinolência. Se você prestar atenção, verá que
praticamente todos os personagens que estão ao redor da protagonista tentam se
aproveitar dela de alguma maneira, a relação nunca é balanceada; sempre há um
interesse. O conhecido arruma o emprego pra ela porque tem interesse sexual, o
dono da pizzaria se aproveita da sua situação econômica para conseguir um
trabalho barato, as pessoas que pedem pizza nunca querem só a pizza, os
satanistas (que não se diferem muito dos cristãos que conhecemos) querem ela
como oferenda para conseguir dinheiro e poder, outro se propõe a ajuda-la mas
de um jeito bem duvidoso. E assim por diante. O mundo é uma grande ameaça que a
todo momento está obrigando a protagonista a ser mais resistente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Entretanto, apesar de haver muita
merda ao seu redor, Sam encontra o suporte em outra mulher que, mesmo de um
mundos e criações completamente diferente, está passando por coisas
semelhantes. Como se a diretora quisesse dizer: “eu sei que tá foda, mas se uma
der a mão pra outra, é possível lutar”. Apesar de parecer uma mensagem um tanto
quanto positiva (e nesse sentido é), o filme deixa claro que o problema é sempre
maior do que ele aparenta, seja pelo problema ser cíclico (um malvado cai;
outro toma seu lugar), seja por sempre haver alguém mais forte e você nunca
saber o tamanho do problema a ser enfrentado ou, até mesmo, por ele não ser
necessariamente externo ao indivíduo (no caso, a protagonista).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj22bT-CUyhbYnjUNsiymijQmnVZOxx7CeeTDAMl6Z38kuVqSjyrZLzb5t5HIOcAq0SG-xZo57hm1jWMD24AxA7kfOVX-Be13DvzkLqnRfdTrX-6w4EDyc_lhfC0FRNMR6L0NHZmRjdy9M/s1600/MV5BNjgwYmVmYzYtYWI2MC00NDdjLWI1ZWItNDUzODRlNzQyMWJiXkEyXkFqcGdeQXVyODEwMTc2ODQ%2540._V1_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj22bT-CUyhbYnjUNsiymijQmnVZOxx7CeeTDAMl6Z38kuVqSjyrZLzb5t5HIOcAq0SG-xZo57hm1jWMD24AxA7kfOVX-Be13DvzkLqnRfdTrX-6w4EDyc_lhfC0FRNMR6L0NHZmRjdy9M/s640/MV5BNjgwYmVmYzYtYWI2MC00NDdjLWI1ZWItNDUzODRlNzQyMWJiXkEyXkFqcGdeQXVyODEwMTc2ODQ%2540._V1_.jpg" width="640" /></a></div>
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p></o:p></b><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;">Dois coelhinhos peludos<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por fim, outro detalhe
que o filme explora é a questão do nome da protagonista, Sam. Durante todo o
filme, Sam vai acabar encontrando diversos outros personagens que também são
chamadas de Sam, e é algo tão recorrente que não podemos dizer que está ali por
acaso. E é curioso perceber como as relações com o nome vão se alterando. No
início, por ela ainda demonstrar certa ingenuidade, o outro Sam se utiliza
daquilo para tirar proveito dela, porém, no fim quando ela já está mais ciente
do mundo que a cerca, ela passa a ter mais controle não apenas da situação, mas
também do seu nome. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não sei exatamente a intenção da
diretora/roteirista com essa coisa dos nomes, mas uma das interpretações que
podemos tirar é que os outros personagens são projeções da protagonista, e cada
um desses outros personagens refletisse o momento pelo qual ela passa. O filme
reforça que existe uma conexão entre as/os Sams do mundo. É claro que não
existe uma obrigatoriedade, mas ela sente necessidade de fazer parte disso,
talvez por ser uma forma de pertencer a algo, ou até mesmo se conhecer melhor,
afinal compartilham algo em comum. Entretanto, a vida (ou no caso o filme), vai
mostrando que as coisas não são bem assim, e que ela precisa entender o próprio
nome, sem depender dos/das “xarás”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ou seja, esse conflito com o
próprio nome pode ser visto como um conflito com sua própria identidade, há
tantos Sams por ai: “Quem sou eu?”, “Qual é o meu lugar no mundo?”, “Qual a
minha ligação com eles?”. Não acho que o filme explora tão bem esse assunto,
pelo menos da perspectiva que eu vejo, mas, no fundo, ele acaba caindo naquela
discussão sobre somente se conhecer a partir da perspectiva do outro, afinal, a
protagonista começa a amadurecer sua visão a partir do momento em que existem
outros Sams olhando pra Sam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8s8hw6aCXXucK8FWA4sZJUG1PXkYb2YFErlODCumxqoUAHoed-YnFu-2leRv8BR5iTWPlT2-98ltDsnlBW5o6VAC58_nmt9korDskwMAcE1t0RAdHIE4NyX4qZna4AzMHLHxlTMhxeYo/s1600/satanic_panic_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8s8hw6aCXXucK8FWA4sZJUG1PXkYb2YFErlODCumxqoUAHoed-YnFu-2leRv8BR5iTWPlT2-98ltDsnlBW5o6VAC58_nmt9korDskwMAcE1t0RAdHIE4NyX4qZna4AzMHLHxlTMhxeYo/s640/satanic_panic_1280.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;">Devo pedir minha pizza com
sangue de virgem e linguiça de bode?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Logico, não há sabor melhor para
comer após dançar pelado na floresta em volta da fogueira enquanto assiste
pessoas de bem queimando.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Apesar de um filme divertido e
com boas ideias, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Satanic panic</i> não
tem nada de muito inovador. É claro que é bacana ver como as ideias são
desenvolvidas e a mudança de perspectiva é trabalhada, mas, no fim, ele é um
filme de terror que segue os padrões do gênero. Temos uma “final girl” que
mesmo enfrentando perigos, vai dar a volta por cima. Temos mortes estilizadas
para satisfazer a sede de sangue dos espectadores, efeitos duvidosos (porem
divertidos), cultos satânicos, etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas não me entendam mal, a falta
de inovação em questão de roteiro não é nenhum problema. O filme parece ter
plena consciência disso e utiliza isso a seu favor. <span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ele pega essa estrutura que estamos cansados de ver
(mentira: é difícil cansar desses pastelões do terror) e dão uma nova vida,
conseguindo encontrar certa singularidade mesmo em meio a tantas produções, e
parte disso é justamente pelas discussões que podem ser levantadas nas
entrelinhas, mesmo que possivelmente muitos não irão ignorar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Então, independente de querer se
envolver nessas discussões pseudo-inteligentes que levantamos ou simplesmente
ver um filme trash divertido, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Satanic
Panic</i> é uma obra que merece atenção de qualquer um que curta o gênero,
servindo até mesmo pra apresentar para coleguinhas que não conhecem muito do
universo trash, antes de ir pras drogas mais pesadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"> </span><b style="text-align: center;"><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;">Trailer</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<b style="text-align: center;"><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/0gts3q4zz88" width="560"></iframe></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-71924138673289613472019-06-14T20:54:00.002-03:002019-06-14T20:56:35.538-03:00Resenha: Capitão América: O filme (Captain America)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFN70z9byuivbAi21jf193PATObl4WLwfIKuzoKSf9v66lPbuaeW2C1x7nFocMt0TXBEdZdWiDBGk7P-QLzoz1pqiu6QWmh2XQpvBAWGscVw9rC4fRxMIzpu2I2jFqTlj3-mpc-Jd3Qmo/s1600/BANNER.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFN70z9byuivbAi21jf193PATObl4WLwfIKuzoKSf9v66lPbuaeW2C1x7nFocMt0TXBEdZdWiDBGk7P-QLzoz1pqiu6QWmh2XQpvBAWGscVw9rC4fRxMIzpu2I2jFqTlj3-mpc-Jd3Qmo/s1600/BANNER.png" /></a></div>
<br />
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O <b><i>Café</i></b> é uma
espécie de super ideia que deveria ter surgido na mente de pessoas mais
competentes e motivadas, mas acabou tendo azar e nascendo onde nasceu. É que
por mais esse espaço fique abandonado por seus criadores, acumulando poeira por
um longo tempo, ou que demoremos meses até lançar algum texto, ele continua
prosperando diariamente. Todo o dia algum maluco</span><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> </span><span lang="PT-BR" style="color: #1d2129; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">—</span><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> </span><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">sabe-se
lá de onde ou por qual motivo </span><span lang="PT-BR" style="color: #1d2129; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">—</span><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> dá um like em nossa fanpage, ou alguma doida
escreve um comentário sobre uma resenha sanguinolenta que tocou seu coração e
coisas desse tipo. Isso sem falar nas cartas de ódio, nos e-mails reclamando,
ameaças de morte, nudes bizarros e ilícitos, mensagens privadas selvagens, etc.
O <b><i>Café</i></b> renderia uma boa grana nas mãos desses empreendedores
modernos e, de fato, merecia mesmo render. Mas nem todos têm os pais que
merecem. Paciência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Apesar disso, os donos atuais
deste espaço não pretendem deixá-lo morrer e, com nossa aleatoriedade
costumeira, pretendemos continuar o atualizando com os conteúdos estrambóticos
de sempre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<a name='more'></a><div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivo8pWr_pJG9yJn55d1RkDzQm4cXKUgVXlUY_CPfobCxO_pEKWGwarWSxFFWtR6XW14BLMlmCOsnkVKn2nozJu3HHX56_L7_XkCzk2nnS2PlRnSwIJtUvFN0J0gqJL421j39MIpJalgiQ/s1600/48989556_230806504535665_8821270245051203584_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="387" data-original-width="250" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivo8pWr_pJG9yJn55d1RkDzQm4cXKUgVXlUY_CPfobCxO_pEKWGwarWSxFFWtR6XW14BLMlmCOsnkVKn2nozJu3HHX56_L7_XkCzk2nnS2PlRnSwIJtUvFN0J0gqJL421j39MIpJalgiQ/s320/48989556_230806504535665_8821270245051203584_n.jpg" width="206" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="Padro" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: left;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> <b>Titulo original:</b> Captain America<o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: left;">
<b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> Lançamento: </span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">1990<o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: left;">
<b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> Duração: </span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">97 minutos<o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: left;">
<b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> Direção: </span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Albert Pyun</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;">Pelo que me lembro, o filme de
hoje deve ser o primeiro de super herói que já passou por este blogue. De super
heróis convencionais, claro, pois já resenhamos aqui obras primas como </span><b style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt;"><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com/2012/08/resenha-o-vingador-toxico-toxic-avenger.html" target="_blank"><span style="color: #3d85c6;">O vingador tóxico</span></a></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;">, por exemplo, que tem heroísmo à sua maneira. Essa versão
do capitão é na verdade a segunda adaptação do personagem para o cinema. Ela
faz parte daquelas antigas adaptações de heróis que ocorreram antes da
computação gráfica dominar essa arte, sendo que tudo era feito na base da
maquiagem e da atuação. Como não lembrar de um clássico como o Hulk bombadão
pintado em tinta verde? </span><i style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt;">Capitão América: o filme</i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;"> faz parte desse mesmo
grupo de filmes, um excelente motivo para passar aqui pelo blogue.</span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">O
filme é ruim?</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Algo que é fácil de se pensar
atualmente, observando o filme em retrospectiva, é que ele seria ruim porque
necessitaria de recursos que só foram inventados muito mais tarde. Dizendo de
outro modo, podemos pensar que, independentemente do orçamento que possa ter
tido, <i>Capitão América o filme</i> seria ruim porque histórias de super
heróis necessitam de muito recursos tecnológicos e esses recursos só ficaram
legais nas últimas décadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Bem, depois de ver o filme devo
dizer que esse preconceito não é muito correto. Na verdade, <i>Capitão América
o filme </i>já era um filme horrível em seu próprio tempo, mesmo que a
computação gráfica não importasse. Penso que recurso nenhum o teria salvado de
ser a porcaria que é. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No geral, acho que<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>filme não é um desastre, ele é apenas tosco e
fraco, tendo um roteiro bobinho, algumas escolhas estranhas sobre a origem e
caracterização do personagem, atuações nada convincentes e, no meio disso,
algumas boas ideias aqui e ali. Vamos falar um pouco de cada coisa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Capitão
simbólico</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCG5umnFl8Don2sJ-FvqdHD8mzK4jGocp1jLisngVs2iI3qY2snUMVRebA2eQVJ2eQ3rfgTr8M9R9VOvxkBDD53CAkQZI9KqhVJo9yT30dy8FtjYl_XhVXQ8QoiTLIZuk8KS-Sy0VChtM/s1600/49122163_346610559261466_510946360552325120_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="1024" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCG5umnFl8Don2sJ-FvqdHD8mzK4jGocp1jLisngVs2iI3qY2snUMVRebA2eQVJ2eQ3rfgTr8M9R9VOvxkBDD53CAkQZI9KqhVJo9yT30dy8FtjYl_XhVXQ8QoiTLIZuk8KS-Sy0VChtM/s320/49122163_346610559261466_510946360552325120_n.jpg" width="320" /></a><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma questão que qualquer obra
sobre o Capitão América precisa abordar é o fato do personagem ser uma espécie
de “super estadunidense”. Em algum grau, ele representa a autoimagem desse
povo, veste a camisa (ou bandeira) do time, traz consigo os valores que eles
projetam em si e tal </span><span lang="PT-BR" style="color: #1d2129; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">—</span><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> há várias questões postas aí. Ao mesmo tempo
em que o personagem carrega esses valores, sendo uma espécie de símbolo de quem
são os estadunidenses, ele é também um soldado, parte da máquina de guerra do
país. A guerra não é um evento qualquer; é um acontecimento que é diariamente
televisionado, narrado nas rádios, publicado nos jornais, fabulado nos livros,
pois carrega consigo muito da dignidade de um povo. A guerra é também
propaganda e entretenimento, o que faz com que o capitão também possa ser usado
para induzir os estadunidenses a certas formas de pensar e para diverti-los. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ao longo das obras sobre o
capitão, essas coisas receberam diversos tratamentos, sendo tanto o atrativo
desse herói quanto aquilo que faz as pessoas não gostarem dele. Na maior parte
do tempo, elas surgem ao longo desse filme em específico por meio de uma
exaltação brega do personagem, contudo, há bons momentos também em que a
inteligência oxigena a banalidade do roteiro. Por exemplo: em determinada cena,
algum tempo depois de ser descongelado, o capitão começa a reparar em
logomarcas estrangeiras contidas em adesivos colados num carro. É como se o
personagem estivesse notando que foi congelado num Estados Unidos e acordou
noutro. Esse novo EUA é governado não apenas por seu próprio povo mas também
por grupos estrangeiros. A soberania nacional está em jogo em mais de um campo
de batalha. Quem o capitão está defendendo agora?<o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Algo que achei curioso nesse
sentido foi o fato de, no filme, o capitão fumar, ou melhor, o fato dele poder
fumar. Numa produção atual, esse hábito seria considerado uma falha no caráter
do personagem a qual ele não poderia ter, pois o tabagismo não é um bom hábito
a ser estimulado naqueles que se inspiram no personagem. No filme antigo, porém,
o personagem fuma </span><span lang="PT-BR" style="color: #1d2129; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">—</span><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> qual seria o significado do cigarro naquele
contexto? Confesso que não sei. Talvez nos anos noventa o conhecimento acerca
dos riscos do cigarro não fosse tão disseminado quanto hoje, ou talvez ainda
existisse aquela coisa do “charme do fumante”, ou o pessoal era mais de boa há
vinte anos e o grande herói da nação podia fumar, tomar uma birita e pegar a
mulher do vizinho sem muitos problemas. Sei lá. O fato é que hoje a presença do
cigarro significaria alguma coisa negativa quando posta na tela, um costume
ruim que não poderia ser praticado por um herói, nem poderia ser incentivado
pelo cinema nesse tipo de filme.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Noutra cena, inclusive, depois de
pegar uma carona com um sujeito bem gente boa, o capitão não só desconfia do
cara, pensando se tratar de um aliado do caveira vermelha, como também <i>rouba
o carro do sujeito e o deixa sozinho no meio do nada</i>. Vocês imaginam o
capitão roubando? Conseguem imaginar as mães aconselhando: “Filhinho, não dê
caronas para estranhos, principalmente se for o Capitão América”.
Particularmente, fiquei surpreso. Suspeito que as mesmas considerações sobre o
hábito de fumar valham aqui: na década de noventa as coisas provavelmente eram
diferentes de hoje. Bem diferentes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi45MdO1ZoTJMUCi3TQyrmelcOVdns4zovmTfDDVYnzozW_7gn1mX-4Y_YMDR4VKO7EkRjP5Y5epylEAmM7DxqWj7mkcEwvVV9vFv0-CeT26SLFcKg1yjsCRnKuIgsI2HgH_jHSQX5OgmU/s1600/49060498_270203653662255_1131720656975560704_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="489" data-original-width="750" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi45MdO1ZoTJMUCi3TQyrmelcOVdns4zovmTfDDVYnzozW_7gn1mX-4Y_YMDR4VKO7EkRjP5Y5epylEAmM7DxqWj7mkcEwvVV9vFv0-CeT26SLFcKg1yjsCRnKuIgsI2HgH_jHSQX5OgmU/s400/49060498_270203653662255_1131720656975560704_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
</div>
<div align="center" class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Capitão
e seus amiguinhos</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Capitão América: o filme</span></i><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">
tem duas partes. Em tese, a primeira seria dedicada a apresentar os personagens
e o conflito entre o capitão e o caveira vermelha, ao passo que a segunda
apresentaria o desenrolar desse conflito vários anos depois, quando o
protagonista é descongelado décadas mais tarde depois de perder um conflito
contra seu rival (vocês conhecem a história, não?). Em tese, claro. Na prática
a estrutura é um tanto torta, sendo que na segunda parte surgem personagens
novos que terão grande importância e relações que precisariam ser estabelecidas
com mais cuidado na parte anterior continuam frouxas. Um exemplo: na segunda
parte, o Caveira Vermelha tenta tomar o controle dos Estados Unidos controlando
o presidente do país, cabendo ao capitão resolver isso. Como o capitão acabou
de acordar de um coma de décadas, porém, ele não possuiria qualquer relação com
o presidente atual do país, sequer sabendo quem ele seria, contudo, o filme
tenta criar uma relação entre ambos ainda na primeira parte. Qual seria? Dos
vários filmes que já assisti nessa vida, acho <i>Capitão América: o filme</i>
usa um dos recursos de roteiro mais bizarros que já vi no cinema. Perto do fim
da primeira parte, o capitão é amarrado a um míssil e lançado contra a Casa
Branca. No último momento, todavia, ele conseguirá desviar o projétil (na base
da bicuda!) para uma região inóspita, onde ficará congelado pelas décadas
seguintes. Ok, mas onde entra o presidente aí? Bem, o presidente era uma
criança que estava acordada até mais tarde, olhando o céu, e que por puro acaso
observou o herói amarrado ao míssil desviar o projétil. Ele foi a única
testemunha do ato heroico do capitão. Está criada assim a relação entre eles.
Absurdo, claro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWHACt5n05vXRqpvY_MAfL0vbT-Jmcp18aPe9b_roaQHK1878I0avmmbUe5EHGy_-d7gbQIzZSdTNlGJlzj7towOq5WOUTuTh_hp0l64eAjTXp19Gvgg1sn1Gd0W3vhU5g5daZsywxbaw/s1600/49028142_268320970528725_8630276652875644928_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWHACt5n05vXRqpvY_MAfL0vbT-Jmcp18aPe9b_roaQHK1878I0avmmbUe5EHGy_-d7gbQIzZSdTNlGJlzj7towOq5WOUTuTh_hp0l64eAjTXp19Gvgg1sn1Gd0W3vhU5g5daZsywxbaw/s400/49028142_268320970528725_8630276652875644928_n.jpg" width="400" /></a><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Embora a estrutura do filme seja
mesmo frouxa, acho que existe uma razão para tanto. A direção do filme não
prioriza o desenvolvimento dos personagens, mas o desenrolar de suas ações. Em
outras palavras, o que interessa são socos, porradas, perseguições, tiroteios,
beijos, e tal. Por isso, há poucas cenas que trabalhem as relações e entre
personagens ou mesmo que apresentem seus conflitos internos (eles não tem
nenhum). Para falar a verdade, acho que o capitão nem mesmo tem uma
personalidade, pelo que me lembro. A maioria dos personagens são definidos por
um ou duas características, como o vilão mau, a mocinha destemida, entre
outros. Já que existe essa priorização da ação, quando fôssemos apresentados a
uma personagem como a filha do caveira vermelha (?), na segunda parte do filme,
o que deveríamos pensar é “que legal, mais uma vilã para combater”, contudo,
como a coisa é mal feita, o que pensamos é “filha do caveira? Que porcaria é
essa? E quem é a mãe dela?”. Mesmo uma obra voltada para a ação precisa lidar,
ainda que minimamente, com as motivações de seus personagens para fazer com que
suas ações tenham sentido. A motivação explica porque a galinha atravessou a
rua e faz com que queiramos que ela chegue ao outro lado sã e salva. Um filme
de pura porrada não teria graça nenhuma, cumpre que a porrada signifique algo,
nem que seja “o personagem provou seu ponto de vista por meio da violência
física”. <i>Capitão América: o filme</i>, porém, não consegue construir nem
minimamente as relações entre os personagens e suas motivações, o que acaba
fazendo com que as cenas de ação percam significado, bem como a própria
presença dos personagens como realizadores dessas ações. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em função disso, mesmo a ação do
filme fica bastante prejudicada. As informações são simplesmente jogadas no
espectador, sem muito significado. Quando o Esteve Rogers passa pelo processo
que o torna o Capitão, ele simplesmente levanta da mesa de cirurgia e está
pronto; não e preciso testar seus poderes ou se acostumar com seu novo corpo.
Quando ele se descongela, por sua vez, ele simplesmente quebra o gelo e sai
andando, sem fome, sem perguntar onde está, sem pedir um hambúrguer, sem
perguntar quanto tempo dormiu, ele simplesmente sabe que precisa partir para
cumprir seu dever. Tais coisas surgem da necessidade de jogar logo o personagem
na ação. Não funciona, lógico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg93KoPnxlULFQ3QplgOToOf4uQTptLAbMkUt4wE2sXRgFXqsGobldTWVuZ_qMJuYDu58lU_huAjwKZzD40Kloz7XQ6rNfrnxz49NMGPtG3hG0SMSkTwGCAVjLa5mqGyeZw1J9h59_86E/s1600/49125695_1990027917774609_1149750083575611392_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="346" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg93KoPnxlULFQ3QplgOToOf4uQTptLAbMkUt4wE2sXRgFXqsGobldTWVuZ_qMJuYDu58lU_huAjwKZzD40Kloz7XQ6rNfrnxz49NMGPtG3hG0SMSkTwGCAVjLa5mqGyeZw1J9h59_86E/s400/49125695_1990027917774609_1149750083575611392_n.jpg" width="345" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Deus
abençoe a América?</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Capitão América: o filme</span></i><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">
é uma obra terrível, como você já deve ter percebido, afinal, se não fosse ruim
o suficiente, sequer estaria aqui no <b><i>Café</i></b>. Apesar disso, acho que
ele funciona muito bem como um “filme para ver com a galera e dar risada”. Há
muitas licenças poéticas bizarras (Caveira Vermelha italiano!), cenas em que o
filme se desmente (como quando o capitão se camufla longamente para se
infiltrar na base inimiga e... <i>tenta entrar pela porta da frente</i>, sendo
obviamente percebido pelos inimigos), entre outras coisas bem divertidas. As
cenas de ação são meio ridículas, tendo envelhecido bastante, mas há algumas
coisas genuinamente legais como a maquiagem do Caveira Vermelha, por exemplo,
que curti mais que a maquiagem dos filmes recentes, e o fato de vários personagens
e não só o protagonista fazerem a história avançar. O filme não se salva,
evidentemente, mas caso você esteja no humor certo, pode assisti-lo com alguém e
se divertir.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<br />
<div align="center" class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span lang="PT-BR" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Trailer</span></b></div>
<div align="center" class="Padro" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/cs8rFsmhNTc" width="560"></iframe>
</div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-83342452573180711932018-08-27T20:42:00.000-03:002018-08-27T20:42:00.350-03:00Resenha: Peles (Pieles)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBeaLpVjhG0Pjk9SXUMexkZsMH_0zFJopJXSc6uXsmRMVdoo4VAcI6vSBHRteBVc53Nz5j4SCgcn4uuqA7-zVkTxV6BMYkv40UQ3VinWpJGPmOiFAP0trPZkNMtiZzvorl01YFsrAIoHo/s1600/bann.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBeaLpVjhG0Pjk9SXUMexkZsMH_0zFJopJXSc6uXsmRMVdoo4VAcI6vSBHRteBVc53Nz5j4SCgcn4uuqA7-zVkTxV6BMYkv40UQ3VinWpJGPmOiFAP0trPZkNMtiZzvorl01YFsrAIoHo/s1600/bann.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Você se considera uma pessoa
normal? Eu não digo quanto aos seus gostos pessoais e a sua constante tentativa
de pagar de diferentão/diferentona, já que, querendo ou não, por mais que você
acredite ser um individuo único, todos acreditamos nisso. Você pode assistir os
filmes iranianos e se gabar por não assistir <i>blockbusters</i> ou ficar
buscando bandas desconhecidas da Islândia só pra falar que tem gostos
diferenciados, mas no fundo todos somos seres patéticos buscando e forçando uma
individualidade que não existe. Agora repetindo a pergunta, você é normal?
Tipo... você tem um rabo? No lugar da boca você tem um cu (literalmente)? Você
nasceu de uma cadela? Tem chifres saindo do mamilo?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não? Então você deve ser tão
normal e sem graça quanto a gente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"></span></div>
<a name='more'></a><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjINpK1Nx2ivTTO3O3xcAcYHZQDZTlJeZs5lyiECPwwpc_SmZF3tnhlDOIFokYHQT1AYcNIly3Pr041TQ9sGf5jCwB3P5oXYml-LHpbXH6Z2vg5vZsDj5Djiq3sMheDceJ2-GVjZOJFbpo/s1600/locandina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="593" data-original-width="420" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjINpK1Nx2ivTTO3O3xcAcYHZQDZTlJeZs5lyiECPwwpc_SmZF3tnhlDOIFokYHQT1AYcNIly3Pr041TQ9sGf5jCwB3P5oXYml-LHpbXH6Z2vg5vZsDj5Djiq3sMheDceJ2-GVjZOJFbpo/s320/locandina.jpg" width="226" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Título original: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Pieles</span><span style="font-family: "georgia" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Lançamento: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">2017</span><span style="font-family: "georgia" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Duração: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">77</span><span style="font-family: "georgia" , serif;"> minutos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Direção: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Eduardo Casanova</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Peles é uma compilação de mini
histórias sobre pessoas que possuem uma característica em comum: “deformidades”.
Vivendo em um mundo cada vez mais afetado pela estética, esses personagens
precisam encontrar meios de sobreviver e se relacionar com uma sociedade que
nunca esteve disposta a abraçar o diferente, seja na questão física ou
psicológica. Apesar de dramas e situações tão diferentes, o caminho dessas pessoas
acabam se cruzando e mostrando que beleza e normalidade são uma mera questão de
perspectiva.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Deformidades?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Bom,
vamos lá. <i>Peles</i> é um filme difícil, incômodo e delicado, então abordá-lo
e resenhá-lo é um tanto quanto complicado porque envolve temas sensíveis e que
podem acabar ofendendo alguém, o que não é a intenção. Nesta resenha eu vou
seguir a linha do filme para escrever a resenha, ou seja, discutir os mais
diversos assuntos a partir desses personagens que são discriminados das mais
diversas formas e, na maioria das vezes, acabam não tendo poder sobre as suas
próprias características. Além disso, durante a resenha, eu vou usar a palavra
“deformidade” pra me referir a esses personagens, pois apesar dela ser uma
palavra um tanto agressiva, acho que ela exprime bem a visão de fora pra dentro
que o filme quer passar </span><a href="https://www.blogger.com/u/1/null" name="__DdeLink__87_1721866531"><span style="color: #111111; font-family: "georgia" , serif;">—</span></a><span style="mso-bookmark: __DdeLink__87_1721866531;"></span><span style="font-family: "georgia" , serif;"> independentemente da característica, qualquer coisa que fuja
da normalidade acaba sendo tratado como<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>um tipo de aberração pela pessoas ditas “normais”. Seja uma pessoa com o
cu na boca ou, até mesmo, alguém que está acima do peso aceitável socialmente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Então
se você se sentir incomodado, bem, é justamente essa a intenção. <i>Peles</i>
não é o tipo de filmes pra ficarmos indiferente, não dá pra tratar esse tipo de
assunto de uma forma relevante sem dar umas porradas na cara do
expectador.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Por isso, peço desculpa caso
eu soe desrespeitoso em algum momento, mas não peço desculpa caso você fique
incomodado com os nossos podres.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9nTlJJbOnkH53o3JjOcEk-8Hf8novNqIIk-2CDqjKlFXQGekH9CLNXURCEMqiPQdnqLDWJGooRKYl9iWK7qjMFV1jn8BwjSLXKsH-0ASC4mFy_H0j_XwuwuI2v7sg7s0GHnNlk6GRLuE/s1600/pieles-U211175959891GoC--620x349%2540abc.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="349" data-original-width="619" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9nTlJJbOnkH53o3JjOcEk-8Hf8novNqIIk-2CDqjKlFXQGekH9CLNXURCEMqiPQdnqLDWJGooRKYl9iWK7qjMFV1jn8BwjSLXKsH-0ASC4mFy_H0j_XwuwuI2v7sg7s0GHnNlk6GRLuE/s640/pieles-U211175959891GoC--620x349%2540abc.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "georgia" , serif;">Beleza?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Já faz um bom tempo que assisti <i>Peles</i>,
mas eu lembro que logo no início do filme eu já estava pensando: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Eu preciso resenhar esse filme pro Café</i>”.
Acontece, entretanto, que eu sou um grande procrastinador e acabei enrolando
mais do que deveria pra conversar um pouco sobre esse filme maravilindo, mas
antes tarde do que nunca e agora estou eu aqui pra falar sobre ele. Afinal, já
faz um tempinho que não falamos sobre filme aqui no blog e eu queria trazer um
filme realmente bom e que dialogasse bem com nossa proposta. Então vamos lá.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Assim como <i>Magnolia</i>, <i>Crash</i>,
<i>11:14</i> e outros filmes, <i>Peles </i>segue a mesma estrutura de contar
diversas história isoladamente, mas que aos poucos vão se interligando umas nas
outras e abrangendo a narrativa e as discussões presentes. Aqui todas essas
histórias vão compartilhar de um ponto em comum: a deformidade de um
personagem. A partir disso, o filme trabalha não apenas como isso afeta a vida
do protagonista sob diversos aspectos, mas também como as pessoas ditas normais
lidam com aquilo que foge dos padrões. Ou seja, apesar do filme trabalhar com
alguns personagens que beiram o fantástico, a obra é uma grande reflexão
interna e externa sobre aquilo que é considerado normal/anormal dentro de uma
sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A primeira personagem a ser
apresentada é Laura, uma garota que nasceu sem os olhos. Devido a sua condição,
desde criança, ela vive em um bordel, sendo submetida a se prostituir pra não
ser expulsa do único lugar que conhece. A seguir, vamos conhecer Samantha, uma
adolescente que vive isolada da sociedade por ter nascido com o cu no lugar da
boca e a boca no lugar do cu. Ana, uma mulher com o rosto deformado que, apesar
da sua aparência não se adequar ao padrão, vive em um constante processo de
autoaceitação e está envolvida em um triângulo amoroso. Vanessa é uma mulher com
nanismo que está passando por diversas dificuldades sociais com sua gravidez,
principalmente em seu trabalho como mascote de um programa infantil. Por fim,
conhecemos Cristian, um garoto que não reconhece as próprias pernas, ele
acredita que as pernas não são deles e é impelido à automutilação, tendo o
desejo de arrancá-las do corpo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Apesar desses serem os
protagonistas, existirão outros personagens importantes para história, cada um
com suas singularidades e dramas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR-LLf4te4107f7gnUdZJnVL8_VDb5Ctkjim_voXEMGFB63QxgY_CkVrvzLKiIfSZqgEgc_YDkfuuJoUHR-xkZ1fGmjdkmIHX7jE1KgL_M03yWQTWnk3XEvK_i9gUHPtsSn71wlO_4XwY/s1600/pieles-skins-netflix-analise-estetica-752x440.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="752" height="372" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR-LLf4te4107f7gnUdZJnVL8_VDb5Ctkjim_voXEMGFB63QxgY_CkVrvzLKiIfSZqgEgc_YDkfuuJoUHR-xkZ1fGmjdkmIHX7jE1KgL_M03yWQTWnk3XEvK_i9gUHPtsSn71wlO_4XwY/s640/pieles-skins-netflix-analise-estetica-752x440.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Sofrimento
de berço</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">O
filme começa com um homem conversando com uma senhora nua, esfregando logo de
cara a intenção do diretor na fuça do espectador. Essa senhora está mostrando
um álbum de fotografia pra esse homem, sendo que aos poucos vai ficando claro
que ela é uma cafetina oferecendo seus “produtos”. Percebendo a reticência do
homem, ela vai percebendo que aquele homem tem preferênciais por crianças,
apesar de tentar lutar contra isso. Mas como uma boa comerciante, ela tem
aquilo que seu cliente precisa </span><span style="color: #111111; font-family: "georgia" , serif;">—</span><span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Laura, uma menina que nasceu sem os olhos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Sim,
em menos de cinco minutos o filme já está discutindo pedofilia e, apesar de não
aprofundar no tema, é bem interessante como o diretor aborda a questão, porque
ele não apresenta o homem como um monstro, mas sim como alguém confuso tentando
lutar contra seus ímpetos (algo parecido com o que o Lars faz no <i>Ninfomanica
- parte 2</i></span><span style="font-family: "georgia" , serif;">).
A discussão continua até que alguém de fora acaba estimulando o personagem a
fazer aquilo com a desculpa de que é melhor fazer naquele ambiente do que na
sociedade, abrindo a primeira discussão do filme. Segundo a velha, algumas
pessoas nasceram para sofrer - por nunca conhecerem outra realidade, elas não
podem sonhar com outra vida. Resumindo bem a vida de Laura: por nascer dentro
daquela realidade, sem olhos e sem informações sobre o exterior ela acabou se
acostumando com o que tem e, de certo modo, acaba tendo medo de acabar com
aquilo, já que não conhece outra coisa além do seu quarto. Ela se apega aquela
vida por pior que seja.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Parafraseando
Dinho Ouro Preto “o que você faz quando ninguém te vê fazendo ou o que você
queria fazer se ninguém pudesse te ver”, podemos abordar tanto a questão da
Laura quando essa ideia de “melhor fazer aqui, mesmo que seja crime, do que na
sociedade”. Laura é uma garota cega, ou seja, apesar de ter relações sexuais
com<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“os clientes” ela não os vê, ou
melhor, os clientes não são vistos, algo que faz ela ser ainda mais atrativa
para algumas pessoas, tanto para o pedófilo que quer se esconder e não quer ser
visto, quanto para pessoas que possuem algum tipo de coisa da qual se
envergonhe e não quer ser julgada. Então a Laura acaba servindo de escape pros
crimes ou frustrações que as pessoas têm na sociedade e acabam descontando na garota.
Aliás, algo semelhante a ideia do filme <i>Albergue</i>, mas sem as varias
mortes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Essa
ideia fica ainda mais clara quando em determinado ponto do filme ela fala que
todos os “clientes” querem tocá-la, mas ela não pode tocar em nenhum deles,
mostrando ainda mais esse afastamento que as pessoas querem ter dela, para
serem ainda menos reconhecidos e não deixarem seus vestígios, continuando
invisíveis. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_S9R9b_wLWaoOc378cdilO4RgJ0lgtam_ThgJQ13UzXuKIaM3HcUKM-048PQo1JGgHTEFZ7hqzxti0saHLs68Kws5jh0Ke4bdlRPC7lvFrW0V7cdLdBPYe7Y3MkbLck9i6EEjShLg8Xw/s1600/Pieles+2017.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="288" data-original-width="720" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_S9R9b_wLWaoOc378cdilO4RgJ0lgtam_ThgJQ13UzXuKIaM3HcUKM-048PQo1JGgHTEFZ7hqzxti0saHLs68Kws5jh0Ke4bdlRPC7lvFrW0V7cdLdBPYe7Y3MkbLck9i6EEjShLg8Xw/s640/Pieles+2017.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">O luxo da deformidade<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Indo
pra outra personagem, mas sem fugir muito do tema, um assunto que irá permear a
história é a ideia da deformidade como um “artigo de luxo” ou de diferenciação,
não pra quem sofre com ela, mas pro outro. Explico melhor, no filme a
personagem Ana vive em um triângulo amoroso com dois homens: seu “namorado” e
seu amante, um homem que teve o rosto deformado por queimaduras (pelo menos é o
que dá a entender). A partir desse triângulo, o diretor questiona os nossos
valores, nossa superficialidade e a forma como tratamos o outro, porque fica
claro que o seu “namorado” dá muito mais valor pra sua condição do que pra sua
essência, ou seja, a deformidade de Ana é um fetiche seu. Por mais que ele
esteja disposto a largar varias coisas para investir nesse relacionamento, ele
parte muito mais da sua vontade de se relacionar com alguém que satisfaça suas
taras que por um amor real a outra pessoa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Já,
por outro lado, o seu relacionamento com o amante, que tem condições parecidas
com a sua, parece muito concreto e bilateral, porque ambos se entendem e
compartilham algumas vivências; um não trata o outro como fetiche. Pelo menos
isso é o que você como expectador sente em um primeiro momento, contudo, com o
decorrer do filme, vamos vendo que isso acaba sendo tão injusto quanto a outra
relação, afinal eles se juntam devido a características físicas semelhantes que
não se enquadram em um padrão, e não por ser algo realmente natural. Tanto é
assim que existe uma constante tensão entre os dois porque ela está feliz do
jeito que é, aceita o seu rosto e suas características físicas, ao passo que
ele é infeliz com isso; se tivesse oportunidade de ter um rosto “normal” não
pensaria duas vezes. Algo que incomoda Ana, afinal, se o seu amante tem
problema de aceitar a própria aparência, como ele se sente em relação a
aparência dela?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">É
claro que essa breve pincelada que eu dei já abre diversas outras questões como
necessidade de se enquadrar em uma estética, autoaceitação e tal, porém, o foco
aqui é justamente a dificuldade mostrada pelo filme de uma pessoa com alguma
deformidade entrar em uma relação horizontal com outra pessoa, visto que ela
geralmente vai ser condicionada por alguns fatores que não estariam presentes
nas relações "tradicionais".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Do
inicio ao fim, o filme vai reforçar as dificuldades que essas personagens têm
não apenas de se relacionar com os outros, mas, principalmente, de serem
reduzidas a sua deformidade. Elas deixam de ser vistas como pessoas e passam a
ser vistas pelas suas características físicas/psicológicas, e em alguns casos,
perdem o direito até sobre seu próprio corpo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga891H6Ej4iiDJRD1HVkj4_xrw0Rw_DBjgn0EhgRg5-3pjXDpxIKhtI3PPxVXarv34cMnsyoRQ1AQF5x260B6N90Hk5mBC4dipE2fxsAdWFx9i6bZdXnVgpATdHDdcXiM3sfgCOQvf05g/s1600/pieles-11.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="725" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga891H6Ej4iiDJRD1HVkj4_xrw0Rw_DBjgn0EhgRg5-3pjXDpxIKhtI3PPxVXarv34cMnsyoRQ1AQF5x260B6N90Hk5mBC4dipE2fxsAdWFx9i6bZdXnVgpATdHDdcXiM3sfgCOQvf05g/s640/pieles-11.png" width="640" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Deficiência como entretenimento<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Um outro tema bem interessante tratado na obra é o uso da
deficiência de uma pessoa como entretenimento. No filme há uma personagem com
nanismo, e ela trabalha como mascote de um famoso programa infantil devido ao
seu tamanho. Apesar de ter relativo sucesso e boas condições financeiras, a
personagem está em um momento de crise, afinal ela está grávida, algo que ela
sempre sonhou, mas a sua condição está começando a complicar o seu trabalho:
ela começa a engordar, a roupa começa a não servir mais, já não tem disposição
pra continuar, está cansada do emprego, etc. Sendo constantemente pressionada
pelo seu empresário e pelo diretor do programa, ela se vê cada vez mais presa
na sua condição, afinal seu nanismo impede os outros de olharem pra ela como
uma mulher com desejos e vontades. Para os outros ela é apenas alguém que cabe
dentro da fantasia para satisfazer as necessidades do show business.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De certo modo, a personagem acaba
não tendo posse total sobre o seu corpo, afinal, os outros estão sempre a dizer
o que fazer ou não fazer e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>seu papel
social já está traçado. Suas escolhas acabam sendo sempre reprimidas, não
apenas pela indústria do entretenimento, mas pela sociedade em geral. Caso ela
não tivesse nanismo será que as coisas também seriam assim? É claro que pra mulheres
em geral, principalmente as que trabalham em cinema e TV, existe muita pressão
em relação a corpo, o medo de perder papéis e tudo o mais, contudo, ainda assim
a gravidez ainda é vista de uma forma “positiva” (claro que existem exceções),
afinal que mulher nunca escutou perguntas sobre filhos, algo estigmatizado até.
No entanto, enquanto as mulheres são socialmente estimuladas a terem filhos, a
mulher com nanismo sofre uma constante censura, existindo uma mensagem
explícita reduzindo seu papel como mulher e focando apenas na sua condição
física. Sempre existe a possibilidade dela dar continuidade ao nanismo com seu
filho, algo que uma sociedade padrão desestimula fortemente. O anão/anã é
adorável enquanto ele está nos divertindo com sua condição, mas a partir do
momento que eles buscam ter uma vida semelhante as pessoas de estatura normal,
as coisas mudam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por mais triste que seja, é algo
que já está intrínseco no estereótipo que fazemos dessas pessoas. Se você parar
pra pensar em quantas pessoas com nanismo você conhece, você provavelmente vai
pensar em personagens de programas de humor que usam de sua condição para tirar
risadas de pessoas “normais” como nós, não? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnHjkogQtumIeoTpw8NuBtDbxQo8CFkMDLIf5uJj10kV3QvBEuKYDFfgwf8R_2EFCksnC4xOMb25biuNpm2W4hF4F3F02X4stq7lxZyHE3JwT_YJyTDp5drO7t3UtP3xyoo2VQR5q7tJQ/s1600/Pieles-1-620x328.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="328" data-original-width="620" height="338" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnHjkogQtumIeoTpw8NuBtDbxQo8CFkMDLIf5uJj10kV3QvBEuKYDFfgwf8R_2EFCksnC4xOMb25biuNpm2W4hF4F3F02X4stq7lxZyHE3JwT_YJyTDp5drO7t3UtP3xyoo2VQR5q7tJQ/s640/Pieles-1-620x328.png" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Cu
e boca, boca e cu<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">A personagem mais curiosa de todo o filme é Samantha, uma garota
que nasceu o cu no lugar da boca e a boca no lugar do cu. Apesar do diretor
apelar pra uma abordagem mais fantástica no arco dessa personagem, ele consegue
entrar em diversas questões interessantes, muitas vezes utilizando de um humor
culposo, em que você ri de uma situação vivenciada pela personagem e logo
depois se sente culpado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Num primeiro momento, existe a
questão da reclusão: por toda a vida Samantha viveu isolada morando sozinha com
o pai e sem contato direto com a sociedade, e mesmo quando tem contato ela
tenta disfarçar a sua deformidade. O pai justifica essa reclusão como uma forma
de proteção a filha, pois o mundo é cruel e uma pessoa com essas
características iria acabar sofrendo. Por outro lado, esse isolamento impede a
personagem de ter contatos sociais, por mais difíceis que possam ser,
restringindo sua vida ao pequeno espaço da sua casa. Então de certa forma, esse
isolamento não é por ela, mas sim pra não “ofender” as pessoas normais,
mantendo o seu cu na escuridão para não abalar o status quo. Um exemplo bem
claro disso é quando a garota cria uma conta no instagram e ao postar a
primeira selfie acaba recebendo uma mensagem “sua foto foi apagada devido ao
conteúdo improprio”. Mesmo podendo gerar múltiplas interpretações, fica claro
que a sua aparência é ofensiva e, independente das suas vontades e sonhos, ela
precisa aceitar sua condição. Esse conflito desencadeia frustração atrás de
frustração em Samantha, afinal não é possível viver em uma sociedade baseada em
aparência se você não se enquadra nem nas definições básicas de beleza
estipulada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Criando um contraponto a essa
ideia de aparência, existe Cristian, um jovem que, diferentemente de Samantha,
nasceu fisicamente normal, entretanto, ele rejeita o próprio corpo por
acreditar que suas pernas não são suas, tendo o desejo de cortá-las fora. Além
de criar esse contraponto com outros personagens, ele também serve pra mostrar
que as questões são muito mais complexas que deformidades físicas. Na verdade,
essas deformidades são os menores dos problemas. A grande questão que deveria
ser questionada é justamente o modo como as pessoas ditas normais abraçam
aqueles que de alguma forma fogem do padrão esperado, seja física ou
mentalmente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Existem milhões de assuntos que
podemos discutir e aprofundar a partir do filme, mas como você já deve ter
percebido, mesmo tendo diversos personagens, cada um com uma história e traumas
próprios. Todos os problemas acabam partindo não dessas pessoas, mas sim da
sociedade em que elas estão inseridas. Fica claro em todas essas personagens
que a única coisa que elas desejam e serem vistas e respeitadas como as outras
pessoas “normais” e não serem reduzidas a sua deformidade, sem ter seu papel
social definidos antes mesmo de sua existência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0iUWbNlcuOA6G3rq7fSsB9vA67F-BkhaCGhaZpcZy2bxzbUAc9b1cTSRAdQUUnodENTDx1N1k9JJ4954tkt41eCayNQfojM1o84f-VEodZz2F9ph1vmQYBPr1Sy0wBhacwhN8uMQYaCY/s1600/DY7BGxY.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="720" height="284" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0iUWbNlcuOA6G3rq7fSsB9vA67F-BkhaCGhaZpcZy2bxzbUAc9b1cTSRAdQUUnodENTDx1N1k9JJ4954tkt41eCayNQfojM1o84f-VEodZz2F9ph1vmQYBPr1Sy0wBhacwhN8uMQYaCY/s640/DY7BGxY.png" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"> </span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Devo
parar de julgar o amiguinho ?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Sim,
somos todas pessoas lindas independente de nossas características físicas, e
mesmo não se enquadrando em algum modelo pré estabelecido, todos somos seres
humanos que merecem respeito, amor e filmes <i>trash</i>. Anotaram crianças?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Além
de todas as discussões levantadas, uma das coisas que mais chamam a atenção do
filme é a sua fotografia, gerando a todo o momento o contraste com os
personagens incomuns. As cores rosa e violeta predominam do inicio ao fim, e
isso é interessante porque é um dos poucos filmes que tentam tratar de assuntos
tão sérios de um jeito tão bonito que chega a ser fofo, você poderia muito bem
colocar a Barbie naqueles cenários que funcionaria muito bem. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quando pensamos em filmes que tratam de pessoas
com alguma deficiência ou deformidade, eles sempre acabam assumindo um tom mais
pesado, que não deixa de ser uma forma de discussão também, contudo, não é
porque uma pessoa possui determinada característica que ela precisa ser
retratada de um jeito triste. Deste modo, a estética do filme é tão importante
quanto a história que ele conta, afinal existe um diálogo, o impacto seria
totalmente se o diretor partisse pro convencional e utilizasse de uma
ambientação mais sóbria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Enfim,
<i>Peles</i> é um filme recomendado pra todo mundo que se interesse por filmes
diferentes e que tratam de questões sociais relevantes. Apesar da sua estética
bonita, é um filme pesado e que vai te fazer refletir sobre diversas questões
referentes ao tema central. O filme está disponível no Netflix, então faça um
favor pra você mesmo e vá agora assistir, e depois pode voltar aqui pra
discutirmos mais sobre os traumas deixados por ele. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><b>Trailer</b></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<iframe allow="autoplay; encrypted-media" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/sdr_Bwbybsk" width="560"></iframe>
</div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-46807480012701841372018-07-23T22:22:00.001-03:002018-07-23T22:22:29.713-03:00Série: Aggretsuko<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju1Fvba4EuQ1l295xwRP5PKr-Pa-5mI34SDTYUOUYkkjLTh4W7cjh90UVDe-V5yy2iCZh8w5EJSKQy9RFuhS-gTR3FX04rX0zCJetphSgRSodLMnVGQXNeetG3djblPQKsmDFwNKdZNw8/s1600/bANNE.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju1Fvba4EuQ1l295xwRP5PKr-Pa-5mI34SDTYUOUYkkjLTh4W7cjh90UVDe-V5yy2iCZh8w5EJSKQy9RFuhS-gTR3FX04rX0zCJetphSgRSodLMnVGQXNeetG3djblPQKsmDFwNKdZNw8/s1600/bANNE.png" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O início
da vida adulta é um momento complicado pra muitas pessoas, e provavelmente é,
foi, ou será pra você também. É aquele momento em que diversas incertezas e
cobranças começam a aparecer, você se pergunta se escolheu bem o curso da
faculdade, passa a perceber o real valor das coisas quando precisa pagar por
elas, os boletos se acumulam e, mesmo trabalhando não tem perspectiva de uma
independência financeira, os amigos estão casando e você acha que vai morrer
sozinho/a, a idade avança e você continua sem saber o que fazer da vida, busca
empregos temporários que acaba durando mais do que deveria, etc. Enfim, cada um
vai ter suas próprias crises e incertezas, mas podemos deixar tudo isso um
pouco mais leve, seja cantando <i>death metal</i> em um karaokê ou assistindo <i>Aggretsuko</i>
pra compartilharmos nossas frustrações com a pandinha vermelha mais humana que
você vai encontrar.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<a name='more'></a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht-CA0iiCzqdY0rCtp2SrIRaPuGPZV5a05M-at75oLgPN0mvRzURJNiT7WrQp5zW5ktyeNbO0i5r9l_3_jtLEjw1V2VQHyjxuZGE2eDKjF_I4-WldPBDKeZgFdg8j2SDyF5zJrECltDaI/s1600/aggretsuko-episode-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="852" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht-CA0iiCzqdY0rCtp2SrIRaPuGPZV5a05M-at75oLgPN0mvRzURJNiT7WrQp5zW5ktyeNbO0i5r9l_3_jtLEjw1V2VQHyjxuZGE2eDKjF_I4-WldPBDKeZgFdg8j2SDyF5zJrECltDaI/s640/aggretsuko-episode-1.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS0cBOeovlEqON3dsp7y9iOAFF6WcVTvvMBNHTMWPn5siqZ7pYpPYMX-1MyIeAKE-AAAB0lMJRL75WPJHS-zV9cntzyCYFBpz9qVVOraLRv-R24aFI6Fkbw5j66NRd_RwooeKo60IzEOc/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="266" data-original-width="190" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS0cBOeovlEqON3dsp7y9iOAFF6WcVTvvMBNHTMWPn5siqZ7pYpPYMX-1MyIeAKE-AAAB0lMJRL75WPJHS-zV9cntzyCYFBpz9qVVOraLRv-R24aFI6Fkbw5j66NRd_RwooeKo60IzEOc/s1600/download.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Nome:</span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> Aggretsuko</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Gênero:</span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> Animação</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Emissora:</span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> Netflix</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Ano de estreia:</span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> 2016</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Retsuko é
uma panda vermelha, solteira de vinte e poucos anos que trabalha no
departamento de contabilidade de uma empresa japonesa. Lidando diariamente com
as frustrações da vida adulta e com os abusos de seus superiores, apesar da
infelicidade, a jovem se vê sem muitas opções de mudança diante da situação em
que se encontra. O único lugar onde ela encontra um pouco de conforto é no
karaokê de sua cidade, onde ela canta <i>death metal</i> para extravasar toda a
negatividade do seu dia a dia. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt;"> </span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">A
antropomorfização</span><o:p></o:p></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Se não me
engano essa vai ser a primeira vez que falamos de uma série aqui no blog,
apesar de nós dois assistirmos muitas coisas, séries sempre foram um tipo de
obra um pouco mais difícil de resenhar por diversos motivos, mas,
principalmente por terem diversas temporadas e, geralmente, lidar com diversas
histórias em paralelo. Particularmente, acho estranho resenhar uma obra que
ainda está incompleta e que só irá ter continuação daqui a um ou dois anos.
Mas, ao assistir <i>Aggretsuko,</i> eu pensei que a obra merecia de alguma
forma aparecer aqui na página. Então, essa<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>e as futuras séries que aparecerem aqui não vão ser exatamente
resenhadas, mas sim indicadas pra quem não conhece ou quer saber um pouco sobre
nossa perspectiva em relação a obra.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><i>Aggretsuko</i>
é um desenho baseado em uma personagem criada pela mesma empresa da Hello
Kitty. Mas bem diferente da gata sem boca, Retsuko é uma personagem bem mais
complexa, que dialoga muito mais com os jovens adultos do que com as crianças
(talvez seja uma forma da empresa manter aquele publico que conquistou nos anos
90 com a sua mascote mais famosa. Mas enfim, apenas conspirando). A história
acompanha essa panda vermelha antropomórfica que esta infeliz com seu trabalho
no escritório, tanto pela constante repetição e monotonia da função quanto pelo
ambiente de trabalho: os chefes são abusivos, existe um clima predatório entre
os colegas e não há perspectiva de crescimento. Esse descontentamento com o
emprego se estende para sua vida pessoal, pois Retsuko<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>não tem muito tempo pra si e os abusos sofridos
no trabalho repercutem em suas outras atividades. Ela acaba tendo dificuldade
de conhecer novas pessoas, vive em uma contante pressão, afinal ela já tem 25
anos e ainda não está rica e nem casada, os amigos estão sempre felizes e
plenos nas redes sociais, etc. Ou seja, Retusko é um escarro fofinho de nossa
geração.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O que mais
gosto na série é justamente como ela trata de assuntos tão sérios de uma
forma<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>leve e sutil. Ao mesmo tempo em
que você tá encantado pelos personagens fofinhos de desenho infantil, dando uma
risadinha ou outra devido a uma piada ou situação, no fundo, você vai
sentir<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>um constante desconforto, porque
apesar de ser ficção e ter uma estética fofa, toda a narrativa é muito
concreta. É como se você pegasse a vida de alguém e transformasse em desenho. <i>Aggretsuko</i>
é de certa forma uma deturpação dos desenhos infantis, ele não quer te levar
pra um mundo mágico ou dar uma moral pra história, mas sim usar esses
personagens animados pra que as pessoas possam rir, chorar e refletir a própria
situação e a sociedade em que vivem.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No mundo
do desenho não existem humanos, todos os personagens são animais
antropomórficos e cada um desses animais acabam representando, de certa forma,
um tipo de personalidade, como se a figura dos animais fossem alegorias para o
comportamento de cada indivíduo (algumas obvias, outras nem tanto). Por
exemplo, o chefe de Retsuko é um porco que explora os empregados e só quer
saber de si próprio, assim como a outra superior que é uma cobra e vive
sobrecarregando os funcionários. Por outro lado, as mulheres que ela admira
dentro da empresa são representadas por uma gorila e uma pássaro, como se
fossem exemplos de força e beleza. As vezes parece que estamos vendo o desenho
pelos olhos de Retsuko, e os animais são como a panda, inocente, solitária e
sonhadora, acaba enxergando os outros de acordo com a personalidade de cada um.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLmlNPAwGJLGgJ4-ZueJbXK7YRCSfvNqb9JZNyruznKTb2ztrqGJLjH_7fdn7yne0dnLI0mx0rF8ju1d02lQTpvru5TWkbWoGOBFtEE69SDo7pl6GAzFbR-1HvlqvofSR8qr8i6WGu63Y/s1600/DbbOz64VwAA_XHN.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="1200" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLmlNPAwGJLGgJ4-ZueJbXK7YRCSfvNqb9JZNyruznKTb2ztrqGJLjH_7fdn7yne0dnLI0mx0rF8ju1d02lQTpvru5TWkbWoGOBFtEE69SDo7pl6GAzFbR-1HvlqvofSR8qr8i6WGu63Y/s640/DbbOz64VwAA_XHN.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Crescer é
traumático</span><o:p></o:p></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma coisa
bem curiosa é que ao assistir o desenho vamos percebendo que, embora ele seja
muito baseado na cultura japonesa, nem por isso se torna menos relevante para
nossa cultura ocidental. É claro que em alguns pontos podem não fazer muito
sentido pra nosso estilo de vida, mas como um todo os dramas dos jovens adultos
acabam sendo bem semelhantes tanto no Japão quanto aqui.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Toda a
trama gira em torno de Retsuko e seus constantes conflitos com a vida adulta.
No início, vamos conhecer um pouco da sua rotina, da sua vida no trabalho e da
importância do karaokê como amenizador de suas pressões. Conforme a trama
avança vamos vendo pequenas atitudes da protagonista para buscar uma mudança,
porém, é interessante perceber o cuidado do roteiro em mostrar as coisas de uma
perspectiva bem pé no chão e não forçar situações felizes só pra que tudo dê
certo, afinal todas as ações acabam tendo reações, e nem sempre são positivas.
Assim, muito de Aggretsuko está baseado em expectativas, porque apesar estarmos
sempre torcendo pela personagem, nós sabemos que o sistema é foda e as coisas
nunca são simples. Nós torcemos pra que ela tome uma atitude em relação a uma
questão ao mesmo tempo em que sabemos que aquela ação pode tornar as coisas
piores, apesar de ser necessária. E assim por diante. Por trás do desenho
fofinhos e um humor peculiar, existe um conteúdo bem interessante, que consegue
ser melhor do que muitas outras produções que tratam do mesmo tema de uma
maneira “mais séria”.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Apesar de
diversos assuntos permearem a história do início ao fim, vamos perceber que a
cada capítulo a série enfoca um tema diferente. Dentre os tópicos trabalhados,
vamos ver alguns como abuso dos superiores no ambiente de trabalho, machismo, o
diferente tratamento que mulheres e homens recebem, a falta de cooperação entre
colegas de trabalho e a constante guerra em que um tenta se dar melhor que o
outro, a dificuldade em reportar abusos e as consequências disso, etc. Fora do
ambiente corporativo também existirão questões envolvendo relacionamento, como
a pressão para casar (principalmente no que diz respeito a mulher), a falsa
realidade das redes sociais onde todo mundo é feliz, dando a constante sensação
de que você está atrás dos seus amigos no quesito felicidade, padrões de beleza
e a constante busca pelo corpo ideal (afinal ninguém vai te querer se você não
for igual as pessoas da revista/internet). Além desses, outros temas vão surgir
pra mostrar pro expectador que as coisas não estão fáceis nem pros animais.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Enfim,
apesar de <i>Aggretusko</i> tratar de temas densos e complexos, ele passa tudo
de uma maneira bem leve, divertida e sem precisar ser muito autoexplicativo,
entretanto mesmo sendo um bom entretenimento, ele ainda te deixa com aquele
gostinho amargo na boca. Você se diverte assistindo, mas nem por isso fica
indiferente com aquilo que a série quer passar.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0RxxXOuv1LpbaKxfVpekFsU6PgMiriuiMWemCdLZ2HXC5Op1rUL6oWY5hYRyuQKr9OMjkaINROjEVnjXlykXAx89eNuUfzC8TFz_qwf9dt2BRmM8YSy8dhjJjIQxJiImbyxvx468oiNY/s1600/1-25.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="858" height="334" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0RxxXOuv1LpbaKxfVpekFsU6PgMiriuiMWemCdLZ2HXC5Op1rUL6oWY5hYRyuQKr9OMjkaINROjEVnjXlykXAx89eNuUfzC8TFz_qwf9dt2BRmM8YSy8dhjJjIQxJiImbyxvx468oiNY/s640/1-25.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">E ai,
bora pro karaokê?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></b><i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Aggretsuko</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> foi uma
dessas produções que acabei encontrando sem querer enquanto passeava pelo
Netflix. Eu não tinha noção nenhuma do desenho quando comecei a ver, a única
coisa que eu sabia era que se tratava de um bichinho fofinho que cantava <i>death
metal</i>, uma descrição suficiente pra me chamar atenção. Quando comecei a
assistir, porém, logo percebi que era mais interessante que isso, afinal o <i>death
metal</i> é apenas um detalhe divertido no meio de tantas discussões
importantes.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma coisa
bastante curiosa na série é que, apesar de ser um desenho pro publico adulto,
em nenhum momento ele esconde as influências “infantis” dele, algo muito
diferente dos desenhos feitos especificamente pro público mais velho, que
acabam apelando pra violência, sexo e narrativas mais pesadas. Eu acredito que
seja um desenho que possa ser visto por todas as idades, apesar de dialogar
muito melhor com um público específico. Acho que pessoas mais novas (e mais
velhas) também conseguem extrair algo sem parecer direcionado exclusivamente
para um único publico.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Enfim,
assistam <i>Aggretsuko</i> e depois venham conversar com a gente sobre esse
desenho que<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>discute nossa miséria de um
jeito fofo.</span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu12CXf9OUhpC-HdnaPL-Y3f8Zz4hpP1hUgT8b6mu9Rc-i9USnSinubteniXt_dnUVSK_nwulot8tiLnVFtzHIKBvQB9WDc_-D-IIXKrDvZakGr2B11PrGJ7dD5GenL3nQAxpOTcd6v2g/s1600/00-social-Aggretsuko-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="621" data-original-width="1104" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu12CXf9OUhpC-HdnaPL-Y3f8Zz4hpP1hUgT8b6mu9Rc-i9USnSinubteniXt_dnUVSK_nwulot8tiLnVFtzHIKBvQB9WDc_-D-IIXKrDvZakGr2B11PrGJ7dD5GenL3nQAxpOTcd6v2g/s640/00-social-Aggretsuko-1.jpg" width="640" /></a></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-39620163403935033042018-07-05T22:47:00.000-03:002018-07-05T22:47:01.678-03:00Resenha: Hex (Thomas Olde Heuvelt)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcJG5fJR6HJq0b1Dl04KcHlRGdfRoZEVsD7XJitLLKmQwIdosS1RV7dJrcNgeY62xkXIVE27Lnicyehp_6lluJtd_GNL0OzmOht1SjpfcWCdE8NwQOUSo9ohxclvK4W_0MbS0swRD5kQg/s1600/HEX.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcJG5fJR6HJq0b1Dl04KcHlRGdfRoZEVsD7XJitLLKmQwIdosS1RV7dJrcNgeY62xkXIVE27Lnicyehp_6lluJtd_GNL0OzmOht1SjpfcWCdE8NwQOUSo9ohxclvK4W_0MbS0swRD5kQg/s1600/HEX.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Olhe pra
trás: está vendo a bruxa? Calma, não precisa ficar assustado, ela agora também
faz parte da sua vida. Você pode tentar fugir, mas ela sempre irá te encontrar.
Então apenas aceite a presença dela em sua vida. Tirando alguns sustos, ela não
fará nada e não irá te machucar, desde que você não a incomode. Mas lembre-se:
nunca, em hipótese nenhuma, tire a costura de seus olhos e sua boca, não
queremos que ela saiba quem somos e, também, não podemos escutar o que ela tem
a dizer. Ignore sua presença e siga sua vida, é tudo que podemos fazer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"></span></div>
<a name='more'></a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2wVjO53fAdHqc_SKtmOBqoIWB_TXdBi6Z0hbkJlbk5w7cLU4lPTAhUqCT4MrnVwPZDFyh6hR9XSr2lI2rZTW2REM72Gd9_vuadrwktAMxmzCd5t_kd1Sfw1oT1fZ4xlVR7RUYqZxiUE0/s1600/20180705_212435.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2wVjO53fAdHqc_SKtmOBqoIWB_TXdBi6Z0hbkJlbk5w7cLU4lPTAhUqCT4MrnVwPZDFyh6hR9XSr2lI2rZTW2REM72Gd9_vuadrwktAMxmzCd5t_kd1Sfw1oT1fZ4xlVR7RUYqZxiUE0/s640/20180705_212435.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><i>“Mathers
os liderou em prece, e a maior parte da comunidade se juntou a ele. Eram
pessoas<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que conheciam umas às outras por
toda uma vida, que respeitavam umas às outras e se amavam de suas próprias
maneiras peculiares, como normalmente acontecia em pequenas cidades do norte do
estado. Mas Steve notou que todos haviam passado por uma mudança radical. Ele
sentiu isso com ainda mais força quando eles se afastaram, pouco depois,
silenciosamente e desviando os olhares. Sobre os habitantes da cidade, havia
caído uma resignação que Steve achou ainda mais interessante<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>do que a tensão anterior.</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Eles
pareciam pessoas que sabiam ter feito algo pavoroso, algo irreversível… e algo
com o qual poderiam facilmente viver.”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvcZyZiLjLUhex4bzd7sMRtMe_0VnfCQns7gAAywKSQRikWhSYvNpB2YIYYR7Oaez-ITHcKa_Q7Q08P7IXoM0KTQdhGjB5aQZDtIs6ppPtzlt9FH2q16k4fbg4J9aZFHXDXIQ9MksD_Cw/s1600/HEX-Capa.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="646" data-original-width="451" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvcZyZiLjLUhex4bzd7sMRtMe_0VnfCQns7gAAywKSQRikWhSYvNpB2YIYYR7Oaez-ITHcKa_Q7Q08P7IXoM0KTQdhGjB5aQZDtIs6ppPtzlt9FH2q16k4fbg4J9aZFHXDXIQ9MksD_Cw/s320/HEX-Capa.png" width="222" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Título original: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Hex</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Autor: </span></b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Thomas Olde Heuvelt</span><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"></span><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Ano: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">2016<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Editora: </span></b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Darkside books</span><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Páginas: </span></b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">365</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Black
Springs é uma pequena cidade do interior que há mais de trezentos anos é
assombrada pela bruxa Katherine. Acorrentada e com a boca e os olhos
costurados, ela vaga sussurrando suas maldições pela cidade. Para acompanhar os
passos da bruxa e evitar que os forasteiros descubram seus segredos, a cidade
criou o HEXapp, um aplicativo de celular para que as pessoas notifiquem e
acompanhem a localização da bruxa. Apesar da situação incomum e do constante
clima de ameaça, as pessoas aprenderam a lidar com a presença de Katherine...
mas nem todas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">É nois
que voa, bruxona<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Após ser
acusada de bruxaria e queimada na fogueira, Katherine Van Wyler pode ter
morrido mas sua presença continua viva em Black Springs. Mesmo depois de ser
queimada viva ela permanece vagando pela cidade maldizendo os seus carrascos e
não há nada que os moradores possam fazer para se livrar da bruxa, pois sempre
que tentam algo novo coisas sinistras acontecem: mortes, mudanças no
ecossistema, eventos inexplicáveis, etc. A única coisa que os moradores locais
podem fazer é aprender a conviver com os seus segredos, porque nem fugir eles
podem. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ao longo
dos anos a cidade foi se adaptando à indesejada presença de Katherine que,
apesar de manter alguns padrões, pode aparecer a qualquer momento em qualquer
lugar da cidade. Trezentos anos após a maldição continuar viva, já em 2012 e
com os avanços tecnológicos, a cidade desenvolveu o HEXapp, um aplicativo
social onde os moradores compartilham informações sobre a bruxa, postando em
tempo real informações sobre sua localização e comportamento. Além disso, a HEX
(organização que criou o aplicativo) junto com o conselho da cidade também
monitora as câmeras e os meios de comunicação da cidade, principalmente
internet, para evitar que o segredo da bruxa saia das fronteiras de Black
Springs, algo que poderia trazer ainda mais problemas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nesse
cenário de bruxas, segredos e pessoas oprimidas pela presença de Katherine,
Thomas Olde Heuvelt nos leva para Black Spring, para conhecermos melhor a vida
de seus moradores e, também, descobrirmos que a cidade tem muito mais segredos
enterrados.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4F8FtuvP6bXDdgrXj9nImYhJkc8ORKKovBMwYnA0cAIDD6Zu83mAEeEEfFs7MbgA5GiwD5Z_hyphenhyphenv7rWvOyMeNncx0qZmjmbZyvaEAJnbbkX9VMALIczAhv9PshKlHCMsyJAufc6bzmBTs/s1600/20180705_212458.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4F8FtuvP6bXDdgrXj9nImYhJkc8ORKKovBMwYnA0cAIDD6Zu83mAEeEEfFs7MbgA5GiwD5Z_hyphenhyphenv7rWvOyMeNncx0qZmjmbZyvaEAJnbbkX9VMALIczAhv9PshKlHCMsyJAufc6bzmBTs/s640/20180705_212458.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Tem bruxa
pra todo mundo<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Algo bem
bacana em HEX é que, apesar de acompanharmos alguns personagens, a verdadeira
protagonista de toda a história é a cidade. A cada capítulo, o autor vai
alternando entre os personagens, dando diversas perspectivas diferentes sobre a
mesma situação e, de certo modo, abrindo discussões diferentes em relação ao
problema comum, Katherine. Apesar de sermos apresentados a um número razoável
de moradores da cidade, vamos acompanhar principalmente quatro deles: Steve,
Tyler, Griselda e Robert. Cada um vai ter os seus próprios arcos e um tipo de
relacionamento com Black Spring e, consequentemente, com a bruxa. Mas, como
disse, mesmo tendo historias bacanas isoladamente, elas realmente se destacam
quando são vistas em perspectivas e formam esse macroambiente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Esse tipo
de narrativa adotada pelo autor ajuda a dar vivacidade e credibilidade pra
história, afinal cada pessoa reage diferentemente a uma mesma situação. Se
temos posições diversas sobre biscoito x bolacha, imagina como lidaremos com
uma bruxa em nosso cotidiano. Algumas pessoas vão apenas aceitar, outras vão
querer fazer algo, algumas vão achar que é uma mensagem divina… e mesmo dentro
dessas diferentes perspectivas vão tendo outras subdivisões. Nem todos que
querem fazer algo em relação a bruxa vão querer seguir pelos mesmos meios.
Então mesmo não sendo perfeito, afinal, isso poderia alongar bastante o livro,
o autor faz um bom trabalho em construir esse<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>cenário e mostrar como as pessoas são diversas em todos os assuntos, mas
principalmente nesses mais delicados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sendo
assim, se, por um lado, temos uma discussão sobre indivíduos lidando com uma
bruxa em seu cotidiano, por outro, teremos pessoas diferentes tendo que lidar
com opiniões diferentes da sua em uma comunidade que vive em uma situação que é
complicada pra todo mundo. Então, como você já deve imaginar, a bruxa é apenas
um dos elementos pra uma treta muito maior. Afinal, podemos não ter uma bruxa
na nossa cidade (pelo menos não literalmente), mas acho que todo mundo sabe o
quão difícil é conviver com os amiguinhos com opiniões totalmente opostas a
sua.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3C-joA3YER9weDD-Ig48I0c-oGK6RUkEC1pURzi0uxQ7amJtKhBN2dL6jR4KAPPQ-sdlHUQo4j5j7c61-Mgz6bvYV3UktHRwnDjwfLPcpUYySFApCKCrPTjcIrLkypF9lz-MIeqhAG7o/s1600/20180705_212522.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3C-joA3YER9weDD-Ig48I0c-oGK6RUkEC1pURzi0uxQ7amJtKhBN2dL6jR4KAPPQ-sdlHUQo4j5j7c61-Mgz6bvYV3UktHRwnDjwfLPcpUYySFApCKCrPTjcIrLkypF9lz-MIeqhAG7o/s640/20180705_212522.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Botando
lenha na fogueira<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como disse
anteriormente, apesar da cidade ser a grande protagonista, vamos acompanhar
quatro personagens, cada um com seus dilemas e cada um tendo uma relação
diferente com a bruxa e com a comunidade. Vou fazer um breve panorama sobre
cada um sem entrar muito na historia e não revelar mais do que deveria, mas que
permitirá pontuar algumas discussões importantes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tyler é um
jovem estudante do ensino médio que tem como principal hobby fazer vídeos para
o youtube, andando com sua câmera de um lado pro outro ele está sempre filmando
seu dia a dia não apenas para atualizar seu canal e seguidores, mas também para
coletar materiais para um projeto secreto que ele tem com outros jovens. Esse
projeto tem como objetivo coletar informações sobre Katherine (mesmo que seja
proibido registrar fotos/vídeos ou ate mesmo comentar na internet sobre a
bruxa), com o objetivo de encontrar uma solução para a maldição. Postando em
uma página secreta, esses jovens vão fazendo experimentos para compreender
melhor os padrões e comportamentos da bruxa e quem sabe encontrar um meio para
libertar a cidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Steve, pai
de Tyler, é um médico e professor que carrega a culpa de ter estabelecido sua
família em Black Spring, condenando todos a viverem sob a maldição da bruxa.
Vivendo na cidade com sua mulher e seus dois filhos, e trabalhando em Nova
York, ele vive em um constante dilema moral tendo que lidar com a criação dos
filhos que ele considera adequada e com as complicadas regras (e pessoas) de
Black Spring. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Griselda é
uma mulher sofrida que passou por diversos abusos e traumas, principalmente por
seu falecido marido, após a morte do mesmo ela assumiu o controle do açougue da
cidade. Sendo tratada com um certo sentimento de pena pelo restante da comunidade
e vivendo com seu filho rebelde, Griselda vive em um constante conflito sobre
suas crenças e sobre sua posição/obrigação na cidade. Ela acabou encontrando um
pouco de conforto na figura de Katherine, acreditando que a bruxa não deveria
ser temida, mas sim tratada com respeito e compreendida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por fim,
temos o Robert Grim, o supervisor da HEX. Ele é o responsável pela organização
que monitora a bruxa <i>— </i>e, consequentemente, os habitantes de Black
Spring <i>—</i> para que o segredo da cidade permaneça dentro de suas
fronteiras. Também membro do conselho local, ele acaba assumindo a
responsabilidade de quase tudo que envolva forasteiros, como evitar que pessoas
de fora comprem imóveis na cidade ou esconder a bruxa dos turistas em datas
festivas e derivados. Assim como Steve simboliza a ponte entre Black Spring e o
exterior, Robert funciona como a ponte entre o concelho e a população, sempre
estando no meio das bagunças da cidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É claro
que haverá muitos outros personagens importantes, como o filho da Griselda, o
prefeito e líder do conselho, o padre, etc. Mas é a partir da perspectiva
desses quatro que vamos conhecendo os outros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuf5ZdWYf_6U24KlfIS8R4RgJIHk7uboqRBQsZ0F16bwHaNGI9gUd12piaYI5FQpIzbmY-ZM6FymLPJTD2PUfkcaMQK7gF_dLcwPlJmkj0hOy5cewOhzttJ3hPoIdWdZxzAsm5ikXiaQc/s1600/20180705_212542.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuf5ZdWYf_6U24KlfIS8R4RgJIHk7uboqRBQsZ0F16bwHaNGI9gUd12piaYI5FQpIzbmY-ZM6FymLPJTD2PUfkcaMQK7gF_dLcwPlJmkj0hOy5cewOhzttJ3hPoIdWdZxzAsm5ikXiaQc/s640/20180705_212542.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Burn,
witch, burn<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como você
deve ter percebido pela breve descrição dos personagens “principais”, <i>HEX</i>
é um livro que vai tratar de diversos assuntos interligados e que dialogam
entre si a todo momento. A complexidade da cidade e dos moradores acabam se
sobressaindo ao da figura principal do livro, que é a bruxa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não sei se
é somente eu, mas sinto uma grande influência de Stephen King na obra, desde a
escrita até algumas homenagens bem claras. Ao longo da trama, vamos vendo
algumas das fontes utilizadas pelo autor, entretanto, a referência mais clara
está justamente na criação da trama, consistindo em utilizar de um elemento
sobrenatural para discutir comportamento humano. É claro que a bruxa é
importante e é claro que ela é o centro da história, mas o grande poder da
história está nas pessoas comuns e não no fantástico, estando em levar o leitor
a observar comportamento humano diante de uma situação adversa, algo que
Stephen King faz constantemente e faz muito bem. A bruxa de certo modo é um
detalhe, pois poderíamos substituir sua figura por algo mais concreto e menos
irreal, e ao mesmo assim chegaríamos a um mesmo resultado: o problema são as
pessoas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sendo
assim, com Black Spring e com a figura da bruxa, o autor consegue criar um
microcosmo da sociedade para discutir, apontar e criticar, muitas das nossas
ações ou posições diárias diante de um mundo cada vez mais complicado. Então,
mesmo sendo classificado como terror e existindo motivos pra isso, <i>HEX</i>
também acaba tendo diversas outras facetas, pois ao mesmo tempo em que ele nos
entretêm com mortes, mistérios e situações bizarras, ele também levanta
reflexões sobre assuntos diversos e relevantes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com isso,
ao terminar o livro chegamos a conclusão que independente de ser pequena ou
grande, toda cidade tem a sua própria bruxa e cada pessoa vai lidar com ela de
uma maneira diferente, independente de que bruxa seja essa (e se ela realmente
for uma bruxa). Sempre existirão pessoas que vão querer simplesmente varrer pra
debaixo do tapete, afinal, ela sempre esteve lá, pra que vai tentar mudar algo
agora? Outras vão querer buscar mudanças, seja pela força ou por meios mais
éticos. Algumas instituições, como a igreja, vão utilizar disso pra conquistar
mais fieis. Outras, como o governo, pode usar como um instrumento de medo. As
massas sem uma opinião formada podem acabar atraídas por discursos que levam a
barbárie, etc. Ou seja, não precisamos de uma bruxa no sentido literal para
vivenciarmos todos os conflitos de Black Spring, mas talvez a ficção seja
importante pra refletirmos um pouco sobre a realidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ2Vmhr7DFivkJOGF9O3jFot8lgenJ36NT24CDwc900YmfuFULs7CLqbUODhcklbGuo669B8jlFWYc1XPy6NBWLdtcPgpI2CGjmyvDO0JTBEQuHEiXq6MARJDSH2Ypj-tI8oz8xdJ-9bc/s1600/20180705_212606.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ2Vmhr7DFivkJOGF9O3jFot8lgenJ36NT24CDwc900YmfuFULs7CLqbUODhcklbGuo669B8jlFWYc1XPy6NBWLdtcPgpI2CGjmyvDO0JTBEQuHEiXq6MARJDSH2Ypj-tI8oz8xdJ-9bc/s640/20180705_212606.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Alguém me
indica um hotelzinho em Black Spring?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Eu arrisco
dizer que <i>HEX</i>, enviado pra gente pela Darkside, é um dos meus
livros de ficção favoritos da editora, junto com <i>Fábrica de Vespas</i>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> É</span> o
tipo de obra que se sai muito bem naquilo em que se propõe. Mesmo misturando o
terror com outros gêneros e discutindo questões sociais, em nenhum momento ele
soa forçada ou prepotente de querer ser mais do que aquilo que é. O autor
consegue equilibrar tudo e entregar uma história coesa e interessante, que ao
mesmo tempo em que pode causar um pouco de medo e nojo pelo terror e pelo gore,
também abre pra reflexões sem precisar quebrar a narrativa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como disse
anteriormente, são nítidas as influências do autor. Ao meu ver, a mais forte é
a do Stephen King, mas também é possível ver sinais da literatura mais clássica
do gênero. Mas mesmo sendo evidente o seu background, o autor consegue mostrar
sua própria identidade misturando o clássico com o moderno. Ao mesmo tempo em
que sua história tem um clima de historias clássicas sobre bruxas (cidade pequena,
bruxa condenada a fogueira, uma vila conservadora, as questões morais
referentes a condenação, etc), também temos esse ar moderno de aplicativos de
celular e câmeras monitorando a bruxa, um personagem que faz vídeos pro
youtube, etc. E isso cria um clima interessante porque acaba criando essa
dualidade entre o velho e o novo, como se fosse uma homenagem contemporânea as
histórias<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de bruxa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Outro
ponto positivo é a constante quebra de expectativas que o autor propõe. Pelo
menos comigo, sempre que eu achava que sabia o caminho que a historia ia tomar,
ela acabava tomando um outro rumo, principalmente no fim da primeira parte (se
você leu, sabe do que eu estou falando). É claro que logo nas primeiras paginas
já dá pra sacar que a verdadeira intenção é discutir a cidade e não a bruxa,
mas a forma que ele faz isso acaba se destacando, saindo da linha óbvia que eu
acreditava que iria seguir. Um outro ponto que me agradou foi deixar muito
pontos sobre a bruxa em aberto, criando o ar de mistério e duvidas sobre as
suas intenções por toda a trama.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Enfim, há
diversos outros assuntos que poderia abordar, mas essa resenha já esta longa o
suficiente e acredito que é o suficiente pra despertar sua curiosidade. Sendo
assim, acho que <i>HEX</i> é um livro que indico pra todo mundo que gosta de
histórias de bruxas e terror em geral. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A edição
da Darkside tá bem bonita e merece e estar na sua estante, caso eu tenha me
esquecido de mencionar. Então já liga pra sua agencia de viagens e reserva seu
hotelzinho em Black Spring e vem curtir umas bruxaria com a gente.</span><o:p></o:p></div>
<br /><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbBoZFA-MI8hbsm3z1TiKlGX-c-VWU4IOswerkK9yLQsHBCdh4UClS0F4DkDSS5mWPt0QFTVhE_oiAuubwnAFJxYplF9Aw62gWuA1aMYgV8WxfsnQ2D0Y5kJiH6GLUr8TCycHzWmd9Vmg/s1600/20180705_212448.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbBoZFA-MI8hbsm3z1TiKlGX-c-VWU4IOswerkK9yLQsHBCdh4UClS0F4DkDSS5mWPt0QFTVhE_oiAuubwnAFJxYplF9Aw62gWuA1aMYgV8WxfsnQ2D0Y5kJiH6GLUr8TCycHzWmd9Vmg/s640/20180705_212448.jpg" width="640" /></a></div>
<div>
<br /></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-82729771642496818792018-06-07T22:22:00.001-03:002018-06-07T22:22:47.622-03:00Resenha: O colecionador (John Fowles)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDYkI2tmTPZC23Uuc8DXDU6-NcdLG2Dcz63jXIJcpoahM9F3l0njxG005r9qqt57pbOcX4Jxwl3jaQbJAXShxGs3zYkUg6dvEiM7V60qH_dSXuDd8lPLZj-lrxNfBjknAYyX6Dsk3bEyM/s1600/colecionadorban.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDYkI2tmTPZC23Uuc8DXDU6-NcdLG2Dcz63jXIJcpoahM9F3l0njxG005r9qqt57pbOcX4Jxwl3jaQbJAXShxGs3zYkUg6dvEiM7V60qH_dSXuDd8lPLZj-lrxNfBjknAYyX6Dsk3bEyM/s1600/colecionadorban.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Você já
desenvolveu um amor platônico por alguém? Algum garoto ou uma garota que você
stalkeava (ou stalkeia) mesmo que essa pessoa nem saiba da sua existência ou
que saiba, mas desconhece suas intenções? Já planejou uma vida junto com alguém
mesmo que o máximo de contato tenha sido um “oi” no elevador? Ou pior ainda, já
ficou com ciúmes de alguém que nem mesmo conhece a não ser por postagens em
redes sociais? Não adianta mentir, é bem provável que você já tenha passado por
algo do tipo, entretanto eu espero que não tenha chegado ao ponto de sequestrar
a pessoa desejada para que ela possa te conhecer melhor.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<a name='more'></a><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPlrOdIW8sK-O7BCRFdz-mmmJ5Q0UOvvPsODoszeG-U0r0v1UgjsKpqb6eRmxnjhn7dS3dGKr2CrTJaUGKrpau7YlrlhYdMQJ-F0uYULz9NSk_JNxw_LnYb5iZZUSruCCpjCEBP9dTmwk/s1600/20180607_204127.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPlrOdIW8sK-O7BCRFdz-mmmJ5Q0UOvvPsODoszeG-U0r0v1UgjsKpqb6eRmxnjhn7dS3dGKr2CrTJaUGKrpau7YlrlhYdMQJ-F0uYULz9NSk_JNxw_LnYb5iZZUSruCCpjCEBP9dTmwk/s640/20180607_204127.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> <i>“Sou
uma entre uma fileira de espécimes. É quando tento bater as asas que ele me
odeia. Meu papel é estar morta, presa por um alfinete, sempre a mesma, sempre
linda. Ele sabe que parte da minha beleza reside em estar viva, mas é morta que
ele me quer. Ele me quer viva-porém-morta. Eu me sinto terrivelmente
fortalecida hoje. O fato de estar viva e em transformação, e o fato de eu ter
uma mente consciente e ter mudanças de humor, e tudo isso estava se tornando um
incômodo.”</i></span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span><span style="font-size: 12pt;"> </span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf2I1sKAZ6HrrK5v2OmrCaIlKwL8dYQry99W7uxSlXNd_c_aFcCsf6vlaVB2OoUhjw4932nzHe6e2kCaYpVNsnnWwjIojmYg_ncmomG8Ohf35T5oQ3hgfx5ua1VliD3XHV1z_01_uA2TA/s1600/timthumb.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="315" data-original-width="220" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf2I1sKAZ6HrrK5v2OmrCaIlKwL8dYQry99W7uxSlXNd_c_aFcCsf6vlaVB2OoUhjw4932nzHe6e2kCaYpVNsnnWwjIojmYg_ncmomG8Ohf35T5oQ3hgfx5ua1VliD3XHV1z_01_uA2TA/s1600/timthumb.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Título original: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">The collector</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Autor: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">John Fowles</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Ano:</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> 1963</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Editora:</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> Darkside
books</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Páginas: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">343</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> Frederick
Clegg é um jovem solitário que sempre viveu com sua tia e sua prima, mas nunca
conseguiu se relacionar muito bem com as outras pessoas. Como forma de
escapismo pra essa solidão, ele se dedica ao colecionismo de borboletas e,
também, alimentar seu amor platônico por Miranda, uma jovem estudante de artes
que ele está sempre a vigiar, mesmo que nunca tenha tido nenhum contato com a
garota. Quando Clegg ganha na loteria, ele decide usar o dinheiro para fazer um
plano e, assim, conseguir conquistar a garota de seus sonhos.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> Ele
imagina que não conseguiria chamar a atenção de Miranda por meios
convencionais, então ele decide sequestrá-la e mantê-la em cativeiro para que
ela possa conhecê-lo melhor e perceber que ele é um cara legal e que eles podem
se dar bem juntos… um plano que só daria certo em sua cabeça.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">O caçador e a borboleta</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> A
premissa de<i> O colecionador</i> é bem simples, mas é justamente nisso que
está seu grande trunfo, porque apesar da historia se resumir a um sequestro,
toda a construção e todos os detalhes fazem essa narrativa ser muito mais do
que aparenta. É claro que é possível ler levando em conta somente a superfície,
porém, o que torna o livro um clássico do seu gênero é a construção de
personagens e todas as questões que o autor abre pra discussão e, ainda mais, a
exibição de dois pontos de vista sobre a mesma história. Mas desenvolveremos
isso melhor ao longo da resenha.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> Narrado
em primeira pessoa e de uma maneira ágil e sem muita enrolação, vamos conhecer
Frederick Clegg, um jovem adulto sem muitas habilidades sociais e que sempre
teve uma vida pacata. Quando criança ele costumava ir pescar com o tio, esses
contato com a natureza fez com que ele começasse a desenvolver seu interesse
por borboletas, algo que iria acompanhar por toda sua vida, fazendo coleções e
pesquisas sobre. Quando adulto ele começou a trabalhar na prefeitura, foi onde
ele começou a observar Miranda, uma garota de 20 anos estudante de artes que
morava em frente o prédio em que trabalhava. Apesar de desenvolver essa
obsessão pela garota, ele sempre mantinha uma distancia: observava da janela,
seguia ou buscava informações sobre ela, mas nunca interagia.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> Quando
ganha na loteria e se vê sozinho, ele decide que é a hora de tentar se
aproximar da garota que ele tanto admira, mas sabendo que ele dificilmente
teria chances com ela em um ambiente real, ele decide montar um plano em que
ela não tenha chances de ignorá-lo. Pra isso ele compra uma casa no interior,
monta um cativeiro com diversos livros e coisas que possam interessar e
sequestra Miranda, pois tendo ela como “convidada”, ela poderia conhecê-lo melhor
e, consequentemente, se apaixonar por ele e viver felizes para sempre.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVkXr4jaoljG4Vk-TO4LxbSuDpyxowYr7jspuOcFfm0YO5AnmVI6BwDGmiFeLgs-4_yKWWrcvKHQbo_N4GgzLJPuO5gThw3t_sgAusYgYLIF1hhaEdsW8Rat_b5utOSL6aoZ0RFkV12mc/s1600/20180607_204150.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVkXr4jaoljG4Vk-TO4LxbSuDpyxowYr7jspuOcFfm0YO5AnmVI6BwDGmiFeLgs-4_yKWWrcvKHQbo_N4GgzLJPuO5gThw3t_sgAusYgYLIF1hhaEdsW8Rat_b5utOSL6aoZ0RFkV12mc/s640/20180607_204150.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Creepy, eu? Imagina…</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Quando Miranda
acorda num quarto totalmente desconhecido sendo observada por um estranho homem
é que o livro de fato começa. Apesar de todo o livro se passar em um mesmo
ambiente, o autor consegue manter a tensão e deixar o leitor interessado pra
saber o que irá acontecer em seguida. E é nessa casa afastada de Londres que
vamos conhecer e entender melhor os dois personagens.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> A
grande força do livro está no embate psicológico entre Miranda e Clegg. Acho
que não preciso falar que Clegg é um psicopata, né? Afinal, o simples fato de
sequestrar alguém pra gerar uma Síndrome de Estocolmo é no mínimo doentio.
Entretanto, é muito interessante ver a perspectiva dele sobre a situação,
porque ele tem uma visão totalmente deturpada e realmente acredita naquilo. No
seu ponto de vista, ele não está sequestrando, mas sim tendo a Miranda como uma
convidada, afinal ele compra tudo que ela quiser e está sempre tratando ela bem,
ele não a agride ou violenta fisicamente/sexualmente, ele dá atenção pra a moça
e faz as coisas que ela pede, tudo isso porque ele a ama. Ou seja, em nenhum
momento ele vê sua atitude como algo errado. Para o personagem, ele está
fazendo algo que está no seu direito; as outras pessoas é que não compreendem a
situação.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> Por
outro lado, temos Miranda, uma jovem estudante de arte que repentinamente se vê
em um cativeiro com um homem que diz que a sequestrou pra que ela pudesse
conhecê-lo melhor. Percebendo a situação, aos poucos ela vai tentando entender
melhor o ambiente e seu sequestrador para encontrar alguma forma de se
libertar. Daí, ela passa a refletir não apenas sobre a prisão, mas também sobre
Clegg, sua vida até ali e a sociedade como um todo.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> Apesar
de Miranda estar nessa situação de prisioneira, é bem curioso perceber que
ambos os personagens estão em situações de dominação e submissão. Do lado de
Miranda é fácil perceber, afinal ela está sendo mantida em cativeiro por Clegg,
ela acaba sendo submissa a ele por uma questão de força, o sequestrador priva
ela de sua liberdade e não há nada que ela consiga fazer pra sair dessa relação
de poder. Entretanto, conforme você lê o livro, você vai perceber que Clegg
também é uma pessoa submissa, pois, com exceção de conseguir sua liberdade,
Miranda exerce muito poder sobre seu sequestrador. Em qualquer diálogo entre os
dois, fica claro que a garota está acima dele em quase todos os sentidos. O
sarcasmo, o desprezo e o a superioridade dela sempre está ali, mostrando o quão
patético ele é, mas quase nunca ele responde ou tenta contradizer, afinal, pra
ele, Miranda é de fato alguém que está acima dele.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> Assim,
muito do livro se desenvolve a partir desse conflito de poderes: Clegg utiliza
da “força física” para exercer poder sobre Miranda e ela, por sua vez, utiliza
de sua inteligência e da obsessão que o seu sequestrador tem por ela, para
tentar convencê-lo ou manipulá-lo a fim de conseguir escapar.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-size: 12pt;"> </span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvP-cCljOwX7BGncq6Gk7Iv7xJnMlGsWe46r16E52b8eL3yWVlpZ0Rjaq4Skz0vXtegUc_1R_KWqY2j3H_qvAg8B1NBfaoW2E0ST1FeNXjX9SDzQQChITETb33FYOJVlobJMZNQPJW_mY/s1600/20180607_204224.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvP-cCljOwX7BGncq6Gk7Iv7xJnMlGsWe46r16E52b8eL3yWVlpZ0Rjaq4Skz0vXtegUc_1R_KWqY2j3H_qvAg8B1NBfaoW2E0ST1FeNXjX9SDzQQChITETb33FYOJVlobJMZNQPJW_mY/s640/20180607_204224.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Perspectivas</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Mesmo que subjetivamente, <i>O colecionador</i> é
um livro que acaba discutindo e abordando diversas questões. Utilizando o
sequestro como a linha narrativa, o autor constantemente está entrando em temas
(política, arte, sociedade...) que são relevantes para a época em que o livro
foi publicado. A primeira vista, pode parecer assuntos que estão ali apenas
para dar mais veracidade a história, entretanto eles são mais do que meros
detalhes, porque ao mesmo tempo em que esses temas vão sendo apresentados, os
protagonistas (e as próprias questões) vão se tornando mais complexos, quer
dizer, a história dos personagens não está limitada ao porão em que Miranda
está presa.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Não vou me aprofundar muito nessas questões,
afinal são muitos assuntos e boa parte deles são discutidos no posfácio, como a
distinção social e o modo ela se aplica aos personagens, as questões políticas
presentes na época em que o livro se passa e o posicionamento dos dois em
relação a isso, como as obras lidas por Miranda no cativeiro (em especial
Shakespeare) dialogam diretamente com a situação dela, etc. Entretanto vou
entrar em uma questão que surgiu durante a leitura e não é muito abordada nos
extras, o relacionamento abusivo dentro e fora do cativeiro, mas vamos por
partes.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">O livro é dividido em quatro capítulos, em cada
uma deles vai ocorrer uma mudança de perspectiva. No início, vamos acompanhar a
história pelos olhos de Clegg, já na segunda parte vamos ler uma especie de diário em que
Miranda mantinha durante seu tempo no cativeiro, permitindo ter essa mudança de
perspectiva. Dessa forma, companhamos a mesma história tanto pelo ponto de
vista do sequestrador quanto da vítima. Isso é bastante relevante por mostrar
uma visão mais profunda da situação, em que podemos entender os sentimentos de
ambos os lados e como a cabeça de cada personagem funciona, entretanto, algo
que essa mudança de narrador também permite é a quebra de expectativa do
leitor.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">As duas primeiras partes do livro são as mais
importantes, afinal as duas vão contar a mesma história apenas mudando o
narrador. Quando você lê a segunda parte você já sabe exatamente o que vai
acontecer, entretanto, não é porque você sabe como ela começa e termina que ela
se torna repetitiva; pelo contrario, o autor te da a oportunidade de revisitar
a história que você acabou de ler mas de uma maneira mais complexa e profunda.
No primeiro capítulo, tudo que sabemos de Miranda é pela perspectiva de Clegg,
que é obviamente uma visão totalmente deturpada, afinal ele é obcecado por ela.
A figura da garota muitas vezes recebe uma conotação de divindade, afastando um
pouco da essência humana. Quando chegamos no segundo capítulo, deixamos de ver
Miranda pelos olhares platônicos e passamos a ver a humanidade, seus medos, sua
preocupações, suas qualidades e defeitos, suas estrategias para dialogar com o
sequestrador e, principalmente, conhecemos quem ela era antes de ser
sequestrada. Então quando digo que existe essa quebra de expectativa é
justamento por construirmos uma visão ao longo do primeiro capítulo, e quando
chegamos no segundo percebemos que as coisas são bem diferentes do que
aparentam em um primeiro momento, um exemplo disso, pelo menos na minha
leitura, é que mesmo antes de ser mantida em cativeiro por Clegg, Miranda já
estava em uma espécie de prisão.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipg4eIv25pXpdJF0GdCEDoUoHJaQqZDWqL2K5Qn-6YI2y4pyJ12sh6MdEKXSXjFtPj5dv8tuGtmKdENY9rxYjQUhCNyoCb70hqOUP2hZH6IxKd5RRh06GgkLNfwACkoyOo5cS_mOeIqxY/s1600/20180607_204231.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipg4eIv25pXpdJF0GdCEDoUoHJaQqZDWqL2K5Qn-6YI2y4pyJ12sh6MdEKXSXjFtPj5dv8tuGtmKdENY9rxYjQUhCNyoCb70hqOUP2hZH6IxKd5RRh06GgkLNfwACkoyOo5cS_mOeIqxY/s640/20180607_204231.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Cativeiros</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Apesar de não saber se foi uma escolha intencional
do autor, afinal não é tão desenvolvido quanto os outros temas, o livro
funciona muito bem como uma metáfora sobre relacionamentos abusivos e suas
diversas formas.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Em um primeiro momento vamos ter contato com a
“relação” entre Miranda e Clegg que, apesar de ser uma relação de submissão e
força, é facilmente possível de comparar com o relacionamento de muitas
pessoas. É claro que aqui partimos de um sequestro e não de uma “união afetiva”, mas é justamente nisso em que está
a triste ironia. Tudo que Clegg faz, pelo menos do seu ponto de vista, é por
amor a Miranda, ou seja, não há motivos para ela fugir ou ficar triste com a
situação, afinal tudo que ele faz é por amor e sempre tenta fazer de tudo pra
agradá-la: compra livros, discos e materiais de pintura, cozinha e cuida dela,
etc. Sendo assim, ele se sente no direito de mantê-la nesse cativeiro, algo
bastante semelhante a relacionamentos que são pautados em poder, independente
de qual seja, afinal não é incomum escutarmos casos de maridos que impedem a
mulher de sair, de usar determinadas roupas, que limitam os contatos sociais
ou, até mesmo, não deixam que ela trabalhe e tenha as próprias conquistas.
Então por mais que possa não existir um cativeiro no sentido literal, ele não
está limitado aos sequestros, porque tanto o sequestro quanto esses
relacionamentos estão pautados na questão da posse: eu faço algo logo eu tenho
direito a você, portanto, caso você seja ingrata e não me respeite eu posso
usar minha força pra demonstrar meu
“amor”. Tanto é assim que algo bastante recorrente na leitura é a comparação
que Miranda faz com a coleção de borboletas do seu sequestrador, afinal ela
acaba sendo apenas mais uma espécie na coleção. Por mais que Clegg repita
constantemente que ama Miranda, a verdade é que ele ama o sentimento de posse,
ele não se preocupa com os sentimentos do outro, tanto que as borboletas da sua
coleção estão mortas, o que ele deseja é ter algo pra admirar exclusivo pra
ele, independente do “custo”.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Por outro lado, quando chegamos no segundo
capítulo e temos contato com o diário de Miranda, vamos conhecer um pouco do
seu passado e da sua vida fora do cativeiro. Antes de ser sequestrada, ela
mantinha uma relação um tanto peculiar com um artista com o dobro de sua idade.
Mesmo sendo uma relação bem diferente da que Clegg submete a ela, afinal ela
não estava trancada em um porão com a liberdade privada, não deixava de ser
abusiva, pelo fato de também existir uma relação de poder em que Miranda era
inferiorizada, mas no lugar de força física e da privação o poder sobre que ela
sofria era muito mais subjetivo, focado no psicológico. </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Nesse diário, Miranda vai alternar a narrativa
entre o que está acontecendo e lembranças ou coisas que ela gostaria de estar
fazendo. Boa parte desses escritos acaba falando sobre G.P. um artista de
aproximadamente quarenta anos que Miranda admira e mantêm uma certa
convivência, mas apesar de ela sempre falar com um certo carinho sobre ele,
você fica incomodado com a situação vivenciada pela personagem, porque ela
descreve diversas situações em que é humilhada ou ofendida por ele, mas parece
não perceber. Pelo fato dela olhar pra ele como uma espécie de tutor, o artista
acaba exercendo grande poder sobre ela, então a todo o momento ela está
recebendo criticas que acabam inferiorizando tanto seu trabalho quanto a sua
própria identidade. Por mais que o artista esteja sempre pregando essas ideias
de liberdade e de paz, no fundo ele acaba assumindo uma postura autoritária
sobre Miranda. Sob o seu discurso de artista esclarecido, ele acaba ditando o
que é boa arte ou não, a posição politica que a garota deve seguir ou, até
mesmo, tentando limitar as amizades da moça. Ou seja, a todo momento ele acaba
pisando nela pra criar essa relação de poder, ao passo que ela, sem perceber,
acredita que ele a está ajudando, e fica se espelhando em suas atitudes e
aceitando seus conselhos, mantendo essa relação abusiva em que ela não percebe.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Então, intencionalmente ou não, o livro acaba
trabalhando essa ironia das prisões e do se sentir preso. Se por um lado Clegg
possui Miranda como uma de suas borboletas, trancafiando-a em um espaço em que
ele pode observar a sua beleza a qualquer momento que desejar. G.P. também faz
isso, mas de uma maneira mais subjetiva, dando a falsa sensação de liberdade,
mas sabendo que possui Miranda emocionalmente ao seu dispor.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Resumindo: tem filho da puta pra todo lado.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy4cwLxtgs5mdZoQorkFsaiP8dLmi_nuEekh5MjYps2RJ5yt4C9Rn1mBd1uvOiZD6Zuuz8vCgQUssKVOPxFcf19glKyNjZR3_cTZnPWkaSW8f-85TkZIV583EaNyZMLXOYjGtQkzOqHjs/s1600/20180607_204201.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy4cwLxtgs5mdZoQorkFsaiP8dLmi_nuEekh5MjYps2RJ5yt4C9Rn1mBd1uvOiZD6Zuuz8vCgQUssKVOPxFcf19glKyNjZR3_cTZnPWkaSW8f-85TkZIV583EaNyZMLXOYjGtQkzOqHjs/s640/20180607_204201.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Devo começar minha coleção de
borboletas?</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Querido/a leitor/a, se você leu até aqui eu
acredito que você já saiba a resposta.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">O colecionador </span></i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">é um desses clássicos que sempre escutei falar sobre, mas
nunca conseguia ler pelo fato de estar fora de catálogo, então foi uma grata
surpresa quando a Darkside me enviou em parceria.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Mesmo sendo um livro dos anos sessenta e que trata
de diversos temas de sua época, ele continua estranhamente atual, abrindo
discussões que estão no nosso cotidiano. A partir de uma narrativa sobre
sequestro, John Fowles consegue abordar muitos assuntos que vão se amarrando a
linha principal e tornando tudo muito coeso e interessante. Foi um livro que me
surpreendeu bastante, porque ele acaba entregando bem mais do que sua sinopse
promete, então mesmo o livro tendo um inicio e um fim, ele continua abrindo
portas quando o livro acaba. Seja fazendo você pensar mais sobre a questão psicológica
dos personagens, ou fazendo essas divagações como eu fiz sobre relacionamento,
ou, até mesmo, dando indicações de outras obras que dialogam com o livro, como
no caso de <i>A tempestade</i> do Shakespeare (e outras obras/autores), que em
diversos momentos é citada na leitura e Miranda utiliza para refletir sobre sua
situação. </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Além de todo o trabalho incrível da edição, algo
que eu gostei muito foram os extras presentes. Logo no começo tem um prefácio
do Stephen King que é um fã do livro (que recomendo deixar pra ler no final por
ter alguns <i>spoilers</i>), já no posfácio teremos algumas paginas sobre as
referencias artísticas de Fowles, então há uma listagem das obras citadas
durante a narrativa e um pouco sobre elas, algo bem interessante pra despertar
a curiosidade do leitor pra outras obras.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Então fica aqui a recomendação do <b><i>Café</i></b>,
saia do cativeiro, busque a sua edição de <i>O colecionador</i> e depois pode
voltar pra ele se quiser.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy7DqJOGIflXXSV3_DSlHX2snMhAt46ObjcrXcQaUqB8ERIIaM7GGk2YHLP_TaViGoQy01JQhJ_8TxmbJrKg9S_fXPANDyjObCSuaKY2k6fs2vq4pSFKXyF9dMXZLoxxcvaxEh2GwXZRo/s1600/20180607_204135.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy7DqJOGIflXXSV3_DSlHX2snMhAt46ObjcrXcQaUqB8ERIIaM7GGk2YHLP_TaViGoQy01JQhJ_8TxmbJrKg9S_fXPANDyjObCSuaKY2k6fs2vq4pSFKXyF9dMXZLoxxcvaxEh2GwXZRo/s640/20180607_204135.jpg" width="640" /></a></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-23682319292415269892018-05-24T20:57:00.001-03:002018-05-24T20:57:53.701-03:00Resenha: Stephen King, a biografia - Coração assombrado (Lisa Rogak)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxSFxdJAdG-o4faxfpVz9sd0uB_jfOZ0c6kgpGp643WzC1Zre6k4hh0Dh6ONQUxcqcCDmi_1GS4xkWvClcNcM_jQT4tD_fiw0lZ3r064_z6f-UZLAPGSIcupF8Spu2ErMMVRHYyYEy0sU/s1600/Kingbanner.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxSFxdJAdG-o4faxfpVz9sd0uB_jfOZ0c6kgpGp643WzC1Zre6k4hh0Dh6ONQUxcqcCDmi_1GS4xkWvClcNcM_jQT4tD_fiw0lZ3r064_z6f-UZLAPGSIcupF8Spu2ErMMVRHYyYEy0sU/s1600/Kingbanner.png" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Nós sabemos bem que se você está lendo isto aqui
é porque já deve ter lido um bocado de livros do Stephen King, autor que apesar
de não ter muitas resenhas neste blogue, está presente como má influência para
nossos pensamentos. É bem provável que existisse um dedinho podre do King já
quando essa pagina de extremo mau gosto foi concebida. Particularmente, apesar
de já ter lido muitos livros dele e ter me perdido em diversas histórias, hoje
não falarei de seus romances, mas sim de sua vida, que não é tão assustadora
quanto seus livros, porem é tão interessante quanto. Portanto, pegue seu
triciclo e vamos dar uma passeada pelo coração assombrado do rei.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"></span></div>
<a name='more'></a><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDYBpEmXmNiIr7tOHvnUTgYE85MpmnCSObDe8gjzyPDK9RtGb-jzRcu0GGBWlHVcv3IvjZvPovcWdMkeZl-4q0dusoVYtTYgoSeQ7-C2QNwQW0h-wg-LgXuUxYSlXoDX-0dQGoVSVgm6k/s1600/20180524_201026.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDYBpEmXmNiIr7tOHvnUTgYE85MpmnCSObDe8gjzyPDK9RtGb-jzRcu0GGBWlHVcv3IvjZvPovcWdMkeZl-4q0dusoVYtTYgoSeQ7-C2QNwQW0h-wg-LgXuUxYSlXoDX-0dQGoVSVgm6k/s640/20180524_201026.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">““</span></i><i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Você tem de ser meio doido para ser escritor
porque tem de imaginar mundos que não existem”, afirmou. “Você está ouvindo
vozes, está fantasiando, está fazendo tudo o que se diz às crianças que não
façam. Ou então nos mandam distinguir entre a realidade e essas coisas. Os
adultos vão dizer: ‘Você tem um amigo invisível, que lindo, você vai superar
isso’. Escritores não superam isso.””</span></i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRQm7xmonY4y7_WY6FmdpAh7Y6A0oUNBOgiZHqV4jGVsg7bQp0YAbKpvcummNTgvuN2BCHoGCHsSHyU1etcgjIPE3lThJQulWSMNPpYQRhl1X6MkZ6JNb3go7YZo2ZSdR05TpXqJGp1Iw/s1600/capa-stephen-king-aniversario-darkside-books.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="815" data-original-width="562" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRQm7xmonY4y7_WY6FmdpAh7Y6A0oUNBOgiZHqV4jGVsg7bQp0YAbKpvcummNTgvuN2BCHoGCHsSHyU1etcgjIPE3lThJQulWSMNPpYQRhl1X6MkZ6JNb3go7YZo2ZSdR05TpXqJGp1Iw/s320/capa-stephen-king-aniversario-darkside-books.jpg" width="220" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Título original:</span></b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Haunted heart:</span><o:p></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">The life and times of Stephen King</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Autor:</span></b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Lisa Rogak</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Ano:</span></b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">2009</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Editora:</span></b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> Darkside books</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Páginas:</span></b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> 315</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Nessa biografia não-autorizada, a autora Lisa
Rogak mergulha na vida de um dos escritores mais populares e temidos do mundo,
Stephen King. Apesar de sua obra gozar de uma gigante reputação e das suas
histórias estarem por todos os lugares, não é todo mundo que conhece o homem
por trás dos textos assustadores. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Coração assombrado</span></i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> tem como objetivo desmistificar a figura de
Stephen King, deixando o horror um pouco de lado e investigando as diversas
fases da vida do autor (a infância pobre, o sucesso repentino, o problema com
drogas, etc.). Lisa Rogak permite que o leitor conheça um pouco mais da vida de
King e compreenda melhor a origem de suas historias e, consequentemente, de
seus próprios medos.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Por trás dos medos</span></b><o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Independente de ir atrás ou não, todo leitor do
King acaba conhecendo um pouco de sua vida pessoal. Não só pelos romances que
carregam bastante de sua personalidade (o seu gosto musical evidente, o apreço
pela cultura pop, seus medos, a importância da escrita, as indiretas...), mas
também pelos prefácios em que ele conversa um pouco com você antes de partir
para a história. Pessoalmente, isso é algo que sempre achei muito bacana,
porque muitas vezes você passa a entender melhor o que ele está dizendo ou a
origem da trama. O livro deixa de ser apenas uma história de terror e passa a
ter outros significados. Afinal os monstros do King são apenas mecanismos pra
falar sobre pessoas e seus medos. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Coração assombrado</span></i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> é como uma conversa entre fãs do King. Por ser
uma biografia não-autorizada, todo o livro é composto por informações que estão
espalhada por aí, entrevistas de diversas épocas, outras biografias, filmes e
livros do próprio King, estudos sobre sua obra, etc. Então vira e mexe, se você
é leitor, vai reconhecer algumas histórias, mas tudo é tratado com um pouco
mais de profundidade, afinal envolveu muito mais pesquisa. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Um exemplo disso é <i>Carrie, a estranha</i>.
Você provavelmente sabe que o King tinha jogado a história no lixo e que foi
sua mulher Tabitha que acabou resgatando a história, falando que ela tinha
potencial. No fim, <i>Carrie</i> acabou se tornando o primeiro livro publicado
e de sucesso. Mas provavelmente você não saiba que a ideia do livro surgiu de
uma aposta, que a protagonista foi inspirada em uma colega de classe, que a
Tabitha ajudou em sua confecção por se tratar de uma personagem que lida com
problemas femininos, etc. Assim, durante a leitura vamos descobrir diversas
curiosidades que tornam as próximas leituras/releituras muito mais
interessantes.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">É muito interessante ver de onde vem a ideia de
algumas historias, a relação que o autor teve com elas, como foi o processo de
escrita, os momentos em que ele empacou em algum romance, a relação com as
editoras, entre outras curiosidades. Uma coisa que eu não sabia, ou pelo menos
eu não lembrava, é que <i>O cemitério </i>foi um livro que o King não gostava.
Ele o achava muito pesado e pensava que o livro não deveria ser publicado, por
isso, acabou o enviando para a editora só pra resolver algumas questões
pendentes. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Apesar de ajudar a conhecer melhor a obra, a
biografia também nos mostra o lado mais pessoal do autor que, para as pessoas
que não estão familiarizadas, pode parecer um pouco estranho, afinal, mesmo que
muito de sua personalidade surja nos livros, ele é uma pessoa bem diferente
daquilo que esperamos ao ler seu texto. Desculpe decepcionar, mas o King não
come criancinha no café da manhã.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNI_X0801-SHlGlN0L-iV_7zSPUezxyiDPy5LUiavNsk22ctLP5Nt1X5VvJB5Aaj5Gf7zhIea2n4w8n6je9LFubz5E8wj5Ln9iyDevUYP53rS1eB3UsZBMBb2EXbiHl1uGiZlHPKSYWrM/s1600/20180524_201124.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNI_X0801-SHlGlN0L-iV_7zSPUezxyiDPy5LUiavNsk22ctLP5Nt1X5VvJB5Aaj5Gf7zhIea2n4w8n6je9LFubz5E8wj5Ln9iyDevUYP53rS1eB3UsZBMBb2EXbiHl1uGiZlHPKSYWrM/s640/20180524_201124.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Coração assombrado, porém
bonzinho</span></b><o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Apesar de em diversos momentos Stephen King dizer
que não consegue entender o motivo das pessoas se interessarem por sua vida
pessoal, depois de ler <i>Coração Assombrado</i> fica claro o motivo de tantas
pessoas quererem saber mais de sua vida pessoal. É claro que pra ele as suas
historias são muito mais interessantes que sua biografia, mas de certo modo uma
coisa complementa a outra, pois é evidente que se não fossem certos aspectos da
sua vida, é bem provável que tudo fosse bem diferente e eu não estaria agora
falando de um livro sobre ele, pois talvez nem existisse biografias a seu
respeito.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">É claro que toda biografia tem seus problemas,
sempre haverá um foco maior naquilo que é relevante, e aqui não é diferente.
Por mais que a Lisa Rogak se preocupe em falar sobre o autor desde a infância,
de seus problemas e de sua família, o livro sempre será direcionado pro lado da
carreira. Ao mesmo tempo em que esse problema é visível, porém, fica a sensação
de que não daria pra ser muito diferente, porque a vida do King gira em torno
da literatura; não dá pra pensar em Stephen King sem pensar em livros, seja
escrevendo ou lendo.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Logo quando criança, seu pai saiu pra comprar
cigarros e nunca mais voltou. Sozinha e com dois filhos, sua mãe teve uma vida
bem complicada. Mesmo com as dificuldades financeiras e das varias mudanças de
casa, no entanto, a mãe de King sempre estimulou seus filhos a lerem. Então,
desde criança tanto Stephen quanto o irmão sempre gostaram de livros e
quadrinhos. E com o tempo isso só foi se intensificando: ele começou a se
interessar por cinema, e logo depois de assistir filmes ele analisava as
sequencias e, até mesmo, reescrevia do seu jeito. Aos poucos ele começou a
escrever as próprias historias e sua mãe lhe pagava 25 centavos por cada uma.
Quando ganhou a primeira maquina de escrever passava boa parte do dia nela. Ou
seja, antes da adolescência, ele já tinha sido picado pelo monstro da
literatura, um monstro que nunca mais ia largar.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Não
vou adentrar muito na vida do King, afinal o intuito dessa resenha é apresentar
e recomendar o livro. Além da infância, a biografia também vai falar sobre a
juventude, sobre os jornais do colégio no qual Stephen participava (e os
problemas que ele teve com isso), sobre o período da faculdade, o seu
relacionamento com a Tabitha e as dificuldades pelas quais eles passaram, os
filhos, o sucesso, o amor pelo baseball, os envolvimentos políticos, os
problemas com álcool e drogas, a vida depois da fama, sua produtividade, etc.
Enfim, apesar de você sentir que tá faltando muita coisa da vida dele a ser
contada, a autora consegue dar um panorama bem legal sobre quem é o Stephen
King.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Eu sou suspeito pra falar, afinal eu comecei a
ler por causa desse moço, então só direi o seguinte: você acaba o livro
querendo dar um abraço em King, pois, apesar de ser um dos autores mais
vendidos e famosos, ele continua sendo uma pessoa muito simples e que sempre
está disposta a ajudar os outros. Isso é algo que chega a ser bem engraçado em
alguns momentos, pois apesar de estar nadando em dinheiro ele se recusava a
pagar/comprar certas coisas, como, por exemplo, uma história de que ele saiu de
um bar e foi pra outro pelo simples fato de que não queria pagar a taxa de 5
dólares cobrada (ou algo do tipo). Mas apesar de ser “mão de vaca” com algumas
coisas ele era totalmente generoso com outras, como pagar faculdade de alguns
jovens que não tinham condição. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Há vários outros exemplos disso: mesmo depois de
estar com vários livros na lista de mais vendidos, ele continuava mandando
contos pra revistas pequenas para ajudá-las; ele vendeu algumas de suas
histórias por preços simbólicos para que pessoas pudessem fazer adaptações
cinematográficas (isso explica muita coisa); mesmo depois de famoso ele aceitou
dar aulas de escrita criativa, algo que ele levava muito a sério; sem contar as
diversas ONGs que ele e sua mulher criaram e ajudaram. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Enfim, apesar de ter um dedinho podre na escrita,
ele parece ser o tipo de pessoa que queremos por perto.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp1vqzvUOJ8kUKA9SHEkbErKVI_LnOmfARBskbNpiIFP4jkwR2B_PE0Jip8Nz-KQtTernDMqeXDGsF_oeYj-oKVEBZTZy3OLNuqSk85EvsGTY09KcH4AiBAXQBhf7BbuNssIKAxu5BiCs/s1600/20180524_201141.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp1vqzvUOJ8kUKA9SHEkbErKVI_LnOmfARBskbNpiIFP4jkwR2B_PE0Jip8Nz-KQtTernDMqeXDGsF_oeYj-oKVEBZTZy3OLNuqSk85EvsGTY09KcH4AiBAXQBhf7BbuNssIKAxu5BiCs/s640/20180524_201141.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">O King é pop</span></b><o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Uma questão bem interessante que é discutida na
obra, e que sempre esteve presente na vida de King, é o eterno embate entre o
popular e a “alta literatura”. Desde a infância, King sempre se interessou e
viu beleza na cultura popular, algo que trouxe diversos conflitos nos tempos de
faculdade. Ele nunca entendeu de fato o motivo de existir essa divisão entre a
“boa” e a “má literatura”, afinal ambas tem seus valores. Tanto que sempre que
alguém o via lendo livros de terror ou coisas do gênero, acabavam torcendo o
nariz e perguntando porque ele tava lendo aquelas “porcarias”, principalmente
em um curso de letras.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Apesar das críticas e de ter tido contato com os
grandes nomes da literatura, ele nunca abandonou os “livros baratos de capas
horríveis”. Não sei se estou interpretando corretamente, mas me parece que o
King achava uma certa ingenuidade você se aprofundar em uma literatura clássica
e simplesmente ignorar as produções contemporâneas populares, pois são esses
livros que estão dialogando diretamente com as pessoas. Sem contar que muitas
vezes essa segregação é baseada em puro preconceito, como se o popular fosse
sinônimo de baixa qualidade.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Isso sempre foi </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">—
</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">e provavelmente continua sendo </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">—</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> uma luta dele.
Logo na faculdade, percebendo a hostilidade dos colegas e professores com a
literatura mais comercial, além das diversas discussões, ele se propôs a montar
aulas pra discutir esses livros ignorados na academia. Mas, apesar da opinião
forte sobre isso, dá pra sentir na biografia que é algo que ainda o chateia um
pouco, porque ele é sempre visto como um escritor de terror e muitas pessoas
acabam não o levando a sério. Sempre que ele recebe prêmios de literatura os
críticos acabam menosprezando e falando que ele não merecia ou coisas do tipo, já
que ele não escreveria literatura, mas sim livros de terror. Assim, por mais
que ele seja um dos autores mais vendidos e continue relevante há mais de
quarenta anos, ele ainda parece sentir por não ter sua obra reconhecida como
literatura.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjd0UvmZ8eOuHkOopx-5B9vLEjhwrzzAVJJsD5BcVKDqY2ekGgKDIVwmeWA62oGI-TE11tqLaSKVulLsXGazylGsOOeJq9_gBC92PZaxO0wAcIU2WTqzCXuD_MJC4DV34Q6uez6xyC1KN4/s1600/20180524_201236.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjd0UvmZ8eOuHkOopx-5B9vLEjhwrzzAVJJsD5BcVKDqY2ekGgKDIVwmeWA62oGI-TE11tqLaSKVulLsXGazylGsOOeJq9_gBC92PZaxO0wAcIU2WTqzCXuD_MJC4DV34Q6uez6xyC1KN4/s640/20180524_201236.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Devo me assustar mais com o King?</span></b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Obviamente. E depois de ler a biografia você vai
ficar ainda mais interessado em ler/reler as obras dele.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Apesar de não ler King na mesma quantidade que
lia antigamente, ele é um autor que eu sempre tento acompanhar e ler algo de
vez em quando. Mas depois de terminar <i>Coração Assombrado</i> eu fiquei com
muito mais vontade de voltar a mergulhar em suas histórias, tanto as novas
quanto aquelas que eu já conheço. É bem interessante porque é uma leitura que
permite você redescobrir a obra dele, afinal muito de suas inspirações vem de
suas vivências e de coisas que ele observa.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Mesmo sendo uma biografia, ela tem um ritmo bem
legal. A autora organizou todas as informações em ordem cronológica, escrevendo
de uma maneira bem direta e sem muitos cortes, formando um livro bem coeso e
dinâmico. Mas é claro que o livro também sofre dos problemas que toda biografia
de uma pessoa ainda viva sofre: ele parece incompleto e fica a sensação de que
acaba do nada. Ainda mais no que diz respeito a uma pessoa como o King, que tem
um ritmo totalmente maluco de produção (só o tempo que levei pra escrever essa
resenha ele ja deve ter publicado uns três livros novos).</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Coração assombrado </span></i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">foi publicado pela Darkside, que mando pra gente
em parceria, e tem uma edição bem bacana. Além do texto, o livro também conta
com uma cronologia, que mapeia por data os eventos importantes na vida do King
e, também, as referencias bibliográficas usadas pela autora, algo que é bem
interessante caso você tenha interesse em se aprofundar mais na vida/obra do
King. Apesar da edição estar bem bonita, com uma capa bem chamativa, o corte
das paginas em branco e vermelho e diagramação bacana, eu senti falta de fotos
e imagens que complementassem o texto. Posso estar meio mal acostumado, mas é
meio estranho uma biografia que não conta com esse tipo de coisa. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Enfim, <i>Coração assombrado</i> é um livro que
merece ser lido não só pelos fãs de King, mas por todo mundo que tenha algum
interesse pelo autor. Se você nunca leu nada, mas tem alguma curiosidade, essa
biografia seria bem interessante pra se familiarizar com o autor e entender um
pouco do seu trabalho. Então pode ir atrás do seu livro sem medo... ou
melhor... com medo.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><o:p></o:p></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirIRFPxhYoevuPSBzdBXlWSLjnLvU5D_-0OCHGx_w_SRepjYv4XgaaLYXoMx_EkSu2gs1zmwvZrApHuIKjzqpqUBOxi3nqDTh02TwLirv1ivu_XngMlTznKahVc7laFV6xTk8Hl5RS7UI/s1600/20180524_201043.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirIRFPxhYoevuPSBzdBXlWSLjnLvU5D_-0OCHGx_w_SRepjYv4XgaaLYXoMx_EkSu2gs1zmwvZrApHuIKjzqpqUBOxi3nqDTh02TwLirv1ivu_XngMlTznKahVc7laFV6xTk8Hl5RS7UI/s640/20180524_201043.jpg" width="640" /></a></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-80159818674826717212018-05-16T20:44:00.001-03:002018-05-16T20:44:32.694-03:00Resenha: Noturno (Scott Sigler)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEqiHhEW8wZe7s4G2gopKr2KxYNUkwgjGX6mAxTXlmQf_HLgpE3yYGmn21jXhhjml8cv5Qv-Vgko74kNP0ZhWUCY9zO9EcRVJBy2FiwpDJITVCbU_0TkSx1BLpsL9GAh0bTa7bhsZgxPA/s1600/nturnobanner.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEqiHhEW8wZe7s4G2gopKr2KxYNUkwgjGX6mAxTXlmQf_HLgpE3yYGmn21jXhhjml8cv5Qv-Vgko74kNP0ZhWUCY9zO9EcRVJBy2FiwpDJITVCbU_0TkSx1BLpsL9GAh0bTa7bhsZgxPA/s1600/nturnobanner.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Você
lembra do seu último sonho? Qual foi a situação constrangedora ou amedrontadora
vivenciada? Você estava correndo pelado pela escola enquanto um monstro vestido
de Peter Pan te perseguia com uma panela na mão enquanto tocava Belchior? Sim,
sonhos são capazes de nos levar pras situações mais bizarras possíveis, mas o
que você faria se você começasse a sonhar com assassinatos que se concretizam
na realidade? Tentaria descobrir que bruxaria é essa ou simplesmente voltaria a
dormir, afinal a vida é muito curta pra desperdiçar horas de sono com crimes?</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"></span></div>
<a name='more'></a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwtnG1z0ouLKrrVK5uhBC2OkPdp9-eUt_lKk0GMUI-SqVHDKDUDGr0MbkZod0sLWqn4H_DcPOvDLOIihgRJ3ZiwzUroo8eUI8_pzZZ7YFOCkcxxBmVM8XS8KP6-pLAraU_bN2-GjgQWlE/s1600/20180516_201504.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwtnG1z0ouLKrrVK5uhBC2OkPdp9-eUt_lKk0GMUI-SqVHDKDUDGr0MbkZod0sLWqn4H_DcPOvDLOIihgRJ3ZiwzUroo8eUI8_pzZZ7YFOCkcxxBmVM8XS8KP6-pLAraU_bN2-GjgQWlE/s640/20180516_201504.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><i>“Pookie
Chang vira muitas coisas repulsivas na sua carreira. Cadáveres não eram
novidade para ele. Quando morava em Chicago, seu segundo caso de homicídio
envolveu um homem que matara a mãe, depois tentara se livrar o corpo cortando-o
em pedaços pequenos o bastante para caberem no triturador de lixo da pia da
cozinha. Você nunca mais é o mesmo depois de ver uma coisa assim – isso muda a
pessoa. Ele lidara com casos que demonstraram como os seres humanos podem ser
malignos, casos que o fizeram duvidar da sua fé. Afinal, como um Deus bondoso
podia permitir que tais coisas acontecessem? Sim, ele duvidara de Deus,
duvidara da sua própria capacidade para o trabalho e, em mais de uma ocasião,
duvidara do sistema judiciário em si – mas, durante os seis anos de parceria,
nunca duvidara de Bryan Clauser.”</i></span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixiSNXKH7mKA9NF2cDXKynCiMEcmeCrQHvsvs-sySrVeThOCbaSuTdSFpR05PGVRI_ps8d8Epp60SWEkvq6rd1wn9xMnmU-itbPmtD2EKIN6H-1ZXmLjb7UZVjNMQr0RBPFH1IlgICRgY/s1600/timthumb.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="319" data-original-width="221" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixiSNXKH7mKA9NF2cDXKynCiMEcmeCrQHvsvs-sySrVeThOCbaSuTdSFpR05PGVRI_ps8d8Epp60SWEkvq6rd1wn9xMnmU-itbPmtD2EKIN6H-1ZXmLjb7UZVjNMQr0RBPFH1IlgICRgY/s320/timthumb.png" width="220" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: left;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Título
original:</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> Nocturnal</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: left;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Autor:</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> Scott Sigler</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: left;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Ano:</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> 2007</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: left;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Editora:</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> Darkside books</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: left;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Páginas:</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> 499</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;">Bryan
Clauser, um policial de San Francisco, começa a ter estranhos pesadelos em que
ele está na pele de um assassino. Logo ele percebe que esses assassinatos
brutais não estão apenas no espectro onírico, as mortes são reais e ele pode
estar envolvido nisso, mesmo parecendo algo impossível. Reconhecendo os locais
onde nunca esteve e as vítimas mortas que viu durante o sono, ele passa a
duvidar da sua sanidade. Com a ajuda de seu parceiro Pookie Chang, Clauser
começa a investigar esses estranhos eventos, que envolvem</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;">não apenas os sonhos mas também o próprio
departamento de polícia em que trabalha.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Está na hora de acordar!!!</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">A narrativa de <i>Noturno</i>
acompanha diversos personagens, desenvolvendo a história a partir de diversas
perspectivas diferentes, mas o protagonista e quem vamos acompanhar por mais
tempo é Bryan Clauser. Clauser que, assim como a maioria dos policiais da
literatura e do cinema, é uma pessoa fechada, solitária e de poucos amigos, mas
bastante comprometido com o trabalho. Apesar de ser respeitado e ser um dos
melhores no seu departamento, ele é conhecido por alguns como “exterminador”,
devido ao seu histórico, apelido nem um pouco apreciado pelo mesmo.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Um de seus único
amigo é seu parceiro Pookie Chang, um policial que é o oposto de Clauser,
simpático, brincalhão, mulherengo e que tem o sonho de escrever um seriado
policial para a TV. Os dois trabalham principalmente durante a noite
investigando crimes, gangues, etc., sendo que a rotina dos dois é quebrada
quando um padre acusado de pedofilia é encontrado morto brutalmente. Apesar de
ser um caso que deveria ser investigado por Clauser e Chang, quem acaba
assumindo a investigação é Rich Verde, um dos policiais mais antigos do
departamento. Além de serem afastados da investigação, eles sentem que existe
algo de estranho naquela morte: o legista chefe está envolvido, sendo que ele
não saia do necrotério há muito tempo, a delegada está fazendo de tudo para
manter os dois afastados e muitas informações estão sendo abafadas.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Se a situação já não
estava estranha o suficiente, durante a noite Clauser começa a sonhar que está
dentro do corpo de um outro ser, caçando e matando outras pessoas junto com um
grupo composto por criaturas bizarras, humanoides com feições animalescas e
habilidades impossíveis para um humano comum. Quando, no dia seguinte, ele
descobre que o assassinato de seu sonho aconteceu de verdade. Daí, as coisas se
complicam ainda mais, Clauser começa a duvidar da sanidade, seu parceiro começa
a duvidar das suas ações e as investigações da policia ficam cada vez mais
duvidosas. E nesse turbilhão de acontecimentos o protagonista precisa entender
o que está acontecendo, mesmo não tendo pistas e o seu departamento encobrindo
todas as informações que possam ser úteis.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Além disso, também
vamos acompanhar personagens como Rex e Aggie que no inicio parecem perdidos na
história mas aos poucos as ligações começam a ocorrer. Rex é um garoto solitário
que vive com a mãe abusiva e que diariamente sofre nas mãos dos valentões do
colégio e, assim como Clauser, também tem sonhos estranhos com pessoas
assassinadas. Já Aggie é um morador de rua que foi sequestrado por pessoas
mascaradas e levado para um cativeiro onde fica acorrentado com com outras
vitimas, sem poder fugir, ele passa dia após dia vendo os mascarados levando
seus companheiros de cativeiro e trazendo novos.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">No meio de todo esse
caos, a historia de <i>Noturno</i> segue adiante.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgK0PZ0HUYtN8SNturRf75xAeKrZf6PFZki-PT7GP60z6mvUXLKbYvYUlnQQ2JxnFKQ8oyfzBQCbD1-DGRb-zHg96vQbjQ1kMRMcrw2QxP6xRWWpgIelWIJlzCoV0274aFQynNZeVBH6qc/s1600/20180516_201540.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgK0PZ0HUYtN8SNturRf75xAeKrZf6PFZki-PT7GP60z6mvUXLKbYvYUlnQQ2JxnFKQ8oyfzBQCbD1-DGRb-zHg96vQbjQ1kMRMcrw2QxP6xRWWpgIelWIJlzCoV0274aFQynNZeVBH6qc/s640/20180516_201540.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Luz
sobre a noite</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Falar sobre <i>Noturno</i>
sem revelar coisas da história é praticamente impossível, porque além de ser um
livro com investigações, em que cada pista conta e revela algo da trama, o mais
legal de todo o livro é você, junto com Clauser e Chang, ir tentando entender
qual é a treta que ta acontecendo ali. Será que o policial é um sonâmbulo e ta
matando as pessoas enquanto dorme? Será que ele está no corpo de outra pessoa?
Existe algo sobrenatural? Porque os seres do sonho parecem animais? Quem são os
mascarados mantendo o Aggie no cativeiro? Será que Rex vai conseguir se livrar
do valentões? O que a policia está escondendo? Como tudo isso está interligado?</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Enfim, são diversas
questões que vão se resolvendo e intensificando durante a leitura, e não
pretendo estragar isso aqui. Então pra tentar despertar seu interesse (ou não)
pelo livro, vou pincelar alguns temas relevantes da narrativa, mas sem entrar
na história de fato, permitindo que você saiba mais ou menos a temática, mas
sem revelar o contexto ou os caminhos escolhidos pelo autor.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Um ponto que será
bastante trabalhado e desenvolvido pelo autor é a questão da responsabilidade e
da tênue linha entre o certo e o errado. Em diversos momentos vamos ver Clauser
tendo que lidar com situações que fogem do seu controle e que questionem seu
compromisso com a profissão. É melhor seguir as leis mesmo que isso possa
trazer grandes problemas ou é melhor agir contra a sua ética e seu juramento
sabendo que isso vai evitar problemas não só pra você, mas pro bem comum? Claro
que a situação é muito mais complexa, mas esse dilema moral que está presente
por quase toda a trama ajuda a criar um dialogo com o leitor, pois mesmo você
estando do lado fora, é muito complicado responder essas questões enfrentadas
pelo protagonista. Isso é bem bacana porque faz com que nós questionemos nossos
próprios valores. Nós temos opiniões fortes, acreditamos em nossas ideologias e
nos consideramos íntegros, mas isso tudo funciona nos momentos em que estamos
em meio a tranquilidade, quando a merda bate no ventilador e isso é colocado a
prova tudo se torna muito mais complicado. Será que as vezes a ignorância não
seria melhor que a verdade?</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Outra discussão que
permeia boa parte do livro, mas que não está muito clara e o autor também não
demonstra muito interesse em trabalhar, fora uma pincelada ou outra, é a
questão da minoria e do papel do seu papel em se estabelecer socialmente. É
claro que as justificativas estão ali e que conforme você avança na história as
coisas se encaixam, mas em muitos momentos, antes de entender o que estava
acontecendo de fato, era algo que eu me pegava pensando. Não entrarei em
detalhes, mas no livro existe um grupo de pessoas que vivem escondidas, evitando
o contato com<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a sociedade, e mesmo as
pessoas que sabem da existência desse grupo acabam abafando e os mantendo no
anonimato. E a todo momento eu fiquei pensando no que aconteceria se elas se
posicionassem e se mostrassem pro mundo, será que teriam aceitação? Será que
era melhor manterem o anonimato? Será que haveria conflito? Será que seria
possível chegar em um acordo? É algo meio louco de pensar, porque muitas vezes
o vilão não é necessariamente um vilão, mas sim alguém que é resultado daquilo a
que foi submetido por toda a vida. É claro que não podemos culpar só um lado, seja
a sociedade ou um indivíduo, e que pessoas com concepções e estilos fora do
comum sempre vão receber desconfiança, mas esse grupo também não será aceito
caso não tente mostrar seu lado. </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">É bem provável que
você tenha uma leitura completamente diferente a esse respeito, mas em boa
parte do livro eu tive a sensação de que muitas coisas poderiam ser diferentes,
e que a dualidade de bem e mal estava bem borrada, tanto pra um lado quanto
para o outro, algo que é bem engraçado, já que o livro de certo modo faz você
torcer pra um lado, mas é o tipo de torcida que você faz com um certo tipo de
vergonha.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Essas duas temáticas
estão entrelaçadas nessa historia que envolve pesadelos, cultos e
investigações. Cabe a você tirar as próprias conclusões sobre a situação e
decidir de que lado você está... ou ser como eu e sair problematizando livros
que não tem intenção nenhuma de levantar discussões.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMMEQ0g-x3Z3pNkEHgO8RHH_Ogtj-C4i2mC1nLmUu8CbmzfEmPiMWEnIoFoVKINlLYFMbEBnDfLSOsjwdZAUQnLbQDMJhPC6ChR1OBcKZQaJ0FmMPoTv6aK-px0biKv5YGLzt5Jz0y7gk/s1600/20180516_201605.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMMEQ0g-x3Z3pNkEHgO8RHH_Ogtj-C4i2mC1nLmUu8CbmzfEmPiMWEnIoFoVKINlLYFMbEBnDfLSOsjwdZAUQnLbQDMJhPC6ChR1OBcKZQaJ0FmMPoTv6aK-px0biKv5YGLzt5Jz0y7gk/s640/20180516_201605.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">E
ai, você também tem sonhos estranhos?</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Noturno</span></i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">, que foi enviado aqui pro <b><i>Café</i></b>
em parceria com a Darkside, é um livro estranho: no início parece um <i>thriller</i>
que flerta com o fantástico, mas conforme a história avança as coisas começam a
ficar mais bizarras. Vamos ter sangue, cenas grotescas, situações que você
nunca deve ter imaginado e tal, entretanto, é difícil classificar ele como um
livro de terror. Acho que ele é muito mais um livro policial com diversas influências
do terror, o que acaba sendo uma narrativa um tanto curiosa e criativa. Sua
história é dividida em duas partes: a primeira é bem focada nessa parte de
tentar entender tudo aquilo que está acontecendo, a segunda já é bem diferente,
com as coisas mais ou menos estabelecidas a narrativa se torna mais ativa,
escancarando aquilo que até então estava no subjetivo, assumindo um ritmo
diferente e abraçando o<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>bizarro, algo
que pode incomodar alguns, mas que eu particularmente achei bem interessante.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Apesar de não ser um
livro que eu tenha amado e que levarei pra vida, é uma leitura bem agradável e
interessante, principalmente se você gostar de <i>thrillers</i> e de coisas esquisitas
e novas. No que se propõe, <i>Noturno</i> é bem legal. Apesar de ter uma coisa
ou outra que eu não tenha gostado, como a atitude de alguns personagens ou
sentir falta de um melhor desenvolvimento do mundo, no final o saldo é
positivo. Mesmo tratando de temas pesados, como assassinatos brutais, o livro
tem certa leveza porque ele trabalha bem os alívios cômicos, geralmente
proporcionados pelo Pookie Chang, que, inclusive, é um personagem bem bacana.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Uma coisa que
melhorou bastante a experiência do livro pra mim foi não ter lido nada sobre
ele antes, então eu não sabia exatamente o que esperar. Eu tentei escrever essa
resenha revelando o mínimo possível, mas todas as outras resenhas que eu vi
acabaram revelando algo que eu acho que tira boa parte da graça, já que uma das
coisas mais legais é a duvida que fica presente durante a historia e, por mais
que as coisas comecem a se revelar e as perguntas sejam respondidas, você fica
pensado: “será?”.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Enfim, <i>Noturno</i>
é recomendado pra todo mundo que está procurando um<i> thriller</i> com algo a
mais, e não apenas um policial desvendando um caso. O autor flerta com o
terror, suspense, fantasia, gore, humor e, até mesmo, uma pitada de romance.
Talvez não vá entrar na sua lista de favoritos, mas vale dar uma chance pra
essa curiosa experiência.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqk3UKopnx2QdQELuhpO0bYv7MG3St1G7f7Qa6Wz6tWON1qyvI0DxgaiRregVi-IcmbURSJdqilWmvVwoRAeDdR56s9VBKcxmX0ENSkGrUcFhfSLOp0pvi_qfqa-FQbtUvZ1TLjvjVj6M/s1600/20180516_201516.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqk3UKopnx2QdQELuhpO0bYv7MG3St1G7f7Qa6Wz6tWON1qyvI0DxgaiRregVi-IcmbURSJdqilWmvVwoRAeDdR56s9VBKcxmX0ENSkGrUcFhfSLOp0pvi_qfqa-FQbtUvZ1TLjvjVj6M/s640/20180516_201516.jpg" width="640" /></a></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-12275266764157647132018-04-24T21:32:00.003-03:002018-04-24T21:32:49.570-03:00Resenha: Legião (William Peter Blatty)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJoNVLlAr3PMoiANDU1anObVQwDQNVAHCU_e_GnrCMDvvseSa5SLJnRu8z_zSq0p7S12GflzqU-o7wioPzKkSTII_Eu3AXPCTABMvlTOC_jhzUArzUMwZEbal-uNjAW_F1eqcFB4GAYE4/s1600/banner+leg.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJoNVLlAr3PMoiANDU1anObVQwDQNVAHCU_e_GnrCMDvvseSa5SLJnRu8z_zSq0p7S12GflzqU-o7wioPzKkSTII_Eu3AXPCTABMvlTOC_jhzUArzUMwZEbal-uNjAW_F1eqcFB4GAYE4/s1600/banner+leg.png" /></a></div>
<br />
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Eu poderia
levantar diversas questões sobre a existência de deus e do diabo, possessão
demoníaca contra doenças psicológicas, se o gorfo da Reagan em <i>O exorcista</i>
era guacamole ou suco detox de couve, mas a única coisa que quero saber é: o
diabo montado em um bode preto x deus montado em um querubim, os dois a 80km/h
tu acha que vai ficar um do lado do outro?<o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<a name='more'></a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-M6mZJYFg9u-lBTQ4DSb0Ck62kpib6UD-WCmkAmxk3K4vFqhmhnVCY_PyojLBVpmDgSF5SWEpfjPcA4IPnTjlhlakyh0lANaw57UuF1TvGkkL1aJ_djAQd7Ef-OUX3o5rTj4BuoceVg0/s1600/20180424_204253.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-M6mZJYFg9u-lBTQ4DSb0Ck62kpib6UD-WCmkAmxk3K4vFqhmhnVCY_PyojLBVpmDgSF5SWEpfjPcA4IPnTjlhlakyh0lANaw57UuF1TvGkkL1aJ_djAQd7Ef-OUX3o5rTj4BuoceVg0/s640/20180424_204253.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>“O
detetive balançou a cabeça. Constatou que a noção de um Deus menos do que
todo-poderoso era tão assustadora quanto a ideia de não haver Deus nenhum.
Talvez até mais. A morte seria o fim, pelo menos, sem um Deus. Mas quem poderia
saber o que um deus falho seria capaz de fazer? Se fosse menos que todo-poderoso,
por que Ele também não seria menos do que “todo-caridoso”,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>como o Deus cruel, caprichoso e vaidoso de
Jó? Com toda a eternidade ao Seu dispor, quais novas torturas perversas Ele não
seria capaz de imaginar?”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCRyoeNxWHdcPb-0htj6gyPQay62GkED_LMXgKDgqkX6DeAztCv21DPh549RWVBRI9bg2X8xpXWyoYBSXHlKj-6kicLhyIS5jd1u5WLo7I3vG9yn1J6tNIKD4R3n2qOd3XTyT3_S-5xWE/s1600/timthumb.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="319" data-original-width="221" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCRyoeNxWHdcPb-0htj6gyPQay62GkED_LMXgKDgqkX6DeAztCv21DPh549RWVBRI9bg2X8xpXWyoYBSXHlKj-6kicLhyIS5jd1u5WLo7I3vG9yn1J6tNIKD4R3n2qOd3XTyT3_S-5xWE/s320/timthumb.jpg" width="220" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: left;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Título original: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Legion<o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: left;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Autor: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">William Peter Blatty<o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: left;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Ano: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">1983<o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: left;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Editora: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Darkside books<o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
</div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: left;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Páginas: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">299<o:p></o:p></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="Standard" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;">Com o
brutal assassinato de uma garoto negro de doze anos, o detetive William
Kinderman percebe que está envolvido em um caso delicado, não apenas pela idade
da vítima, mas também porque todos os detalhes do crime apontam para “o
geminiano”, um serial killer que já está morto há mais de dez anos.</span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Assassinatos,
demônios e reflexões<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Apesar de
ser um livro vendido como terror, afinal é a continuação de <i>O exorcista</i>,
boa parte dele acaba sendo um <i>thriller</i> investigativo. O livro começa
quando o detetive Kinderman é chamado pra investigar o assassinato de um jovem
entregador de jornais, que foi encontrado no meio de sua rota. Mas toda a morte
do garoto é cercada de mistérios: no corpo foi marcado um símbolo e um dos
dedos da vítima foi levado, que constitui uma assinatura característica de um
serial killer morto na década anterior. Além disso, a principal pista desse
assassinato é uma senhora que foi encontrada próxima ao local, totalmente
desorientada e sem condições de se comunicar.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Conforme o
detetive vai se aprofundando no caso, as coisas começam a ficar cada vez mais
estranhas, levando-o a crer que as mortes podem estar ligadas ao que aconteceu
no passado com o padre Karras e, consequentemente, com forças extraterrenas por
ele enfrentadas.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Acho que
isso é o suficiente pra você saber sobre a trama, porque além de ser curto, a
história também está bem longe de ser boa como a de <i>O exorcista</i>. Mas
vamos desenvolver melhor isso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja-bmhB_OpIBqfWM5FvaOiyCqT33egeDCSHVIy-0ufOP7CJKVnDOi5Na4pt0pUDeaDiw3KPcwk78XLmNJ-9ajzx-Bqjtb0MN2XQ68hz5WTvLfT8LIVoRY1SkWfcYajM_vEJVkrLy7E3Sw/s1600/20180424_204406.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja-bmhB_OpIBqfWM5FvaOiyCqT33egeDCSHVIy-0ufOP7CJKVnDOi5Na4pt0pUDeaDiw3KPcwk78XLmNJ-9ajzx-Bqjtb0MN2XQ68hz5WTvLfT8LIVoRY1SkWfcYajM_vEJVkrLy7E3Sw/s640/20180424_204406.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: georgia, serif; font-size: 11pt;"> </span></div>
<div align="center" class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Blábláblázebu<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não sei se
você é como eu que já assistiu <i>O exorcista</i> incontáveis vezes (se não fez
isso, então o que você andou fazendo da sua vida até hoje?), apesar de conhecer
a história e saber como ela acaba é sempre legal revisitar a possessão de
Regan, pois, apesar da idade, é o tipo de filme que continua atual e único,
conseguindo sobreviver as centenas de cópias que surgiram após. Entretanto,
mesmo sendo um filme que está entre os favoritos, eu sempre fui um pouco
purista quanto a ele; sempre preferi rever o original do que assistir as
continuações, posso estar errado, mas sempre me pareceram aquelas produções pra
simplesmente lucrar em cima de algo de sucesso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quando a
Darkside enviou <i>Legião</i> pela parceria com o blog (valeu caveira), eu
fiquei bem feliz, porque não era apenas uma produção cinematográfica
caça-níquel, mas sim um livro escrito pelo próprio Blatty. Se o próprio autor
de <i>O exorcista</i> acha que a história merece uma continuação, então é
porque ele tem algo a acrescentar, correto? Errado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><i>Legião</i>
está bem longe de ser relevante para a história que Blatty construiu anos
antes. Apesar de ter suas reviravoltas e suas características próprias, ela
acaba passando aquela sensação de obra feita pra se aproveitar das glórias do
passado. Se no clássico tínhamos a história de Regan, o conflito dos padres, as
dúvidas sobre a veracidade da possessão, o drama da mãe, entre outras coisas,
na continuação, malgrado o mistério sobre os assassinatos, o autor foca muito
em uma investigação que nem é tão legal assim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Meu maior
problema com o livro, no entanto, foi o protagonista. Se Kinderman fosse apenas
um personagem mala, tudo bem, em quase todo livro vão ter
personagens/protagonistas que você não vai gostar, o problema é quando isso
interfere diretamente na narrativa. Do início ao fim do livro, vamos ver
infindáveis reflexões do detetive sobre deus, vida, diabo, etc. Eu adoro
divagações, existem livros que são melhores pelas abstrações do que pela
própria história, mas <i>Legião</i>, com exceção de um ou outro excerto, é
massante e contém várias rupturas na leitura. Você está lendo sobre a
investigação e, do nada, Kinderman começa a refletir sobre o ninho construído
pelo passarinho. Eu arrisco dizer que cerca de um terço do livro se resume a
essas “viagens” do personagem; quando você termina fica claro que o livro podia
ter umas 100 páginas a menos e não faria falta. Lembrando: estamos falando de
um livro com menos de 300 páginas, então fica parecendo que o autor preferiu
enrolar pra dar volume a criar uma trama melhor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Eu não
achei o livro ruim, mas ele foi decepcionante, porque as referências ao <i>Exorcista</i>
estão ali só pelo marketing. Se você tirasse meia dúzia de parágrafos do livro
excluiria todas as referências e elas não fariam falta nenhuma pra narrativa. É
bem provável que se fosse uma história desvinculada da obra anterior e fosse um
pouco mais direta, sem as masturbações filosóficas, eu tivesse aproveitado
muito mais a leitura, que, independente das críticas, tem seus bons momentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGm1dXPwTUC0ecNCY9pq2t06fTvU3mSgv5jckDcBrRx-5OKcjjU67T1eubzJM7PY2nBK1JH09gwnFEyrCqZzuOM4ND8OThJha0WynToSRUKNvsRSlUyQPiMlPBA8s3zdJCr5CjQsgk5r0/s1600/20180424_204449.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGm1dXPwTUC0ecNCY9pq2t06fTvU3mSgv5jckDcBrRx-5OKcjjU67T1eubzJM7PY2nBK1JH09gwnFEyrCqZzuOM4ND8OThJha0WynToSRUKNvsRSlUyQPiMlPBA8s3zdJCr5CjQsgk5r0/s640/20180424_204449.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">O gorfo
verde continua<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Logo que
terminei a leitura eu descobri que legião também foi adaptado pro cinema, mas
chamado de <i>O exorcista III</i>. Pelo bem da resenha decidi deixar meus
preconceitos de lado e assistir o segundo e o terceiro filme. Sobre o segundo
filme deixarei pra fazer uma resenha melhor mais pra frente; aqui vou falar um
pouco sobre o terceiro, pois é o filme adaptado do livro que estamos
comentando, contudo, pode ficar tranquilo que é possível assistir tanto o
segundo quanto o terceiro em qualquer ordem, o segundo é uma continuação direta
do primeiro e o terceiro não tem relação nenhuma com o segundo.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vamos lá. <i>Exorcista
III</i> de certo modo foi uma surpresa, mas não significa que seja bom. Creio
que por ter sido dirigido pelo próprio William Peter Blatty, o filme se manteve
bem fiel ao livro, existem algumas diferenças, um exemplo disso é que parece
que a produtora exigiu uma cena de exorcismo no filme que não tinha na obra
original, entretanto, a estrutura e o desenvolvimento é basicamente a mesma.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma coisa
que eu senti é que o filme consegue ser um pouco mais convincente, porém, é que
se trata de uma continuação. Você sente mais conexões com a obra original do
que no livro, mas é puramente pelos recursos visuais, como algumas cenas em
locações do filme original ou referências a personagens antigos, etc.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Apesar de
ter algumas coisas que gostei no livro, eu arrisco dizer que esse é um dos
raros casos que o filme se sai melhor, pois apesar de ambos terem as mesmas
qualidades e os mesmos defeitos, o filme suaviza as coisas ruins. O Kinderman
no filme, mesmo com suas reflexões e atitudes estranhas, tem bem menos
divagações e acaba sendo bem mais direto. Ele parece um personagem muito mais
concreto, ao passo que no livro muitas vezes ele soa forçado e sem sentido. Mas
como disse, mesmo aliviando os problemas, eles continuam ali, já que, assim
como o livro, o filme também é um pouco cansativo e só começa a ficar mais
interessante perto do fim.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Enfim,
apesar de algumas diferenças, os dois são bem parecidos e entregam uma
experiência bem semelhante, cabe a você decidir se prefere livro ou filme.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipVy2jrRPrjkVjj47QJVHHmMDFkI9DjzFI2VczbJ0wPBFBlOua0Sj6Gdy3o3g6UQgzO5K7KomjaE729sL1W4ppzlS9JV-ptT658t2x_HI_FgFl_FkL5CxABbuThYc2CjQ-0Eqk5oMD5Pw/s1600/20180424_204440.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipVy2jrRPrjkVjj47QJVHHmMDFkI9DjzFI2VczbJ0wPBFBlOua0Sj6Gdy3o3g6UQgzO5K7KomjaE729sL1W4ppzlS9JV-ptT658t2x_HI_FgFl_FkL5CxABbuThYc2CjQ-0Eqk5oMD5Pw/s640/20180424_204440.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Devo
entregar minha alma pro Pazuzu… de novo?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Um dos
maiores problemas de <i>Legião</i> é o nome que ele carrega. É muito complicado
se posicionar como a continuação de <i>O exorcista</i>, visto que é impossível
você não comparar ou esperar algo tão bom quanto o original. Não sei se é algo
corajoso ou ingênuo por parte do autor, porém pra mim parece bem estranho
escrever uma sequência que se distancia tanto da anterior, uma vez que o
principal elemento (que é o terror) é deixado em segundo plano pra trabalhar um<i>
thriller </i>que pouco aproveita de <i>O exorcista</i>.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Eu
particularmente não gostei muito, até achei que o filme vale mais a pena, mas
foi uma experiencia válida. Acho que é uma leitura que pode valer a pena se
você souber no que você está se metendo, quer dizer, se você espera um livro de
terror, é melhor procurar outra coisa, mas caso você queira um <i>thriller</i>
com elementos de terror é provável que você aproveite a leitura. É claro, o
ritmo dele e as divagações não funcionaram muito pra mim, mas isso é algo
pessoal.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Apesar das
minhas críticas, é impossível não falar da edição da darkside, toda a parte
gráfica tá incrível, desde a capa com um capeta gigante pra você ler no metro e
receber olhares de julgamento das senhorinhas cristãs, até as belas artes
internas com representação do inferno.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Enfim,
cabe a você decidir se abraça o capeta ou não.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5Mkhull0kE_NcbBdcrFgeHT3zAQjMbptOJIjXoGt_Djh6IHLNxphyOKizAGFr44GGUEGwNcWG6JRf8QrGwE6iyhIvI5oga0sda9z2EzKnHsR92VZ8rPuhoPKjL7-KHRn2wvkv_SFwJG0/s1600/20180424_204307.jpg" imageanchor="1" style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: start;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5Mkhull0kE_NcbBdcrFgeHT3zAQjMbptOJIjXoGt_Djh6IHLNxphyOKizAGFr44GGUEGwNcWG6JRf8QrGwE6iyhIvI5oga0sda9z2EzKnHsR92VZ8rPuhoPKjL7-KHRn2wvkv_SFwJG0/s640/20180424_204307.jpg" width="640" /></a></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-2507640093798199032018-04-02T21:43:00.000-03:002018-04-02T21:43:28.585-03:00Mangá: Fragmentos do horror (Junji Ito)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYyP5P2_Rw8SgqwkaE_4JngSLd-ovcxuTMRCYps1xBhktkAB2VY4rzDbNSeoz4QrHHGuwjZRJucFY81G2QpcxNzGXxWcrBowfE1M8I6k0atP0KioX9eBzMro7Q5UyklzLAA8D1Z4yNIfo/s1600/junjibaner.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYyP5P2_Rw8SgqwkaE_4JngSLd-ovcxuTMRCYps1xBhktkAB2VY4rzDbNSeoz4QrHHGuwjZRJucFY81G2QpcxNzGXxWcrBowfE1M8I6k0atP0KioX9eBzMro7Q5UyklzLAA8D1Z4yNIfo/s1600/junjibaner.png" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">O “terror oriental” é mais
comum do que aparenta. Obras como <i>The ring</i> que não só fizeram muito
sucesso no cinema e integraram o imaginário de toda uma geração como também
acabaram se tornando referências para o gênero do terror; mas ainda que o
terror oriental tenha alcançado o mundo por meio do cinema, o mesmo não se deu
tão amplamente com os mangás. Sabemos mais facilmente dos últimos filmes ruins
do gênero que de mangás consagrados como aqueles de Junji Ito, sendo que embora
os mangás de terror possuam uma diversidade ainda maior que os filmes, afinal
existem em maior quantidade e a mais tempo, eles ainda são pouco conhecidos por
nós. <o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Ditas essas coisas, esta resenha
do <b><i>Café </i></b>tenta dar uma leve mexida nesse estado de coisas e trazer
boas referências aterrorizantes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"></span></div>
<a name='more'></a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilzFKOo9jjcayaAlSLLLVJ7yZsO7ZncwOWG7425ur-N7H57pEW8iGustew_gSr2lEThv_EMDK9bYn8wCCKYF-WsYPriq5gN-cILI_moJufzF4EnJwp1ZrnHJqalPusrar3u-pCe1Q-cYM/s1600/20180402_211600.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilzFKOo9jjcayaAlSLLLVJ7yZsO7ZncwOWG7425ur-N7H57pEW8iGustew_gSr2lEThv_EMDK9bYn8wCCKYF-WsYPriq5gN-cILI_moJufzF4EnJwp1ZrnHJqalPusrar3u-pCe1Q-cYM/s640/20180402_211600.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOPn21wGeNDFJ3v1j06pp5SkTzq3_1Ed2Z03NMfXhgvlwgmKHC5oEknePskZQ8J1dod3_YfGccrCdZl9f4PH-JxT2e23_8J7DrVppxIvOBu9gm5Z5VMPrSEmUxTrLz1kCVfqD0OZw2JHA/s1600/download.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="616" data-original-width="430" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOPn21wGeNDFJ3v1j06pp5SkTzq3_1Ed2Z03NMfXhgvlwgmKHC5oEknePskZQ8J1dod3_YfGccrCdZl9f4PH-JxT2e23_8J7DrVppxIvOBu9gm5Z5VMPrSEmUxTrLz1kCVfqD0OZw2JHA/s320/download.png" width="223" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Título
original:</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Ma no Kakera<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Autor:
</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Junji
Ito<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Ano:
</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">2017<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Editora:</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> DarkSide
books<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Páginas:</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> 224<o:p></o:p></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Faz alguns anos que conheci Junji
Ito por meio dessas traduções feitas por fãs na internet. Na época, eu o achei
um autor muito estranho, cheio de ideias incomuns que destoavam daquilo que eu
acompanhava no cinema americano (que era toda minha referência sobre terror),
tratando de meninos que bebiam óleo de cozinha, poltronas mal assombradas,
pessoas atormentadas por formas geométricas e outras coisas estranhas assim que
me cativaram rapidamente não tanto por serem bizarras, mas mais por não serem
bizarrices vazias, quer dizer, elas não estavam lá só para impressionar; o
autor tinha uma proposta, Junji Ito era um doidão que sabia muito bem o que
estava fazendo. Acabei gostando muito daquilo e passei a ler tudo o que
encontrava a seu respeito, sendo que, para a minha sorte, ele também era um
mangaká clássico e existiam muitas histórias suas para ler, inclusive em
português (como <i>Uzumaki</i><span style="color: #222222;">).<b> </b>F</span>oi
daí que cresceu meu interesse pelo terror nos mangás e que acabei encontrando
outros autores do gênero como Suehiro Maruo, Hideshi Hino e,<span style="color: #222222;"> </span>o ainda ignorado,<span style="color: #222222;"> </span>Minetaro
Mochizuki (ATENÇÂO, EDITORAS, ESSA FOI PARA VOCÊS)</span><span style="color: #666666; font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial;">,</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ditas essas coisas, quero
ressaltar que foi uma bela surpresa saber da publicação de Junji Ito ano
passado porque, às vezes, gostamos de livros que pouca gente leu, bandas que
ninguém curtiu, da companhia pessoas que só nós compreendemos e toleramos, e
foi mais ou menos essa a minha relação com o Junji Ito até agora. Sinceramente,
eu não esperava que chegasse o dia em que eu pudesse acerca de seus contos com
alguém, mas eis o que o mundo dá umas voltas esquisitas de vez em quando e cá
estamos nós. Tô feliz pra caramba.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Que que tem de horrível aí?</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><i>Fragmentos do horror</i> é uma
coleção de sete pequenos contos de Junji Ito em que, a partir de situações mais
ou menos cotidianas, os personagens tem suas vidas arrastadas para situações
bizarras e estranhas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEJftG6v5Ln3pAcGKYKHpDf7sBKzTxI0nJ8kVucDHHzVzsfjDkP3EBlBy7mWDJMeXk3CNwMOrehySP4q5XKZ1wrvATjR0O7vcuADeM-e_1eYFpzJJGboIZLmS4xS-CaX7KgXzYuJVDatA/s1600/20180402_211755.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEJftG6v5Ln3pAcGKYKHpDf7sBKzTxI0nJ8kVucDHHzVzsfjDkP3EBlBy7mWDJMeXk3CNwMOrehySP4q5XKZ1wrvATjR0O7vcuADeM-e_1eYFpzJJGboIZLmS4xS-CaX7KgXzYuJVDatA/s640/20180402_211755.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p><br /></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Ferrugem</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tem algo que é preciso dizer logo
de cara: <i>Fragmentos do horror</i> não é o melhor de Junji Ito. Na verdade, o
livro é uma espécie de retomada da escrita do terror, pois, como nos conta num
pequeno texto anexado à obra, o autor tinha deixado o terror de lado por um bom
tempo e dedicado a outras coisas. Esse livro foi seu retorno a esse tipo de
história e ele mesmo reconhece que está se desenferrujando, sendo que por mais
legais que sejam certas histórias, esse é um livro bacana mas não exatamente
excepcional. Contudo, não se engane com esse meu comentário, pois um Junji Ito
cheio de ferrugem ainda é muito bom, ainda é melhor que muito do que você viu
sobre terror nos últimos tempos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Fruto da parceria do<b><i> Café</i></b>
com a Darkside, meu exemplar chegou aqui no QG do blogue<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>faz uns meses e fiquei o paquerando <span style="color: #222222;">— </span>só por olhares <span style="color: #222222;">—</span>
por um bom tempo antes poder deixar meus textos da Pós de lado e enfim ler quem
eu queria. Para uma primeira edição brasileira, a edição da Darkside é
belíssima, com uma capa dura que relê o expressionismo de <i>O grito</i> (Edvard
Munch) e todo um trabalho interno muito bonito que não é tão comum quando se
trata de mangás aqui no Brasil, o que é possível também pelo fato de,
diferentemente de outras linhas de mangá, o livro se restringir a um único exemplar,
algo que anima o consumidor a pagar mais caro por ele.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O livro<span style="mso-tab-count: 1;"> </span> apresenta sete contos que começam com fatos corriqueiros e a partir
disso vão dando lugar ao bizarro na vida dos personagens, pessoas mais ou menos
normais. Para tanto, Junji Ito usa um traço límpido e claro, não distorcendo os
personagens para transmitir sentimentos ou coisas assim (como quando um autor
aumenta o rosto do personagem para sua expressar ou diminui o tamanho do
personagem em relação aos outros para expôr um sentimento de decepção, por
exemplo), sendo que essa objetividade e concretude das coisas acaba dando mais
força para o bizarro na obra, uma vez que até as coisas malucas aparecerem, a
realidade era bem concreta. Por sinal, quem gosta dos trabalhos de Yoshihiro
Togashi (autor de <i>Yuyu Hakusho</i> e <i>Hunter X Hunter</i>) poderá
reconhecer no traço e nas expressões faciais dos personagens uma das grandes
influências para esse autor, que faz várias referências à Junji Ito ao longo de
sua obra. Ainda que tenha tardado para chegar ao Brasil, o “senhor medo”, como
também é chamado, foi notado por muita gente importante e influenciou seus
trabalhos significativamente, sendo ótimo que tenha enfim chegado aqui.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsBWfzOEbC1WwoQwObN613-ldjS5cZd3M2vr8VxDnTZcP1YRqs-bxOUjBykPtn_5PJTIoCbjHs-l8npUgbxUlODHSmzQ3ytCvY2p4CuyG5NgKBALEfEAysBL4wV9AdCu-F8Bdbxfj6SbM/s1600/20180402_211648.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsBWfzOEbC1WwoQwObN613-ldjS5cZd3M2vr8VxDnTZcP1YRqs-bxOUjBykPtn_5PJTIoCbjHs-l8npUgbxUlODHSmzQ3ytCvY2p4CuyG5NgKBALEfEAysBL4wV9AdCu-F8Bdbxfj6SbM/s640/20180402_211648.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Profundidade</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma questão que particularmente
me inquieta não só quanto a esse livro mas quanto às demais obras desse autor é
pensar na “profundidade” daquilo que está escrito, quer dizer, na existência ou
não de uma proposta por detrás do sangue e das bizarrices que aparecem no livro
e do significado dela. De um lado, é nítido que aquilo que o autor escreve não
é vazio, não é simplesmente uma colagem de imagens violentas e estranhas que
visam nos chocar (como é boa parte de um mangá como <i>Hellsing</i>, por
exemplo); de outro, não é claro também que Junji Ito esteja tentando nos
convencer de alguma coisa por meio de suas histórias. Embora cada um dos sete
contos possua temática e um bom desenvolvimento, quando nos perguntamos o que
eles significam, nenhuma resposta muito clara surge.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Bem, talvez essa questão seja até
um pouco estranha ao texto do mangaka, uma questão um pouco ocidental demais, e
eu esteja esperando da obra alguma coisa bobinha como o cinema americano
frequentemente é, com começo, meio, fim e uma moral besta sendo esfregada em
minha cara, porém fico mesmo inquietado pensando nisso, pois essa questão diz
respeito a como devemos ler e compreender uma obra com outros referenciais, com
outro tipo de mensagem, como é caso desse mangá. Tenho certo receio de “ler
errado” um autor e concluir exatamente o contrário daquilo que ele pretendia
expressar. Assim, o que tenho refletido a esse respeito é que apesar de Junji
Ito não ser de modo algum vazio, afinal seus diálogos são até bem diretos
quanto às temáticas das história (o luto, o gosto por um artista em específico,
etc.), seus textos envolvem menos a defesa de morais ou coisas assim e mais
uma indução à uma experiência de medo. Dizendo de outra forma, as imagens e o
texto da obra não são como um discurso que esteja sendo pregado ao longo do
desenvolvimento da história, como se ao chegarmos ao fim da história
chegássemos também à conclusão da tese defendida nesse discurso, a bem dizer, o
que acho que o autor pretende é fazer com que passemos um pouco por essa
experiência de entrar num cotidiano banal (se é que já não estamos dentro dele)
e sejamos gradativamente tirados de lá por meio das coisas que ele apresenta.
Ao fim da obra obra não fomos convencidos de um ponto de vista, nós vivenciamos
uma experiência de medo e o que sobra é o assombro com ela.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Inclusive, uma consequência muito
legal disso é que como as histórias não estão pregando nada mas apenas nos
levando a uma experiência, elas não tem qualquer necessidade de responder coisa
alguma ou de serem concluídas de uma maneira específica que resolva todas as
questões do enredo. Se num filme de heróis e bandidos sabemos de antemão quem
vencerá e quem perderá ao fim da história, nos contos de Junji Ito qualquer
coisa pode acontecer no meio e no fim porque não há nenhuma moral sobre o valor
do heroísmo e tal. Com isso, se o começo das histórias é um tanto banal, descrevendo
algum estado de normalidade, a entrada do bizarro que arrebenta com isso pode
tanto ser suprimida no fim da história e fazer tudo voltar ao que era antes (ou
quase isso) quanto destruir completamente essa normalidade, algo que torna meio
imprevisível o desenvolvimento dos contos e abre muito espaço para a
criatividade. Gostando ou não daquilo que lerá, você provavelmente nunca viu
nada muito parecido com isso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjESvfbVxj6o5Q8PmFVnzZKa19fYXwaNCBRMSl0XDbAdDMWU6PRZX79baqeL-0Mt59yar_U4n36yvACD6r1eYXRkssZDYiyyd6uSTYmW3PD_rhLYp3QhwXt2bsVuqCJLlXpvWJzlBzNEAo/s1600/20180402_211716.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjESvfbVxj6o5Q8PmFVnzZKa19fYXwaNCBRMSl0XDbAdDMWU6PRZX79baqeL-0Mt59yar_U4n36yvACD6r1eYXRkssZDYiyyd6uSTYmW3PD_rhLYp3QhwXt2bsVuqCJLlXpvWJzlBzNEAo/s640/20180402_211716.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Devo viver o horror horrível?</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>C</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">omo já
disse anteriormente, <i>Fragmentos do horror</i> não é a melhor obra de Junji
Ito mas é ainda assim uma boa obra de terror, podendo servir muito bem de
introdução ao autor. Trata-se de uma pequena amostra do que se passa na cabeça doida
desse mangaka e das maneiras estranhas pelas quais ele põe em prática suas
ideias. Embora suas histórias possam causar um pouco de estranheza no início,
compensam bastante pela experiência que proporcionam. Particularmente, acho que
como os contos são curtos e o livro é breve, ele deveria ser relido ao menos
uma vez para que se possa pegar melhor o “jeitão” do autor e trocar a estranha
pela apreciação prazerosa. Na dúvida, adquira já a obra e a releia até gostar. <o:p></o:p></span></div>
<br /><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggZ-x7FZX9LWCDLhaBkO0qabjylvVBx1M0dddDh0m-1WWc1iGODs-xamD3-zNaHAIXioI8-BCRIlTQQtPQeOOlLa69TLDrKEsc5VxYFrpmOQDVL7tZqJewHbNNcAFCbpoLwE9roYmwH0M/s1600/20180402_211610.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggZ-x7FZX9LWCDLhaBkO0qabjylvVBx1M0dddDh0m-1WWc1iGODs-xamD3-zNaHAIXioI8-BCRIlTQQtPQeOOlLa69TLDrKEsc5VxYFrpmOQDVL7tZqJewHbNNcAFCbpoLwE9roYmwH0M/s640/20180402_211610.jpg" width="640" /></a></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-20282911225946382942018-03-22T21:27:00.000-03:002018-03-22T21:27:50.559-03:00Resenha: Grave (Raw)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS50XFfBuqYDg3_ucsnuPtDgvTU8VicM7UMo_gC4P0VqlDnSovV__TkFe7sZzp0K9jj7SzQHF3xM7t4yqZDVdj9e9N9nd2wnXiJTs0qz-LAa5Jgc0fVW5zP5u6FY8l1SnyvKxeuAvo65I/s1600/bner.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS50XFfBuqYDg3_ucsnuPtDgvTU8VicM7UMo_gC4P0VqlDnSovV__TkFe7sZzp0K9jj7SzQHF3xM7t4yqZDVdj9e9N9nd2wnXiJTs0qz-LAa5Jgc0fVW5zP5u6FY8l1SnyvKxeuAvo65I/s1600/bner.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Querido
leitor, não sei se você já passou pela vida universitária; caso tenha passado,
acho que você irá concordar com a gente que a faculdade é uma fase de
transformação em todos os sentidos: intelectual, social, sexual, pessoal, etc.
Claro que isso depende muito de pessoa pra pessoa: algumas estão mais
interessadas nas festinhas e curtição, outras querem estabelecer sua base de
contatos para o futuro, ou simplesmente adquirir o máximo de conhecimento
possível para crescer como pessoa e, consequentemente, profissional, isso sem
contar as pessoas que acabam despertando seus desejos canibais e querem comer,
literalmente, os colegas. Independente das suas prioridades, é inegável que
você saiu (ou vai sair) de um jeito diferente… Se você sobreviver.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"></span></div>
<a name='more'></a><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUMIUGL9W-g95I0LeHwett0cLNOM9YhUiyP7gyJH-n4ZTkpjooKn0LVu4vZKQG3_Dv7wzA6FbmDpOOdiZsYZzjdQABNmxXZeWtW6jpEIrhGCEyCCqh6ssqf3ZX4D0xX4aYechV0wL-LEY/s1600/raw-poster.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1081" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUMIUGL9W-g95I0LeHwett0cLNOM9YhUiyP7gyJH-n4ZTkpjooKn0LVu4vZKQG3_Dv7wzA6FbmDpOOdiZsYZzjdQABNmxXZeWtW6jpEIrhGCEyCCqh6ssqf3ZX4D0xX4aYechV0wL-LEY/s320/raw-poster.jpg" width="216" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Título original: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Raw</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Lançamento: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">2016</span><span style="font-family: "georgia" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Duração: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">99 minutos</span><span style="font-family: "georgia" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Direção: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Julia Ducournau</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Justine é uma garota que está
ingressando em uma tradicional faculdade de veterinária da França, a mesma
cursada por seus pais e por sua irmã, que já está próxima de se formar. Apesar
de nascer em uma família de veterinários, logo nos primeiros dias na
universidade Justine percebe que vai viver algo bem diferente do que imaginava:
as pessoas não estão no curso pelo mesmo motivo que ela, sua irmã e veterana
está mudada e a vida ali não é tão tranquila. As coisas começam a ficar ainda
mais complicadas quando elá é coagida a comer um pedaço de carne durante um
trote, sendo que ela foi vegetariana por toda a sua vida.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Vamos salvar ou comer os bichinhos?</span><o:p></o:p></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></b><i><span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Raw</span></i><span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> chamou bastante atenção na sua estreia porque durante as
primeiras exibições algumas pessoas passaram mal e desmaiaram devido à temática
e ao conteúdo gráfico. Sim, ele tem cenas desagradáveis, mas não achei tanto.
Deve ser pelo fato de eu já ter desgraçado minha cabeça o suficiente pra não me
impressionar mais, mas independentemente disso, <i>Raw</i> está muito além de
ser um filme sobre canibalismo com gore, existindo diversas questões que serão
abordadas nele que farão o gore ser usado apenas como ferramenta. Mas falaremos
disso mais adiante.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O filme inicia com Justine e seus
pais viajando de carro para chegar até à universidade em que ela estudará.
Chegando lá ela logo vai perceber que está num mundo completamente diferente
daquele em que ela viveu até ali. Logo na primeira noite no alojamento da
faculdade os veteranos invadem seu quarto e bagunçam tudo, é obrigada a
participar de algumas atividades de iniciação e mesmo na festa da faculdade ela
se vê totalmente perdida, pessoas bebendo, fodendo, se drogando, usando roupas
da moda, algo totalmente diferente do seu mundo. Até mesmo a sua irmã parece
ser uma pessoa diferente, estando totalmente integrada àquele ambiente
universitário e estranho para a jovem caloura.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ao longo de sua passagem ali,
Justine vai perceber que seu estranhamento vai além do trote, pois mesmo dentro
da sala de aula os seus colegas são bem diferentes dela, seja em relação à
postura que têm ou até mesmo às questões ideológicas. Justine se sente cada vez
mais perdida naquele ambiente: os trotes continuam diariamente, obrigando-a a
adotar uma persona que não combina com si e tendo que lidar com as aulas e com
vida longe dos pais. Tudo começa a mudar quando em um dos trotes ela é obrigada
a comer um pedaço de carne crua.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Logo após comer carne pela
primeira vez na vida, Justine começa a sofrer mudanças físicas e psicológicas,
começando por uma alergia no seu corpo e, logo após, passando para uma
necessidade incontrolável de comer carne, que vai ficando cada vez mais intensa
e levando a garota ao limite.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS51ZMopHvyHhf1PtGAiHu7JcTyR5QbemoOFqj4k7KrX9oorSyM0B3fVAWhh0MEEnFG75c0azCKK5IJ1qwOJBfTXaf_ZmtlWPGZhys0K5YKYFSyaSQul_mRMP0gM9doLJ7XLeR2XUW_lM/s1600/tumblr_ov84t2rkut1vctbbwo2_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="700" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS51ZMopHvyHhf1PtGAiHu7JcTyR5QbemoOFqj4k7KrX9oorSyM0B3fVAWhh0MEEnFG75c0azCKK5IJ1qwOJBfTXaf_ZmtlWPGZhys0K5YKYFSyaSQul_mRMP0gM9doLJ7XLeR2XUW_lM/s640/tumblr_ov84t2rkut1vctbbwo2_1280.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Hummm… que dedinho gostoso</span></b><o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Resumindo, <i>Raw</i> é um filme
sobre mudanças e descobertas. Claro que é possível ver como um filme de terror
em que um garota se torna canibal, mas todos os detalhes do filme querem
mostrar que existe muito além da superfície.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Numa das primeiras cenas do filme
vemos a família de Justine parando pra comer num restaurante de estrada no
caminho para a faculdade, sendo que no meio de uma mordida ela acaba
encontrando um pedaço de carne no meio da sua comida, cuspindo-a imediatamente,
fazendo com que sua mãe levanta para reclamar (afinal eles são vegetarianos e o
restaurante precisa ter mais respeito e atenção com essas coisas). Alguns
minutos depois, temos uma outra cena, agora no restaurante da faculdade, em que
ela está sentada com alguns colegas de sala e começa uma discussão sobre
direito dos animais. Para Justine o estupro de um animal é tão grave quanto o
de uma pessoa, o que acaba gerando um clima desconfortável na mesa, afinal o
seu nível de engajamento com a questão dos animais está muito acima de todos os
outros. Elá não consegue entender como futuros veterinários conseguem comer
carne ou pensar em animais como seres inferiores.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É nesses detalhes que parecem
despretensiosos e sem muita importância que vamos entendendo o tipo de educação
que ela teve e percebendo a transformação da personagem. A questão da carne
sempre parece ser algo sério para a sua família, então, antes da sua primeira
experiencia comendo no trote, as cenas com o alimento envolvem uma certa
repulsa, uma espécie de ódio, afinal a vida toda ela foi ensinada que comer
carne é algo errado. Além disso, fica bem claro que a diretora quer causar um
estranhamento com a personagem. Na primeira parte do filme Justine é sempre
mostrada de um jeito meio animalesco, ela está sempre quieta, curvada e
retraída como um animal indefeso, como se ela fosse uma presa jogada no meio de
seus predadores, algo que irá mudar no decorrer do filme.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O ponto de partida para a mudança
de comportamento de Justine é justamente comer<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>carne crua no trote. Como parte do trote, todos os calouros são
obrigados a comer algo diferente e a protagonista ganha a tarefa de comer uma
pedaço de rim de coelho, se não me engano, o que gera certa resistência, afinal
ela foi vegetariana por toda a vida e não pode simplesmente mudar isso por
causa de uma brincadeira, entretanto, a pressão dos outros alunos, da sua
própria irmã e também a necessidade de pertencer ao grupo e o medo da rejeição
acaba fazendo com que ela coma e rompa, mesmo contra a sua vontade, essa
barreira que ela sempre teve com carne.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Após comer, Justine acredita que
o trote já está no fim e está quite com os veteranos, que ninguém poderá
reclamar dela ser chata ou anti-social, afinal ela participou de tudo, mesmo
contra a sua vontade. Mas é ai que os verdadeiros problemas começam.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi0O70q9Bgbv3-L5tqOQy-CD2lG1NqhIu7Gd_Cbj2Sld8HkbZNm9Dt1kHR93XFR9_kHc_GJUgZQtW06EbE-aHjlCCSpqcYHbFmnBudbpt-dGS7xAk-yiB6zMjkIAEY4yKTg5R5lP6BdiY/s1600/hero_Raw-2017.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="700" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi0O70q9Bgbv3-L5tqOQy-CD2lG1NqhIu7Gd_Cbj2Sld8HkbZNm9Dt1kHR93XFR9_kHc_GJUgZQtW06EbE-aHjlCCSpqcYHbFmnBudbpt-dGS7xAk-yiB6zMjkIAEY4yKTg5R5lP6BdiY/s640/hero_Raw-2017.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Comendo coelhos e humanos…<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">A primeira experiência
carnívora de Justine irá desencadear em diversos outros eventos, iniciando um
processo de transformação da protagonista. Logo no dia seguinte uma estranha
alergia faz com que boa parte de seu corpo fique avermelhado, com uma aparência
nem um<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>pouco agradável, causando
irritação e escamação da pele. Além disso, ela começa a sentir uma estranha
atração por carne que, por mais que tente reprimir, foge do seu controle.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Inclusive, um
dos aspectos mais legais do filme é ver a transformação da protagonista ao
longo da historia. Como disse anteriormente, na primeira parte do filme Justine
está sempre encolhida, mas aos poucos isso vai mudando. Logo após a experiencia
com carne vemos ela tendo problema em aceitar as mudanças tanto em seu corpo
quanto em seus instintos, de modo que ao ver que é impossível controlar sua
vontade por carne, ela tenta esconder dos outros seu novo hábito, afinal ela
sempre se mostrou como vegetariana e defensora do direito dos animais. A partir
disso, Justine adquire um comportamento furtivo: ela tenta roubar um hambúrguer,
pede para seu amigo ir pra outra cidade com ela provar carne e coisas assim,
afinal ela não quer que as outras pessoas vejam que ela está traindo seus princípios.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Apesar de
ainda estar insegura com sua situação, já é possível perceber que ela está mais
viva e menos retraída. As coisas que antes causavam desconforto já não causam
mais: ela passa a olhar pra si mesma e para os outros de um jeito diferente, a
faculdade começa a ter outros significados, etc. Até mesmo a sua relação com a
irmã<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>passa por isso; se antes da
faculdade ela olhava com admiração para irmã mais velha, com o passar do tempo
essa relação vai mudando: o carinho ainda existe, obviamente, mas começa a
existir também certa rivalidade e uma decepção, na medida em que a protagonista
começa a perceber que a visão que ela tinha da irmã era um tanto quanto
equivocada.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Essa transição
passa a ficar cada vez mais intensa, tanto quando pensamos na aparente questão
do canibalismo quanto nas metáforas que aquilo significam. Se por uma lado
temos uma Justine que assalta a geladeira no meio da noite pra comer frango cru
ou até mesmo carne humana, por outro ela também está mais destemida, menos
preocupada com os outros vão pensar dela e descobrindo coisas sobre si mesma
que ela não conhecia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhegsIJ5oKC15Ma4xHiJpfhIUl-_1UJvqnNjQiMnyDvfdaztwQRfaRCKWCIzoDYl9VYnFbU8w4LKQSUBk0OF8gDgRHMoTeidXuvlasxsLm8IlOqw6W2Qx-k2k4QRS8R5NlEBOii3By2NgE/s1600/99688012bc38805df60b13295620c07367dc458a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhegsIJ5oKC15Ma4xHiJpfhIUl-_1UJvqnNjQiMnyDvfdaztwQRfaRCKWCIzoDYl9VYnFbU8w4LKQSUBk0OF8gDgRHMoTeidXuvlasxsLm8IlOqw6W2Qx-k2k4QRS8R5NlEBOii3By2NgE/s640/99688012bc38805df60b13295620c07367dc458a.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.0pt;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><i><span style="background: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">“Mas o que eu
gosto, eu gosto é de comer.<br />
Carne humana, iô iô iô<br />
Carne humana, iô iô iô”</span></i></b><b><i><span style="background: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background: white; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Claro que é possível
ver<i> Raw</i> como um filme de terror sobre canibalismo, mas fica bem claro
que a diretora quer transmitir algo além de uma menina comendo carne humana ou
do gore que tanto amamos. Não existe uma interpretação única sobe a obra e é possível
que cada pessoa veja a questão de Justine de uma forma diferente, sendo que
alguns podem ver o filme como uma transição entre a juventude e a vida adulta,
enquanto outros sobre a descoberta pessoal na faculdade, talvez feminismo ou
até mesmo sobre alimentação (vegetarianismo e tal). A questão é que o filme
está muito além das suas imagens e permite mesmo múltiplas leituras.</span><span style="color: windowtext;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background: white; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Um aspecto que eu vejo bem forte no filme é a questão da
descoberta sexual, e a carne funciona como um simbolismo bem claro nesse
sentido. Logo depois que ela prova a carne de animal pela primeira vez, Justine
passa a olhar tudo de um jeito diferente e a curiosidade que ela não tinha no
passado, agora passa a ter. Se em um momento ela estava retraída e tímida,
agora ela tenta se descobrir como mulher e desbravar aquele mundo até então
desconhecido. E é estranho que sempre que surge qualquer cena envolvendo algo
com outra pessoa, seja sexo ou beijo, aquilo acaba ocasionando em uma especie
de desejo de canibalismo, como se ela estivesse tomando algo do outro pra si, consumindo
um pedaço do outro, meio antropofágico. Claro que posso estar viajando, mas
acho bem interessante pensar nesse consumo do outro como uma forma agregar suas
experiencias, afinal nos sempre levamos algo das outras pessoas com quais nos
relacionamos. Mas é logico que não levamos carne... pelo menos assim espero.</span><span style="color: windowtext;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background: white; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Mas é claro que a descoberta sexual é apenas um das questões
da trama, pois não estamos falando só do relacionamento carnal, mas do convívio
com outras pessoas em geral. Não sabemos muito sobre a vida da Justine até
aquele momento, mas temos a impressão que ela sempre foi dependente dos pais e
sem muita convivência com o mundo externo, de modo que ao entrar na faculdade
ela se depara com uma mundo completamente diferente, com influências novas vindo
de todos os lados, o que faz com que ela só comece a conhecer a si mesma a
partir do momento em que passa a conviver com os outros, já que é só com as
referências externas, com o estranho que ela começa a compreender a si mesma.
Se até então ela tinha uma concepção de mundo baseada naquele ambiente
estreito, quando ela entra na faculdade tudo passa a ser questionado porque
suas ideologias parecem não fazer tanto sentido, levando-a a entrar nesse
turbilhão de sentimentos e experiências. </span><span style="color: windowtext;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background: white; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Por fim, um ponto que eu não vi ninguém discutindo mas que
pode ser levantado é a questão da “carne animal x carne humana”, quer dizer, no
início do filme fica claro que a protagonista é super preocupada com os
animais, tanto que pra ela os direitos dos humanos e animais deveriam ser quase
iguais. Então como uma forma de resistência a consumir animais, ela acaba inconscientemente
apreciando a carne das pessoas, mas isso é apenas uma brisa minha, afinal somos
muito mais desprezíveis que os animais.</span><span style="color: windowtext;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="background: white; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Obs:</span></b><span style="background: white; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Já discutimos um pouco sobre canibalismo na
resenha de <b><i><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2018/02/literatura-jantar-secreto-raphael-montes.html" target="_blank"><span style="color: #3d85c6;">Jantar secreto</span></a></i></b></span><span style="color: windowtext;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUK99N6Cg5HWS6xQjuGJ1GQFWrtMFEPxjOsqzUv-HLTKhV6p0oj6M5K6dmVqjzzeSsJfTevTfX5GN8ti7qokLNgExkwuUxpWZiWrmF6CXWrf2MqR95IxOKaB9Q_viM-vRkIE4eU8yedsM/s1600/397661.jpg-r_1920_1080-f_jpg-q_x-xxyxx.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUK99N6Cg5HWS6xQjuGJ1GQFWrtMFEPxjOsqzUv-HLTKhV6p0oj6M5K6dmVqjzzeSsJfTevTfX5GN8ti7qokLNgExkwuUxpWZiWrmF6CXWrf2MqR95IxOKaB9Q_viM-vRkIE4eU8yedsM/s640/397661.jpg-r_1920_1080-f_jpg-q_x-xxyxx.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Os demônios de
cada um</span></b><span style="color: windowtext;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; text-indent: 35pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Existe
mais uma questão que merece ser pontuada, mas que só será revelada no final do
filme, então caso não queira <i>spoiler</i>, recomendo que pule para o próximo tópico.</span><span style="color: windowtext;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">No meio
do filme em diante vamos começar a perceber que existe algo de estranho na
relação entre Justine e a irmã. Não sabemos exatamente o quê, mas tem algo ali.
Elas estão sempre em uma dualidade entre proteção e rivalidade, sendo que, se
uma hora estão tirando sangue e carne uma da outra, literalmente, em outro
momento elas estão se cuidando e protegendo.</span><span style="color: windowtext;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">É só na
ultima cena do filme vamos compreender melhor o que de fato está acontecendo e
o por quê das garotas terem esse problema envolvendo carne. Antes de acabar o
filme, descobrimos que a “loucura canibalista” é na verdade uma condição da família
e que até mesmo a mãe das duas garotas sofre do mesmo problema, escolhendo
estabelecer uma alimentação vegetariana como forma de proteger as filhas das
consequências que o consumo de carne pode levar, para que certos instintos não
fossem despertado nas garotas. Mas todos sabemos que vivemos em um mundo bem
complicado e não podemos controlar tudo.</span><span style="color: windowtext;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Isso leva
a outra discussão importante que é a comunicação entre pais e filhos. Os pais
de Justine durante toda a vida tentaram proteger a filha desse problema
familiar: estabeleceram o vegetarianismo, proibiram o consumo de carne, mas em
nenhum momento conversaram sobre os motivos reais disso, então, ao entrar na
faculdade, é como se ela fosse jogada em meio a diversas tentações sem saber o
perigo disso porque seus pais nunca se abriram com ela. Essa questão é bem
relevante porque reforça ainda mais as diversas interpretações para o filme,
como a própria questão da sexualidade, que faz paralelo com essas famílias que
cobram um comportamento do filho em relação ao sexo mas nunca conversaram sobre
ou buscaram mostrar os “perigos” e consequências daquilo. Mas isso também se
aplica a diversos outros temas, como drogas, por exemplo.</span><span style="color: windowtext;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Assim,
além de todo o processo de descoberta, quando o filme acaba percebemos que
existe uma outra questão bastante importante permeando todo o filme, que é como
lidamos com os nossos demônios interiores. O problema de Justine antecede o consumo
de carne; o rim de coelho foi apenas o estopim para o canibalismo se
manifestar. Então se isso é uma condição que já nasceu com ela, como lidar com
isso? Será que é melhor reprimir esse instinto ou aceitar sua condição e
conviver com isso?</span><span style="color: windowtext;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Você deve
estar se perguntando, se a irmã sabia da predisposição ao canibalismo, porque
permitiu então que Justine comesse<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o rim
de coelho? Essa questão deixarei pra você, afinal existem varias respostas possíveis:
ter alguém pra compartilhar o problema, mostrar a irmã que o mundo é algo
diferente do que ela acredita, vingança por a irmã ser a queridinha dos pais,
poder orientar enquanto ela está próxima, etc...</span><span style="color: windowtext;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">O filme
vai mostrar que cada uma (a mãe e a irmã) tem o seu própr</span><span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">io jeito de lidar com os instintos e se manter no
meio social sem causar suspeitas. A mãe focando no vegetarianismo e buscando
escape em seu marido (se você assistiu, sabe do que eu to falando), e sua irmã
causando acidentes na estrada para satisfazer seu desejo por sangue. Cada
escolha vai ter seus perigos e consequências,cabe sabe o caminho que Justine
irá escolher...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6kJU4KVeDA_LBPg5P2Z6xTINHnY2dt5tZ_LXBtizKjsp2MeIDZpd6Z63rjkE9PJnLautNBPY52Ctv1YJRbADlGxYjBeCu99mUzFNhXxBRO-KUfm3ClP3om3K2a6olX-k9rX8cWrSEGGA/s1600/raw-2016-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="377" data-original-width="670" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6kJU4KVeDA_LBPg5P2Z6xTINHnY2dt5tZ_LXBtizKjsp2MeIDZpd6Z63rjkE9PJnLautNBPY52Ctv1YJRbADlGxYjBeCu99mUzFNhXxBRO-KUfm3ClP3om3K2a6olX-k9rX8cWrSEGGA/s640/raw-2016-2.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<b><span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Vai uma perninha ai?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Apesar de <i>Raw</i>
ser conhecido pelas polêmicas que causou, por sua violência gráfica e por seu
tema indigesto, ele não é propriamente um filme de terror. Claro, ele tem
elementos do gênero, mas é muito mais um drama que qualquer outra coisa, embora
consiga ter seus momentos de gore e de humor negro, quebrando um pouco a tensão
do filme e fazendo o expectador rir mesmo em momentos duvidosos.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Por ser um
filme francês, ele tem um ritmo bem diferente daqueles americanos que estamos
acostumados a ver, ainda mais pro ser classificado no gênero terror. Tudo é um
tanto vagaroso, não há cenas de susto e os personagens são mais trabalhados. Eu
gosto bastante desse estilo mais lento que vai construindo o clima e a trama
aos poucos, mas caso você vá assistir achando que é um filme de uma menina
canibal correndo atrás de alunos da faculdade, pode acabar frustrado. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Algo que deixa
o filme ainda melhor são certos aspectos técnicos, tanto no que diz respeito a
direção quanto atuação. Os atores, principalmente a garota que faz a Justine,
conseguem transmitir tudo aquilo que a personagem precisa; você consegue
identificar a mudança de comportamento só pela forma de olhar ou até mesmo pela
sua postura física, e mesmo os atores que encenam a irmã e o amigo da
protagonista também conseguem seguram bem a trama, tendo uma sintonia bem legal
entre eles. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">A diretora
utiliza de vários recursos interessantes, como planos abertos, alguma
sequências mais longas sem cortes e coisas assim, algumas pessoas podem não
gostar, mas acho algo bem interessante que torna o filme singular.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Por fim, se
você leu até aqui, já deve imaginar que eu gostei bastante do filme. Então não
resta nada a não ser recomendá-lo. Aproveite que ele está no Netflix e corre lá
pra assistir, depois pode voltar aqui pra gente conversar mais.</span></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-52345657493452475542018-02-27T21:31:00.000-03:002018-02-27T21:31:05.130-03:00Literatura: Jantar secreto (Raphael Montes)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8l0awM8AQmcMwZgZB6up2Fy43VEWGfYzD-21keeVwarOJbHkkS1pmhlZbWcmA7VeVXJTKb8jYg6TU5CQx0wDrfoPQpruoByLKwGEvCZ8IKPQGbal01O0j2V-BTOJu0WHSuvipsUgwTxA/s1600/jantar.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8l0awM8AQmcMwZgZB6up2Fy43VEWGfYzD-21keeVwarOJbHkkS1pmhlZbWcmA7VeVXJTKb8jYg6TU5CQx0wDrfoPQpruoByLKwGEvCZ8IKPQGbal01O0j2V-BTOJu0WHSuvipsUgwTxA/s1600/jantar.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"> Olá caros leitores do <b><i>Café</i></b>,
hoje estamos aqui para um evento especial. Sentem-se a mesa e fiquem a vontade,
o jantar sairá em breve. Espero que estejam tão empolgados e curiosos quanto à
gente, afinal, não é todo dia que comemos carne human... digo, carne de
gaivota, não é mesmo?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"></span></div>
<a name='more'></a><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVecuEzz6nImEKFY7H0jgJYkxV2Rf9zYqZcZzFLa_mP7MyRYHNqVjwuaY8RWLVXAfGR6FOAOX6zElYLVYd6mJ9lYAi0pyb9efSv_sODObDhveWb27Un8o3HxO-9gLZjFg2MxB4jW0zQuQ/s1600/20180126_215928.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVecuEzz6nImEKFY7H0jgJYkxV2Rf9zYqZcZzFLa_mP7MyRYHNqVjwuaY8RWLVXAfGR6FOAOX6zElYLVYd6mJ9lYAi0pyb9efSv_sODObDhveWb27Un8o3HxO-9gLZjFg2MxB4jW0zQuQ/s640/20180126_215928.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif;">““Me deixa perguntar uma
coisa pra vocês: qual é o maior problema do mundo?”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif;">“Doenças”, Miguel arriscou.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif;">“Pessoas discutindo política
no Facebook”, Leitão disse.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif;">“A fome”, respondi.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif;">“Isso, a fome”, Umberto
disse, como um professor satisfeito com o aluno sabido. “Já pararam pra pensar
que o canibalismo pode ser a solução mais imediata para a fome no mundo? Quero
dizer, não comemos nossos mortos por uma questão cultural. Não fomos criados
assim. Acontece que enterrar os mortos é um grande desperdício de carne
saborosa que poderia ser usada como alimento. Mesmo na vila mais pobre da
África, onde pessoas passam fome, há carne sendo desperdiçada nos enterros.
Porque não comer? O que mata as pessoas de fome é esse impedimento moral de
comer os semelhantes...””<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrHoeXxck8uQJN0pXkuCcppJm6vs-sUETs1D3ES46FQznFjSqa1Z0r0Ig6mFaJfDnFLazrPrl1FzMFCiQurhjr5vi6Poc7GmacbvV8ZvP5kUGGUfQSz5U0XVFxoYBTe6HWYT9JAWDbuJ0/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="430" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrHoeXxck8uQJN0pXkuCcppJm6vs-sUETs1D3ES46FQznFjSqa1Z0r0Ig6mFaJfDnFLazrPrl1FzMFCiQurhjr5vi6Poc7GmacbvV8ZvP5kUGGUfQSz5U0XVFxoYBTe6HWYT9JAWDbuJ0/s320/download.jpg" width="215" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Título original: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Jantar secreto</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Autor: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Raphael Montes</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Ano: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">2016</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Editora: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Companhia das letras</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Páginas: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">360</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"> Em 2010, quatro amigos saem de
Pingo d’Água, cidadezinha no interior do Paraná, para estudar no Rio de
Janeiro, com o objetivo de conseguir o diploma, um trabalho em sua área e
realizar seus sonhos em uma cidade grande. Cinco anos depois, ainda dividindo o
mesmo apartamento, três deles conseguem o tão almejado diploma, mas todo o
resto parece estar desmoronando: eles sofrem em empregos medíocres pra pagar as
contas, o trabalho dos sonhos parece cada vez mais distante devido a situação
do país, a amizade desgastando com o tempo, etc. Tudo piora de vez quando
descobrem uma divida de quase 26 mil reais com a imobiliária, levando os quatro
a uma decisão desesperada... Porem, deliciosa.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">4 guys, 1 dinner<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">A
história é narrada por Dante, um dos quatro amigos que dividem o apartamento.
Tudo começa com o protagonista, que irá cursar administração, e o amigo Miguel,
futuro estudante de medicina, indo para o Rio de Janeiro a procura de um
apartamento que irão dividir com os outros dois amigos, Victor Hugo e Leitão,
que cursarão gastronomia e ciências da computação, respectivamente. Eles
encontram o apartamento perfeito para as suas necessidades, algo melhor do que
esperavam por um preço que poderiam pagar. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Os
quatro anos seguintes, pelo que Dante nos apresenta, parecem ser anos bons;
eles estão cursando aquilo que sempre desejaram, estão em uma cidade grande,
possuem uma vida independente dos pais, etc. Entretanto, quando eles se formam
e percebem que apesar do diploma o mercado não está muito receptivo para eles,
o que era um sonho começa a se transformar em preocupação. O protagonista
trabalha em um livraria porque não encontra nada em sua área; Victor Hugo
presta um serviço ou outro em buffets, algo nada estável; Miguel passa o dia
inteiro fora fazendo sua residência em um hospital público do Rio; e Leitão,
que abandonou a faculdade no segundo ano, passa o dia todo trancado no quarto
comendo e vendo pornografia em frente o computador. Então o pouco que eles
ganham acaba sendo só para pagar o aluguel e se manter ali, porque é melhor
viver com pouco no Rio do que voltar para Pingo d’Água. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Apesar
das dificuldades todos estão levando a vida e sobrevivendo como podem, mas
quando Dante recebe uma ligação da imobiliária dizendo que o aluguel não foi
pago nos últimos seis meses, tudo desmorona. Os quatro amigos buscam a melhor
solução para resolver o problema e não ter que se livrar daquele apartamento
que representa a permanência no Rio e, consequentemente, suas liberdades.
Afinal, retomar a vida no interior não é uma opção.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Influenciados
pelos jantares secretos que acontecem nos EUA e na Europa, os quatro amigos
decidem fazer alguns jantares de luxo ali no apartamento, já que Victor Hugo é
um ótimo cozinheiro, para levantar um dinheiro extra e conseguir quitar a
divida. Mas os planos acabam saindo do esperado e eles se veem obrigados a
trocar a carne do prato principal, cordeiro, por uma mais exótica... de
gaivota. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoy_EWhBJMtD_ed6S2w-_MTjIXy7Az48Ay9y5rfVD93Md5w-aEfaK5kFrKbQWWEbOSh5dOqSJOCUv0i2B17krFGUG2zO-SIKFhYMfrxnv-ewUwVuO9HNrVb1TuMH79kzWje8PEZtOpVYY/s1600/20180126_220018.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoy_EWhBJMtD_ed6S2w-_MTjIXy7Az48Ay9y5rfVD93Md5w-aEfaK5kFrKbQWWEbOSh5dOqSJOCUv0i2B17krFGUG2zO-SIKFhYMfrxnv-ewUwVuO9HNrVb1TuMH79kzWje8PEZtOpVYY/s640/20180126_220018.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">O enigma da gaivota<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">O
prefácio do livro vai apresentar o enigma da gaivota, que será importante para
entender algumas referências ao longo do livro. Para resumir, esse enigma é um
daqueles em que você fala o trecho de uma história e os outros precisam
adivinhar fazendo perguntas cujas respostas serão apenas “sim, não e
irrelevante”. O enigma começa com: “Um homem entra em um restaurante e pede uma
sopa de gaivota. Ele prova a sopa e logo em seguida se mata”. Ao chegar na
resolução você vai descobrir que esse homem, no passado, comeu a carne de sua
mulher acreditando ser de gaivota, então ao perceber isso ele se mata. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Caso
queira mais detalhes basta dar um Google ou ler o livro. Mas isso é o
suficiente para você saber que gaivota vai ser uma referência a carne humana
durante a história.Bom, não irei entrar em detalhes, apenas o suficiente para
abrir as discussões que o livro propõe. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Mesmo
sendo algo arriscado, bizarro e repulsivo, os personagens acabam aceitando
fazer o jantar com carne de gaivota, afinal aquele único jantar praticamente
quitaria toda a divida, sendo que antes dessa refeição inusitada acontecer vamos
ver todos os dilemas enfrentados pelos personagens, desde a questão da moral
até as questões mais praticas, de como conseguir um corpo, quem eles vão
servir, etc. etc. etc.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Como
você deve imaginar, a história não vai parar por aí e esse jantar, que deveria
acontecer apenas uma vez para quitar a dívida do apartamento, vai sair do
controle dos quatro personagens e acabar tomando uma proporção inesperada,
levando todos pra um caminho sem volta. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Canibalismo gourmet<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Você
comeria carne humana? Eu imagino que a sua resposta é não, mas por quê? Nos não
contribuímos pra matança de animais diariamente para comer? Nos não tiramos os
filhotinhos das mães logo no nascimento para colocar na fila do bife? Nos não
trancafiamos esses animais para engordá-los o mais rápido possível pro abate?
Não submetemos animais a tortura pro nosso próprio gozo? Porque podemos fazer
isso com as outras espécies, mas não podemos fazer isso com a nossa própria?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Calma,
nós do <b><i>Café</i></b> não comemos carne humana, pelo menos por enquanto. Mas essa
é uma questão que vai predominar durante toda a leitura e é algo bem
interessante porque, por mais que você não concorde com os argumentos
apresentados na obra, ou crie uma resistência pra concordar, é impossível ficar
indiferente e não refletir sobre a questão da carne na sociedade. Se pararmos
cinco minutos para refletir sobre toda a cadeia de produção, é algo
absolutamente cruel e desumano, mas mesmo assim continuamos consumindo. Eu
creio que os principais motivos são: 1) o fato de tudo acontecer no escuro, ou
seja, nós sabemos o que acontece, mas por não vermos diretamente nos acabamos
fingindo que tudo nasce na bandeja do supermercado e não existem torturas e
mortes por detrás disso, o que justifica
o horror que as pessoas tem de ver um animal sendo morto enquanto almoçam um
bifão. 2) Por não sermos da mesma espécie, nós acabamos inferiorizando os
animais, criando justificativas absurdas de que os sentimentos e a dor deles
são diferentes. 3) E, principalmente, cultura. É inegável a importância da carne
no passado, mas cada dia fica mais claro que podemos sobreviver muito bem sem a
proteína animal e sem todos esses absurdos que envolvem a indústria,
entretanto, é difícil largar esse costume porque vai contra diversas questões
que estão desde sempre em nossa sociedade, além das pressões da indústria e
etc. 4) Sim, sou um hipócrita que vou terminar esse texto e sair pra comer um
hambúrguer.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Raphael
Montes, a partir dessas questões, vai construindo a trama que ao mesmo tempo em
que conta a história desses quatro amigos, também vai dando vários tapas na sua
cara, fazendo com que você seja obrigado a ver muito daquilo que você sempre
fingiu não ver, afinal aqui na história não são vacas ou porcos que estão indo
pro prato, mas sim pessoas. Ou seja, o que você iria achar de virar um belo
filé ao molho cítrico no prato de um granfino, que tem o direito pela sua carne
simplesmente por ter mais poder que você? Se você faz isso com as vacas, porque
não pode entrar na cadeia alimentar? Seria mais justo, não?</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Acho
que cadeia alimentar é uma ideia que conversa bastante com a obra, porque no
fundo tudo é uma relação de poder, independente se é entre espécies ou dentro
da mesma.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSeXsh4tlp_H8Z2KBaqO0QhyphenhyphenR_PYLx1nDfDsxgBwhgsgwp_r-lED55D-t-GLaeEoE-MUN-GYzVegfnUfcR_UPkdh5yKme44Qx67wrh9fCP3UWXjxnLSRAHO_8cJBEm45gqMXedjBD3TWI/s1600/20180126_220000.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSeXsh4tlp_H8Z2KBaqO0QhyphenhyphenR_PYLx1nDfDsxgBwhgsgwp_r-lED55D-t-GLaeEoE-MUN-GYzVegfnUfcR_UPkdh5yKme44Qx67wrh9fCP3UWXjxnLSRAHO_8cJBEm45gqMXedjBD3TWI/s640/20180126_220000.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">O jantar está na mesa... <o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">desde que você possa pagar, é
claro!<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Os
jantares e as discussões acerca da carne de gaivota são coisas que vão
predominar por toda a trama, mas, além disso, vamos ver outras questões que
também são bem relevantes e contribuem tanto pra narrativa quanto pras
discussões levantadas. Como, por exemplo, a questão do poder.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">A
história vai se passar no Rio no ano de 2015/2016, então você já deve conhecer
todo o contexto político e social em que ocorre. Raphael Montes consegue fazer
uma trama de canibalismo que dialoga diretamente com as questões que lidamos
diariamente no País, algo que pode parecer estranho, mas tudo flui muito bem,
criando varias camadas. Então se por um lado o enredo começa com quatro amigos
fazendo um jantar gourmet com carne humana, por outro ele se desenrola a partir
de temas como corrupção, dinheiro, poder, ameaças, etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Algo
que gostei bastante é como o autor mostra algo que em um primeiro momento
parece absurdo e que todo mundo diz repudiar, mas que em pouco tempo ele vai se
tornando uma moda com potencial para virar uma indústria lucrativa. Então
lembra quando perguntei se você provaria carne humana? Eu creio que apesar de
você falar não, dependendo da situação você adoraria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">A
questão é que a carne de gaivota passa a se tornar uma iguaria a partir do
momento em que você já provou de tudo que o seu dinheiro possa comprar, por
isso faz tanto sucesso entre a elite carioca. O alimento, além de ser uma
necessidade, é também uma forma de distinção social, tornando a refeição uma
experiência. Se você tem dinheiro, você não vai comer arroz, feijão e ovo todos
os dias, você vai querer explorar o novo, então passa a consumir cortes nobres,
animais exóticos, métodos novos, etc. A carne humana supre essa demanda pelo
diferente, é claro que aqui vai haver um certo exagero com os jantares
canibais, mas é fácil encontrar referencias diárias de pessoas que fazem coisas
absurdas só pelo simples fato de poderem, independente de ser algo legal ou
não.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Consequentemente,
com pessoas poderosas interessadas no jantar, diversas outras questões vão
sendo desencadeadas, pois, caso você não saiba, preparar refeições com carne
humana é crime. Então o livro trabalha não só aquele ambiente das jantas, mas
todo esse processo que acaba surgindo em torno disso, o que é um tanto
amedrontador, pois você percebe que apesar de parecer estranho e absurdo em um
primeiro momento, conforme você avança na leitura vai notando que apesar de
improvável é algo absolutamente possível. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Mas
sejamos honestos, no meio de tantos surrealismos que vemos diariamente no
Brasil, ver gente rica fazendo umas jantinhas top e servindo pobre a milanesa,
não parece tão absurdo assim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">E ai, bora comer um bifão?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Só
se for de gaivota...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Mas
caso ainda não esteja pronto pra provar, fica a recomendação do livro <span style="color: #222222;">—</span> quem sabe até o fim da leitura você não toma
coragem? </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Apesar
de ter gostado bastante do livro, eu acredito que não é todo mundo que irá
gostar, afinal ele tem passagens bem pesadas que incomodam até quem já ta
acostumado com gore. Mas caso você goste de romances policiais e obras com
bastante sangue, fica a recomendação. <i>Jantar secreto </i>consegue mesclar
humor negro, gore, mistério e ainda discutir questões relevantes sobre o Brasil
e sobre o consumo de carne.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Raphael
Montes tem uma escrita fluida que mantém o leitor preso do inicio ao fim da
trama, assim como ele também faz em <i>Dias perfeitos</i> e <i>Suicidas</i>,
que eu também recomendo. O livro começa de um jeito lento e intrigante, sem dar
muita informação do que virá a seguir, e vai tomando velocidade a cada página.
Por ser narrado em primeira pessoa, em forma de relato, a escrita é bem direta
e crua, mas em diversos momentos você percebe a dificuldade do personagem em
lidar com muitas dessas questões e tentando mostrar o seu lado da história.
Além da narrativa, o autor também usa alguns recursos bem interessantes para complementar
a trama, como por exemplo algumas cartas que Leitão envia pra sua mãe, uso de
imagens, receitas e até mesmo um evento em específico que é inteiro apresentado
por meio de uma conversa no WhatsApp.</span><o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Um
ponto extra que me fez gostar ainda mais do livro foi perceber que o autor se
preocupou em estudar algumas noções de gastronomia para desenvolver a sua obra.
Ao longo do texto sentimos que ele teve a preocupação de ser o mais verossímil
possível, de maneira que os pratos dos jantares são bem detalhados, sendo
explicadas as composições de cada um e fazendo com que notemos que aquele
jantar é algo refinado e feito por alguém que entende tanto dos ingredientes
quanto das novas tendências. É impossível não ficar curioso com o sabor
daquilo, por mais que nossos valores tentem rejeitar. Durante a leitura de
algumas passagens dá até pra imaginar o Raphael Montes sentado à mesa provando
os pratos... Será?</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3Kwwx9OfV46ES1wIi2SN-0QIZxJ5ZVfLC8M0mBnzZlJmC2K-LHdhAm2nrSUQPWlnIfX09VbT4g8zlH2uYnbBLeW7afx_bZCJ7tSji_x61dBAQNuzNdsXliRdRQrBhlrxLLqLZODiGkQI/s1600/20180126_215936.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3Kwwx9OfV46ES1wIi2SN-0QIZxJ5ZVfLC8M0mBnzZlJmC2K-LHdhAm2nrSUQPWlnIfX09VbT4g8zlH2uYnbBLeW7afx_bZCJ7tSji_x61dBAQNuzNdsXliRdRQrBhlrxLLqLZODiGkQI/s640/20180126_215936.jpg" width="640" /></a></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-36675975636438510862018-02-01T21:03:00.000-02:002018-02-01T21:03:29.077-02:00HQs: Wytches (Scott Snyder)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJuZY9h98EiQOkTAIngKq7J60FGhqDqfSMfPJiA96H19BA4AbwBl0WLvJ9eBVMFM3jOP2xxXk-RS0SUHNiXZvhTz4LX_met8L0ir1aFe-FdAWwsmSi9_DDgFFiTprBX40thsEyXtwIADo/s1600/wybanner.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJuZY9h98EiQOkTAIngKq7J60FGhqDqfSMfPJiA96H19BA4AbwBl0WLvJ9eBVMFM3jOP2xxXk-RS0SUHNiXZvhTz4LX_met8L0ir1aFe-FdAWwsmSi9_DDgFFiTprBX40thsEyXtwIADo/s1600/wybanner.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Talvez você seja um serzinho cético como eu e não acredite em coisas
sobrenaturais, mas se tem uma coisa que é fato é que muitas pessoas acreditam e
juram de pé junto que presenciaram certos fenômenos. Assim, por mais que você
fique aí, no auge da sua prepotência, julgando como bobinhos os mortais que
acreditam em seres extraterrenos, é bom ficar esperto, pois nunca saberemos o
quão forte é a jura de uma bruxa.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"></span></div>
<a name='more'></a><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigBVYEYmj2vTWPi3jUn8TCVMCuqL7ANbn8em-eDG1NakGq6JhSkYmZ1C73BB6iZzVMBwLC3oDFH4Z0lh9riu7LDhlJ72m1x3ciRIRarzf5ZCS4PbWs2aLcVVK479_3mn5z5Ius_F_TCv8/s1600/20180126_233130.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigBVYEYmj2vTWPi3jUn8TCVMCuqL7ANbn8em-eDG1NakGq6JhSkYmZ1C73BB6iZzVMBwLC3oDFH4Z0lh9riu7LDhlJ72m1x3ciRIRarzf5ZCS4PbWs2aLcVVK479_3mn5z5Ius_F_TCv8/s640/20180126_233130.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“Independente disso, a Sailor acredita que foi uma
mordida da menina. A Annie. Ela acha que a... a coisa da floresta mandou a
menina de volta, atrás dela. Ou sei lá, achava até a gente explicar pra ela que
isso é loucura.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mas agora ela tá com o caroço, e aí---<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Peraí. Caroço?<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A gente levou ela num especialista e ninguém sabe o
que é o negócio. Se é linfoma, se é reação alérgica à ferida ou outra coisa.
Tamos esperando o resultado da biópsia. Mas a gente... a gente não sabe nada.”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrCRt5emUQ_J4ZkSOwtPsyA97Kdq5Oyk4iT3gCiRG1dgVm7z_AMez77iixTW9Ceg9TBivqgAJm0bF8QV2RWVAP2-leQOCbeKDHTD1XbXFGxWiRUcOZwiSN9Ih4Qw29qEKg34iRSWYhxvI/s1600/timthumb.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="319" data-original-width="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrCRt5emUQ_J4ZkSOwtPsyA97Kdq5Oyk4iT3gCiRG1dgVm7z_AMez77iixTW9Ceg9TBivqgAJm0bF8QV2RWVAP2-leQOCbeKDHTD1XbXFGxWiRUcOZwiSN9Ih4Qw29qEKg34iRSWYhxvI/s1600/timthumb.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="break-after: avoid; font-size: medium; line-height: 18pt; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;">Titulo original: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;">Wytches</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="break-after: avoid; font-size: medium; line-height: 18pt; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;">Autor: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;">Scott Snyder</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="break-after: avoid; font-size: medium; line-height: 18pt; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;">Ano: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;">2015</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="break-after: avoid; font-size: medium; line-height: 18pt; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;">Editora: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;">Darkside books</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="break-after: avoid; font-size: medium; line-height: 18pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;">Paginas:</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt;"> 192</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Após passar por alguns problemas na cidade em que morava, a adolescente
Sailor Rooks e seus pais vão pra Litchfield com o objetivo de escapar dos
traumas do passado e reconstruir a vida. Mas existe algo na floresta que está
observando sua chegada e não deixará a jovem em paz.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 21.0pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A jura
das bruxas<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 21.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Como você já deve ter deduzido pelo título da HQ, aqui teremos uma
história sobre bruxas, entretanto, esqueça suas referências sobre o tema; aqui
elas se manifestam e comportam de um jeito bem diferente daquele que conhecemos.
Não teremos varinhas, vassouras, mulheres peladas dançando na floresta, pacto
com demônios, bodes, magias ou coisas do tipo.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Na historia de Scott Snyder, as bruxas são seres que vivem na floresta e
possuem uma fisionomia não humana, com o corpo alongado e “monstruoso”. Não dá
pra saber exatamente o que elas são ou como surgiram, a informação que temos, e
que será relevante na história, é que elas se alimentam de pessoas instáveis
emocionalmente, como é o caso da protagonista que falaremos mais adiante, e,
principalmente, pessoas juradas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A jura é uma espécie de maldição/sacrifício. Uma pessoa jura a outra
como barganha para receber favores das bruxas, que pode ser desde coisas
simples até “imortalidade”. Ou seja, se você jura alguém, essa pessoa passa ser
um alvo das bruxas enquanto você acaba recebendo aquilo que você deseja.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Dito isso, voltamos ao núcleo central.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgovHwrhuBJoB8zR2WrzfuIWF-TwommGhwlmh966kGOblYogh5SN1n83YMfqLrWMuwLHOe6IjZ51qq3Ngb-tTuQbYi3ck6OUctC-GaGsEHT0ok-gpNG-Fp6nG0xlTGHGzNz3173wvMhgy0/s1600/20180126_233206.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgovHwrhuBJoB8zR2WrzfuIWF-TwommGhwlmh966kGOblYogh5SN1n83YMfqLrWMuwLHOe6IjZ51qq3Ngb-tTuQbYi3ck6OUctC-GaGsEHT0ok-gpNG-Fp6nG0xlTGHGzNz3173wvMhgy0/s640/20180126_233206.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 21.0pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Jogando
os Rooks no caldeirão<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A HQ começa no ano de 1919, dando uma pequena introdução do que será
visto no decorrer do quadrinho e assim despertar a curiosidade no leitor. Nas 4
primeiras paginas vemos uma mulher presa dentro de uma árvore gritando por
ajuda, seu filho se aproxima com uma grande pedra nas mãos, dando a entender
que ele ira ajudar a mãe, mas ele faz exatamente o oposto, usando a pedra para
matá-la e dizendo: “Jura é jura”.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Criando esse clima tenso e
estranho para chocar o leitor logo de cara, a história já corta para os dias
atuais apresentando a família Rooks. Após Sailor ter um problema com uma colega
da escola, seus pais acreditam que seriam uma boa mudar da cidade e tentar
recomeçar em um lugar novo onde ninguém sabe sobre o assunto. A principio, dá
pra perceber que ela tem uma relação bem interessante e próxima com seu pai
Charlie, que é o autor de uma serie de livros infantis sobre um garoto preso em
um parque de diversão; já Lucy, a mãe, é uma enfermeira (?) que devido a um
acidente de carro acabou ficando em uma cadeira de rodas.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Apesar dos problemas e do emocional abalado da família, as coisas
parecem estar melhorando e a nova cidade parece ser o lugar perfeito pra esse
recomeço. Entretanto, logo Sailor vai perceber que tem algo errado ali, existe
algo naquela cidade, e principalmente na floresta, que está te perseguindo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Alguns fantasmas do passado sempre retornam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7ZIzGetxAhBpneecKepb6vyNQDKaTctkudq2qvgP4t4GEFbW2bXihvmX1ntFAd6rTUc8zOR4cR-OSAfmGNTLqCK5k3waxls60gVtB-gVwlhFpbhdElArPHYG8p2gipcRWlePZSEPJmgE/s1600/20180126_233237.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7ZIzGetxAhBpneecKepb6vyNQDKaTctkudq2qvgP4t4GEFbW2bXihvmX1ntFAd6rTUc8zOR4cR-OSAfmGNTLqCK5k3waxls60gVtB-gVwlhFpbhdElArPHYG8p2gipcRWlePZSEPJmgE/s640/20180126_233237.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 21.0pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Fragmentos<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 21.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Algo que eu gostei bastante em Wytches é a maneira como a história é
conduzida. Do inicio ao fim, a narrativa é toda fragmentada, apesar da história
dos Rooks na nova cidade ser a principal linha temporal, a todo momento ela vai
sendo cortada com <i>flashbacks</i> do passado, cenas de outra localidade ou
até mesmo trechos do livro que Charlie está escrevendo. Então a todo momento o
leitor se pega confuso e sem saber exatamente onde está, como se o autor nunca
permitisse que você colocasse os pés no chão e pudesse parar pra compreender a
história, por estar sempre nesse vórtice cheio de informações que vão sendo
jogadas ao poucos, mas que no final se completam. Então as vezes você está no
meio de uma passagem super tensa, e quando vira a pagina está no lançamento de
um livro de Charlie.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Para desenvolver melhor a resenha, eu preciso falar sobre alguns
detalhes sobre a trama, não vou dar <i>spoilers</i> sobre o fim, mas caso você
não tenha lido e não queira saber nada além da sinopse, eu recomendo pular pro
próximo tópico. Nas primeiras paginas sobre os Rooks, temos a impressão que a
família é super unida e, apesar dos problemas recentes, eles sempre tiveram uma
relação harmoniosa e coesa, mas essas rupturas narrativas servem exatamente
para mostrar questões sobre a família que não são perceptíveis a primeira
vista.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Se no presente vemos uma relação bem bacana entre pai e filha, no
passado não era exatamente assim, afinal Charlie teve problemas com a bebida
por bastante tempo, o que gerou uma instabilidade familiar; do mesmo modo,
podemos ver o acidente de Lucy, que foi algo que mudou a família como um todo,
afinal eles tiveram que se adaptar a nova situação da mãe. E agora, no momento
em que a historia se passa, é a filha que está passando por problemas. Então durante
a leitura ficamos com a impressão é que sempre há uma adversidade rodeando
aquelas pessoas, e sempre que as coisas parecem se acalmar e melhorar, algo
acontece e as joga novamente em algum tipo de crise.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Apesar de ser uma historia curta que dá pra ler em uma sentada, é
interessante como ele consegue trabalhar a complexidade dos personagens mesmo
sem focar diretamente nessa questão. É claro que não há desenvolvimento como um
romance, mas dentro desse formato enxuto o autor consegue dar vida para as personagens.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSOHQ-G-Zj60Gn793jMWLmHURSQAhnzN8U2DDCr4iQUCWf2VTPUvi25acsjbj1F6mEIxqwJfNKA02556y-kNHcEojKkPiXJww0MJkjgo0t1GOOtzCeZTwaIAGpWTUHT59tHXRDDCOMUu4/s1600/20180126_233302.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSOHQ-G-Zj60Gn793jMWLmHURSQAhnzN8U2DDCr4iQUCWf2VTPUvi25acsjbj1F6mEIxqwJfNKA02556y-kNHcEojKkPiXJww0MJkjgo0t1GOOtzCeZTwaIAGpWTUHT59tHXRDDCOMUu4/s640/20180126_233302.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 21.0pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
verdadeira bruxaria<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 21.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Uma coisa que não está explicitamente na obra, mas que acho bastante
relevante pra aprofundar a discussão sobre a HQ, é a força da “jura” nesse
contexto em que a história se passa. Bom, aqui também poderá ter uma coisa ou
outra de <i>spoiler</i>.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Durante a leitura não vamos ter muitos detalhes a respeito disso, o que
sabemos é que você joga a jura sobre alguém, e essa pessoa serve de sacrifício
para que as bruxas realizem algo que você deseja. Se pararmos pra pensar sobre
isso, já podemos chegar a algumas conclusões e entrar em questões que estão na
HQ, mas que em que em nenhum momento são diretamente enunciadas. A principal
delas é a importância da sociedade nesse sistema de juras.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">As bruxas têm muita força e isso é indiscutível, tanto que elas
conseguem fazer um morto voltar a vida, por exemplo. A todo momento no entanto
fica o sentimento de que elas só desfrutam desse poder porque aquela sociedade
permite, logo, caso houvesse uma resistência das pessoas em jogar juras sobre
as outras, será que essas bruxas continuariam relevantes naquele cenário?</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A primeira vista as bruxas são as vilãs da HQ, mas elas só agem com o
aval das pessoas que jogaram maldições umas sobre as outras, e muitas vezes as
próprias pessoas cometem o crime sobre o pretexto de que é a vontade da bruxa.
Acho que você, jovem leitor, já deve ter entendido onde eu quero chegar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">As bruxas são más? Provavelmente, não tem jeito de um bichinho feio
desses ser bonzinho, mas após a leitura parece que elas são apenas um instrumento
do verdadeiro mal, que é a o egoísmo e a ganância humana, afinal um desejo seu
vale muito mais do que a vida do outro. Então <i>Wytches</i> não deixa de ser
uma metáfora pra varias coisas que vemos por aí<b> </b><span style="color: #222222;">—</span>
é muito fácil cometer crimes que te beneficiam e jogar a culpa em outro ser. “O
problema não sou eu que jurei você de morte pra ganhar dinheiros, o problema é
da bruxa que realiza os meus desejos”.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Entendeu o problema, né?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBF4rqJHXCTmDOAuIGj_yxeW0H4XmUvC-TT4zJbS0etCjzJT3fij0pxNfGQ3GypKJY38PXAWASTXc8n7pYTnrWKflVByn3z3ZxGroymIlpgLma6SdDw358ZUj5LCFv19B1jNL_uWAHor0/s1600/20180126_233328.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBF4rqJHXCTmDOAuIGj_yxeW0H4XmUvC-TT4zJbS0etCjzJT3fij0pxNfGQ3GypKJY38PXAWASTXc8n7pYTnrWKflVByn3z3ZxGroymIlpgLma6SdDw358ZUj5LCFv19B1jNL_uWAHor0/s640/20180126_233328.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 21.0pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quem você
irá jurar?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 21.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bom, apesar de ter gostado de <i>Wytches</i>, eu não achei a obra muito
criativa ou surpreendente. Embora ela até tenha um <i>plot twist</i>, não é
nada que você ja não tenha visto antes. Continua valendo a pena, mas
dificilmente (acho eu) será um quadrinho que você levara pra vida toda. Logo
que terminei eu fiquei na dúvida se tinha gostado ou não, mas quando acaba a HQ
tem uns extras que me fizeram passar a ver a obra com outros olhos e simpatizar
mais com ela. Algo que é bem interessante, porque a partir do momento em que você
conhece aquele contexto, a obra passa a ter um significado diferente e se torna
mais atrativa.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A edição conta com alguns textos do autor falando sobre seu processo
criativo, de onde veio a ideia, algumas curiosidades sobre ele e sobre a HQ, e
tal, além de rascunhos iniciais da arte e do processo de coloração. Eu achei
esse conteúdo adicional tão bacana quanto o quadrinho em si, pois eles se
complementam bem, é bem provável que sem esses extras eu tivesse gostado menos
de <i>Wytches</i>.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Eu sou bem leigo nesse assunto, mas a arte de Wytches é incrível: ela
combina perfeitamente com o texto, tendo um estilo bem sombrio com uma espécie
de aquarela que deixa tudo muito bonito. Esse estilo valoriza ainda mais o tema
principal da HQ que são as bruxas, pois consegue manter o clima de
estranhamento o tempo todo. Em nenhum momento vemos com clareza a aparência das
bruxas, elas sempre são apresentadas nas sombras, ou com <i>close</i> em algum
parte do corpo, o que é legal porque em impede ainda mais de sabermos
exatamente o que elas são, como já falamos anteriormente.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Resumindo, <i>Wytches</i>, que foi mandado aqui para o QG do <b><i>Café</i></b>
graças à nossa parceria com a Darkside, é uma HQ muito bonita e com uma
história bem interessante, que tem extras quase tão interessantes quanto o
conteúdo principal. Apesar de ser bem curta, ela cumpre seu objetivo e consegue
entregar aquilo que buscamos no terror: sangue, gore e criaturas
amendrontadoras. Assim, caso você goste de terror e se interesse pelo tema,
fica a recomendação, mas caso sua referencia de bruxa seja Harry Potter, acho
melhor evitar.</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 21.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2ByxMW7juFn0s2kvgzm49zzxukrl0dS0jNBjFLJNR1mxDJWLA3GW9ayhf1jzGVJfyvjQbVEpU8zzPnV4gQyKXmY3q_6dccfZuudsAR5cm3dJJVw3RHHsVGE20Gwb5RKIzL7DERUfV2vs/s1600/20180126_233153.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2ByxMW7juFn0s2kvgzm49zzxukrl0dS0jNBjFLJNR1mxDJWLA3GW9ayhf1jzGVJfyvjQbVEpU8zzPnV4gQyKXmY3q_6dccfZuudsAR5cm3dJJVw3RHHsVGE20Gwb5RKIzL7DERUfV2vs/s640/20180126_233153.jpg" width="640" /></a></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-83608456079082866162018-01-16T21:44:00.000-02:002018-01-16T21:44:56.999-02:00Literatura: Coração satânico (William Hjortsberg)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAtwglqCPeCECjHc7zXdcyCcLVd0xJ2bKS_1EHzUxBgoOKlM3B6v08-LJvVUYfaUXStoTs7BcXk6dupQ_zilmNlranLQW3pPWbS5OXOEL3wDw8Exad2e4hN5VQpZLmfyH3NCRMJo_HTCk/s1600/coracaosatanicobanner.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAtwglqCPeCECjHc7zXdcyCcLVd0xJ2bKS_1EHzUxBgoOKlM3B6v08-LJvVUYfaUXStoTs7BcXk6dupQ_zilmNlranLQW3pPWbS5OXOEL3wDw8Exad2e4hN5VQpZLmfyH3NCRMJo_HTCk/s1600/coracaosatanicobanner.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Por
mais que você tente negar e se prenda a sua educação católica, uma coisa é
fato: hora ou outra nós venderemos nossa alma pro coisa ruim, algumas pessoas
por mais, outras por menos, mas todos nós temos um preço pra nossa alma. A
questão é: por quanto você compraria seu ticket pro inferno?</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;"> Claro,
sempre existe a possibilidade de tentar dar um calote, mas poder ter certeza
que o diabo sabe de todos os truques sujos da humanidade.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"></span></div>
<a name='more'></a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLGTKQq5ZrG3HlV3Q693uvlhd-k6ECcZ4j02IKA-KSkTFQdUea2u9E4i08sjLwHQQJFwX1ve7fB3iYC3AGKECC9NhUwuESlitOlt2Hqp94PnAshJMhKTS6Blaf9ylGpKhrXRx9bWhtb_E/s1600/20180116_211839.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLGTKQq5ZrG3HlV3Q693uvlhd-k6ECcZ4j02IKA-KSkTFQdUea2u9E4i08sjLwHQQJFwX1ve7fB3iYC3AGKECC9NhUwuESlitOlt2Hqp94PnAshJMhKTS6Blaf9ylGpKhrXRx9bWhtb_E/s640/20180116_211839.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;"> “Sombras
se deslocavam de forma grotesca sob a luz incerta das velas. A batida demoníaca
dos tambores dominou os dançarinos com seu feitiço vibrante. Seus olhos rolaram
para dentro das pálpebras; suas bocas espumavam enquanto eles cantavam. Homens
e mulheres se esfregavam uns nos outros e gemiam, as pélvis se contorcendo num êxtase
sexual. Os brancos dos olhos brilhavam como opalas em seus rostos suados.”</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhee5yDga1yJUSF2TdMTGTk59nO9v6QPntWdiTgHKbNxqxEt82eltc8_cZ09KZ2lEuca-JhBQjclXb29rB3bT-zceOxYVrSmg_Qft5Sm8xPAjcY0jV_WRJPvsI0709GwaoiGOI-wDYvU_c/s1600/timthumb.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="319" data-original-width="221" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhee5yDga1yJUSF2TdMTGTk59nO9v6QPntWdiTgHKbNxqxEt82eltc8_cZ09KZ2lEuca-JhBQjclXb29rB3bT-zceOxYVrSmg_Qft5Sm8xPAjcY0jV_WRJPvsI0709GwaoiGOI-wDYvU_c/s320/timthumb.png" width="220" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Título
original:</span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> Falling Angel</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Autor:</span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> William Hjortsberg</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Ano:</span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> 1978</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Editora:</span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> Darkside books</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Páginas:</span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> 315</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;"> </span></i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Harry Angel é um detetive particular de Nova York
que foi contratado por Louis Cyphre para encontrar Johnny Favorite, um músico
de grande sucesso que teve sua carreira interrompida quando voltou com várias
sequelas da Segunda Guerra Mundial. Apesar dos documentos e das informações
públicas dizerem que Favorite está em coma desde o seu retorno, o contratante
de Angel, que tem assuntos pendentes com o músico, acredita que ele fugiu do
hospital e que armou toda a situação para enganá-lo. </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Tem cheirinho de enxofre aí...</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Bom, sim Harry Angel é o típico detetive de conto
policial, ele adora uma bebida, utiliza de métodos não muito ortodoxos no seu
trabalho e tem aquele jeito canastrão já conhecido dos livros e filmes do
gênero, o que basta para saber um pouco de quem é o personagem. Claro que as
coisas são mais complexas, mas para esta resenha isto basta.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">A história começa quando Angel recebe a ligação
de um advogado falando que um de seus clientes está interessado nos serviços do
detetive. Ao se encontrar com este cliente, Luis Cypher (se você tem o mínimo
de malícia já entende a referência), ele lhe diz que está procurando um homem
chamado Johnny Favorite, um músico que acabou sendo convocado pra guerra e
voltou em coma para os EUA. Apesar de os relatórios médicos dizerem que
Favorite permanece internado, Cypher desconfia que o músico já saiu do coma e
que está usando de sua influência e dinheiro para passar despercebido e ninguém
saber do seu paradeiro.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Angel desde o início percebe que existe algo
errado, afinal seu cliente é um homem bem misterioso e não dá qualquer
informação sobre a pessoa a ser encontrada ou da sua relação com a mesma,
afinal ninguém gastaria tanto dinheiro assim para encontrar uma pessoa sem um
bom motivo. Mesmo assim, o detetive acaba aceitando, afinal não parece um
trabalho tão difícil e o pagamento é acima do esperado. </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Mas como diria sua vô, quando a esmola é grande,
o santo desconfia...</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd8q64Zmjavl7WlSfR-ccRKG6yXD15AkQK2KWJJkydCyx24okJv0atc1XjekK4qj9TDMleaNgIzXYtcE3_OIkNFK_Az1FfVMI_0A_D3e8pg7jfAcGVThkgGIs18bMhEQNs_cKdwOvqkMk/s1600/20180116_211439.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd8q64Zmjavl7WlSfR-ccRKG6yXD15AkQK2KWJJkydCyx24okJv0atc1XjekK4qj9TDMleaNgIzXYtcE3_OIkNFK_Az1FfVMI_0A_D3e8pg7jfAcGVThkgGIs18bMhEQNs_cKdwOvqkMk/s640/20180116_211439.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Espetem o alfinete, o músico
sumiu</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Por ser um thriller, não há muito mais o que
falar sobre a história sem dar spoilers, então vamos focar nos elementos que
estão presente, mas sem aprofundar muito no significado deles.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">A questão principal do livro gira em torno do
paradeiro de Favorite, afinal não é normal alguém tão famoso sumir sem deixar
rastros. As notícias dizem que ele ainda está internado em um hospital, porém
conforme Angel vai investigando vamos percebendo que não é tão simples assim, o
que leva o protagonista a buscar novas fontes porque, a princípio, não existe
informação nenhuma que possa ajudá-lo. Se no presente ninguém viu ou ouviu
falar do músico, o detetive começa a investigar o passado para tentar encontrar
qualquer coisa que possa ajudar na investigação.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Conforme Angel começa a desenterrar o passado do
músico, ele vai descobrindo que o mesmo estava envolvido com a cultura vudu,
fato que começa a se mostrar cada vez mais essencial para que ele consiga
solucionar o caso e descobrir o que houve com Favorite. </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Apesar das primeiras páginas já mostrarem referências
a elementos sobrenaturais, durante boa parte da leitura ficamos na dúvida sobre
o que de fato está acontecendo na história. Será que realmente há algo extra
terreno e tem dedinho do tinhoso na jogada ou tudo não passa de coincidências e
a mitologia desenvolvida não passa de crenças que não se concretizam? E é nisso
que tá boa parte da essência do livro, pelo menos do modo como o li.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">É muito interessante como o autor consegue
brincar com a questão do sobrenatural e, de certa forma, ir manipulando o
leitor até o momento da conclusão. A cada elemento que surge na historia, o
mistério a cerca de Favorite acaba aumentando ao invés de ir se
solucionando, uma vez que a investigação
que se resumia a uma pessoa desaparecida começa a envolver vudu, magia negra,
seitas ocultistas, etc. Aos poucos o protagonista começa a se afundar cada vez
mais em um submundo totalmente desconhecido por ele.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">É bem curioso porque o protagonista é tão leigo
no assunto quanto o leitor e a gente acaba entrando naquela viagem bizarrona
junto com o personagem, que a todo momento está desconfiando das outras pessoas
e dos elementos que rodeiam a historia. Ambos podem negar e não acreditar em
vudu ou magia, no entanto é impossível ficar indiferente a todas as coisas que
rodeiam Angel, de modo que sempre rola aquele desconfiança a mais que deixa
esse tipo de história ainda mais interessante.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib2AwppLgmA8cFZyaEdOl_J7dumV4lUwVc13QU4y1hLYSxAWtMAs3I37KBzC7JmZRnUA2SgxNeeH81_guMyI1mFIUD_dW5eSav7VjfIz6xSOSdaVMH3y6ZYmwqM2R_NT39AUFqvAMREPM/s1600/20180116_211503.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib2AwppLgmA8cFZyaEdOl_J7dumV4lUwVc13QU4y1hLYSxAWtMAs3I37KBzC7JmZRnUA2SgxNeeH81_guMyI1mFIUD_dW5eSav7VjfIz6xSOSdaVMH3y6ZYmwqM2R_NT39AUFqvAMREPM/s640/20180116_211503.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Who lets the pombas girar?</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">O livro é narrado em primeira pessoa, então como
dito anteriormente, você acaba tendo uma maior proximidade de Angel, por saber
exatamente o que ele está pensando ou tirando de conclusão sobre o caso. Além
disso permite que você conheça a cidade de Nova York dos anos 50 pelos olhos do
detetive, algo que é impressionante, porque mesmo não sendo tão detalhista, o
autor consegue ambientar aquele cenário perfeitamente, de modo que durante a
leitura você consiga ter uma ideia bem concreta de todos os ambientes pelos
quais o detetive anda.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Na verdade, não apenas a questão da ambientação
mas todo o desenvolvimento da sociedade é muito interessante e valida. Mesmo
tratando de temas que beiram o sobrenatural, em nenhum momento a gente sente
que o autor está viajando, levando em conta que é um livro de ficção e que pode
ou não ter ter dedinho do cão. Toda a questão da cultura vudu e da magia negra
presente é apresentado de um jeito delicado e, tirando uma coisinha ou outra,
você sabe que as pessoas que participam desses cultos se comportariam de
maneira semelhante, afinal, independentemente de acreditarmos ou não nisso,
existem pessoas que acreditam e vivem esses cultos/religiões. Sendo assim, não
espere invocações, bonequinhos de vudu, maldições, etc. Tudo aqui é muito sutil
no quesito magia, mas não tanto em outras coisas...</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Não apenas nessas questões, o autor também
consegue mostrar a cultura urbana da Nova York dos anos 50, fazendo um apanhado
dos eventos que permeavam a sociedade da época e, também, mostra outros
problemas como a questão do racismo. Mostrando bem, mesmo indiretamente, o modo
como os negros e sua cultura era tratada e marginalizada.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Vudu televisionado</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Em 1987 o livro ganhou uma adaptação
cinematografia dirigida por Alan Parker e com Robert De Niro no elenco fazendo
o papel de Louis Cyphre.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Bom, eu tive o primeiro contato com a história
através do filme uns bons anos atrás, tanto que eu só fui descobrir que ele era
baseado em um livro esse ano quando a Darkside anunciou que iria publicar.
Quando peguei o livro pra ler, eu lembrava que tinha gostado bastante do filme,
mas por ter uma memoria péssima eu não me recordava de quase nada, tinha apenas
uma ideia vaga do desfecho, algo que permitiu eu ter uma melhor experiência de
leitura, mesmo já sabendo como acabaria.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Logo que eu terminei a leitura, eu decidi rever o
filme para poder fazer uma comparação e confesso que eu sai um pouco
decepcionado. Não digo isso pelo filme ser ruim, pelo contrario, o filme é bom
e consegue manter parte da essência do livro, sem contar que é bem legal ver o
De Niro interpretando Cypher, mas eu gosto muito mais do tom e da abordagem
usada pelo livro. Apesar de ambos terem a mesma base e o mesmo desfecho, ambos
são bem diferentes entre si.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">O livro parte do mesmo ponto e chega na mesma
conclusão, mas cada um vai ter suas peculiaridades, pois existem cenas do livro
que não tem no filme e vice versa. Mas vamos por partes, lembrando que essas
são as minhas impressões, talvez você tenha tido uma experiência diferente. A
primeira coisa que eu senti de diferença foi a personalidade de Angel, apesar
de ele ser um detetive típico desse gênero, eu senti que no filme abordam ele
de um jeito mais cômico do que no livro, não que seja uma comédia, mas sempre
tem algo meio malicioso na atuação, sendo que em nenhum momento consegui levar
o personagem a serio de fato, mesmo quando ele tava atolado nos problemas. Já
no romance, o protagonista tem aquele tom sarcástico, mas você percebe um maior
comprometimento com tudo aquilo que está acontecendo ao seu redor.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Como dito anteriormente, uma das grandes
qualidades do livro é toda a ambientação de Nova York, você consegue visualizar
todo aquele cenário durante a leitura. Já no filme, por algum motivo, a história
perde um pouco do clima urbano, ainda que seja ambientado em NY. Em diversos
momentos o protagonista acaba indo pra regiões do interior, algo que pra mim
tirou um pouco do impacto das coisas relacionadas ao vudu, porque acabou
criando uma distancia entre as coisas, pois enquanto no livro as coisas estavam
acontecendo do ladinho do protagonista, no filme, o vudu aparece como algo que
está relacionado às pessoas do interior. Além disso, o filme parece muito mais
interessado em abordar questões raciais
que o livro, enquanto na obra original tudo é bastante sutil, o filme
está a todo momento colocando cenas que envolvem manifestações
culturais/religiosas.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Por fim, existe a questão da investigação. No
livro a sensação de causa e efeito é muito mais aparente, você percebe os
entraves da investigação e a dificuldade de cada pista. O protagonista entra constantemente
em caminhos que não tem saída, segue direções falsas e age com uma cautela
maior, sem contar que a questão da magia negra é quase tão importante quanto a
do vudu, coisa que no filme fica em segundo plano e o vudu é muito mais
importante. Já na obra cinematográfica, eu sinto que o roteiro se atropela um
pouco, as coisas simplesmente vão acontecendo e todo o clima de investigar,
coletar pistas estão ali só pra justificar o avanço do detetive, algo que
prejudica um pouco a própria relação de Angel com Cypher, que na obra original
a estranheza que ele causa é muito mais impactante, tanto pro protagonista
quanto pro leitor.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN3ZI7F3HDU0fOMTZPd2RbCdpzlOpXu5oEboJa6e1JUff6MzAbtGRe8b8eHQgV8CyPDDF-wgGUI_PSeQRBT-NKVkudcLqDrV1NdOrTDRKNAblJLfYRWg8dq6roYj8vG4OwT0kPFxADOXE/s1600/20180116_211628.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN3ZI7F3HDU0fOMTZPd2RbCdpzlOpXu5oEboJa6e1JUff6MzAbtGRe8b8eHQgV8CyPDDF-wgGUI_PSeQRBT-NKVkudcLqDrV1NdOrTDRKNAblJLfYRWg8dq6roYj8vG4OwT0kPFxADOXE/s640/20180116_211628.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">E ai, devo fazer negócios com
Louis Cypher?</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Como eu disse na introdução desta resenha, cada
um tem seu preço, então caso ele lhe faça uma boa proposta, por que não?</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Agora em relação ao livro, que foi enviado pra
gente em parceria com a Darkside Books, a única coisa que posso falar é: Leia.
Não é apenas a parte estética da edição que é incrível, seu conteúdo também. O
autor consegue trabalhar muito bem a a história que fica no limiar entre o <i>thriller</i>
e o terror e, apesar de seguir alguns padrões do gênero, em nenhum momento ele
chega a ser clichê ou entediante. A trama consegue prender o leitor de modo que
você fique sempre desconfiado de tudo que está acontecendo e, por mais que as
informações comecem a acumular, você sempre vai estar se perguntando até que
ponto as coisas são naturais ou se o vudu e a magia negra realmente funcionam.
Algo que provavelmente só vai descobrir no desfecho da história.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Apesar dos elementos de terror, o livro é todo
construído em cima de uma narrativa policial, então não espere sustos,
manifestações sobrenaturais ou qualquer coisa semelhante. Mas pode ficar
tranquilo que o livro vai te incomodar diversas vezes e com certeza algumas
cenas vão ficar na sua cabeça por um bom tempo. </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Como dito anteriormente, o filme é legal, mas não
supera a experiência do livro, então caso você esteja receoso de ler algo que
você já conhece a história, pode pegar sem medo que o livro é bem bacana.
Apesar o desfecho ser o mesmo, o percurso do protagonista acaba sendo bem
diferente.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;">Então assina o contrat... digo, compra o livro
logo e vem brincar de vudu com a gente.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;"><br /></span></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoKSzxNaRJlIb3NsNZs3KZghsU68idGaLjpo2Xqh2pTzv3Ce8IyJQMkUVrc9LgpKJi0J2HJYP_V6GS_7Qv8gsaAB6sq_kfQYvA8Mk5Cw9FFMzoHsLAX8t5qgqgyBgpYCtGpV1_apebnkE/s1600/20180116_211400.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoKSzxNaRJlIb3NsNZs3KZghsU68idGaLjpo2Xqh2pTzv3Ce8IyJQMkUVrc9LgpKJi0J2HJYP_V6GS_7Qv8gsaAB6sq_kfQYvA8Mk5Cw9FFMzoHsLAX8t5qgqgyBgpYCtGpV1_apebnkE/s640/20180116_211400.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Georgia;"><br /></span></i></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-49174119474317389492018-01-02T22:04:00.000-02:002018-01-02T22:04:04.981-02:00Literatura: As perguntas (Antônio Xerxenesky)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNmhCa1nYsQiqeYsIlaVQaUKdmaJ_SH5rGgUbAkz4Ir4pvLlX_NPORepwFfeOk5uGzCT-64YF9xXxL7ks0EZBZ6cE5ctNHbMs5W_LLyJwVj9EncCMaUvUgCFgbNi0ucVlMzX47HIAG04w/s1600/perguntas+banner.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNmhCa1nYsQiqeYsIlaVQaUKdmaJ_SH5rGgUbAkz4Ir4pvLlX_NPORepwFfeOk5uGzCT-64YF9xXxL7ks0EZBZ6cE5ctNHbMs5W_LLyJwVj9EncCMaUvUgCFgbNi0ucVlMzX47HIAG04w/s1600/perguntas+banner.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
Talvez vocês já tenham
notado mas o <i><b>Café </b>com <span style="color: #990000; font-weight: bold;">Tripas</span></i> não é um daqueles blogues bonitinhos
que atualizam seus conteúdos todos os dias. Nossa política de atualização é
meio que mexer nisso aqui “sempre de vez em quando quando dá”, sendo que neste
último ano vários livros e filmes acabaram acumulando simplesmente <i>porque o
barato foi louco em 2017</i>, o que gerou várias discussões com editoras e fez
com que rompêssemos diversos contratos com patrocinadores, ONGs e com fã
clubes, perdendo milhões em propaganda (só que é mentira). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
Bem, ocorre que enquanto
o <b><i>Café</i></b> não consegue grana para pagar próprios estagiários de
Letras e Cinema (acelerados por eventuais chibatadas, é claro), ficamos só essa
dupla dinâmica mesmo, porém com um ritmo mais acelerado agora que as obrigações
pesadas passaram. <i>As perguntas</i> foi um desses livros que ficou escondido
debaixo daquela poeira que as obrigações lançam sobre as coisas que nos
divertem, sendo que agora que estamos com um tempinho para o blogue, vamos
soprá-la para bem longe e descobrir o que ela escondeu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
</div>
<a name='more'></a><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
“<i>No começo era
difícil: ela acordava gritando, urros tão desesperados que despertavam os pais
e o irmão, eles corriam em direção ao quarto dela imaginando uma tragédia ou no
mínimo um acidente sanguinolento e a encontravam na cama, com o torço erguido,
as mãos apoiadas no colchão, agarrando com força o lençol, as unhas quase
rasgando o tecido, e os gritos iam diminuindo até ela entender o que tinha se
passado, até compreender e localizar a linha divisória entre o mundo dos entre
o mundo dos sonhos e a realidade, então ela ficava em silêncio enquanto os pais
e o irmão perguntavam “o que foi, o que foi?” e ela respondia com uma voz rouca
de quem arranhou as cordas vocais que “foi só um pesadelo”, mas ela sabia que a
explicação era simplista, que não valia a pena repetir o que contara aos pais
nas primeiras vezes que acordou gritando, isto é, que mesmo depois de acordar,
continuava enxergando sombras no quarto, e seu pai, do alto do seu
cientificismo, explicava que o cérebro demora um pouco para entender que não
está mais sonhando, ainda mais quando a pessoa desperta assim, de repente, e
que continua projetando imagens residuais do pesadelo.</i>”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1zFbHfV3TzO7sKwzNjLRQh_ryEABWsqIgQZMRneEpnWkkqCztTX2gqxDHdxOrZboSJtFM5blUU7vvxrjEkikAlhWSicNRyXSVtOwSn6kItbJi7PevHnGk2-dHeq4ase1CFeNbSJkEkwA/s1600/25497503_1535889426531809_645008094_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="650" data-original-width="434" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1zFbHfV3TzO7sKwzNjLRQh_ryEABWsqIgQZMRneEpnWkkqCztTX2gqxDHdxOrZboSJtFM5blUU7vvxrjEkikAlhWSicNRyXSVtOwSn6kItbJi7PevHnGk2-dHeq4ase1CFeNbSJkEkwA/s320/25497503_1535889426531809_645008094_n.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b>Título original:</b> As perguntas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b>Autor: </b>Antônio Xerxenesky<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b>Ano:</b> 2017<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b>Editora: </b>Companhia das letras<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b>Páginas:</b> 184</div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: center;">
<b>Oi? </b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
Alina, uma jovem com uma
breve carreira universitária dentro da História das religiões, acaba se
envolvendo com uma trama esquisita envolvendo um crime, símbolos místicos e uma
estranha seita.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: center;">
<b>Livro? Que livro?</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
O fim de meus afazeres mais
pesados neste ano coincidiu com minha leitura de <i>As perguntas,</i> mais um
desses livros que eu fui deixando de lado na medida em que coisas mais urgentes
foram surgindo e que eu tive que deixar as coisas divertidas empilhadas. Como
vim a descobrir logo que tive um tempinho para o ler, o livro dialogava com
algumas questões que me são familiares por conta de minha graduação na
Filosofia e veio a ser uma experiência gostosa no fim de tantas obrigações. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
Meu exemplar chegou aqui
como uma cortesia da Companhia das Letras e, já que costumo receber muitos
livros em casa (seja de trocas, compras, ou outras coisas), demorei um tempo
tentando lembrar que livro era aquele e de onde veio. Depois que lembrei, fui
procurar um pouco mais sobre ele na internet, onde descobri que várias pessoas
o citando como terror, sendo com essa cabeça que eu entrei no livro para logo
perceber que era uma impressão errada da obra. Talvez eu pense de forma um
tanto diferente dos outros leitores, talvez o marketing da obra a tenha vendido
assim, como um terror, eu seja surpreendentemente burro ao entender
inicialmente a obra dessa forma ou sei lá, mas o fato é que o livro não é bem
isso, estando muito mais para um suspense ou coisa do tipo. Na maior parte do
tempo não há monstros, vilões, encontros aterrorizantes, nem mesmo medo, só
possibilidades que se constroem com o tempo e sem muito susto —
será que é algo sobrenatural? Será que a personagem está imaginando
coisas?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
A obra começa com uma
quebra na rotina da protagonista e daí passa a relatar a desestruturação
gradativa de seu mundo, suscitando dúvidas sobre a realidade das coisas e
fazendo com que ela questione se afinal essa coisa de superstição e religião é
só fantasia ou se alguma coisa se agita por detrás de seus mistérios.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: center;">
<b>Quê?</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
Basicamente, a narrativa
envolve dois aspectos: os fatos que acontecem na vida da personagem —
ela caminhou até tal lugar, viu
isso, ouviu aquilo, etc. — e as reflexões levantadas em torno deles. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
A descrição desses fatos
toma grande parte da obra, bem como diversas descrições do cenário onde a
narrativa transcorre, sendo que aquilo que a personagem faz em seu
cotidiano, no seu trabalho ou mesmo
junto ao seus amigos toma muitas páginas do livro. A protagonista habita aquela
parte do estado de São Paulo em que o metrô chega, se é que me faço entender, a
parte mais urbanizada e moderninha da cidade na qual, quem pode pagar, consegue
viver com algum conforto, de modo que é ali na classe C urbana e branquinha que
a personagem se aloca. Alina é mais uma jovenzinha urbana, meio desenraizada,
consumidora de cultura pop, escolarizada (mas não culta) e que vive uma vida
que não é ruim mas também não é especialmente boa. Sobram referências na obra
nesse sentido, como Netflix, redes sociais, universidades públicas, pós
graduação, a vida instável dos estudantes de humanas e coisas e temas que fazem
parte de um espaço que é tanto social quanto geográfico, contudo, essas
referências e descrições não são muito penetrantes e mais expõe que desvelam,
não cansando mas também sendo descartadas tão logo sejam lidas. Como as coisas
se perdem no imediato, o livro não constrói muita coisa a longo prazo e, embora
seja divertido de ler, não deixa de ser superficial e banal, pois não há nada a
ser ponderado e nenhum sentimento complexo a se compreender. Bem, eu não quero
sugerir que isso seja qualquer coisa como um<i> </i>“critério universal para se
avaliar se um livro é bom ou ruim” ou algo do tipo, no entanto, como se trata
de um livro em que o processo reflexivo deveria importar (ele até se chama <i>As
perguntas</i>), penso que isso seja uma falha. Para ser
preciso, penso que é uma falha do autor e que essa apresentação não muito
complexa do espaço habitado pela personagem ocorra, de um lado, porque o olhar
do autor não é muito mais complexo que o da personagem e, de outro, porque esse
espaço social e geográfico é mais ou menos o mesmo espaço frequentado pelo
autor (e por mim também, sou dessa mesma bolha). Em nenhum momento tive
qualquer sensação de estranheza com a obra ou com a personagem e, embora o
livro seja mais reflexivo que propriamente psicológico, achei fácil se
reconhecer na protagonista, algo que considerei um mal sinal: o reconhecimento
só veio fácil porque a protagonista era um tanto vazia, sendo fácil preenchê-la
com coisas gerais que temos em comum. É aí que entram as referências e as
descrições de lugares e situações, dando aquela sensação de “eu também” a qual,
no fundo, não é mais que o reforço de certo senso comum entre leitor e
personagem. Por sinal, às vezes, a própria protagonista se interrompe e
ressalta que sua visão de mundo não supera esse pequeno espaço, como se ela e o
autor dissessem ao mesmo tempo: “ora, eu sei que há mais que isso, não sou um
ser ingênuo”, contudo, isso nunca soa convincente e sempre me pareceu que as
limitações da personagem eram as limitações do autor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
Para além desse aspecto
mais factual, digamos assim, o livro também se desdobra através de várias
reflexões levantadas pela personagem. Por mais que perpasse suas
singularidades, essa reflexão não é exatamente psicológica, quer dizer, não se
trata de tentar compreender a singularidade de Alina, mas de compreender certa
linha de raciocínio que ela desenvolve sobre determinados temas, como a morte,
a religião e o sobrenatural. Inclusive, é daí que surgem as perguntas do
título, como resultado de certo processo
lógico que o leitor acompanha refletindo. A história se inicia numa
espécie de ruptura do cotidiano da personagem que aumenta gradativamente em
importância e infla suas dúvidas sobre as coisas, com isso, de um mundo
racional e normalzinho e meio banal, passamos a mundo meio doido que as coisas
não tem muita explicação e a superstição toma tudo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
A meu ver, esse aspecto
reflexivo de levantar questões — ou perguntas, se quiserem —
não é ruim, ele é bem confortável de ler e não enfada em nenhum momento,
contudo, não é ele propriamente que faz a história avançar e sim o primeiro,
aquele dos acontecimentos, dos fatos e tal, por conta disso, embora a
protagonista pense muitas coisas, é só a partir do momento em que ela se mexe
que alguma coisa acontece efetivamente na história. A reflexão acompanha os
fatos e nada se resolve por ela, aliás, nem o final da obra que, pelo que
percebi, irritou bem mais gente além de mim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
Ocorre o seguinte: sem
entregar nada a você que ainda não leu o livro, posso dizer que o final é
“aberto”, não resolvendo os problemas apresentados na obra, o que é consequente
com um livro cujo título já coloca o leitor nesse âmbito da dúvida, mas não
completamente consequente e vou explicar por quê. Se de um lado o autor
apresenta fatos da vida da personagem porém, como já disse, esses fatos não se
somam para formar um quadro e apenas surgem e morrem a cada página; de outro,
ele apresenta reflexões que são agradáveis e inteligentes, contudo não
especialmente inteligentes, de modo que quem já estudou algo sobre religião ou
Filosofia sabe de onde elas partem e aonde vão. Embora em nenhum momento as
perguntas enfadem ou constranjam, elas também não são nada originais e não
trazem nenhuma surpresa e, ao menos no meu caso, não existiu nenhum momento do
livro em que as perguntas da personagem se tornassem minhas ou que ao menos
tenham me causado qualquer inquietação. No máximo, senti vontade de
respondê-las por achá-las um tanto comuns e fáceis de encerrar. Se não forem
puramente psicológicos ou gramaticais, questionamentos iniciam por meio da
colocação de razões que põe em dúvidas nossas certezas, sendo mais forte a
dúvida quanto mais forte forem as razões que a ensejam, contudo, a argumentação
da personagem é muito comum (não rasa, mas comum); somente discussões já
conhecidas são percorridas e pelos caminhos de sempre, de modo que todo o
questionamento gera, no limite, a expectativa de que ele seja superado por
questões interessantes e originais. É nesse sentido que penso que o final
falha, pois não sinto como se tivesse saído de um livro que construiu questões,
ao menos não para mim (talvez só para a personagem), mas de um livro que ficou
simplesmente inacabado, que antes mesmo de chegar a algum lugar teve fim.
Quando me deparei com o final, fiquei com a impressão de que tinha lido o livro
como a perspectiva errada — quê? Acabou? As perguntas que
ficaram na minha cabeça não foram questões construídas no decorrer do texto,
pois eu o acabei sem ficar com nada e enquanto escrevo esta resenha já devo
estar esquecendo o que li, mas simplesmente a sensação de “puts, é isso
mesmo?”. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
Como o livro é agradável
e não cai no ridículo em nenhum momento, eu estava pronto para escrever aqui
que ele era um bom livro de estreia e que o autor logo “chegaria lá”,
produzindo uma obra mais madura e consistente, no entanto, quando pesquisei a
respeito dele descobri que <i>As perguntas</i> era seu terceiro livro, o que
fez bater uma tristezinha. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: center;">
<b>Como?</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<i>As perguntas</i> tem
um estilo direto e argumentado, sendo que mesmo os momentos que mais penetram
na introspecção e na subjetividade da personagem são bastante racionais,
seguindo uma linha de pensamento menos sentimental e mais lógica. Apesar disso,
a narrativa nunca chega a ultrapassar a personagem completamente e se tornar
apenas uma exposição de uma linha de raciocínio, como acontece nos piores
momentos de um livro como <i>Crime e castigo</i>, por exemplo, e até seu fim a
obra mantém um equilíbrio agradável entre a psicologia da personagem e suas
dúvidas “filosóficas”, inclusive quando a mudança narrativa na segunda parte
poderia desbalancear isso completamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
A descrição psicológica
não é o foco da obra e Alina não é desenvolvida de forma muito singular, sendo
que o que realmente importa é o processo reflexivo que ela levanta e os fatos
que os suscitam. Assim, por mais que percorramos a vida de Alina, seus
pensamentos e memórias, a narrativa nunca sai da superficialidade e nada causa
estranhamento ou traz aquela sensação de peso que sentimos ao ler algo muito
complexo, o que acaba tornando fácil para qualquer pessoa se reconhecer na
personagem, uma vez que ela é geral o suficiente para que qualquer um se
projete nela e sinta que tem compartilham coisas. Mas ao contrário de um livro como <b><i><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2016/08/literatura-o-ultimo-adeus-cynthia-hand.html" target="_blank"><span style="color: #3d85c6;">O último adeus</span></a></i></b>, por
exemplo, que abusa disso como recurso para fazer o leitor criar uma conexão
emocional com a personagem, aqui essa superficialidade existe mais para criar
certo compartilhamento de pensamentos, reflexões e de percepções sobre as
coisas. Alina sempre nos apresenta algum dado de seu cotidiano ou algum ponto
de vista banal em que podemos facilmente nos reconhecer, existindo frequentes
menções às redes sociais, comentários a respeito de lugares frequentados pela
personagem que parecem estar lá como referência para o leitor que pensaria o
mesmo ao frequentá-los, como que para causar nele aquela sensação de “eu também” já que não
cumprem função alguma no livro, contudo, a despeito disso, em nenhum momento
sentimos pena quando a personagem se dá mal ou felicidade por suas vitórias,
como se torcêssemos para uma heroína ou alguém de quem gostamos. Sempre está
presente certa distância entre os sentimentos delas e os nossos, fazendo com
que acompanhemos o desenrolar de sua circunstância com interesse porém não
necessariamente com paixão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
Parte disso está no
plano do livro, que é uma obra sobre indagações e questionamentos, porém parte
disso é um problema dele, já que a superficialidade faz com que as coisas não
se somem ou não se somem de forma a se tornarem complexas, o que é terrível
para uma obra que pretende gerar reflexões. Qualquer um pode colocar um ponto
de interrogação no fim de uma frase afirmativa e transformá-la numa pergunta,
no entanto, para que ela seja uma reflexão mesmo, é preciso que existam razões
e nexos por detrás desse pontinho, algo que só pode ser desenvolvido com
aprofundamento, gerando estranhamento e surpresa no leitor, que encontra ali
algo que não seria capaz de pensar sozinho. Nesse ponto, a superficialidade da
narrativa trabalha contra seus objetivos, embora, paradoxalmente, também a
torne bastante agradável de ler pelo pouco que requere para ser compreendida e
fruída.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: center;">
<b>E a gente conclui o quê daí?</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
Retomando o que tinha
dito no começo deste texto, como fiz graduação em Filosofia, as questões que
inquietam Alina já foram de meu interesse e pude conhecer várias respostas
dadas a elas por pensadores clássicos ao longo de meu próprio percurso, sendo
assim, fico pensando se preciso colocar algum limite nas críticas que faço ao
livro, quer dizer, talvez <i>As perguntas</i> não tenham me atingido com muita
força justamente por que já passei pelas reflexões do livro várias vezes e de
várias formas. Pode ser que para os demais leitores, até para a maioria deles,
o livro não seja como eu o descrevo aqui, mas mais impactante. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
Seja como for, para além
dessas críticas é preciso ressaltar que a obra é agradável e divertida, fazendo
um bom trabalho ao exprimir essa juventude meio desenraizada que vive nas
grandes cidades brasileiras, que sente que não pertence a uma cultura e que
suas lembranças são experiências artificiais vendidas por marcas e empresas ou
encontros e desencontros banais e sem vida. Na verdade, penso que o livro é mais
original nesse sentido de representar um grupo social que em seu questionamento
a respeito do sobrenatural, já que esse questionamento nunca chega a ser
profundo ou um resultado singular de uma personalidade única, ficando apenas no
mais geral do assunto — será que há sobrenatural ou
não? As dúvidas de Alina nunca vão além disso, de modo que, mantendo essa
dualidade até o final, ela jamais diz que sim ou que não, nem nos dá muitas
razões para mudarmos de opinião (seja qual for a nossa) ou pensarmos mais profundamente
a respeito do assunto. Se eu fosse escolher, diria que no universo de <i>As
perguntas</i> existe sobrenatural mas que nenhuma das reflexões levantadas na
obra são capazes de impactar o leitor, nem que seja para fazê-lo sentir dúvida.
No nosso universo continuamos com as nossas razões e esquecemos o livro logo
depois de ler, pois ele não é capaz de construir nada que já não tenhamos
pensado por nós mesmos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
Por fim, <i>aqui do alto
da minha opiniãozinha de porcaria que não vale nada</i> eu não recomendo <i>As
perguntas</i>, mas não acho que seja um livro a ser amaldiçoado, evitado,
temido, caçado e ojerizado. Só é passável. Se ele simplesmente lhe interessar,
ignore as críticas que fiz aqui, mas se ele não lhe interessar, pegue-as para
reforçar seu interesse e siga em frente procurando por outros livros. </div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-56880683714796726772017-12-19T21:59:00.000-02:002017-12-19T21:59:02.201-02:00Literatura: Maldito (André Barcinski)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjDqE5WUwBfUiAcXlIred_iYiVz3gMgPdxqBCGbe_0fD3QR5Y2gJs1BTtDoCA2-dkassiPRt1a_bpASds-4hsgKjNlzMfio3kTpyqTmjJ_iEMB2PE1kuHIGT2CWmhyMl4VJSs9BZY8QHg/s1600/zebanner.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjDqE5WUwBfUiAcXlIred_iYiVz3gMgPdxqBCGbe_0fD3QR5Y2gJs1BTtDoCA2-dkassiPRt1a_bpASds-4hsgKjNlzMfio3kTpyqTmjJ_iEMB2PE1kuHIGT2CWmhyMl4VJSs9BZY8QHg/s1600/zebanner.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> É
verdade que o <b><i>Café </i></b><i>com <b>Tripas</b></i> tieta bastante José
Mojica Marins. Como vocês já devem saber, este blogue possui um panteão próprio
e não tem vergonha de exaltá-lo, contudo, é verdade também que Mojica é um
ótimo diretor circundado de preconceitos bestas que fazem com que as pessoas
nunca cheguem à sua obra, sendo que a necessidade de limpar esses entulhos tem
sido uma das bandeiras mais velhas deste blogue.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> É
por isso que <i>Maldito</i> é um livraço (ou seria livrasso?): ao destrinchar a
vida, maracutaias, filmes, derrotas e vitórias desse diretor fascinante, o
livro apresenta toda a complexidade de um diretor extraordinário que,
infelizmente, na cabeça de muita gente, não é mais que um personagem bobo que
viram na TV. De sua infância nos bairros proletários de São Paulo até o
reconhecimento tardio de sua obra, Mojica é apresentado em suas várias facetas
que, no todo, dão uma boa dimensão desse
patrimônio vivo (embora velhinho) do cinema nacional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Clique
aí no link e venha descobrir um pouco mais a respeito dele. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"></span></div>
<a name='more'></a><br />
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX9elgh2kEuW3sOkcRZ6dM8SxQcE_2UJQTkmBoUxkuQOUkGp42wChRgbwm65dgPM62rpdnsFaEsS7nkPKiv4ZgzcSgrS2tD2fjwoRQZWS1no6ohENAic9c6LbWfCG8QHwvis8nHpAApL0/s1600/20171219_211016.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX9elgh2kEuW3sOkcRZ6dM8SxQcE_2UJQTkmBoUxkuQOUkGp42wChRgbwm65dgPM62rpdnsFaEsS7nkPKiv4ZgzcSgrS2tD2fjwoRQZWS1no6ohENAic9c6LbWfCG8QHwvis8nHpAApL0/s640/20171219_211016.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";"> “<i>—
</i></span></b><i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Isso aqui não é um roteiro, Mojica </span></i><i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";">—
disse Honório<b> </b>— São só uns rabiscos! Cade a divisão de planos? Cadê os
diálogos?</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";"> Ele
tinha razão. Aquilo realmente não era um roteiro.</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";"> Mojica
havia, sim, pensado numa história, nos diálogos e até nos movimentos de câmera,
mas o problema é que guardara tudo em sua cabeça. O que estava ali nas mãos de
Honório não era um roteiro normal, mas o que Mojica acreditava ser um roteiro.
E só ele mesmo poderia achar algum sentido naqueles rabiscos incompreensíveis.
Mojica não sabia o que era um plano americano ou um contra-plongée; plano
sequência para ele era grego. Seus roteiros não tinham diálogo, apenas
instruções curtas sobre cada cena: </span></i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";"> Cena
1: Jaime rouba o banco.</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";"> Cena
2: Policial persegue Jaime. </span></i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> E
só. Todo o resto </span></i><i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";">— diálogo, posicionamento de câmera,
movimentação dos atores — era improvisado na hora. Era assim que ele fazia
cinema desde adolescente. Nunca havia tido uma aula ou alguém que lhe
explicasse as técnicas de produção de filme. Aprendera tudo por conta própria,
e só sabia fazer as coisas do seu modo.</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";">”</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Um maldito entre os malditos </span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgInawVQ-tupWkZLwHoQblRFJ7H0wXqooD-_v8H4tGtHyEPZDDSQtMoN_gAQfWTuoPRjSqLF1nBIhb8bgWdgn1EqHAcRbcElaI7XT5zyB-J7UiuSaME4Pxlsm6emVIBzSIV8iLcI7bv0Z4/s1600/capa-ze-do-caixao-darkside.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="745" data-original-width="501" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgInawVQ-tupWkZLwHoQblRFJ7H0wXqooD-_v8H4tGtHyEPZDDSQtMoN_gAQfWTuoPRjSqLF1nBIhb8bgWdgn1EqHAcRbcElaI7XT5zyB-J7UiuSaME4Pxlsm6emVIBzSIV8iLcI7bv0Z4/s320/capa-ze-do-caixao-darkside.png" width="215" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoBodyText" style="font-size: medium; line-height: 24px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Título original:</span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> Zé do caixão </span><b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">— </span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Maldito<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="font-size: medium; line-height: 24px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Autor: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">André Barcinski<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="font-size: medium; line-height: 24px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Ano: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">2015<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="font-size: medium; line-height: 24px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Editora:</span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> Dark side<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="font-size: medium; line-height: 24px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Páginas:</span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> 666 (!)</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Quando
a palavra “maldito” é associada a algum artista do passado em algumas
descrições banais que encontramos por aí, ela geralmente vem carrega de todo um
charme que acaba servindo mais como elogio que como um estigma. Gostar de
Baudelaire, Rimbaud, Augusto dos Anjos e outros nomeados assim pega bem, pois
eles seriam artistas transgressores, contrários a cultura vigente e
conhecedores de verdades subterrâneas não muito divulgadas.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";">
Quer dizer,</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> eles são malditos, mas é como se fossem mesmo <i>blasé</i> e
bons de cama </span><b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";">—</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> ame-os.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Já
quando se trata de José Mojica, alguém cujas obras não podemos acessar com
aquele distanciamento de autor já morto e consagrado, a coisa é um bocado
diferente, pois mesmo hoje continua sendo feio gostar desse diretor, ver seus
filmes ou reconhecer seu talento. Conversar com as pessoas a seu respeito
continua requerendo que respondamos questões do tipo: “mas, afinal, por que
você vê os filmes desse cara?”, “Ele tem algum filme bom?”. Assim, <i>José
Mojica é um maldito no sentido mais puro do termo</i>: aquele que não tem o
reconhecimento devido em seu próprio tempo, que é desconsiderado por muitos e,
é claro, que fala de coisas sombrias e nada chiques em suas obras. Imagino que
era exatamente assim que acontecia com aqueles literatos em suas respectivas
épocas e, quem sabe, no futuro talvez até seja “cool” assistir <i>Ritual dos
sádicos</i> naqueles eventos cinematográficos na Avenida Paulista. Sei lá. O
que importa é que nós temos hoje meios para sair desses preconceitos tontos e
acessar o cinema de Mojica, aproveitando tudo o que ele tem a oferecer. Se
algum dia as outras pessoas vão descobrir ou não o quanto foram bestas
ignorando Mojica, o problema é delas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Por
isso, caso você tenha interesse nesse diretor e não tenha ideia de que filme
ver para começar, aqui no <b><i>Café</i></b> já fizemos várias resenhas do
trabalho dele que você pode ler para escolher o que assistir, mas se você não
estiver com paciência para ler e quiser ir direto para um filme que seja
seguramente bom, recomendo que comece com <i>À meia noite levarei sua alma</i>
que não tem erro, depois vá descobrindo os demais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #3d85c6;"><b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2013/01/resenha-meia-noite-levarei-sua-alma.html" target="_blank">À meia noite levarei sua alma(1964)</a></span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #3d85c6;"><b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2013/03/resenha-esta-noite-encarnarei-no-teu.html" target="_blank">Esta noite encarnarei no teucadáver (1967)</a></span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #3d85c6;"><b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2016/10/resenha-o-estranho-mundo-de-ze-do-caixao.html" target="_blank">O estranho mundo de Zé do Caixão(1968)</a></span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #3d85c6;"><b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2016/10/resenha-exorcismo-negro.html" target="_blank">Exorcismo negro (1974)</a></span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #3d85c6;"><b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2016/10/resenha-inferno-carnal.html" target="_blank">Inferno carnal (1977)</a></span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2016/11/resenha-encarnacao-do-demonio.html" target="_blank"><span style="color: #3d85c6;">Encarnação do demônio (2008)</span></a></span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk_wl5ElbPxjpMvfX1qAz0YjSW2jS-lJ1GaW4AyXrLcO84H62ei4pf-XpP-UpmkklP1c6KC-59rZcV0iHdUn-zfeQFtoGX7VfckG7rGva7nt4eI4BusIs2O3RfbOoWNRLS9BmT9IUXx90/s1600/20171219_211136.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk_wl5ElbPxjpMvfX1qAz0YjSW2jS-lJ1GaW4AyXrLcO84H62ei4pf-XpP-UpmkklP1c6KC-59rZcV0iHdUn-zfeQFtoGX7VfckG7rGva7nt4eI4BusIs2O3RfbOoWNRLS9BmT9IUXx90/s640/20171219_211136.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">José Mojica, o popular</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Quando
se fala de cultura popular é bem comum que se deixe de ressaltar que existem
vários tipos de artistas que, tendo entre si muito mais diferenças que
semelhanças, mesmo assim recebem o igual título de artistas populares. Sendo
bem geral e grosseiro, alguns desses artistas são algo como “produtos de mídia
altamente rentáveis” que usam formas populares de expressão mas sobrevivem
sobretudo porque vendem e geram dinheiro para quem os patrocina e mantém sua
presença nas mídias (pagando por isso, é claro), mas existem também outros que,
independentemente de seu sucesso comercial, tendem a sobreviver na cultura
porque tem um valor estético admirável, sendo aquilo de melhor que um povo pode
produzir. Obviamente, há sempre discussões sobre quem está de um lado ou de
outro da cerca ou mesmo se essa cerca existe e não é tudo a mesma coisa, porém,
o fato é que há uma espécie de bom senso que nos impede de aceitar que todos
são iguais e entram no mesmo balaio. Jogar Tom Jobim e Wesley Safadão no mesmo
balaio parece um disparate.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> A
meu ver, o caso de Mojica é bem singular em relação a isso, pois não é fácil
alocá-lo nem de um lado, nem do outro, muito menos no centro, pois ele não é
uma peça sofisticada da cultura, embora suas filmes tenham uma sofisticação própria
que é interessantíssima, nem é também um simples produto de massas feito pra
embotá-la com estímulos idiotas, pois há pensamento e proposta ali, ainda que
seus filmes sejam nitidamente “do populacho para o populacho”.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";">
Ele</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">
está tão perto do Cartola quanto está de “A banheira do Gugu”, sendo que não dá
para transformá-lo num gênio do cinema sem notar sua rusticidade, sua grosseria
e limitação, ao mesmo tempo que tais coisas nunca estão lá sem talento e
brilho, sendo sempre amostra de uma mente capaz que sabe o que está fazendo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Sendo
assim, não é de se estranhar que as críticas que analisam as obras de Mojica
sempre oscilaram entre caracterizá-lo ora como um bruto, ora como um gênio,
duas interpretações polarizadas. Particularmente, acho que não é o caso de
escolhermos um lado e muito menos uma posição intermediária, dizendo que ele
não é nem lá nem cá, mas apenas de levarmos em consideração que a obra de
Mojica tem todos esses aspectos </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";">—</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> o de gênio, o de bruto, de
charlatão, de cineasta inovador, etc </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";">— e que eles se misturam de formas nem
sempre harmônicas e equilibradas. A realidade é mais complexa que nossos
esquemas teóricos e, por mais que criemos conceitos para enlaçar as coisas,
elas são escorregadias o bastante para escapar deles. O caso de Mojica é assim:
às vezes, queremos dizer que ele é só um cineasta de filmes simplórios e
curiosos, às vezes, vem a vontade de fazer como Glauber Rocha que se levantava
no meio das sessões de <i>À meia noite levarei teu cadáver</i> e gritava
enlouquecido “esse homem é um gênio”. </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0Ag-3gYvkwJSdR2XnLcQkSMnI9O0LBJrIc5UKSnGRByy_iTPxkyc3oG5iN-w8xpn84k_Ru9dTbz6ZjkL3wTMCu9VnG6yc2CG-vaU6wuQ2w4D1W6-cMheUbVYoqS8kOyfMM-loN8sPr08/s1600/20171219_211117.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0Ag-3gYvkwJSdR2XnLcQkSMnI9O0LBJrIc5UKSnGRByy_iTPxkyc3oG5iN-w8xpn84k_Ru9dTbz6ZjkL3wTMCu9VnG6yc2CG-vaU6wuQ2w4D1W6-cMheUbVYoqS8kOyfMM-loN8sPr08/s640/20171219_211117.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Uma vida no cinema brasileiro</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Para
quem não sabe ainda, essa biografia acabou dando origem à uma série televisiva
chamada <i>Zé do Caixão</i> que, aliás, nós aqui do <b><i>Café</i></b>
recomendamos tanto para quem tem quanto para quem não tem interesse no livro;
ela é excelente e dá uma boa ideia da personalidade controversa de Mojica,
embora seja muito menos completa que o livro e trate somente da vida adulta do
diretor, misturando algumas coisas para que o formato televisivo funcione
melhor. Achei o resultado muito bonito, pois dá uma boa dimensão tanto de
Mojica como diretor quanto de Matheus Nachtergaele </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";">—
que o interpreta — </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">como ator. Ambos são magníficos no que fazem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Como
ressaltei, no entanto, o livro é imensamente mais completo que a série e começa
sua narrativa bem antes do nascimento de José, descrevendo a vinda dos
espanhóis ao solo brasileiro no começo do século passado e a ocupação do bairro
do Brás, o que não toma muito tempo e é bastante interessante (principalmente
para quem mora aqui em SP ou tem interesse em História do Brasil), seguindo um
pouco pela vida dos antepassados de Mojica e por fim a dele mesmo. Para a sorte
do leitor, toda essa história é muito legal, quero dizer, é legal <i>mesmo</i>,
desde a história dos pais e avós de Mojica até suas maluquices publicitárias e
toda a história de como ele foi descoberto nos EUA, digamos assim, “no auge de
sua decadência”. Foi o melhor livro que li este ano, se é que essa frase serve
para descrever minha empolgação com a obra. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> O
motivo disso tudo é que não só a vida de José é muito interessante desde que
ele era criança, pois</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";"> </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">felizmente para nós leitores, sua
vocação como cineasta aparece rapidamente em sua vida e não esperamos muito
para ler sobre cinema</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";">,</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> como também dialoga com um
período e com questões muito ricas que vão desde arte popular quanto a censura
no tempo da ditadura. Aqueles que apreciam a história do cinema nacional são
presenteados com uma descrição da trajetória de Mojica na área que por si mesma
é bem interessante, mas também com várias informações a respeito do próprio
cinema brasileiro no século passado. Ao longo do livro, vamos descobrindo quem
eram os cineastas, os atores, produtores e profissionais envolvidos com o
cinema na época, e também como eram as salas de exibição, a forma de distribuição
das fitas, os filmes que mais vendiam, de onde vinha o financiamento e assim
por diante sem tecnicismos chatos. Além disso, como a obra segue
cronologicamente a vida de seu biografado, também seguimos década a década o
desenrolar do cinema brasileiro dentro daquela classe de profissionais em que
Mojica se encaixava, os populares sem nenhum tostão </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";">—</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> quer
dizer, como era fazer cinema sem dinheiro? Como foi durante a ditadura? E
quando a censura começou a vetar as obras, como os cineastas se viraram? Por
que a pornochanchada fez tanto sucesso (e como Mojica foi parar nela)? Como
surgiu o pornô no cinema brasileiro e como Mojica foi parar nele? De fato,
essas questões não são o centro do livro e nem são respondidas de forma muito
extensa já que não se trata de um livro de história ou sociologia, porém elas
perpassam a vida de Mojica e por isso são tocadas na medida certa, algo que, ao
meno no meu caso, acabou me dando um grande interesse de ler mais sobre o
período (aliás, quem tiver indicações, ponham aí nos comentários).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDZi1JI-e4qsw8fgwf8egxhEjWFBmlMa9UimxljN_yXXLz-gPi0HuuGrNrTCi5XK_GsmLL3Z45aIY0SZ4Xn6l89Fl8gCpf_kC7QzAeHeLYobYZ98SY8CZaqiMwCGgq5h-dXg1OzA52ERk/s1600/20171219_211202.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDZi1JI-e4qsw8fgwf8egxhEjWFBmlMa9UimxljN_yXXLz-gPi0HuuGrNrTCi5XK_GsmLL3Z45aIY0SZ4Xn6l89Fl8gCpf_kC7QzAeHeLYobYZ98SY8CZaqiMwCGgq5h-dXg1OzA52ERk/s640/20171219_211202.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">De José a Josefel</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";"> O
percurso de José Mojica, um menino descendente de espanhóis que saiu da escola
e começou a fazer cinema dentro de um galinheiro, até se tornar o famoso Zé do
Caixão é rico e interessante. Como os leitores deste blogue já sabem, Mojica
teve uma formação precária tanto como diretor quanto como cidadão, tendo feito
apenas algumas séries do primário e aprendido sobre cinema apenas vendo filmes
ou experimentando. Por conta disso, suas obras exprimem esse imaginário das
pessoas simples, sendo repletas de sexo, violência, crimes e tramas que em
grande parte advém daqueles produtos consumidos avidamente pela massa, como
gibis, filmes <i>western</i> baratos e outras coisas assim, não sendo por outro
outro motivo que elas apresentam cortes bruscos de uma cena para a outra, por
exemplo, ou tem <i>closes</i> dramáticos nos olhos dos personagens como num
gibi. De igual maneira, a própria figura de Mojica, que fala com um português
fere a gramática o tempo todo e não tem grandes teorias da arte cinematográfica
para recitar e embelezar entrevistas, não permite esconder sua origem pobre. </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";"> Por
isso, não é estranho como em diversas passagens do livro acompanhamos o
desprezo que as pessoas apresentam contra ele e contra sua “falta de cultura”.
Por vezes, esse desprezo vem junto a boas críticas aos seus filmes, ao passo
que outras vezes as críticas são só uma desculpa para exprimir esse desprezo,
de modo que nem sempre é claro quando alguém está realmente fazendo uma coisa
ou outra. Particularmente, tirando aquelas pessoas que são nitidamente cretinas
e desprezam tudo o que é povo e pobreza, acho mesmo difícil avaliar seriamente
os filmes desse diretor, afinal, ao mesmo tempo em que ele produz obras numa
tradição consagrada, o cinema, essas obras ferem o tempo todo essa tradição,
pisoteando suas regras, ignorando suas convenções, mas não porque Mojica seja
tão conhecedor do cinema que o subverta de dentro, como sei lá, um James Joyce
ou um Godart, porém justamente porque ele não foi formado por essa tradição de
uma maneira convencional, tendo a conhecido de um modo próprio que era
improvisado e autodidata. </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";"> O
livro apresenta certo percurso de aprendizado de Mojica no qual ele vai
descobrindo um estilo próprio de criar o qual aqueles que estão ao seu redor
vão se integrando também. Vários profissionais se recusaram a trabalhar com o
diretor, já que ele não fazia nada como eles esperavam, não tinha roteiros,
trabalhava com atores amadores, não conhecia o vocabulário próprio da área e
tal, mas mesmo assim ele acabou encontrando não só uma equipe própria, adaptada
ao seu modo de criar, como também profissionais que não tinham problema em
aprender seu processo criativo. Aliás, essa é uma parte bem bacana do livro,
pois era muito fácil desprezar Mojica, muita gente fazia isso,
consequentemente, quando vamos tomando contato com pessoas que não agiam assim
e que estavam dispostas a ter com ele, é bonito notar que nem todo o mundo
segue os preconceitos, as escrotices de sua época. </span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";"> Para
quem pouco conhece sobre Mojica, o livro faz questão de enfatizar o longo
caminho cinematográfico e de vida percorrido pelo diretor antes da estreia de <i>A
meia noite levarei sua alma </i>(1964), que é o filme que muda definitivamente
sua carreira por fazer surgir o icônico Zé do caixão. O sucesso estrondoso do
personagem fez com que, pouco a pouco, a imagem de Mojica ficasse atrelada
irreversivelmente a ele e até o apague como diretor, algo que já discutimos
várias vezes aqui no blogue, contudo, creio que uma das melhores coisas da biografia
nesse sentido é mostrar o quanto Mojica é muito maior que Zé do caixão. Na
verdade, a biografia escancara isso. Como o personagem se tornou muito
conhecido e gerou um bom dinheiro ao seu criador, Mojica fez muito uso dele
para se promover, além disso, como o diretor ficou marcado pela censura e
impedido de fazer cinema, recorrer ao seu personagem foi um dos únicos recursos
que ele encontrou para se sustentar nos piores anos de sua vida. A maior parte
do fim da obra mostra esse período de decadência de Mojica, em que ele passou a
fazer trabalhos encomendados porque <i>Ritual dos sádicos</i> ficou retido na
censura e ninguém mais desejava investir em seus filmes com medo de que eles
não fossem lançados. Com isso, ele aceitou todo tipo de trabalho por um salário
de fome, sendo animador de festa, atração de programas de auditório, fazendo
apresentações nas<i> Noites de Terror</i> do Playcenter enquanto as pessoas riam
da cara dele e coisas degradantes de todo tipo. Aliás, a imagem que eu tinha de
Zé do Caixão durante a maior parte de minha vida veio desse período: o Zé do
caixão folclórico e ridículo das aparições na TV. Confesso que nessa parte do
livro me senti amargo acompanhando a miséria daquele homem <b>—</b> ele era um
ser humano incrível e eu ri dele. Zé do caixão é uma face diminuta de um grande
diretor, por isso, ao mostrar não só tudo aquilo que ele realizou, as formas
como driblava a própria precariedade de sua circunstância e coisas assim, a
biografia ilumina um Mojica que está bem além do pouco que sabemos a respeito
dele.</span><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr9IDEAXlve8hjqDwtd7kpyg_KONAeAAh9I29Afwr-_L4mwZpuxMWYtlhcfOULXoIFyyLdI1roCVEj67VrKLrjeBuKXyUtIN4rgUr4vPqW_JigEddCWNcTJdiUxE2jBxLJJVyNH8Zd6qs/s1600/20171219_211258.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr9IDEAXlve8hjqDwtd7kpyg_KONAeAAh9I29Afwr-_L4mwZpuxMWYtlhcfOULXoIFyyLdI1roCVEj67VrKLrjeBuKXyUtIN4rgUr4vPqW_JigEddCWNcTJdiUxE2jBxLJJVyNH8Zd6qs/s640/20171219_211258.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";">Devo abrir esse livro de maldições?</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Dentre
um monte de coisas que eu não disse sobre a obra, tem algo que eu gostaria de
ressaltar que é o seguinte: <i>Maldito é um livro engraçado pra caramba</i>.
Não vou contar nada e estragar nenhuma piada, leiam o livro e se divirtam, mas
imaginem que Mojica fazia testes para ator procurando pessoas com, digamos
assim, “habilidades<i> freaks</i>” (engolir espadas, comer insetos, deslocar
membros do lugar depois pôr de volta) e que esses testes estão descritos no
livro, ou mesmo que ele entrava em trocentas maracutaias envolvendo dinheiro,
mas também que ele oferecia papéis em seus filmes para subornar autoridades e
fazer com que elas permitissem que o filme rodasse mesmo quando envolvia algum,
digamos assim, “entrave legal”, ou que ele fez cinema num tempo anterior
àqueles cuidados com os animais que temos hoje, usando cobras, aranhas e outros
animais em seus filmes com uma segurança precária que rendeu histórias
magníficas, sendo também precursor do “sexo canino com penetração” (!) no
cinema brasileiro. Muitos momentos desses fazem com que queiramos pegar o
diretor no colo e consolá-lo de tão burro que ele era por fazer certas coisas e
perder dinheiro, ser enganado por charlatães mequetrefes, porém, às vezes,
Mojica fazia coisas que davam vontade de montar um altar para ele em casa e
rezar em seu nome pedindo favores. Meio gênio, meio xucro, mas sempre
surpreendente, a trajetória do diretor é fascinante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Maldito</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> narra
sua vida até um pouco depois de <i>Encarnação do demônio</i> (2008), seu último
feito cinematográfico. Lembro que quando o filme foi lançado li numa entrevista
em que ele dizia ter ido a uma reunião com Lula para pedir ajuda para o filme,
recebendo em troca um milhão de financiamento </span><b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif"; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif";">—</span></b><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> “nunca
vi tanto dinheiro” foi o que Mojica disse sobre o financiamento.
Particularmente, fiquei muito triste com isso, pois não só o orçamento era
pequeno com relação a qualquer produção cinematográfica da atualidade e também
com relação à própria importância de Mojica no cinema brasileiro, como também
era deprimente saber que nenhum filme de Mojica até então teve um orçamento
nesse valor. Pelo visto, não será em vida que ele receberá um amplo
reconhecimento, o que é uma pena. Particularmente, eu não me sinto nem um pouco
privilegiado por ser parte de um grupo pequeno que aprecia o diretor. Seria
muito melhor que nós tivéssemos mais pessoas com quem conversar a respeito
dele.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Apesar
disso, hoje em dia há muito mais acesso ao que ele produziu e tanto o youtube
(com vários filmes) quanto essa biografia estão aí para quem quiser saber mais
a seu respeito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Gentileza
da parceria aqui do blogue com a editora Darkside, a edição que recebi aqui em
casa é a segunda, salvo engano, e recebeu uma pequena engordada de conteúdo com
relação à primeira, contando com um capítulo extra e uma lista muito legal das
obras e participações de Mojica em filmes, livros, gibis, curtas e tal. Já na
parte gráfica, cada capítulo conta com muitas fotos relacionadas a cada período
de Mojica e um trabalho primoroso de capa e páginas, fazendo com que o livro
pareça uma bíblia de satanás que conta com curiosas 666 páginas. Sem dúvida
nenhuma, esse é o melhor livro do catálogo da Dark Side e o maior acerto da
editora até agora. Beijo no coração canceroso dela por conta disso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Por
fim, como vocês sabem, Mojica é um dos ídolos deste blogue e um ídolo pessoal
meu, mas o <b><i>Café </i></b>recomenda
fortemente a leitura desse livro como nenhum outro por motivos que independem
dessa preferência. <i>Maldito</i> contém uma pesquisa muito consistente e uma
escrita simples e bem agradável de ler, além disso, contém um trabalho gráfico
primoroso que suscita todo um clima gostoso de ler sobre uma época que, embora
não tenhamos vivido, traz saudades. Como não poderia deixar de ser, seu
biografado é uma caixinha de surpresas daquelas em que um palhaço encapetado
segurando uma faca sai para fora quando você a abre. Estejam preparados, mas não evitem essa
experiência.</span><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8GQCiqorbR47Nacvzx37pStH87LVhS7e88UeBQJ3Zj9_tFYfd_tbojccghFFJjqkIbKQC4jP5NJJtlrsuj4HLh49OpqunC4wp3aejt90m078SjJrcO4RRVYwRKqSVF5bDHaktL2lL5H4/s1600/20171219_211102.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8GQCiqorbR47Nacvzx37pStH87LVhS7e88UeBQJ3Zj9_tFYfd_tbojccghFFJjqkIbKQC4jP5NJJtlrsuj4HLh49OpqunC4wp3aejt90m078SjJrcO4RRVYwRKqSVF5bDHaktL2lL5H4/s640/20171219_211102.jpg" width="640" /></a></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-89598956428399166942017-11-22T21:39:00.001-02:002017-11-22T21:39:11.578-02:00Literatura: 1977 - Enfield (Guy Lyon Playfair)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_4AfC0RBs5k7Th_s2_UaEguutl836NBe7rjqlNjFQLmSnMZT74m_lF3hZ4IKbcA7MqcWwKFEDdsraMGEPponzHSzFiXZ6ClZtMjhwqMi0kTZ59d62RsDYSzIwbwmXtBHhknXBOyEK_3U/s1600/1977.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_4AfC0RBs5k7Th_s2_UaEguutl836NBe7rjqlNjFQLmSnMZT74m_lF3hZ4IKbcA7MqcWwKFEDdsraMGEPponzHSzFiXZ6ClZtMjhwqMi0kTZ59d62RsDYSzIwbwmXtBHhknXBOyEK_3U/s1600/1977.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Se você acompanha o blog sabe que nós adoramos usar o
“hornsbook” pra fazer amizade com um pessoalzinho do além: demônios,
Poltergeists, espíritos, mortos-vivos… Não temos restrições, é só mandar
solicitação de amizade, desde que goste de causar o terror por ai e sair
assustando os outros.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Sendo assim,
depois de passear um pouco sobre o vale sombrio da morte e sermos apresentados
a novos amigos que vivem do outro lado, nós viemos para contar um pouco das
histórias que ouvimos por lá, assim como fizemos com <b><i><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2017/01/literatura-amityville-jay-anson.html" target="_blank"><span style="color: #3d85c6;">Amityville</span></a></i></b>
ou até mesmo os casos investigados pelo <b><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2017/01/literatura-ed-lorraine-warren.html" target="_blank"><span style="color: #3d85c6;">casal Warren</span></a></b>.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Então, pronto
pra saber um pouco mais sobre o que aconteceu em Enfield no ano de 1977?</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"></span></div>
<a name='more'></a><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYYdZLmKbOtDZEEAsycH9Ha9Wu5Ds6xgLqsf2__ZXPcRk5daJZQpDXG9qd7HyZ8sWVTr75jWmct8r-QeuGnr4oE8Pj2QSDQjlFhaZvdr54LCBKk4ihiM3hMSUtJzZo90zdX4XE_BSP8hY/s1600/20171121_225905.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYYdZLmKbOtDZEEAsycH9Ha9Wu5Ds6xgLqsf2__ZXPcRk5daJZQpDXG9qd7HyZ8sWVTr75jWmct8r-QeuGnr4oE8Pj2QSDQjlFhaZvdr54LCBKk4ihiM3hMSUtJzZo90zdX4XE_BSP8hY/s640/20171121_225905.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> “A atividade
poltergeist é, em si mesma, tão improvável que a maioria das pessoas racionais
simplesmente não consegue acreditar em sua existência. E quando elas o veem e
têm que acreditar, sentem grande dificuldade de convencer qualquer outra pessoa
de que o fenômeno de fato existe. Portanto, embora eu tivesse visto muita dessa
atividade no passado, e ao menos dez testemunhas externas não tivessem dúvidas
de que todas aquelas coisas inexplicáveis tinham de fato ocorrido, eu queria me
convencer para além de qualquer dúvida razoável. Apesar de tudo, eu estava
desconfiado. Talvez fosse aquele brilho travesso nos olhos de Janet.”</span></i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMcrkVJcTSE4JhEFQQ0NFGaFYiuwhUEBG2nBzQzvugehjpyccwj8V85ET8medaum_M0A4nyvSkEgk-1xf-gJ7hBJHSEW9ZnmK2ozrinKY6kqfKS1bIrXWJNj7zMMGMkOY1atEbT4Xf6uw/s1600/1977-Enfield-DarkSideBooks-Capa-Livro-Site.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="834" data-original-width="568" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMcrkVJcTSE4JhEFQQ0NFGaFYiuwhUEBG2nBzQzvugehjpyccwj8V85ET8medaum_M0A4nyvSkEgk-1xf-gJ7hBJHSEW9ZnmK2ozrinKY6kqfKS1bIrXWJNj7zMMGMkOY1atEbT4Xf6uw/s320/1977-Enfield-DarkSideBooks-Capa-Livro-Site.jpg" width="217" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Título original: </span></b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">This house is</span><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">haunted: The amazing inside</span><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">story of the Enfield poltergeist</span><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: start;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif;">Autor: </span></b><span lang="EN-US" style="font-family: "georgia" , serif;">Guy Lyon Playfair<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Ano: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">1980<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Editora: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Darkside books<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Páginas: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">269</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> </span></i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Em agosto
de 1977, uma família de Enfield passa a vivenciar eventos estranhos em sua
casa, onde batidas inexplicáveis ecoam pelos cômodos, os móveis misteriosamente
mudam de posição e outros eventos incomuns se tornam cada vez mais frequentes a
ponto de interferir no bem-estar daquelas pessoas. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Apesar de
existir muita desconfiança sobre a veracidade dos fatos, histórias de
assombração sempre geram bastante curiosidade das pessoas, isso fez com que
desde o início os eventos de Enfield tenham gerado certa repercussão na mídia
local. Com a intenção de ajudar a família e descobrir a origem dos problemas,
os pesquisadores Maurice Grosse e Guy Lyon Playfair (o autor do livro) passam a
acompanhar a rotina da casa e documentar os acontecimentos que eles presenciam.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> <i>1977.
Enfield</i> é uma compilação desse material coletado pelo autor.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Toc! Toc!
Quem é?</span><i><o:p></o:p></i></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Caso você
acompanhe as produções de terror, Enfield deve ser um nome familiar, afinal,
além de servir de inspiração para o filme <i>Invocação do mal 2</i>, lançado
ano passado (2016), ele também é um dos casos mais famosos envolvendo
poltergeists já investigados, inspirando diversos outros materiais e sendo
relevante ainda hoje, 30 anos depois.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Apesar de já
ter escutado falar sobre, eu conheci o caso melhor com o filme. Mesmo que seja
uma produção totalmente focada no entretenimento, ele ajuda a ilustrar um pouco
a situação que encontraremos no livro de Playfair, mas de uma forma mais
hollywoodiana e mais chamativa pra um publico que clama por sustos e histórias
tenebrosas. Entretanto, não estamos aqui pra falar sobre o filme, pelo menos
não nessa resenha, então foco no livro.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Por ter tido
contato com o filme anteriormente, eu peguei o livro acreditando que se tratava
de mais um caso investigado pelo casal Warren, mas, pelo que descobri internet
a fora, eles não se envolveram e até existe uma polémica em torno disso,
dizendo que o Ed se interessou no caso pelo dinheiro que poderia fazer com a
história e que as únicas pessoas que dizem que eles estavam envolvidos são eles
mesmos, porém, não cheguei a pesquisar a fundo e não sei até que ponto isso é
verdade ou não. Caso tenham mais interessa, o google está aí para ser usado.
Antes de iniciar, outro ponto que merece ser destacado é que este não é um
livro de terror, ele é muito mais um livro de relatos e de materiais coletados
durante o tempo que o autor passou com a família, por isso, o livro pode até
causar medo se você acredita em eventos sobrenaturais e derivados mas esse não
é seu foco. Nesse sentido, ele é diferente de Amityville que, mesmo sendo
vendido como um relato, assume muito mais um papel de livro de horror do que um
material que tem a intenção de relatar o dia a dia da família. Aliás, não me
entenda errado, não estou dizendo que um é verdadeiro e o outro falso, só estou
falando que eles são trabalhados de formas diferentes.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Ok, se o
livro não tem o casal Warren, se aquela freira sinistrona não existe no livro,
se não tem susto, sobre que raios é o livro do Playfair?</span><i><o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> </span><i><o:p></o:p></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqPxGStFS3FsjdaIKj_DNSpEOkQFPmu22jVRYl13sU9chSIqdMbdM7nJNdFpKC_p_alJmgt7NvxOtwOyMkmf81HjR2-Ks0o8Ov9Twr62UtRk8WJokNdU1sOU3PiuZ1hv1VqHJ-n8Ikmhk/s1600/20171121_230002.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqPxGStFS3FsjdaIKj_DNSpEOkQFPmu22jVRYl13sU9chSIqdMbdM7nJNdFpKC_p_alJmgt7NvxOtwOyMkmf81HjR2-Ks0o8Ov9Twr62UtRk8WJokNdU1sOU3PiuZ1hv1VqHJ-n8Ikmhk/s640/20171121_230002.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Olá, eu
sou o poltergeistinho, vamos brincar?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">O caso de Enfield vai começar como todos os
outros casos de poltergeist que eu me lembro: primeiro a família começa a
escutar uns barulhos estranhos, depois os moveis mudam de lugar de forma
inexplicável, presenciam objetos flutuando e sendo arremessados sem ninguém
encostar neles, e isso vai progredindo para situações cada vez mais intensas.
Mas diferentemente do que já conhecemos pela maioria dos livros e filmes sobre
o assunto, aqui vamos ter um relato mais concreto do fenômeno.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">O livro narra desde o começo das
manifestações até o fim delas, sendo que logo no inicio vamos ser apresentados
a família Harper: uma mãe solteira que vive com seus quatro filhos (2 meninos e
2 meninas) no subúrbio de Londres. Certo dia, as filhas se queixam com a mãe de
que um móvel está se movimentando sozinho, algo que, a primeira vista, ela não
acredita estar acontecendo, porém tenta tranquilizar as crianças, apesar disso.
Pouco depois disso, a sra. Harper fica apavorada ao ver que o móvel está
realmente se movendo sem motivo nenhum. Sem saber o que fazer, ela busca ajuda
dos vizinhos e da polícia, que acabam contemplando ainda mais manifestações que
não são capazes de explicar, batidas, movimentos de objetos, etc.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Apesar dos vizinhos e da policia também
presenciarem aquelas coisas estranhas na casa, não haveria muito o que fazer,
afinal, como se lidam com tais manifestações? A partir disso, a família acaba
entrando em contato com um jornal pra ver se poderiam ajudar de alguma forma,
de modo que a partir desse contato dois especialista se interessam pelo caso e
decidem ajudar: Maurice Grosse, um investigador paranormal que teve uma
experiência curiosa pouco antes de se envolver no caso de Enfield, e Guy Lyon
Playfair, investigador e escritor que anos antes do caso estava no Brasil
pesquisando sobre espiritismo.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Esses dois investigadores passam a ter uma
vivência quase diária com a família, registrando todas as manifestações e
investigando para saber os motivos que levaram o poltergeist até aquela
família, se é que existiu um poltergeist.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg77sdlj4nbILPkKs798-ELbM7nw_RILwj5fTfCBqCNUmupLj8Jk2Ly_zyF0axwGqFLEtaLMsftBUHBCiX6wVJe6fOkLLLBYA0EbzXj6UtVYZMUN9_GfFYVc2-JYTi3uqcd6oZwgvNgwvs/s1600/20171121_230132.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg77sdlj4nbILPkKs798-ELbM7nw_RILwj5fTfCBqCNUmupLj8Jk2Ly_zyF0axwGqFLEtaLMsftBUHBCiX6wVJe6fOkLLLBYA0EbzXj6UtVYZMUN9_GfFYVc2-JYTi3uqcd6oZwgvNgwvs/s640/20171121_230132.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Horror para uns, documento para outros<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Bom, como você deve ter percebido, Enfield é
um livro que lida com um caso um caso real, no sentido de que essa família
existiu e que o autor junto com Maurice foram investigar esses supostos
fenômenos </span><span style="font-family: "georgia" , serif; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif\; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif\;">—</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> se existiram
espíritos ou não já é outra história. Ou
seja, o livro não foi escrito com a intenção de ser uma história de terror, mas
sim como uma forma de relato daquilo que os investigadores vivenciaram naquela
casa com a família.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Ué, mas se o livro fala de espíritos e de uma
família sendo atormentada por eles, é um livro de terror, não? Afinal, não é a
partir disso que se inicia todas as produções do gênero? Bem, não
necessariamente. Na introdução, o próprio autor diz que se você procura por um
livro de terror é melhor procurar outra coisa pra ler, porque esse livro não é
pra você. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Sim, aqui vamos ter vários pontos que vamos
relacionar com produções de terror, no entanto a abordagem é completamente
diferente: enquanto em filme e livros há uma necessidade constante de manter um
clima de tensão e amedrontar, aqui o autor está mais interessado na abordagem
científica de encontrar respostas e soluções para aquele caso tão estranho. Por
conta disso, além dos dois investigadores, várias outras pessoas e especialistas
vão passar pela narrativa para ajudar ou dar seu parecer sobre o caso.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Justamente por isso, o livro pode não ser nem
um pouco atraente que esperam uma historia de terror tradicional como a
encontrada no filme inspirado no caso. Esse evento de Enfield durou por um
longo tempo, com manifestações constantes, desde coisas simples como batidas ou
barulhos até coisas mais complexas, porém mais raras, como materializações,
objetos atravessando parede, possessões e etc. Devido a isso, dependendo do seu
interesse e do seu envolvimento com o livro, pode ser bem cansativo e
repetitivo, por que vamos ver várias e várias vezes o autor documentando um
evento e tentando descobrir a origem, ou descrevendo o dia a dia da família em
que teve um barulho de manha, logo depois uma cadeira apareceu em um local
diferente, e algum comportamento estranho de uma das filhas. Resumindo, todos
os eventos do livro carecem da emoção encontrada nos filmes, tudo é descrito de
uma maneira mais fria, mesmo os eventos mais inexplicáveis, pra evitar que o
leitor (e o próprio autor?) se envolva emocionalmente e passe a olhar pra tudo
aquilo de uma maneira menos racional. Então por mais que possa afastar muitos
leitores ávidos por sustos, essa é uma qualidade do livro, que instiga o leitor
a ver o caso poltergeist por uma perspectiva diferente.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Pode ser que você sinta medo ou até mesmo se
assuste com <i>Enfield</i>, mas isso vai depender das suas crenças e do quão
sensível você é sobre o assunto, porque em nenhum momento o autor se preocupa
em tentar criar um clima sombrio ou induzir o leitor a ficar com medo, pelo
contrario, a todo momento ele está colocando e levantando duvidas sobre a
veracidade de tudo aquilo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg45nbsL3apSsGjZ15TMiW9iLFDBs1ScPqolaJQ77i8CiCBcGVKgNIM6J56Bbjl4CnXY2QuohM132xhb5u0UVbklS9W2jSa1pdT4EcHZcIqCTf98xpKWRQECTjwF4DKC1_xkSbjeekOts/s1600/20171121_225940.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg45nbsL3apSsGjZ15TMiW9iLFDBs1ScPqolaJQ77i8CiCBcGVKgNIM6J56Bbjl4CnXY2QuohM132xhb5u0UVbklS9W2jSa1pdT4EcHZcIqCTf98xpKWRQECTjwF4DKC1_xkSbjeekOts/s640/20171121_225940.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Um escritor, um investigador e uma família em desespero<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Bom, o livro vai consistir basicamente dos
relatos atípicos do dia a dia da família e dos dois investigadores tentando
encontrar respostas seja para os eventos sobrenaturais e os motivos para eles
terem começado, ou até mesmo para saber se havia alguma fraude nesses eventos,
porque em diversos momentos havia uma desconfiança de que uma das filhas
poderia estar simulando e mentindo sobre algumas coisas que aconteciam na casa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Essa desconfiança trás uma dinâmica
interessante para o livro, pois apesar dos pesquisadores acreditarem em eventos
sobrenaturais, já terem participado de diversos casos envolvendo espíritos e
derivados, a todo momento eles levantam dúvidas sobre aquilo que estão
escrevendo e vivenciando na casa. Em muitos momentos eu sentia que ele
acreditava em tudo aquilo, mas levantava as dúvidas e mostrava contrapontos só
para se mostrar imparcial e acabar dando mais autenticidade para o seu relato.
Apesar disso, ainda é algo interessante, porque o leitor a todo momento está se
sentindo instigado a duvidar das próprias crenças, sejam elas acreditar nos
espíritos ou não.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Por fim, uma coisa que eu senti durante todo
o livro, mas que pode ser consequência da escrita do autor, é a falta do
sentimento de urgência em ajudar a família. Desde o inicio você sente o
tormento da família e o desespero em acabar com tudo aquilo que está
acontecendo na casa, entretanto, quando os dois investigadores chegam na casa,
deixa a sensação de que documentar os eventos e criar um material solido acaba
sendo mais importante do que ajudar aquelas pessoas. Sim, de certa forma eles
estavam ajudando, mas passa a sensação que eles estão muito mais interessados
em ficar estudando aquilo do que dar um fim e deixar a família viver em paz. Em
nenhum momento eu senti que eles realmente estavam empenhados em buscar ajuda,
parecia que eles queriam resolver aquilo por eles mesmos, não importando o
tempo que eles submeteriam aquelas pessoas ao caos em que estava a vida delas. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Não vou
julgar se eles estavam mais interessados na fama do que na ajuda, afinal, como
disse, pode ser apenas uma impressão da leitura, como também pode ter sido algo
inconsciente, de achar que está ajudando, mas não perceber que as próprias
atitudes podem ser duvidosas, no entanto, ao fim da leitura, o sentimento que
fica é esse.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgur2foNlguUOZy4KrDiauQBOJiiwkMjGabS8rXfxM_7pjF3aSgREbpbiRp8es02FBGY2Wzt92TrtJKF842qeO7En26b7Ep2bYSqhj3iqP-lbn29ugXqFK8skVCCRNP2a-2iXK9cYqcwqM/s1600/20171121_230219.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgur2foNlguUOZy4KrDiauQBOJiiwkMjGabS8rXfxM_7pjF3aSgREbpbiRp8es02FBGY2Wzt92TrtJKF842qeO7En26b7Ep2bYSqhj3iqP-lbn29ugXqFK8skVCCRNP2a-2iXK9cYqcwqM/s640/20171121_230219.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Em caso de poltergeist, quem devo chamar?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Pode ligar pra gente, nós adoramos nos
comunicar e aprender com as almas perturbadas que compartilham do mesmo
espacinho no inferno. O que? Você achou que estávamos vivos? Não tolinhos,
essas fotos do lado é de quando éramos vivos, esse blog nasceu justamente
porque estávamos entediados la na morada do capeta, e convenhamos, incomodar,
assustar e desvirtuar os humanos é umas das coisas mais legais da vida... ou
pós-vida. Bom, mas voltemos ao livro, qualquer duvida sobre o inferno conversamos
mais tarde, se é que você me entende. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Diferente do que muitos leitores possam
esperar, <i>Enfield</i> não é um livro de terror, mas sim um livro de relatos
sobre uma possível manifestação sobrenatural. O autor vai relatar quase tudo
que acontece de estranho naquela casa, o que pode ser um pouco repetitivo e
cansativo, e buscar explicações para aquilo, sejam respostas céticas ou que
expliquem por um viés sobrenatural. Eu particularmente achei o livro
interessante por fugir do padrão já conhecido das obras de terror, tratando do
tema poltergeist com um foco mais realista e menos fantástico. Apesar de continuar
não acreditando muito nesse tipo de coisa, é algo que sempre me chamou atenção
e continua sendo uma leitura curiosa. Mas caso você busque por sustos,
histórias elaboradas e uma narrativa mais ágil, acho melhor ir atrás de outros
títulos.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">O livro foi enviado pra gente pela Darkside
Books, e ele segue o padrão de qualidade da editora. Além disso, durante a
leitura vamos ter diversas imagens de fotos tiradas pelos investigadores,
tornando a leitura ainda mais imersiva, ajudando a ter uma panorama ainda melhor
de tudo aquilo que está acontecendo na casa dos Harpers.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Enfim, caso você tenha interesse por casos
reais e quer saber mais sobre o caso de Enfield, fica a sugestão. Além disso,
pode ser uma leitura útil, nunca se sabe quando as manifestações em sua casa
podem começar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuiUd3IzQ4TYlFzvA06P8EbaKihz-VWhMEEoOh7-YL6VOGKRgqNsJxMjwvXjQCD8qwd0F76mdm-VMWPzSq-0nlh2u4mrNc3i3A72f21xcKqGfrc-Hrvp0KvLA5oqR5iO7yjKtbdE6Gjy0/s1600/20171121_225912.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuiUd3IzQ4TYlFzvA06P8EbaKihz-VWhMEEoOh7-YL6VOGKRgqNsJxMjwvXjQCD8qwd0F76mdm-VMWPzSq-0nlh2u4mrNc3i3A72f21xcKqGfrc-Hrvp0KvLA5oqR5iO7yjKtbdE6Gjy0/s640/20171121_225912.jpg" width="640" /></a></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-16665626222567444302017-10-12T22:45:00.000-03:002017-10-12T22:45:32.381-03:00Literatura: Misery (Stephen King)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiueOXwb9Zyc0Zzbq71eyBBPa2q0cmeD9VlDqtMPogs1MZZCGPd82a4SJBvEz2_gS2Su1Wm908roFEqyDSsTF7zbaCzbA8n2V4HtboO6akWf5sSGM_kkwnlIOsVzQrDkuVnXhCTC8UEVYU/s1600/misery.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiueOXwb9Zyc0Zzbq71eyBBPa2q0cmeD9VlDqtMPogs1MZZCGPd82a4SJBvEz2_gS2Su1Wm908roFEqyDSsTF7zbaCzbA8n2V4HtboO6akWf5sSGM_kkwnlIOsVzQrDkuVnXhCTC8UEVYU/s1600/misery.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Hoje
o <b><i>Café</i></b>
vem aqui para reparar um erro histórico do blogue. Depois de dezenas (ou
seriam centenas?) de resenhas, nós finalmente viemos até aqui para falar sobre
um livro do Stephen King. Sim, nós já falamos de um <span style="color: #3d85c6;"><b><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2012/09/resenha-comboio-do-terror.html" target="_blank"><span style="color: #3d85c6;">filme dirigido pelo rei</span></a> </b></span>no blog, mas convenhamos</span>, <span style="font-family: "Georgia",serif;">ele
como diretor é um ótimo escritor. Então, para começar a falar um pouco mais
sobre essa pessoa que foi responsável por despertar meu interesse por
literatura e terror, eu pergunto pra vocês, quem são seus ídolos?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;"></span></i></div>
<a name='more'></a><i><br /></i><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">“A mão que segurava o rato
fechou-se em um punho. Os olhos de Annie continuavam com a expressão distante e
vazia. Paul queria olhar para o outro lado, mas não podia. Tendões começaram a
se destacar na parte de dentro do braço de Annie. Sangue escorreu da boca do
rato em um fluxo fino e abrupto. Paul ouviu seus ossos quebrando, e então os
dedos grossos de Annie enfiaram-se na carcaça, desaparecendo até a segunda
falange. Sangue espirrou no chão. Os olhos baços da criatura se estufaram.”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCTLsfT2xvEHn4cR-qJrqnb_q2tg4CJIiXDzcoUvqVwRJxZgviM4TDY8D0olmGO9YIuV8CnGQOcD4YO9YhtaTyvm5OlgWQZaKzbOORhqRwTZIKoXRWDk6x2tOnXfjWYfAaAlwQItlNkwI/s1600/misery-capa-stephenking-experimento42.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="772" data-original-width="550" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCTLsfT2xvEHn4cR-qJrqnb_q2tg4CJIiXDzcoUvqVwRJxZgviM4TDY8D0olmGO9YIuV8CnGQOcD4YO9YhtaTyvm5OlgWQZaKzbOORhqRwTZIKoXRWDk6x2tOnXfjWYfAaAlwQItlNkwI/s320/misery-capa-stephenking-experimento42.jpg" width="227" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif;">Título original: </span></b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif;">Misery</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif;">Autor: </span></b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif;">Stephen King</span><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Ano: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">1987</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Editora: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">Suma de letras</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Páginas: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">326</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Paul
Sheldon é um famoso escritor que ganhou notoriedade com a série de
livros da personagem Misery, bastante popular entre as mulheres. Depois de
finalizar a franquia em sua ultima publicação, ele passa a se dedicar a uma
nova história bem diferente daquela que o tornou tão famoso. No dia em que
termina seu novo livro, no entanto, ele acaba sofrendo um acidente devido a
forte nevasca enquanto fazia uma viagem de carro. Quando acorda, ele está na
casa da aposentada enfermeira Annie Wilkes, uma grande fã do trabalho de Paul,
principalmente da protagonista Misery.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Na cama<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Misery
é um daqueles romances ambientados quase inteiramente em um único cenário e com
poucos personagens, construindo o clima claustrofóbico do inicio ao fim. Assim
como <i>Jogo perigoso</i>, também do King.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">A
história foca em Paul Sheldon, um escritor que foi resgatado de um acidente de
carro por uma senhora que diz ser sua fã numero um. Ele acorda três dias depois
do evento na cama, sem conseguir se mexer devido lesões nas pernas. Sendo
medicado diariamente e recebendo tratamento da sua anfitriã, ele acredita estar
em boas mãos apesar de estranhar o fato de não ter sido levado ao hospital.
Entretanto, aos poucos ele vai começar a perceber que a simpática senhora não é
tão inofensiva quanto aparenta.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">A
dinâmica da trama vai girar dentro desse contexto, o escritor com as pernas
prejudicadas sem poder sair do quarto, ficando limitado a cama ou a cadeira de
rodas, e uma senhora com fortes características psicopatas que vão se mostrando
cada vez mais agressivas. Algo que torna tudo ainda mais interessante é a
instabilidade emocional de Annie, que hora é totalmente agressiva beirando a
loucura e hora ela está calma acreditando estar ajudando o escritor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Tudo
começa a piorar ainda mais quando a enfermeira descobre que Paul matou Misery
em seu último romance, sua personagem favorita.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Não mate meus personagens
favoritos<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Você
já deve ter percebido que o clima de tensão vai predominar durante todo o
enredo, pois Paul está limitado em seus movimentos, sem poder se locomover
direito dentro do quarto em que está “hospedado”. Para piorar ainda mais a
situação e complicar qualquer tentativa de fuga, o cômodo vive trancado,
ficando totalmente dependente de Annie pra qualquer assunto que aconteça fora
daquele ambiente, como remédios e alimentos.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">A
situação começa a ficar ainda mais tensa quando Annie termina de ler o ultimo
livro publicado de Paul, no qual Misery morre. A sua reação diante do escritor
se torna ainda mais instável porque ela não aceita que o escritor tenha matado
sua personagem favorita e que aquilo seja o fim da história. Isso é muito
curioso porque você percebe que naquele conflito cada um acaba assumindo uma
posição. Paul acaba sendo uma espécie de Deus dentro da historia de Misery, ele
pode fazer o que ele quiser, pois foi ele que criou aquilo tudo, então todos os
passos da personagem são uma decisão sua. Por outro lado é como se Annie
tivesse total entendimento de que Paul é o criador, entretanto, como um Deus
não é nada sem seus fieis, ela tivesse total direto e liberdade de prendê-lo
para arrumar as besteiras que ele fez, obrigando o escritor a escrever um novo
livro e corrigir aquele “erro”.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Sendo
assim, um personagem acaba ficando totalmente dependente um do outro, Paul
necessita dos remédios e da que comida que somente Annie pode arrumar pra ele,
e Annie precisa da continuação daquela historia tão importante pra ela, que
somente o escritor tem a capacidade e o direito de continuar, gerando um
relacionamento bem conflituoso que vai causar diversos atritos, em que a cada
momento as personagens precisam assumir o controle da situação e saber usar as
suas armas para barganhar um com o outro.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">É
em torno disso que a trama vai se desenvolver, então feito essa apresentação da
história, vamos discutir um pouco sobre tudo aquilo que está implícito nela.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Ídolos & Fãs<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Uma
coisa que sempre falo e que provavelmente repetirei na próxima resenha que
fizer é que o King, apesar de ser conhecido como um escritor de terror, vai
muito além dessa simples classificação. Isso porque suas histórias são sobre
pessoas, mais especificamente sobre seus medos, defeitos, obsessões, e até
mesmo qualidades. Claro que vamos ter características sobrenaturais em muitas
obras, mas eles servem de auxilio pra discutir o assunto principal, o homem. E
aqui não é diferente.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Em
<i>Misery </i>não vamos ter elementos
sobrenaturais, mas seria muito simplista acreditar que a história se resume a
uma mulher com tendências psicopatas sequestrando (e torturando) seu escritor
favorito. O que King faz aqui é utilizar da historia de Paul Sheldon para
discutir e criticar, hora com ironia, hora com violência, a nossa relação com
nossos artistas favoritos. Apesar de não ter pesquisado sobre, não acredito que
o fato de Paul ser escritor, assim como King, seja mera coincidência. Como
também acredito que tenha um pouco de King em Paul, e vice-versa.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">O
que estou tentando dizer é que de uma maneira exagerada (ou nem tanto),
utilizando do terror e do suspense, Stephen King acaba mostrando a relação de
muitas pessoas, inclusive nós, com os ídolos e pessoas publicas em geral. Assim
como Annie, muitos de nós costumamos ter uma postura possessiva diante de
nossos ídolos, acreditando que eles trabalham exclusivamente pra nós e pra
satisfazer nossos desejos, esquecendo que também são humanos com gostos e
sentimentos particulares, que nem sempre coincidem com os nossos. Então por
mais que a gente não os prenda na cama e os obrigue a escreverem aquilo que
queremos, costumamos assumir uma postura de autoridade em sempre sobrepor o
nosso desejo ao do artista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">É
claro que os ídolos de todo mundo precisam de um público, afinal não podemos
ignorar o fato que é um trabalho, entretanto é um tanto mesquinho esperar que
ele faça apenas aquilo que desejamos, de ficar se repetindo dentro daquela
fórmula que tanto amamos, de impedir que ele cresça e explore os outros
caminhos que ele tenha interesse. Isso fica claro no livro porque no inicio
vemos ele decidido dar um fim a história de Misery para que ele possa seguir um
novo rumo e explorar novas áreas, mas quando a “fã” entra no seu caminho ele
encontra um bloqueio, ficando estagnado, sem poder se mover. E essa metáfora é
muito real no meio artístico, principalmente quando pensamos no mercado
musical, nós somos reticentes a qualquer mudança. Esperamos que os artistas
fiquem sempre naquela bolha em que colocamos e qualquer mudança feita, por mais
que necessária, já chamamos de vendidos ou falamos que perderam a essência. Um
exemplo bem didático é pesquisar qualquer informação sobre os novos álbuns de
bandas como Sepultura ou Metallica, apesar de um elogio ou outro, a grande
maioria dos comentários é falando que eles se perderam, que não prestam, que
nunca vão ser como antes, que vivem do passado, etc. etc. etc. Não estou
dizendo que todo mundo é obrigado a gostar de tudo, mas respeitar que a banda
possa seguir por caminhos diferentes daqueles que a consagraram. Aquele artista
não precisa se aposentar só porque você não gosta mais do seu trabalho.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Se
eu não me engano, o próprio King sofreu, e deve sofrer ainda, com essa questão,
principalmente com <i>A Torre Negra</i> em que os fãs ficaram constantemente
pressionando o autor por uma continuação. É totalmente compreensível a ansiedade
por saber como a serie vai se desenrolar e terminar, mas falta o bom senso de
saber que os artistas possuem uma vida e outros projetos além daquilo, e muitas
vezes simplesmente não estão no clima para escrever aquela história naquele
momento.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Dito
isso, por mais que odiemos Annie durante a leitura, eu creio que o livro acaba
sendo uma crítica ao próprio leitor, mostrando que dentro de todos nós existe
um pouco de Annie, por mais que tentemos negar. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Devo amarrar meu ídolo na
cama?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Claro,
desde que tenha consentimento de ambos os lados. Sequestrar e amarrar pessoas
contra vontade na cama é crime, então vamos ter bom senso.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">Misery</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif;"> mesmo fugindo das historias mais comuns do
King com eventos e/ou criaturas sobrenaturais, é claramente uma história dele, desde
a escrita até o desenvolvimento da trama e desfecho. Todo o livro vai construir
um clima de tensão e claustrofobia que vão crescendo com o decorrer do livro,
ficando mais angustiante a cada pagina. O autor consegue equilibrar bem os
momentos de tensão com os de violência, dando um ritmo bem legal pro livro, que
não fica somente naquele suspense em que só cria tensão, mas nada ocorre, como
também não fica só na violência gráfica para causar repulsa no leitor.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Algo
bem interessante é que durante o livro, também vamos ter contato com o livro
sobre a Misery que Paul está escrevendo enquanto está preso naquele quarto.
Então em alguns momentos a narrativa daqueles dois personagens é cortada para
colocar algumas páginas escritas por Paul sobre a personagem favorita de Annie.
Vão ser apenas alguns trechos e não vamos saber muito sobre aquela história,
mas ajuda a localizar o leitor no estilo de literatura que Paul costuma
escrever e também faz um jogo legal entre as duas histórias, porque uma acaba
influenciando na outra.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Então
<i>Misery </i>é um livro recomendado pra todo mundo que goste de uma boa
historia de suspense. Se você já é fã de King é uma daquelas leituras quase
obrigatórias. Também acredito que é uma boa recomendação pra quem quer começar
a ler o autor, mas sempre teve um pouco de receio ou medo dos assuntos
sobrenaturais. Mas vale a pena lembrar que o livro tem algumas cenas violentas
e nem um pouco agradáveis de ler. Ele também tem uma adaptação cinematográfica
que é bem bacana, bastante fiel ao livro, mas o original acaba oferecendo uma
experiência mais completa ao mostrar a perspectiva da vítima diante de toda
aquela situação, fazendo com que a angustia do personagem seja desenvolvida
fisicamente e psicologicamente. Ambos trabalham isso, mas o livro consegue ir
mais a fundo.</span><o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Vou
finalizar a resenha por aqui, porque vou ali preparar a comida do meu hóspede,
que por acaso também é meu escritor favorito, que por acaso está imóvel e que
por acaso tá escrevendo um livro só pra mim.</span><o:p></o:p></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-16579651419641616202017-09-18T22:10:00.000-03:002017-09-18T22:10:52.073-03:00Literatura: A guerra que salvou a minha vida (Kimberly Brubaker Bradley)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKN7EK5GrNegXR2YrBVCgu9p6WKELOfbpDFunrZJwMFzljFL0UIn5go1z4E1newhKqMnnOSItBgDnizdhzooDFTL1kvvJONI9Fiy-nTg-bFh2rERWpuspwRNSCCWK2ZsJxwcAANlEng3o/s1600/a+guerra.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKN7EK5GrNegXR2YrBVCgu9p6WKELOfbpDFunrZJwMFzljFL0UIn5go1z4E1newhKqMnnOSItBgDnizdhzooDFTL1kvvJONI9Fiy-nTg-bFh2rERWpuspwRNSCCWK2ZsJxwcAANlEng3o/s1600/a+guerra.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">O que você pensa quando falamos sobre a
segunda guerra? Eu imagino que sejam bombas, Hitler, mortes, miséria,
genocídio, campos de concentração e derivados, certo? Sim, esses são as
principais coisas em que pensamos, mas hoje nós falaremos sobre a guerra de uma
perspectiva totalmente diferente. Claro que todos esses assuntos estão
relacionados, mas você já pensou que no meio de tanta desgraça algumas coisas
boas possam ter acontecido? É exatamente sobre isso o tema do livro que vamos
resenhar hoje, porque para essa garota, a guerra salvou sua vida.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"></span></div>
<a name='more'></a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNqPW-8TeEBVG-d3ikVm7GsDqsX8m2RG80zodIxoafJ_4UUBSWNT0k_HdHICsky5Kwv4t0sJHSAa-sEMsMhbNfh_SMtespmNiRE9KB4IQfQn9s_r9h9QOkP8g7masxOaZ8VhEmwyAJl3s/s1600/20170918_212426.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNqPW-8TeEBVG-d3ikVm7GsDqsX8m2RG80zodIxoafJ_4UUBSWNT0k_HdHICsky5Kwv4t0sJHSAa-sEMsMhbNfh_SMtespmNiRE9KB4IQfQn9s_r9h9QOkP8g7masxOaZ8VhEmwyAJl3s/s640/20170918_212426.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">“Ela não era boa, mas limpou
o chão. Não era boa, mas enrolou meu pé numa tira de pano branco e nos deu duas
camisetas limpas para vestir. Batiam abaixo do joelho. Ela penteou nosso cabelo
e cortou os nós, o que levou uma eternidade , depois fez uma frigideirona de
ovos mexidos.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">“É a única comida que tenho.
Não fiz compras essa semana. Não estava esperando vocês.”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">Era a única comida que ela
tinha, mas havia manteiga para passar no pão velho e açúcar pro chá. Os ovos
estavam meio pegajosos, mas eu comeria qualquer coisa com a fome que sentia, e
achei uma delicia. Limpei o prato com o pão, e ela me serviu outra colherada de
ovos.”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt4UwNEp0hB8kCZ7dfUgSv5GUz2gZAFCEU8_FFu5zxS1ovx88-lw19IO_yZ2tTHYD5Ejn5iMwUzZ5v55ABm82jIGH8ngYVJLyuMTDx3Ae8qbNpFH7MJtuGBUe5wj37ZLEaU-bpJnuVVEo/s1600/capa-a-guerra-que-salvou-minha-vida-darkside-books.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="815" data-original-width="562" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt4UwNEp0hB8kCZ7dfUgSv5GUz2gZAFCEU8_FFu5zxS1ovx88-lw19IO_yZ2tTHYD5Ejn5iMwUzZ5v55ABm82jIGH8ngYVJLyuMTDx3Ae8qbNpFH7MJtuGBUe5wj37ZLEaU-bpJnuVVEo/s320/capa-a-guerra-que-salvou-minha-vida-darkside-books.jpg" width="220" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif;">Título original: </span></b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif;">The war that saved</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif;">my life</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif;">Autor: </span></b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif;">Kimberly Brubaker Bradley</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif;">Ano: </span></b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif;">2015</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Editora: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">Darkside books</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Páginas: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">234</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif;"> Ada é uma garota de aproximadamente
dez anos que nunca sai de casa devido ao seu pé torto, algo que envergonha sua
mãe. Por ficar presa e ser proibida de frequentar a escola, a garota é obrigada
a cuidar da casa e do seu irmão. Em meio aos abusos físicos e psicológicos
sofridos devido a sua deficiência, seu único conhecimento de mundo é aquilo que
ela vê pela janela: seu irmão brincando com outras crianças, pessoas passando,
a rotina de alguns vizinhos, etc. Tudo isso começa a mudar quando a guerra
passa a ficar mais concreta e as ameaças de bombardeios em Londres parecem cada
vez mais próximas. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">O que é pior que a guerra?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Antes
de começar a resenha acho bom deixar claro que nem a autora e nem nós do blog
estamos de alguma forma tentando dizer que a guerra foi algo positivo e que
trouxe coisas boas, e nem mesmo colocar pequenos eventos positivos sobre as
atrocidades para mascarar, ok? Apesar de focar na história dessa garota que foi
“salva pela guerra”, o livro a todo momento vai tentar inserir o leitor naquele
contexto para mostrar que, apesar de algumas coisas boas acontecerem naquele
micro ambiente, quase todo o resto está em completa desgraça. Dito isso, vamos lá.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">A
obra vai começar mostrando um pouco do dia a dia daquela família, servindo como
uma breve contextualização da vida de Ada e seu irmão até aquele momento. Por
ser impedida de ir pra rua e viver dentro da casa, fica nítido que todas
aquelas torturas pelas quais ela passa são algo rotineiro. Então mesmo que o
leitor comece a acompanhar a vida da garota a partir daquele ponto, ele sabe
exatamente como foram todos os dias até ali e com isso começamos a nos
aproximar da protagonista e narradora da historia.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Ada
é uma garota que nasceu com o pé torto, algo que sempre foi motivo de vergonha
pra sua mãe. Após a morte do pai, ela foi obrigada a viver dentro de casa e
impedida de sair para que as pessoas não vissem sua “deformidade”. Sem outra
opção, Ada foi encarregada de cuidar da casa e do irmão, sempre sofrendo
represálias quando fizesse qualquer coisa que não fosse aprovada pela sua mãe.
Portanto, ficar trancada dentro do armário com as baratas, sem poder comer ou
apanhar era algo que fazia parte de sua rotina.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Quando
porém a guerra começa a se aproximar da Inglaterra e Londres passa a ser um dos
principais alvos para os nazistas, as crianças começam a ser evacuadas da
cidade para o interior, onde é mais seguro. Saindo escondida da mãe com o irmão
Jamie, Ada se junta ao grupo de crianças da escola local para ser enviada ao
interior, onde vai acabar sob a guarda de Susan, uma mulher que não é boa, mas
que dará tudo aquilo que as crianças nunca tiveram.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHKHeKh7KbwVtndTWMSvDnRrcYYLB-4PU-v7bYZE-92v3PTxoU8FKqAWO_vzzf6snYKNYHsEV6rWDoGBRhuCdBn8bHDsNTTp7ZF4wk_QZlMNHMaVp7S11qTc5yxd4-fZ4fLHYDJYs7Qqo/s1600/20170918_212531.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHKHeKh7KbwVtndTWMSvDnRrcYYLB-4PU-v7bYZE-92v3PTxoU8FKqAWO_vzzf6snYKNYHsEV6rWDoGBRhuCdBn8bHDsNTTp7ZF4wk_QZlMNHMaVp7S11qTc5yxd4-fZ4fLHYDJYs7Qqo/s640/20170918_212531.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><i><span style="font-family: "Georgia",serif;">“Ela
não era boa...”<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Se
no inicio do livro vamos conhecer a situação em que Ada e Jamie viviam com a
mãe em Londres, é a partir da chegada na casa de Susan que compreenderemos os
impactos psicológicos que aqueles anos de privações e torturas causaram nas
crianças, principalmente na narradora.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Ao
chegar ao interior, essas crianças vindas de Londres, ficam sobre a guarda de
alguma família da região até que a guerra acabe (ou não apresente perigo) e
possam voltar para sua cidade. Ada e Jamie acabam ficando com Susan, uma mulher
que vive sozinha com seu cavalo Manteiga e por alguns motivos não se dá muito
bem com os vizinhos. Apesar das crianças surgirem de uma maneira inesperada em
sua vida, ela acaba aceitando cuidar delas, levando a transformação de ambas as
partes, mas principalmente de Ada.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">A
protagonista vai levar um choque com a mudança, pois até aquele momento ela
sempre foi tratada de uma maneira grosseira e viveu trancafiada por conta do
seu pé torto, tanto que essa constante repulsa da mãe pela sua deficiência, fez
com que ela passasse a acreditar que seu pé torto fosse uma forma de castigo,
então mesmo com a constante violência sofrida, ela pensava ser algo que ela
merecia e que a mãe dela tratava daquela forma porque era pra ser assim. Como
aquela era a única realidade que conhecia, ela acreditava que a vida era assim
e não via a possibilidade de ser tratada como uma criança normal, pois ela não
era normal.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Quando
chega na casa de Susan, entretanto, ela começa a viver uma realidade
completamente diferente daquela que ela teve até ali. E isso acaba gerando um
conflito interno em Ada porque uma das primeiras coisas que ela escuta a sua
tutora falar é “eu não sou uma boa pessoa”, o que a coloca num dilema: “Como
assim? Ela não é boa, mas ela me dá comida, me deixa sair, não tem vergonha de
mim, me da roupas novas, não me castiga quando faço algo errado, etc.” </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Assim,
a vida na nova casa passa a ser um eterno conflito, pois tudo é uma novidade e
todas as verdades em que ela acreditava passam a ser questionadas.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGKMfOppXoB1y2Px1PxOphK06AsrBCdmvFEd0uPTN1sh-tt3gRjHEDkIRzHeod4JDIzoHwSuMIdGm8TYxX_LesCa9RdavxWf6RDhKMlFE5gd9wQAh8HUdcSik9RAcAhcfQtz5Mq17Qtts/s1600/20170918_212540.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGKMfOppXoB1y2Px1PxOphK06AsrBCdmvFEd0uPTN1sh-tt3gRjHEDkIRzHeod4JDIzoHwSuMIdGm8TYxX_LesCa9RdavxWf6RDhKMlFE5gd9wQAh8HUdcSik9RAcAhcfQtz5Mq17Qtts/s640/20170918_212540.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Entre guerras<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Do
inicio ao fim da história, Ada vai estar no meio de batalhas que ela não
entende muito bem. Se, por um lado, tem pessoas prestes a bombardear sua
cidade, por outro, tem pessoas que não se importam com sua deficiência e cuidam
dela e do irmão melhor que sua própria mãe. A palavra “guerra” do título acaba
tendo um duplo significado, representando tanto aquilo que está ocorrendo
dentro de sua cabeça quanto ao conflito externo a ela.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Por
mais que você fique bravo com algumas atitudes de Ada e do seu irmão, é
totalmente compreensível aquilo que eles fazem, afinal são crianças que
passaram por um choque e uma mudança abrupta de ambiente. Eles passaram a vida
toda daquele jeito e, por pior que fosse (principalmente pra Ada), aquela era a
única referência que elas tinham, acreditando que as torturas e privações eram
algo normal e que todas as crianças passavam por aquilo. Quando elas chegam no
interior, porém, e percebem que a vida não é assim, e que uma estranha
demonstrava mais amor, afeto e cuidado que a própria mãe, aquilo causa um
estranhamento que é difícil de superar e aceitar. Tanto que em diversos
momentos você vê que Ada parece se auto punir ou procurar meios de resistência
para não aceitar que coisas boas aconteçam com ela.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Um
exemplo bem claro do quanto a mãe prejudicou o psicológico da garota é o momento
em que Susan presenteia Ada com um vestido. A protagonista fica transtornada
porque até aquele momento ela só usava roupas velhas e usadas. Pra que uma
garota como ela iria ganhar um vestido novo e bonito? Aquilo era pra garotas
bonitas e perfeitas, ela era diferente, então não poderia se vestir bem, ela
tinha que se contentar com as sobras, como sua mãe sempre ensinou. A sua
constante resistência a leitura segue o mesmo princípio; ela não via o motivo
de alguém como ela aprender a ler, afinal a sua vida estava destinada a viver
trancafiada dentro de casa, educação era pras pessoas que mereciam, não ela.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Por
outro lado, apesar desse conflito constante, a outra guerra, aquela em que ela
não está envolvida diretamente, vai mostrando pra Ada que o mundo vai muito
além daquela casa em que ela vivia trancafiada, abrindo seus horizontes para
mostrar que ela pode ter uma deficiência física, mas isso não faz com que ela
seja inferior, e que mesmo com as limitações ela pode ser importante e fazer
aquilo que ela quiser. Tanto que algumas mudanças pelas quais ela vai passando
se dão por conta da guerra e pela necessidade de se adaptar a aquele contexto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Eu
acredito que a batalha mais importante de Ada é a que ela trava com o Manteiga.
Desde o momento em que ela chega à casa de Susan, a protagonista fica encantada
com o cavalo, então por mais que ela tenha todas aquelas resistências e por
mais que ela acredite ser inferior as outras crianças, sua vontade de se
aproximar e montar o cavalo são mais fortes. A simples vontade de se aproximar
do cavalo ajuda na transformação de Ada durante a história. A sua insistência
em conseguir, mesmo com as diversas falhas, faz com que ela passe a acreditar
nela mesmo e perceber que se ela batalha por algo ela consegue, podendo ser tão
boa ou até melhor que as crianças “normais”. E essa confiança que desperta
quando está montada no Manteiga permite que ela comece a repensar sua vida e
aceitar as constantes mudanças que está vivendo.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Em
suma, é um livro que fala sobre as diversas batalhas que uma garota precisa
enfrentar para conseguir se impor no mundo em que vive, tendo que encontrar as
armas necessárias para enfrentar esses conflitos e sobreviver a todas as
limitações sofridas, seja pelos outros ou por ela mesma. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsP0wSVvwzEXGWsJFqaOIjenyfEtShPeD_riTYmhT8xQncNcwzOMfSnbf-uUWprpPOs2KlASTZrAvjkDmPpsuD7jK70YSeHidsSZ0HxGJIyA2b9q2ItFEpBwM-SxKNtJ_2g9P98XjvadI/s1600/20170918_212635.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsP0wSVvwzEXGWsJFqaOIjenyfEtShPeD_riTYmhT8xQncNcwzOMfSnbf-uUWprpPOs2KlASTZrAvjkDmPpsuD7jK70YSeHidsSZ0HxGJIyA2b9q2ItFEpBwM-SxKNtJ_2g9P98XjvadI/s640/20170918_212635.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Um livro, dois públicos<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">A guerra que salvou a minha
vida</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif;"> é um daqueles livros
que eu confesso que não chamou minha atenção quando foi lançado e eu não tinha
muita vontade de ler, principalmente pela capa fofinha e por parecer um livro
bem <i>teen</i>. Não parecia muito o tipo de coisa que eu gosto de ler, ainda
mais por essa temática de crianças e segunda guerra estar um pouco saturada.
Mas como a Darkside mandou em parceria mesmo sem eu solicitar, eu decidi dar
uma chance pro livro e foi uma grata surpresa. Brigado caveirinha.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Sim,
a linguagem e a construção do livro é um pouco <i>teen</i>, mas não digo isso
como algo negativo, pois apesar disso ele vai dialogar com diversos públicos de
formas diferentes, não pelo fato de ser narrado por uma criança, que
automaticamente faz a linguagem ser um pouco mais infantil, mas por parecer que
o livro tem a intenção de apresentar diversos temas pro leitor de uma forma
mais didática, sem a intenção de aprofundar muito e abrir discussões mais
complexas. Tanto que você percebe que a autora, além dos temas principais como
rejeição, superação e a deficiência física da garota, ela também vai acabar,
sutilmente, entrando em temas como religião, preconceito e até mesmo
sexualidade. Outro ponto que me faz ver o livro como algo mais jovem, é a
maneira que a historia é construída, porque ela segue alguns padrões já
conhecidos, tanto que logo no inicio você já sabe como vai acabar.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Apesar
disso, a autora faz um ótimo trabalho na construção das personagens. Há
diversas atitudes ou pensamentos que vão aprofundar muitos dos sentimentos e
traumas que a protagonista ta passando ou passou, coisas que facilmente seriam
ignorados por leitores mais novos. Então a parte psicológica desses personagens
acabam dando um nível de complexidade bem interessante pra obra, porque você
passa a compreender melhor tudo aquilo que está ocorrendo na cabeça da garota
só pelas ações e falas, sem a necessidade de uma explicação mais teórica.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">A guerra</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif;"> é um daqueles livros que apesar de focar
em um publico mais jovem, também oferece uma leitura bem interessante pra quem
busca algo a mais, conseguindo trazer elementos que transformam uma história
não tão criativa em uma leitura bem rica e curiosa, que ira agradar os jovens e
os adultos. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWwTfB3NUtXVTDES0UvnPee8JRrX6yYiBsvqjnywJJJA-jBVOk0itL_bPY5dVFgYk7hITt_TJwAPG30t2UhkgHr2zIhdKNiFBkeDmbt3eu-Lw05qvEC_OvoCgTP2NAfuUkBe1NRi01PAk/s1600/20170918_212623.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWwTfB3NUtXVTDES0UvnPee8JRrX6yYiBsvqjnywJJJA-jBVOk0itL_bPY5dVFgYk7hITt_TJwAPG30t2UhkgHr2zIhdKNiFBkeDmbt3eu-Lw05qvEC_OvoCgTP2NAfuUkBe1NRi01PAk/s640/20170918_212623.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Devo enfrentar essa guerra?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Sim,
<i>A guerra que salvou minha vida</i> é um
daqueles livros que podem enganar pela capa e pela trama aparentemente<i> teen</i>.
Apesar de uma história não muito inovadora e previsível, a autora faz um ótimo
trabalho ao construir personagens interessantes e mostrar todos os conflitos
externos e internos pelo qual a protagonista está passando, algo que se
sobrepõe a própria história.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Como
dito anteriormente, é um livro que funciona pra diversos públicos, então acho
que é uma obra interessante para ser discutida. Diria que seria uma leitura bem
bacana para passar em escolas, porque além das questões principais, a autora,
mesmo que timidamente, insere diversos temas relevantes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Enfim,
o livro foi uma grata surpresa. Ele tem seus problemas, como o final que parece
algo que saiu da sessão da tarde, mas no geral é uma boa experiência e que
consegue te fazer refletir sobre diversos assuntos, mas de uma maneira mais
leve, sem a densidade que muitos livros sobre a época possuem. A edição da
darkside tá bem bonita, mostrando que a caveira também consegue ser fofinha.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Caso
busque um livro do gênero, fica a recomendação.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUT9PR3WkpgiuIowQYIUduJlulNdoLkwNGdCX8hF0pAlaP4SEkNNaYnYEMjqfDWRBAGoZHrLMAZPr7mFwaf0pbTJPOb_YF3byl0Fhame1mRs-Nr8v7iT20KxAARg1EBPCc4_uQOOuGvh8/s1600/20170918_212508.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUT9PR3WkpgiuIowQYIUduJlulNdoLkwNGdCX8hF0pAlaP4SEkNNaYnYEMjqfDWRBAGoZHrLMAZPr7mFwaf0pbTJPOb_YF3byl0Fhame1mRs-Nr8v7iT20KxAARg1EBPCc4_uQOOuGvh8/s640/20170918_212508.jpg" width="640" /></a></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-66520053253993156312017-08-31T22:13:00.001-03:002017-08-31T22:13:02.392-03:00Literatura: Filme noturno (Marisha Pessl)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8W-rfbDdcm6tCTauG0xA8kB_l-JOlSvYQDxmmEi3K7ImIidTfZfstbQoVSoaideQqFWFimRlp-xF1lTS-Mzk07hj8X_SZCNWGo9NIPavdCxSEKPrY0Y_PuojP8D3sOo40ZQYYS-XyOZI/s1600/filme+not.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8W-rfbDdcm6tCTauG0xA8kB_l-JOlSvYQDxmmEi3K7ImIidTfZfstbQoVSoaideQqFWFimRlp-xF1lTS-Mzk07hj8X_SZCNWGo9NIPavdCxSEKPrY0Y_PuojP8D3sOo40ZQYYS-XyOZI/s1600/filme+not.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> Se você clicar no link de filmes lá
no topo da página, vai perceber que nós temos um gosto um tanto quanto
peculiar, afinal nem todas as pessoas são refinadas o suficiente para apreciar
obras como <b><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2017/06/resenha-camisinha-assassina-kondom-des.html" target="_blank"><span style="color: #3d85c6;">Camisinha assassina</span></a></b>, <b><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2013/01/arrombada-vou-mijar-na-porra-do-seu.html" target="_blank"><span style="color: #3d85c6;">Arrombada, vou mijar na porra do seu tumulo!!!</span></a></b> ou, até mesmo, <b><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2015/01/resenha-jesus-cristo-cacador-de.html" target="_blank"><span style="color: #3d85c6;">Jesus Cristo caçador de vampiros</span></a></b>. Com isso,
você pode achar que somos pessoas estranhas, mas você já tentou imaginar como
funciona a cabeça dos diretores desses filmes? Uma alma sã e saudável não teria
ideias tão geniais, ou teria? </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> É exatamente sobre esses diretores
peculiares que vamos falar hoje, pois qualquer um pode dirigir uma comedia
romântica ou um filme de super-herói, mas são poucos com culhões o suficiente
para chocar seus espectadores com cenas grotescas e indigestas.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"></span></div>
<a name='more'></a><br /><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">“ – O seu problema, McGrath –
disse Beckman, esvaziando a garrafa em nossos copos -, é que não tem nenhum
respeito pela escuridão. Pelo negrume inexplicável. Pelo que não pode ser
revelado. Vocês jornalistas arrasam com os mistérios da vida, ignorando o que
tão impiedosamente desvelam, ignorando que escavam algo muito poderoso que –
disse, voltando a se sentar na cadeira, os olhos escuros encontrando os meus –
o que não quer ser encontrado. E que não será.”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWVjGUhJ9vtEH5JbtxvxPPVD7mGCdmFoDaj4rJ4TO6fWWrmfFVNz5xryB3r1Q7JJCeqnsk2R0IzyftiSIhVfe6GElN7_MdJw9mN_ygkWrmW5qyo6YYMlmJv_ACqazKMry97JV0j3uG2G0/s1600/CAPA_Filmenoturno_300dpi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1099" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWVjGUhJ9vtEH5JbtxvxPPVD7mGCdmFoDaj4rJ4TO6fWWrmfFVNz5xryB3r1Q7JJCeqnsk2R0IzyftiSIhVfe6GElN7_MdJw9mN_ygkWrmW5qyo6YYMlmJv_ACqazKMry97JV0j3uG2G0/s320/CAPA_Filmenoturno_300dpi.jpg" width="219" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Título original: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">Night film</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Autor: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">Marisha Pessl</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Ano: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">2013</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Editora: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">Intrínseca</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Páginas: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">619</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Scott
McGrath é um jornalista investigativo que no passado teve problemas judiciais
com Stanislas Cordova, um excêntrico e misterioso diretor de cinema, que causou
um certo abalo em sua carreira. Quando a filha desse diretor, Ashley Cordova, é
encontrada morta em um armazém abandonado, o jornalista desconfiado de que a
morte pode não ter sido um suicídio, decide iniciar uma nova investigação não
apenas sobre a garota, porém também alguns assuntos pendentes no passado sobre
sua família, principalmente seu pai.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Um casaco vermelho no escuro<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Filme
noturno é um <i>thriller</i> policial que vai seguir as características do
gênero — uma morte misteriosa, diversas pontas soltas, personagens duvidosos,
um detetive obstinado —, mas que consegue encontrar sua singularidade e entrega
uma trama criativa, cheia de mistérios que mantém o leitor intrigado da
primeira até a última página. Por se tratar de um <i>thriller</i>, eu vou focar
a resenha apenas no conceito básico do livro para não entregar nada da trama. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Pegue
a pipoca e escolha o melhor lugar que o filme já vai começar.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
*<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Narrado
em primeira pessoa por Scott McGrath, a trama vai começar quando a filha de um
famoso diretor de cinema, Ashley Cordova, é encontrada morta em um armazém
abandonado. Todas as evidencias indicam que a morte da garota foi um suicídio,
pois devido as circunstâncias não havia a possibilidade de ter mais alguém com
ela no local. Entretanto, a garota é filha de Stanislas Cordova, um diretor de
cinema rodeado de mistérios, que é considerado gênio por alguns e louco por
outros. Como tudo que envolve os Cordovas é nebuloso, McGrath acredita que
existe muito mais por trás da morte da garota do que apenas um suicídio,
iniciando assim sua investigação.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Revisitando
seus antigos arquivos sobre os Cordovas, que não eram estudados desde que teve
problemas com o diretor, Scott vai levantando todas as informações que
encontra, pois qualquer mínimo detalhe sobre a família é um grande achado. E é
nessa misteriosa busca pela verdade que o jornalista vai acabar tendo ajuda de
uma aspirante a atriz, que foi a ultima pessoa a ver Ashley com vida, e um
jovem traficante de drogas.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Em
meio à morte, mistérios e filmes perturbadores, a primeira pista dessa
intrigante investigação é um casaco vermelho esquecido por Ashley.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Diretor maldito<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Um
dos motivos de eu gostar tanto da trama é que eu sempre tive interesse e
curiosidade por esses artistas (e obras) considerados malditos, ou seja,
aqueles que são rodeados por mistérios e que carregam consigo diversas lendas e
histórias que acabam criando todo um universo a sua volta. É obvio que muito
dessa fama pode não passar de coincidências, publicidade ou até mesmo boatos
que foram tomando forma, mas não deixam de ser interessantes. Afinal quem nunca
ouviu ou assistiu algo sobre um quadro amaldiçoado, um filme que causa loucura
em quem assiste ou até mesmo uma produção que foi marcada por diversos fatos
estranhos, como <i>O exorcista</i>. No livro, Marisha brinca um pouco com essa
ideia, mas leva tudo muito mais pro lado do mistério sobre o diretor e dos eventos
estranhos envolvendo sua obra que pro lado do sobrenatural — algo que também
vai ter no livro, mas falaremos disso mais pra frente. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Não
apenas a trama é interessante, como toda a ambientação criada pela autora. O
universo em que o livro se passa é bem vivo e cheio de detalhes, ficando nítido
que ela não quer apenas contar uma boa história, mas sim criar toda uma
mitologia em torno dela para dar base a tudo àquilo que acontece. Isso permite
que o leitor não fique indiferente a investigação e queira também fazer parte
da história e descobrir o que está acontecendo de fato. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Praticamente
toda a investigação vai girar em torno da família Cordova, contudo, em nenhum
momento se torna cansativa ou repetitiva por casa disso, já que a cada momento
novos elementos e pistas vão surgindo, abrindo caminhos para o detetive e para
o leitor. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Mas
porque esses Cordovas são tão misteriosos?</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Tanto
o pai quanto a filha tem uma história bem curiosa e vou dar apenas um panorama
geral para que seja mais fácil compreender o princípio da trama. Stanislas
Cordova é um diretor de cinema que tem uma filmografia composta por filmes
intensos que desafiam os limites da arte. Devido ao seu conteúdo visceral e
perturbador, ele acabou tendo uma legião de fãs e uma legião de pessoas que o
odeiam. Apesar do conteúdo de seus filmes não serem pra todos, a qualidade
acabou que lhe rendendo um Oscar, que foi recebido na premiação por sua fiel
assistente, já que Cordova não faz aparições em público e seu rosto é conhecido
por poucos, assim como as informações sobre o mesmo são escassas, com exceção
de uma estranha entrevista para uma revista de muitos anos atrás. Ele vive com
sua família em uma grande propriedade afastada da metrópole, onde construiu o
estúdio em que grava seus filmes. Desde que recebeu o Oscar, ele passou a fazer
filmes fora do circuito comercial, então poucas cópias circulavam e poucas
pessoas passaram a ter acesso a esses novos filmes, o que aumentou ainda mais
as lendas em torno do artista. Por fim, mais um detalhe que merece ser
destacado, é o fato de que todos os atores e profissionais que trabalharam com
ele sempre ficaram quietos a respeito e nunca revelaram nada sobre as
filmagens, gravações ou sobre o diretor. A grande maioria desses profissionais
também acabaram deixando a carreira no cinema pra se dedicar a outra atividade.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Quanto
à Ashley, vamos descobrir mais sobre ela ao longo do livro, então vamos ao
básico: ela foi encontrada morta aos 24 anos e antes disso não havia muitas
notícias sobre ela, o que pode parecer estranho quando você é filha de um
famoso diretor e uma pianista que ganhou reconhecimento ainda na infância.
Antes mesmo de completar 10 anos, Ashley começou a tocar piano e pouco tempo
depois já exibia um grande talento pra música, reproduzindo perfeitamente obras
complexas. Isso fez com que ela ganhasse uma certa fama, o suficiente para se
apresentar e gravar seu próprio CD, entretanto, sua carreira na musica parou
repentinamente quando tinha cerca de 14 anos. Depois disso, até o momento de
sua morte, pouco se falava da pianista prodígio que deixou a carreira de uma
hora pra outra.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">É
nos mistérios desses dois personagens que a história vai se desenvolver, e
Scott, cada vez mais obcecado, vai buscar a verdade sobre essa família envolta
em lendas e boatos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Realidade, fantasia e cinema<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Como
você deve ter percebido, o livro é rodeado de mistérios que muitas vezes se
aproximam da linha que divide a realidade da fantasia, pois é difícil conceber
tudo aquilo que tange o alcance dos Cordovas — uma pessoa importante da
indústria que esconde sua imagem e consegue manter por décadas, atores que se
recusam a dar qualquer depoimento sobre o diretor e que mudam de vida logo
depois, diversos boatos de que ele está envolvido com atividades ilícitas, uma
filha que antes dos 10 anos já tocava piano perfeitamente, eventos estranhos
envolvendo sua família e sua propriedade, etc. — sem cogitar a possibilidade de
haver algum caroço a mais nesse angu.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Essa
é uma característica que dá um ar de estranheza e intensifica o suspense da trama
porque abre diversos caminhos que até certo momento você não estava esperando.
Não vou aqui discutir se o livro lida de fato com o sobrenatural ou não, vou
deixar que você tire (ou não) essa resposta durante a leitura, mas o jeito que
as histórias vão se amarrando faz com que a todo momento você fique na duvida
se existe algo além acontecendo. Por mais que eu tenha duvidado quando comecei
a ler, isso torna o livro ainda mais interessante, porque tudo surge de maneira
orgânica e de certa forma dúbia que não te permite compreender o significado
final daquilo, apenas faz com que fique mais intrigado. A cada porta aberta,
mais portas fechadas surgem diante de você.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Por
fim, outro elemento que gostei bastante, mas que não vou me aprofundar aqui, é
o fato da autora saber manipular muito bem os caminhos que ela quer que o
leitor percorra. Mesmo com uma trama cheia de detalhes e personagens, ela
consegue amarrar tudo. É como se ela tivesse umas três (ou mais) linhas
narrativas independentes e todas elas fizessem sentido com os mesmos
personagens e eventos, com isso, o resultado é bem bacana porque a autora tem
domínio pleno da história e a todo momento brinca com o leitor, jogando-o de um
lado pro outro. Então hora você ta pensando: “é obvio que é isso aqui, vamos
parar de fingir que tem forças sobrenaturais”, ai logo depois “eita porra, tem
dedinho do capeta nisso aí?”. Do mesmo modo elai brinca com outros elementos,
no entanto prefiro deixar em aberto.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Devo pegar a sessão da meia
noite?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">Filme
noturno</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif;"> foi uma grata
surpresa para mim, um daqueles livros que você não sabe quase nada sobre mas
que o título e a capa acabam te atraindo. Apesar de seguir a premissa clássica
do gênero, o <i>thriller</i> de Marisha Pessl consegue sua singularidade em
construir uma trama rica em detalhes e personagens complexos que são cercados
de lendas e boatos, contribuindo para aumentar as dúvidas e mistérios sobre os
mesmos.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Para
contribuir ainda mais pro clima de investigação, a autora, ao longo da trama,
coloca diversas imagens que servem como pistas e detalhes que deixam o livro
ainda mais interessante. Então conforme o detetive vai encontrando algumas
pistas, também vamos vê-las através de meios como fotos, notícias e até mesmo
prints do site exclusivo para fãs do Cordova.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Se
você gosta de<i> thrillers</i> policiais, <i>Filme
noturno</i> é um livro que precisa entrar na sua lista, contudo, já adianto que
ele é um livro com mais de 600 páginas e que a autora não tem pressa nenhuma em
entregar respostas. Apesar ser agitado e de sempre ter algo acontecendo, o
desenvolvimento da história é lento. Particularmente, eu gosto dessa pegada
mais lenta do livro, que em que cada pista, por menor que seja, exija certo
trabalho de análise que até possa ser em vão. Entretanto compreendo que tem
gente que gosta de coisas mais ágeis, por isso já deixo avisado.</span><o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Deixo
aqui a recomendação do livro e, também, o aviso para que não se aproxime tanto
dos Cordovas — a curiosidade é perigosa. </span><o:p></o:p></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-21403103738719893762017-08-01T21:29:00.000-03:002017-08-01T21:29:15.541-03:00Literatura: O segredo dos corpos (Dr. Vincent Di Maio & Ron Franscell)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuLwtyHbp1Upr9zyosuXLcjDdzl9BbZFcslL8_A8JgbwqIAwTrPXHJUYJzrJ1kiZbVZsmyLUEZ4MgWGmXcCz0Rd65FaoQ4lrCWPRxW0tg9RBdWj5c6bqt5swhBaPHXMNiWNjFRJ9ThH3E/s1600/banner.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuLwtyHbp1Upr9zyosuXLcjDdzl9BbZFcslL8_A8JgbwqIAwTrPXHJUYJzrJ1kiZbVZsmyLUEZ4MgWGmXcCz0Rd65FaoQ4lrCWPRxW0tg9RBdWj5c6bqt5swhBaPHXMNiWNjFRJ9ThH3E/s1600/banner.png" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Você
também tem esse desejo mórbido de saber mais sobre assuntos relacionados à
morte? Adora assistir ou ler obras e matérias sobre assassinatos e mortes
misteriosas? Sempre teve curiosidade e uma certa atração por medicina legal,
mesmo não tendo coragem de se aproximar de um cadáver?</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Então
se aproxime da maca porque hoje é dia de autopsia, bebê!</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"></span></div>
<a name='more'></a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioHvRetWNZ4zYQBrqon41RccN4WzQWmzTKTGiAf5NByUspBojbybSU1GGFG1PK6jdxWA8uGpGWkEDyoonF176o_hZMRebFt64pK9DKOMv66zFwsglaLj-peMIud10dWs_Hrfb7-MGnZUY/s1600/20170801_210138.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioHvRetWNZ4zYQBrqon41RccN4WzQWmzTKTGiAf5NByUspBojbybSU1GGFG1PK6jdxWA8uGpGWkEDyoonF176o_hZMRebFt64pK9DKOMv66zFwsglaLj-peMIud10dWs_Hrfb7-MGnZUY/s640/20170801_210138.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">“Nossas conclusões afetam
mais os vivos que os mortos. Os mortos já não são objeto de preocupação, mas os
vivos podem ir para a cadeia. Vidas podem ser salvas por causa de vírus e
germes. Nossas conclusões podem provar a inocência de alguém. Perguntas podem
ser respondidas, e suspeitas validadas. Portanto, médicos-legistas carregam o
pesado fardo de chegar a conclusões cientificas, imparciais, baseadas em fatos,
a despeito do que desejam os familiares, amigos, inimigos ou vizinho do morto. A
verdade é sempre melhor do que aquilo que meramente desejamos ser verdade.” <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt38oathrmGwDvh8GoUMMPEGZCEcQGPBA7zsstonYNBc8V9zZ_OkMwaw8UkBQXWNNrPH1PA1gNk4qbUV1D4n7x5I1WVX0OBOUTwVhSPAl4qcLdrmvijcE9qxwT8JySIyDJRhaLiGy6Xzw/s1600/segredo-dos-corpos-livro-darkside-capa-site.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="870" data-original-width="600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt38oathrmGwDvh8GoUMMPEGZCEcQGPBA7zsstonYNBc8V9zZ_OkMwaw8UkBQXWNNrPH1PA1gNk4qbUV1D4n7x5I1WVX0OBOUTwVhSPAl4qcLdrmvijcE9qxwT8JySIyDJRhaLiGy6Xzw/s320/segredo-dos-corpos-livro-darkside-capa-site.png" width="220" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Título original: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">Morgue:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<span style="font-family: Georgia, serif;">A life in death</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Autor: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">Dr. Vincent Di Maio</span><span style="font-family: Georgia, serif;"> &</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<span style="font-family: Georgia, serif;">Ron Franscell</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Ano: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">2016</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Editora: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">Darkside books</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Páginas: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">281</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> Vincent Di Maio é um médico-legista
bastante reconhecido no meio, que trabalhou em importantes casos, desde a
exumação do suposto assassino do presidente Kennedy, passando pela investigação
sobre um crime racial que gerou bastante polemica nos EUA ou, até mesmo,
servindo de consultor sobre uma pesquisa que tinha o objetivo de compreender
melhor a historia por trás do suicídio de Van Gogh.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Depois
de décadas trabalhando em meio a cadáveres, Di Maio conta uma pouco sobre sua
profissão e sobre alguns casos emblemáticos de sua carreira. Além de mostrar um
pouco sobre o processo de autopsia e exumação, ele também desmistifica muitas
das lendas que rondam o assunto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Olha, ele ta ficando roxo<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">A
principio, <i>O segredo dos corpos </i>é um
livro de casos, em que a cada capitulo os autores vão se dedicar a contar sobre
um evento importante e/ou curioso vivenciado por Di Maio. Em meio a esses
episódios, o legista vai fazer uma contextualização tanto daquele caso em
especifico quanto da sua vida e da profissão, tornando o livro mais rico e
esclarecedor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Mesmo
os casos sendo interessantes por si só, envolvendo mortes intrigantes difíceis
de explicar, o livro, pelo menos pra mim, é muito mais atrativo por todo o
contexto que é criado para tratar de cada morte em específico, não sendo apenas
um compilado de mortes curiosas como um jogo do “Dark Stories”. Sendo assim, é
como se os autores fizessem uma autopsia não apenas do morto, mas de tudo
aquilo que rodeava aquela história.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">A
cada capítulo vamos ter um caso novo que os autores iniciam fazendo uma breve
recapitulação do evento com fatos evidentes, como por exemplo o caso de um bebê
que morreu com menos de um ano. Ele voltava regularmente ao hospital porque
misteriosamente parava de respirar, mas os exames não aparentavam nada de
errado e durante as observações no hospital ele permanecia saudável e nenhum
evento incomum, só quando voltava pra casa que isso ocorria. A partir disso, o
livro segue dois caminhos, o de investigação e o de legista. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">A
princípio, os autores vão contextualizar o caso mostrando o passado da família,
as investigações que foram feitas para identificar o problema, como a
verificação do ar da região pra ver se o problema não estava ali, etc. Feito
isso, eles mostram um pouco do processo empregado pelo legista para identificar
a causa da morte, como os hematomas ou danos encontrados no corpo que comprovem
ou desmintam alguma teoria. Por fim, com as provas apresentadas e com o caso
solucionado, o livro mostra como aquilo se desenrolou, fazendo um breve
apanhado do que houve no tribunal ou qualquer outro rumo que tenha tomado.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Entre
um cadáver e outro, Di Maio vai pegando as brechas necessárias em cada caso
para contar um pouco sobre sua vida e sobre a profissão, principalmente no
contexto norte-americano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8Vu9gQzuwHVzlCJebMuwB3g_QSfTDrGGtY9sS8wuO85CpWwD-Tvu4FulhEXyteI0dCoiMUlsa0WYBzJB1sAgPlMNZKnCRjy-rf7B3zfbd0Oq1e_GnN0F8QFRMpI7mwQOKLhBTFwhysTw/s1600/20170801_205755.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8Vu9gQzuwHVzlCJebMuwB3g_QSfTDrGGtY9sS8wuO85CpWwD-Tvu4FulhEXyteI0dCoiMUlsa0WYBzJB1sAgPlMNZKnCRjy-rf7B3zfbd0Oq1e_GnN0F8QFRMpI7mwQOKLhBTFwhysTw/s640/20170801_205755.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Me passa o bisturi<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Mais
que a autopsia dos corpos e até mesmo as investigações, uma das coisas que mais
me interessaram no livro foram algumas curiosidades que até então eu não sabia
ou não tinha parado pra pensar. Como por exemplo os processos e as condições da
medicina legal nos EUA.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Apesar
da medicina legal gozar de bastante popularidade nas séries de TV, no livro
vamos descobrir que na realidade as coisas são bem diferentes no mundo dos
legistas, pois se trata de uma área que não tem tanta procura e muitas das
pessoas que acabam decidindo exercer a profissão, abandonam logo depois. Isso
acontece por diversos fatores, mas principalmente por ser uma das áreas menos
remuneradas da medicina e por ter que lidar com eventos e situações nem um
pouco agradáveis.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Como
consequência disso vamos ter o problema de ter muito menos legistas do que o
necessário, algo que gera um problema bem curioso nos Estados Unidos. A
medicina legal acaba sendo um luxo das grandes cidades, enquanto nas menores
acaba existindo um costume que eu achei um tanto bizarro (algo que não é exclusivo
dos EUA): na falta de um legista na região, há uma pessoa que é escolhida para
ser o responsável para “diagnosticar” a causa da morte, entretanto não há
nenhum pré-requisito que não seja a maior idade. Como você deve imaginar, isso
causa um problema porque pessoas nem um pouco aptas são responsáveis por fazer
esse trabalho que envolve diversos fatores e geram diversas consequências.
Então, como o próprio Di Maio acaba falando em certo momento, esse tipo de
pratica que não envolve a experiência necessária acaba fazendo com que crimes
fiquem sem solução (ou seja julgado erroneamente) e algumas doenças que
poderiam ser evitadas com uma autopsia correta acabam não sendo identificadas e
se perpetuando naqueles que continuam vivos.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Então
o livro acaba permitindo que o leitor tenha um visão menos hollywoodiana da
profissão e passe a compreender melhor o contexto e as atividades exercidas
pelo legista. Mesmo relatando todos os problemas, o livro não deixa de fazer
com que o leitor se interesse ainda mais pelo assunto e comece a ficar
desconfiado de certos eventos, como ele faz no final do livro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl8LzXsjYKyNPr-3csNJwHBJ0Va3RZsgQGPi_Zkx7SeB8DLLAWYZ3xoGmgirz-JYefK9yh_bCeZxDs2SxpG6lFFwxctnjqIsa4dVAFnj1D4A-6ANCgTil6R89Izps3agJ2cDnOjUKQOz8/s1600/20170801_205720.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl8LzXsjYKyNPr-3csNJwHBJ0Va3RZsgQGPi_Zkx7SeB8DLLAWYZ3xoGmgirz-JYefK9yh_bCeZxDs2SxpG6lFFwxctnjqIsa4dVAFnj1D4A-6ANCgTil6R89Izps3agJ2cDnOjUKQOz8/s640/20170801_205720.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Será que foi só a orelha?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">No
final de <i>O segredo dos corpos</i> tem um
capítulo bem interessante que se diferencia um pouco dos outros, sem deixar o
tema central de lado, em que Di Maio vai contar que ele foi convidado a ajudar
em uma pesquisa sobre o Van Gogh, mais especificamente sobre os mistérios que
envolvem sua morte. Isso é bem bacana porque essa “autopsia” ele só pode fazer
a partir das histórias e dos relatos guardados e não tem um corpo para fazer
todos os procedimentos de costume, algo que complica a situação e o impossibilita
de chegar a um veredicto final, mas não deixa de ser bem curioso porque cria
mais complexidade sobre o mistério.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Se
você não sabe, é senso comum de que a morte de Van Gogh foi suicídio. Os
relatos dizem que um certo dia ele saiu como de costume da pousada onde morava,
levando os materiais de pintura, mas voltou horas depois sangrando na região do
peito por causa de um tiro que ele diz ter disparado contra si. Devido a
complicações ele acabou morrendo no dia seguinte. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Apesar
dessa versão ser aceita por grande parte das pessoas, a história e o relato do
legista que fez a autopsia de Van Gogh possuem algumas incongruências que
mostram que a história pode não ter sido bem assim, seja pela marca da bala
descrita pela autopsia, a posição da arma, etc. Não vou me prender muito nisso
porque o bacana é você acompanhar todo o processo lógico do Di Maio em que ele
vai apontando as divergências e mostrando outras hipóteses e teorias que fariam
mais sentido de acordo com aqueles dados disponíveis.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWoKD_a2GEnE0hKiR2sfxjLaelVqLMKOlQAivBxd7ItAAHjcDxactOLvKXyocrHwR8vXI7rF1qPHE2pgjOxqmjHatjNwep7M5u1CWl53YABwT3vdvP0hj0jHHKwlOiMnGFZSU7BIw7bBI/s1600/20170801_210114.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWoKD_a2GEnE0hKiR2sfxjLaelVqLMKOlQAivBxd7ItAAHjcDxactOLvKXyocrHwR8vXI7rF1qPHE2pgjOxqmjHatjNwep7M5u1CWl53YABwT3vdvP0hj0jHHKwlOiMnGFZSU7BIw7bBI/s640/20170801_210114.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Legal, tudo que eu precisava pra sair
dissecando umas pessoas por aí</span></b><o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;"> </span></b><i><span style="font-family: "Georgia",serif;">O
segredo dos corpos</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif;"> é um
livro pra todos aqueles que se interessam por medicina legal e/ou adoram
assistir séries policiais que envolvem investigações e autopsias para desvendar
o caso. Apesar de ser um livro de não-ficção, escrito por um médico, ele é
bastante acessível pra quem é leigo no assunto (como eu). </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Trazendo
um caso diferente a cada capítulo, o livro consegue ser bem dinâmico e
interessante. Ao mesmo tempo em que ele instiga o leitor com aquela determinada
investigação, o autor também conta um pouco de sua história e apresenta as
informações necessárias para contextualizar aquele ambiente. A todo momento o
livro está te deixando curioso com algum mistério envolvendo a morte de uma
pessoa e te passando um pouco de informações sobre aquele assunto.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">O
livro foi cedido pela Darkside em parceria com o blog. Além das características
já conhecidas por nós, o livro também conta com algumas imagens envolvendo os
casos e complementando o material. Mas pode ficar tranquilo que não há imagens
de autopsias nem nada, não precisa ficar com medo de gorfar na sua edição.</span><o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Que
o cadáver seja aberto.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZmuAK8D8D2HPJpDeeEIp6awnpwhNjS1eUBIvnzzL2IYBVlYrDRgWTSLNsxJXXvptL-cQ7HcqCzdXmVDH254TiUanexcHKbmLh0z8ByCdTCRTtV3cTiyoTdJ2BrcA_uQ5PnBkCAm-HNb4/s1600/20170801_205656.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZmuAK8D8D2HPJpDeeEIp6awnpwhNjS1eUBIvnzzL2IYBVlYrDRgWTSLNsxJXXvptL-cQ7HcqCzdXmVDH254TiUanexcHKbmLh0z8ByCdTCRTtV3cTiyoTdJ2BrcA_uQ5PnBkCAm-HNb4/s640/20170801_205656.jpg" width="640" /></a></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-53297533933574638142017-07-24T21:10:00.001-03:002017-07-24T21:10:23.781-03:00Literatura: Deuses americanos (Neil Gaiman)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh8s7MRLKT5BXmwg91omJqGFhW6IlRa4EbZvILS0eoBx3KXgop6AXDpOFGw8vF0qacaZF1EtX13KyL_1pjphv-a0xz-RkkjJPjRXPM5mr9EpkeYRE9FYeMgKoV_Ir__kqCbvu9na4kNZ4/s1600/desban.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh8s7MRLKT5BXmwg91omJqGFhW6IlRa4EbZvILS0eoBx3KXgop6AXDpOFGw8vF0qacaZF1EtX13KyL_1pjphv-a0xz-RkkjJPjRXPM5mr9EpkeYRE9FYeMgKoV_Ir__kqCbvu9na4kNZ4/s1600/desban.png" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> Bom dia! Desculpa te acordar, mas
você teria cinco minutos para escutar a palavra de Deus? Calma, Calma, não bata
a porta na nossa cara ainda, prometo que será muito mais interessante que esses
deuses que já cansamos de escutar sobre.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Abra
a porta de seu coração e escolha o deus que preferir, porque aqui no <b><i>Café</i></b>
somos democráticos, você pode adorar quem quiser sem ser julgado, até mesmo a Santa Cafeína ou o São Internet. Pra quem irá suas preces hoje?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"></span></div>
<a name='more'></a><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">“As pessoas acreditam,
pensou. É isso que as pessoas fazem: acreditam. E depois não assumem a
responsabilidade por suas crenças. Conjuram coisas e não confiam nas próprias
conjurações. As pessoas povoam a escuridão com fantasmas, deuses, elétrons,
histórias. As pessoas imaginam e acreditam: e é essa crença, essa crença
sólida, que faz tudo acontecer. ”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP46DTeXmr-8Ma2s7WvcRAWZIu1WoAA3yErV7JwPKe5__jqj_Zyr5MH5Icyj6L7QoYHIzJdbcW3eBetxSyGXY29RTANCOK6bNT33CSNBfpLrVs6Edb2aFDY7kppaQrkx8kMyJicnRCgdE/s1600/91m5TvqtmXL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1073" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP46DTeXmr-8Ma2s7WvcRAWZIu1WoAA3yErV7JwPKe5__jqj_Zyr5MH5Icyj6L7QoYHIzJdbcW3eBetxSyGXY29RTANCOK6bNT33CSNBfpLrVs6Edb2aFDY7kppaQrkx8kMyJicnRCgdE/s320/91m5TvqtmXL.jpg" width="214" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 24px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Título original: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">American gods</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 24px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Autor: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">Neil Gaiman</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 24px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Ano: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">2001</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 24px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Editora: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">Intrínseca</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 24px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Páginas: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">574</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif;"> Após
três anos na prisão, Shadow está a poucos dias de cumprir sua pena e retomar
sua vida ao lado de sua esposa. Liberado um dia antes do previsto, mas em uma
situação completamente adversa do esperado, o ex-presidiário, de uma hora pra outra, fica sem destino,
sem casa e sem perspectiva. Enquanto tenta processar todos os acontecimentos,
ele é abordado por um estranho homem que oferece um trabalho, que Shadow se vê,
praticamente, obrigado a aceitar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.85pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.85pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Uma sombria quarta-feira<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.85pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 9pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Narrado em terceira pessoa, o livro vai acompanhar
Shadow, um homem que, por razões não muito claras, acabou sendo preso. Devido a
seu bom comportamento, focando apenas em voltar pra casa, ele conseguiu reduzir
sua pena para três anos. Porém, um dia antes de receber sua liberdade, com tudo
pronto para retomar sua vida, ele é chamado pelo diretor do presidio, que além
de antecipar sua liberdade, também informa que na noite anterior sua mulher
sofreu um acidente e está morta. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;"> Desestabilizado
e sem saber exatamente o que fazer, Shadow pega o primeiro avião de volta pra
casa. Durante o voo ele é abordado por um estranho senhor, apresentado como
Wednesday, que parece saber mais do que deveria sobre a vida do protagonista,
oferecendo um emprego. Incomodado com a situação Shadow tenta despistar o velho
e acaba falhando miseravelmente. Sem outra alternativa, e sem perspectiva de
conseguir retomar sua antiga vida ao lado de sua mulher, ele acaba aceitando,
sem saber exatamente qual será a sua função ao lado daquele misterioso homem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;"> Bom,
esse é o ponto de partida de <i>Deuses Americanos</i>. A história de fato
inicia com a viagem que Shadow vai fazer junto com seu novo patrão pelas estradas
dos EUA, onde, aos poucos, o protagonista vai começar a descobrir que o mundo é
muito mais complexo do que ele imagina e que algumas pessoas são muito mais do
que elas aparentam ser.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Resumindo, existem deuses vivendo entre
nós.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.85pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Quem acredita em deus?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;"> </span></b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Você já parou pra pensar em quantos deuses
existem no mundo? Já pensou em como eles seriam e se comportariam se vivessem
no mesmo espaço que nós meros mortais? É a partir dessa premissa que <i>Deuses Americanos</i> se desenvolve. Durante
a jornada Shadow vai acabar encontrando e conhecendo diversos deuses pelo
caminho e, consequentemente, começar a entender qual é a treta em que ele foi
envolvido. Isso basta para podermos conversar sobre o livro.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Uma
coisa bem bacana da história de Gaiman é que ele consegue criar todo o seu
universo em cima daquilo que já temos como referências, ou seja, toda a
mitologia do livro se adequa ao mundo em que vivemos sem precisar apelar para
elementos totalmente fantasiosos e criar um mundo paralelo. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Calma,
não estou dizendo que o livro é real, mas é uma história que poderia facilmente
ocorrer paralelamente as nossas vidas sem que percebêssemos. Caso ela não fosse
uma ficção, claro. Isso se dá porque boa parte da ambientação criada tem como
base lugares reais, então é muito fácil visualizar as locações em que o livro
se passa. Mesmo que você não conheça os EUA, você consegue identificar muitas
de suas características com base nas produções que você já teve contato. Ao
invés de criar uma Hogwarts, ele simplesmente pega um local conhecido por todos
e dá uma nova conotação pra ele.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Outro
ponto importante pra isso é que os próprios deuses da trama parecem pessoas
comuns, gente que você poderia cruzar na rua e simplesmente ignorar por
parecerem apenas mais um. É evidente que, apesar dessa humanização, eles não
são meros mortais, porém seres divinos que possuem suas habilidades e
peculiaridades. Mas não espere nada próximo daquilo que você imagina que um
deus pode fazer, tipo dividir o oceano, criar planetas, acabar com a fome, etc.
etc. etc.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">É
legal ressaltar que os deuses que encontramos no livro são aqueles mesmo deuses
que escutamos falar diariamente (mitologia grega, nórdica, egípcia, etc). Então
da mesma forma que o autor se apropria do ambiente americano, ele também se
apropria da história e da cultura de seus imigrantes para criar seu próprio
universo, então ao mesmo tempo que é novo também é bastante concreto pro
leitor.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Você
deve estar pensando: “Ok, temos uma viagem pelos Estados Unidos, um maluco que
perdeu tudo e vários deuses fracotes que não prestam nem pra animar festa
infantil, mas e ai?”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">God is dead?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> O elemento que vai servir de fio
condutor pra toda a trama é o conflito entre os velhos e os novos deuses,
afinal os antigos começaram a ser esquecidos e ignorados pelas pessoas, enquanto
os novos gozam de cada vez mais popularidade. É aqui que mora a alma do livro,
porque ele consegue abordar temas não tão simples de uma maneira bem irônica e
sarcástica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> Os antigos deuses são todos aqueles
que conhecemos através das religiões e das mitologias, eles chegaram aos EUA
junto com imigrantes, isso explica o porque de haverem tantos deuses e
criaturas lendárias </span><span style="font-family: "Georgia",serif; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif\; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif\;">—</span><span style="font-family: "Georgia",serif;"> nórdicos, africanos, europeus, etc. </span><span style="font-family: "Georgia",serif; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif\; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif\;">— </span><span style="font-family: "Georgia",serif;">morando na America. Mostrando que, mesmo na
migração, onde as pessoas saem da sua terra natal e vão para outra, elas levam
um pedaço de seus deuses e suas crenças com elas, plantando raízes de sua
cultura em sua nova morada. Essas raízes vão compartilhar a mesma terra e
interagir com as de outros imigrantes, que podem ter vindo da mesma região ou
não.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> Por outro lado, os novos deuses são
aqueles que vão surgindo de acordo com a modernização do mundo. Os deuses que
antigamente viviam no coração das pessoas, com o tempo, foram ficando de lado.
Os imigrantes cada vez mais se adaptaram a America e pouco a pouco as raízes
com os seus países e culturas foram sendo integradas e modificadas na nova
terra, criando um novo estilo de vida. Sendo assim, as pessoas acabaram se
distanciando das religiões e dos folclores de seus antepassados e passaram a adorar
os bens materiais e tecnológicos de sua época </span><span style="font-family: "Georgia",serif; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif\; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif\;">—</span><span style="font-family: "Georgia",serif;"> internet, carros, televisão </span><span style="font-family: "Georgia",serif; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif\; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif\;">—</span><span style="font-family: "Georgia",serif;"> que vieram pra substituir o vazio
existencial que as religiões preenchiam.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> Com isso, o autor cria uma dinâmica
bem bacana de conflito entre o antigo e o novo, entre os seres celestiais que a
cada dia se tornam mais mundanos e os produtos mundanos que se tornam cada vez
divinos, assumindo sua posição no altar das “religiões” modernas. Apesar de não
entrar muito em detalhes e grande parte da discussão ficar nas entrelinhas, não
dá pra deixar de pensar em temas como “fetiche da mercadoria”, “sociedade do
espetáculo”, etc. Afinal, no romance, fica claro que Gaiman brinca com a ideia
das religiões estarem sendo devoradas pelo moderno, e que as pessoas estão cada
vez mais dedicadas a adorar as coisas do que os deuses, então esses bens de
consumo gradualmente se humanizam, enquanto seus consumidores se tornam cada
vez mais produtos dessa grande entidade que se fortalece cada vez mais.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> Então assim como os antigos, os
novos também passam a assumir formas humanas para interagir diretamente com o
meio e com os seus seguidores, mostrando que a partir do momento em que algo é
concebido e adorado, ele passa a assumir uma vida própria, ultrapassando as
barreiras do material.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Devo adorar deuses ou coisas?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> Nenhum dos dois. É tudo uma ilusão.
Assim como sua vida.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> O que eu mais gosto em <i>Deuses</i>
é como o Gaiman consegue inserir toda sua a sua fantasia de um modo orgânico,
como se tudo aquilo fosse muito natural. Em diversos momentos você se pega
pensando, como não pensei em algo assim antes. É justamente isso que torna ele
um autor tão interessante, ele cria historias originais em cima daquilo que já
existe e daquilo que parece obvio mas não é.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> Apesar de ter gostado bastante do
livro eu entendo perfeitamente o motivo de existirem pessoas que odeiam. <i>Deuses Americanos </i>é um daqueles livros
que tem uma concepção muito boa e que poderia agradar todo mundo que se
interessa por mitologia, fantasia e derivados, mas a execução vai ser
problemática se você gosta de historias mais agitadas e com um caminho bem
definido. Algumas pessoas podem me xingar pelo que eu vou falar, mas... é uma
historia que parece nunca engatar, quando você chega no final parece que
praticamente nada aconteceu naquelas quase 550 paginas. Mas isso não significa
que seja ruim. É como uma masturbação que nunca chega ao orgasmo, é gostoso,
divertido, mas você passa o tempo todo esperando por algo que nunca se
concretiza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> Enfim, é um livro que eu recomendo
pela sua criatividade e pela sua construção de mundo, algo que consegue
sobrepor a própria historia. É muito interessante ver a interpretação do Gaiman
de como seria o mundo caso os deuses dividissem o mesmo espaço que nós
humanos. Mesmo não abrindo discussões
claras, é impossível ler e ficar indiferente a todos os detalhes e todas as
tiradas irônicas do livro sobre a modernidade em que vivemos. Como mencionado,
ele pode não agradar todos pela forma como é executado, mas é um daqueles
livros que merece uma chance, gostando ou não, é uma experiência valida.</span> </div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-14322163443080413152017-07-11T22:48:00.000-03:002017-07-11T22:48:27.009-03:00Literatura: Twin Peaks - Arquivos e memórias (Brad Dukes)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-yy2IdncBsTYAN7bmZ5aqATJw9ryddBKrzmRvIyLtqlQUpip1iKrWYy0wHKk_mpWVmgOxY7bmkYLS5SeFw2drxHviTYhJjBm74K9bzEywnjymoXdf7H2_0kMlkoS3RBEuNe4HTpMFIfU/s1600/tpbanner.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-yy2IdncBsTYAN7bmZ5aqATJw9ryddBKrzmRvIyLtqlQUpip1iKrWYy0wHKk_mpWVmgOxY7bmkYLS5SeFw2drxHviTYhJjBm74K9bzEywnjymoXdf7H2_0kMlkoS3RBEuNe4HTpMFIfU/s1600/tpbanner.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> Prepare aquela xícara de <b><i>Café </i></b>e
sirva uma fatia daquela deliciosa torta de cereja porque hoje é dia de
investigarmos um assassinato na famosa Twin Peaks. Caso seja sua primeira vez
aqui, fique atento, pois nada do que acontece nessa pequena cidade é fácil de
explicar. Será que você consegue descobrir quem matou Laura Palmer?</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"></span></div>
<a name='more'></a><br /><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyFWNaj5ddmnHg_GnGnbHhi4VezEXpp4ClLnElQfHFpJi-B-7OxQHYytZfFRCrzriOugDAfnNVDvDcsgXHUgkYZbuFNr4OtA8fxpM_mHdKGtu6lK_TdgfE-VGkDkDpY1zWX_cXhUb8B7U/s1600/20170711_215613.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyFWNaj5ddmnHg_GnGnbHhi4VezEXpp4ClLnElQfHFpJi-B-7OxQHYytZfFRCrzriOugDAfnNVDvDcsgXHUgkYZbuFNr4OtA8fxpM_mHdKGtu6lK_TdgfE-VGkDkDpY1zWX_cXhUb8B7U/s640/20170711_215613.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">“A emissora nunca quis o
programa. Eles não sabiam o que tinham e não sabiam o que fazer com aquilo.
Para ser sincero com você, acho que estávamos lidando com pessoas de QI baixo.
Sério, eles querem fazer a mesma coisa sempre e sempre. Como isso foi parar na
TV está além da minha compreensão. Eles não podiam controlar David e tinham
medo dele. Não conseguiam chegar perto dele. Em qualquer rede de televisão,
esse é o beijo da morte.”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4Zs-U-TSj2Y4jELeXrOtHpMrrnvuqDmGD85Z9TPH36MhePuw8PySFyYXaRdV1YrG2PSkl0UdBQ4evx6W7i-rLVDxbdNlEHbrwnRhuT2lE03gswetl6UHL7ged-4Yl4sBkjr-bD5a_jeA/s1600/timthumb.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="319" data-original-width="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4Zs-U-TSj2Y4jELeXrOtHpMrrnvuqDmGD85Z9TPH36MhePuw8PySFyYXaRdV1YrG2PSkl0UdBQ4evx6W7i-rLVDxbdNlEHbrwnRhuT2lE03gswetl6UHL7ged-4Yl4sBkjr-bD5a_jeA/s1600/timthumb.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif;">Título original: </span></b><span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif;">Reflections: </span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<span lang="EN-US" style="font-family: Georgia, serif;">an oral history of Twin Peaks</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Autor: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">Brad Dukes</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Ano: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">2014</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Editora: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">Darkside books</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: Georgia, serif;">Páginas: </span></b><span style="font-family: Georgia, serif;">317</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> <i>Twin Peaks</i> foi uma serie de
TV que entrou no ar em 1990 e, mesmo com apenas duas temporadas (e uma terceira
estreando agora, mais de 20 anos depois), conseguiu deixar sua marca na
historia da televisão. Carregando uma legião de fãs, e conquistando novos
públicos a cada ano que passa, a obra de David Lynch e Mark Frost é considerada
uma das mais importantes series televisivas de toda a história. Tudo começa com
o assassinato de uma jovem garota e um peculiar detetive chegando na pacata
cidade de Twin Peaks para investigar o caso. Pode parecer clichê, mas assim
como na serie, nada do que parece é.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Arquivos e memórias<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">A
pergunta “quem matou Laura Palmer?” continua relevante e gerando discussões. É
justamente desses debates levantados pela serie que surge o livro <i>Twin
Peaks: arquivos e memórias</i>. Brad Dukes teve seu primeiro contato com a
série aos nove anos e ficou fascinado por aquela cidade cheia de segredos e
pessoas peculiares. Depois de rever diversas vezes e entrar em diversos grupos
de discussões, ele montou um blog sobre <i>Twin Peaks</i>. Curioso e com
vontade de conhecer cada vez mais aquele estranho mundo criado por Lynch e Frost,
além de pesquisas, ele começou a ir atrás do elenco e das pessoas envolvidas na
produção para entrevistar. Com várias entrevistas e uma grande quantidade de
material coletado, Dukes percebe que tem o suficiente para iniciar um livro
sobre a série que o acompanhou desde a infância.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvvlOMPWkUF85OnD8gMSEhSnlVO46Libp8FYdhTdJqIGEiEgl2QAb1jqSHAmLacFGKX02LPJwWkHLzejHJd_6szraoB1U_fzhK8ekkdZwjGnOsiXVRM41cSLBOd-KMpqhIMn3SLxC0stg/s1600/20170711_215759.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvvlOMPWkUF85OnD8gMSEhSnlVO46Libp8FYdhTdJqIGEiEgl2QAb1jqSHAmLacFGKX02LPJwWkHLzejHJd_6szraoB1U_fzhK8ekkdZwjGnOsiXVRM41cSLBOd-KMpqhIMn3SLxC0stg/s640/20170711_215759.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Welcome to Twin Peaks<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Bom,
essa resenha vai ser mais uma indicação tanto do livro quanto da serie, do que
uma resenha de fato. Vou apenas dar um pincelada sobre o conteúdo, porque o
livro é composto praticamente por trechos de entrevistas e informações de
bastidores, então não há muita coisa para se discutir. Se você quer saber mais
é simples: compre o livro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Mas
antes de falarmos sobre o livro, acho importante fazer uma breve apresentação
sobre a série, porque não tem como eu te convencer a ler o livro se você ainda
não teve contato com a obra de origem. Então vou falar um pouco sobre a trama e
o que faz <i>Twin Peaks</i> ser algo tão especial e peculiar, para que você
possa mergulhar nesse mundo e depois, se quiser, ir atrás dos livros e outros
materiais extras sobre a série.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">A
obra de Lynch e Frost inicia com o assassinato de Laura Palmer, uma típica
garota popular americana, algo que gera bastante comoção na cidade. Para ajudar
a investigar o assassinato, o agente do FBI Dale Cooper parte para a pacata <i>Twin
Peaks</i>, munido de seu gravador, sua perspicácia e seu amor por tortas e
cafés.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">A
partir dessa trama aparentemente simples, a cidade e os personagens vão se
mostrando cada vez mais complexos, mostrando que por trás de cada detalhe,
existem diversas camadas </span><a href="https://www.blogger.com/null" name="__DdeLink__289_1193214282"><span style="font-family: "Georgia",serif; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif\; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif\;">—</span></a><span style="font-family: "Georgia",serif;"> é nisso que está toda a magia de <i>Twin Peaks</i>. Claro que
o assassinato e sua resolução são importantes, trata-se do principal fio
condutor da trama, mas ele só tem todo o impacto devido a todos os elementos
que o cercam. O desenvolvimento faz com que a cada capitulo fiquemos mais
intrigados. Até o momento da revelação do assassino, não conseguimos ter
certeza de quem se trata, pois a cada momento estamos imaginando novas teorias,
e todas elas fazem sentido.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Não
quero me aprofundar no roteiro de <i>Twin Peaks</i>, porque mais que uma serie,
ela é uma experiência, ou seja, é complicado falar sobre porque sinto que cada
pessoa vai extrair algo diferente. Então vou dar mais alguns motivos pra te
convencer a assistir, ok?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQAJM6Sdw88FYjKFMbqy1kr7p0Y90rKVAf_6k2v1LldY2iIWPPP_M5z62EcsufmPKAB8HA9KvebfX3tnGdqKXRnYFtk6n5DC-r1YFGYWUnpk2IAXpodxXB-Ij6DO8ufJT_CSo-1fF3E9Y/s1600/20170711_220418.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQAJM6Sdw88FYjKFMbqy1kr7p0Y90rKVAf_6k2v1LldY2iIWPPP_M5z62EcsufmPKAB8HA9KvebfX3tnGdqKXRnYFtk6n5DC-r1YFGYWUnpk2IAXpodxXB-Ij6DO8ufJT_CSo-1fF3E9Y/s640/20170711_220418.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Alguns motivos para largar
tudo que você está fazendo e começar a assistir<i> Twin Peaks </i>agora mesmo!<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">Twin
Peaks</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif;"> é uma serie que
consegue misturar diversos gêneros de uma forma orgânica, sem perder a linha ou
soar forçada. Apesar da sinopse indicar que se trata de uma serie
policial/investigativa, ela é apenas parte disso, porque vemos muitos elementos
de humor, terror e drama. Então é provável que em um momento você esteja rindo
das bizarrices típicas da série e logo após intrigado, pra não dizer com medo,
das cenas do black lodge.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Seguindo
a linha da diversidade de gêneros, também podemos estender isso para os
personagens, que apesar de alguns parecerem caricaturas (garoto rebelde, menina
popular, o pai ausente, etc), todos eles são complexos e carregam diversas
características além de seus estereótipos. Então por mais que você acredite
saber onde a história está te levando, em algum momento você vai perceber que
os personagens enganam. Isso é bem legal, porque independente de gostar ou não
de alguém, eles vão te marcar de alguma forma, seja por uma atitude inesperada
ou seja por alguma característica peculiar como conversar com um pedaço de
tronco ou passar o dia abrindo e fechando cortinas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Da
mesma forma que os personagens, a própria cidade de <i>Twin Peaks</i> acaba
tendo uma personalidade bem própria e características bem peculiaridades que a
tornam única. Então Twin Peaks assume um papel de entidade em toda a serie,
porque nunca chegamos a conhecer ela de fato, a cada momento mais segredos e
mistérios vão surgindo em torno dela. Com isso, diversas vezes ficamos nos
perguntando até que ponto a própria cidade acaba influenciando no comportamento
dos seus habitantes, porque aquilo que acontece em seu solo é tão peculiar que
estranharíamos em qualquer outro lugar, mas que dentro daquele contexto parece
normal e plausível.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Como
você já deve ter percebido, o surrealismo é algo que merece ser destacado.
Mesmo se tratando de uma investigação policial, em um primeiro plano, a série
está sempre flertando com o sobrenatural e jogando elementos que causam
estranhamento no espectador, desestabilizando o mesmo, sem saber exatamente
onde acaba a realidade e começa a fantasia (e vice-versa). Esse aspecto onírico
é algo que vai se intensificando a cada episodio, se tornando tão importante
quanto a própria investigação sobre a morte de Laura Palmer porque ambas as
tramas começam a se entrelaçar, sendo que para entendermos uma precisamos resolver
a outra.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Há
outras diversas razões para assistir <i>Twin Peaks</i>, mas para não ir muito
longe não posso deixar de comentar brevemente sobre os aspectos técnicos.
Apesar de parecer datado quando assistimos mais de vinte e cinco anos depois,
em nenhum momento ela parece velha. Ou seja, você percebe a sua idade, mas em
nenhum momento seu conteúdo parece ultrapassado. É bem curioso porque só de
bater o olho você percebe que é um episodio de <i>Twin Peaks</i>, pois a paleta
de cores usada nas filmagens são bem únicas: sempre vamos ter uma tonalidade
meio amarelada e desbotada (algo que muda completamente na partes do black
lodge, que a cor vermelha assume um tom quase ameaçador). Assim como a imagem,
a música também é algo importante pra serie e a trilha sonora consegue carregar
tudo aquilo que a serie quer passar, ora mais lenta e profunda, hora assumindo
um tom cômico e divertido, mas sem perder toda a profundidade da obra de Lynch
e Frost.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGxUkhpxKQa1Orgcl3yVOhK2AGMEZD13bo5HYrDNnj_EFuVA3bGHpBWgLyvNj2ZRIb4azNZCzK3K8jlX1LRsO-kGoKT7QT3C5oj3yzHIha89CFhx-Wz064tkDePtm_455Iy_s3gPeKZ-I/s1600/20170711_215928.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGxUkhpxKQa1Orgcl3yVOhK2AGMEZD13bo5HYrDNnj_EFuVA3bGHpBWgLyvNj2ZRIb4azNZCzK3K8jlX1LRsO-kGoKT7QT3C5oj3yzHIha89CFhx-Wz064tkDePtm_455Iy_s3gPeKZ-I/s640/20170711_215928.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Georgia",serif;">Welcome to Black Lodge<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">Arquivos
e Memórias</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif;"> é um livro pra
quem já assistiu e gosta da série, porque não haverá introduções e nem
explicações de nada. A obra é praticamente uma conversa sobre <i>Twin Peaks</i>
</span><span style="font-family: Georgia, serif;">—</span><span style="font-family: Georgia, serif;"> </span><span style="font-family: "Georgia",serif;">gravações e bastidores </span><span style="font-family: "Georgia",serif; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif\; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif\;">—</span><span style="font-family: "Georgia",serif;">
do ponto de vista do elenco e daqueles envolvidos na produção. Então caso não
tenha visto ainda, assista. Se não gostou, você assistiu errado e precisa ver
de novo.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">O
livro todo é todo composto por comentários. O trabalho de Dukes foi muito mais
organizar material do que escrever e cada capítulo vai tratar de um tema
envolvendo a serie </span><span style="font-family: "Georgia",serif; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif\; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif\;">—</span><span style="font-family: "Georgia",serif;"> pré-produção, escolha do elenco,
filmagens, estreia, repercussão, declínio, problemas com emissora, etc. Mas, ao
invés do autor redigir um texto com todas as informações coletadas, ele vai
recortar os trechos, de diferentes entrevistas, que abordam o assunto em pauta
e os coloca em sequência, algo que dá uma dinâmica interessante pro livro,
porque cada parágrafo é a fala de uma pessoa diferente, como uma conversa.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> Assim, o livro permite que possamos
conhecer um pouco mais sobre a serie a partir da perspectiva daqueles que
estavam diretamente envolvidos. Isso é bem legal porque vamos perceber que as
peculiaridades de TwinPeaks não se limitavam a serie em si, a própria produção
era repleta de eventos curiosos, principalmente quando envolve o David Lynch </span><span style="font-family: "Georgia",serif; mso-bidi-font-family: "Liberation Serif\; mso-fareast-font-family: "Liberation Serif\;">—</span><span style="font-family: "Georgia",serif;"> o fato de ele não fazer testes de elenco,
as mudanças que ele fazia durante as filmagens, elementos importantes que não
eram planejados, a origem de personagens como a mulher do tronco e o Bob, etc.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"> Em alguns momentos, essa construção
do livro (trechos de entrevistas) acaba sendo um pouco repetitiva,
principalmente no inicio que se resume aos envolvidos falando sobre o quão
maravilhoso é trabalhar com o David Lynch, mas, por outro lado, é bem útil para
entender melhor algumas situações, como os motivos que levaram a serie a dar
uma decaída na metade da segunda temporada e os problemas com a emissora.
Apesar de <i>Twin Peaks</i> ter uma grande popularidade quando foi lançada, vivia
passando por diversos conflitos internos, desde boicotes da emissora até a
ausência de Lynch nas filmagens, coisa que apenas assistindo a serie não da pra
perceber.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">A
única coisa que me incomoda um pouco no livro, mais por chatice minha mesmo, é
o fato dele ser todo composto por recortes de entrevista. Apesar dele ter uma
dinâmica boa e interessante, não sabemos exatamente o contexto em que essas
falas foram ditas, então quando esses trechos diferentes são colocados em
sequência podem gerar um novo contexto. Portanto, se você for chato como eu,
vai ficar com essa constante inquietação, mas não vai impedir de ter
experiência bacana.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoBSwMSW1_8rJFf_Kelk8AGXgdGICztyxfzh4lgpkMiiMsoDc1eUbri9MzpKKlOKgXS83SUyaOL0_YMoiFzBwHf4NmJ2z4JyQHZBGg1NFwG8wlp_-_2nZbrzbT13U2sdSejsArg2jGYI4/s1600/20170711_215842.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoBSwMSW1_8rJFf_Kelk8AGXgdGICztyxfzh4lgpkMiiMsoDc1eUbri9MzpKKlOKgXS83SUyaOL0_YMoiFzBwHf4NmJ2z4JyQHZBGg1NFwG8wlp_-_2nZbrzbT13U2sdSejsArg2jGYI4/s640/20170711_215842.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
<b><i><span lang="EN-US" style="background: white; font-family: "Georgia",serif; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-size: 11.5pt;">“Diane, never drink coffee that has been anywhere near
a fish.”<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Georgia",serif;">Twin
Peaks</span></i><span style="font-family: "Georgia",serif;"> é uma daquelas obras
que eu me sinto um pouco intimidado de falar sobre porque por mais que eu
tente, eu sei que nunca vou conseguir expressar tudo aquilo que eu gostaria.
Então espero que essa resenha seja o suficiente para te convencer a assistir e
embarcar nessa experiência doidona e aterrorizante. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Como
já comentei no inicio da resenha, esse ano, 25 anos depois do fim da segunda
temporada, <i>Twin Peaks</i> está de volta com uma nova temporada. Então existe
mais uma razão para você ver (ou rever) as temporadas antigas, porque por mais
que a trama traga novos elementos e personagens, existe referencias diretas que
são impossíveis de entender caso você não conheça aquilo que houve no passado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Durante
a resenha já dei motivos suficientes para assistir <i>Twin Peaks</i>, então eu
realmente espero que enquanto você termina de ler essa resenha, você já esteja
com as duas primeiras temporadas na lista de downloads. Quando terminar de
assistir, eu também recomendo dar uma olhada no livro do Brad Dukes, para ter
uma experiência ainda mais completa. O livro, que foi cedido pra gente em
parceria com a Darkside, dá uma visão interna sobre a produção da serie, algo
que é bem interessante, porque mostra o lado dos envolvidos na produção, e não
dos expectadores, mostrando diversas curiosidades que nunca saberíamos ao
assistir. Além do texto, o livro também é recheado com diversas imagens da
serie, melhorando ainda mais a experiência da leitura.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;">Então
a única coisa que resta falar é: prepare uma xícara daquele “Damn good coffee”
e assista/leia <i>Twin Peaks</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Georgia",serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2T-_JSapoLVI5NgoIMSFqEXoIoFOwhjgYsxcI-E4e1P7xB3c8uc9yCV55KxHUH5ghyVvnTL_zutH1Web7r_zCsWCiZQm9oyd7PPz5M5E7pOIzlG65TqBq527WOOFl9fLpmeVx0BXLf-s/s1600/20170711_220051.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2T-_JSapoLVI5NgoIMSFqEXoIoFOwhjgYsxcI-E4e1P7xB3c8uc9yCV55KxHUH5ghyVvnTL_zutH1Web7r_zCsWCiZQm9oyd7PPz5M5E7pOIzlG65TqBq527WOOFl9fLpmeVx0BXLf-s/s640/20170711_220051.jpg" width="640" /></a></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-51789242700505494262017-06-26T21:35:00.000-03:002017-06-26T21:35:59.689-03:00Resenha: Camisinha assassina (Kondom des grauens)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRZD8qtAyJQmyr1C0cR8ViKUdDgDk16shYGwfuQogbLv0ZlHNCnvXX1-g9jQCDWa6DgpuQKmCBry3Tahw1DZrJrQOsnx6SCckTH2VpRK4lngpkIpAPAYrJ2G_CtIpj5Ek3OIiHDX-ffB8/s1600/cam.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRZD8qtAyJQmyr1C0cR8ViKUdDgDk16shYGwfuQogbLv0ZlHNCnvXX1-g9jQCDWa6DgpuQKmCBry3Tahw1DZrJrQOsnx6SCckTH2VpRK4lngpkIpAPAYrJ2G_CtIpj5Ek3OIiHDX-ffB8/s1600/cam.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Lançado lá
nos anos noventa em algum lugar qualquer da Alemanha, <i>Camisinha assassina </i>é
um dos grandes nomes do trash, uma verdadeira pérola cinematográfica muito
melhor que a discografia do Pink Floyd e a filmografia do Hitchcock juntas.
Juro. Se vocês não conheciam essa maravilha ou se ao menos ficaram curiosos,
cliquem aí no link para descobrir o que estavam perdendo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
</div>
<a name='more'></a><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxm8jEfD38PwRVAjADaF6tmGXNQAQGNlGtvbrIlvsnILXVHcZlYolED-vN7P6jLThNDhl4H-SDSsKk6Lt24mhSeZTS7c6fe32xRtbFnWzYTHQrqm6CNgLqQwP8Wp2ClOX02eAsIIqzysY/s1600/19046688_1346050398849047_3315279_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="804" data-original-width="500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxm8jEfD38PwRVAjADaF6tmGXNQAQGNlGtvbrIlvsnILXVHcZlYolED-vN7P6jLThNDhl4H-SDSsKk6Lt24mhSeZTS7c6fe32xRtbFnWzYTHQrqm6CNgLqQwP8Wp2ClOX02eAsIIqzysY/s320/19046688_1346050398849047_3315279_n.jpg" width="199" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Título original: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Kondom des </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: start;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">grauens<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Lançamento:</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;"> 1996<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Duração: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">103 minutos<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Direção: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11pt; line-height: 22px;">Martin Walz</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> O detetive
Luigi Mackeroni decide investigar uma série de casos envolvendo prostitutas que
teriam decepado o pênis de seus clientes, porém, no meio da investigação, ele
mesmo é atacado e ferido por algo que parece ser uma camisinha devoradora de
pintos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">“</span></b><b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Olha só quem chegou: o
senhor Mackeroni!”</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Junto com <i><a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2012/08/resenha-o-vingador-toxico-toxic-avenger.html" target="_blank"><span style="color: #3d85c6;">O vingador tóxico</span></a></i>, <a href="http://cafecomtripas.blogspot.com.br/2012/02/resenha-o-massacre-do-microondas.html" target="_blank"><i><span style="color: #3d85c6;">O massacre do micro-ondas</span></i> </a>e alguns outros,
considero <i>Camisinha assassina</i> um dos melhores “trashs para quem nunca
viu um trash”. Para além do fato de que se trata de um filme fácil de achar e
que está no Youtube, ele também apresenta doses baixas de violência, uma trama
interessante, pouca nudez, poucas bizarrices e um clima hilário que o torna
bastante agradável. Apesar de seu título magnífico e instigante, <i>Camisinha
assassina</i> não é um daqueles filmes que machucam nosso senso estético.
Dentro de alguns limites, ele até pode ser visto na companhia da família (bem,
talvez não com a vovó).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> O mais
surpreendente a seu respeito, no entanto, talvez seja que essa é uma obra com
uma proposta: os cenários são bem escolhidos, a trama da camisinha devoradora
de pintos tem um sentido, o protagonista está em busca de algo que visa
modificá-lo, os personagens trazem questões interessantes e coisas assim, sendo
que depois de várias risadas com o ridículo da obra, ficamos com aquela sensação
de que até aprendemos alguma coisa aí e pegamos qualquer coisa da moral da
história.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Particularmente,
esse é um dos meus trashs favoritos e desde o começo deste blogue estamos
devendo uma resenha sua, então é com muito gosto que o apresento a vocês.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">“</span></b><b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Essa cidade não passa de
uma latrina fétida, cheia de gente pervertida. Depois de um tempo, até as
meninas educadas em Oklahoma arrancam os pênis dos homens com os dentes”</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcvWCQGN_DMaJVW4c-t1GF5T-B9qfR4eBamiBCQ49F0c2O2Hx5yFRWBvM09yOxyylFvsxoxtChghd0XcxYmNgo193UG5Ao0OWL0s8RUlT26MQa1X_J0RxprXuandmZgFE2U-ZDfdCLwnQ/s1600/19046718_1346050278849059_1846025827_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="518" data-original-width="800" height="207" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcvWCQGN_DMaJVW4c-t1GF5T-B9qfR4eBamiBCQ49F0c2O2Hx5yFRWBvM09yOxyylFvsxoxtChghd0XcxYmNgo193UG5Ao0OWL0s8RUlT26MQa1X_J0RxprXuandmZgFE2U-ZDfdCLwnQ/s320/19046718_1346050278849059_1846025827_n.jpg" width="320" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> <i>Camisinha
assassina</i> é uma paródia daqueles filmes <i>noir</i> de antigamente:
Mackeroni é um detetive experiente e sisudo, marcado pela decadência do lugar
em que está e das coisas horríveis que já viu como policial, contudo, seu
estereótipo de detetive para aí, pois além de ser esse machão de filmes de
décadas passadas, ele é também um gay muito bem resolvido que está se abrindo
para o amor agora na maturidade e que, em vez de ter uma <i>femme fatale</i> a
mexer com seu coração, tem um jovem michê como seu interesse romântico. O
próprio submundo aonde o personagem adentrará para resolver o caso não envolve
máfia ou grandes conchavos empresariais, mas as boates gays (masculinas) dos
subúrbios de Nova Iorque e suas figuras folclóricas vestidas em couro. Acerca
disso, a ambientação do filme contribui bastante para ressaltar essa subversão,
com seus bares sujos, repletos de gente feia e perdida, suas ruas imundas, os
tons de cores vermelhas que dão aquela sensação de puteiro barato e, ao mesmo
tempo, remetem ao sangue e à violência sempre presentes nesse lugar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Creio que há
poucos momentos que o filme nos faz realmente gargalhar, porém essa subversão
da expectativa o torna constantemente hilário, visto que há sempre algo
estranho onde esperamos o comum e mesmo quando o filme substitui um estereótipo
por outro (quando o “viadinho” está no lugar da “<i>femme fatale</i>”, por
exemplo), esses estereótipos tendem a se complexificar com o tempo e a deixarem
de ser estereótipos. Até os personagens mais escandalosamente estereotípicos do
filme vão ganhando mais contornos e se mostrando sua humanidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">“</span></b><b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">O que aconteceu com as
putas, Luigi? Decepando o pinto dos clientes? Os pintos são o ganha pão delas,
não são?”</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-M3qiqyZysrxWoDGAaZeVcTq8UAv3qOXMJ0lrbjpWz-UYHjif3_lXZqxQ-owew1pFWl5SD4bnPPkguQ3kRZoTC4dqvWoW_qWWKG0gNfvR8ZDEDi9oMGgRwOQVSCspbqAbOdU0YmHbj4U/s1600/19021489_1346050582182362_448002541_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="720" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-M3qiqyZysrxWoDGAaZeVcTq8UAv3qOXMJ0lrbjpWz-UYHjif3_lXZqxQ-owew1pFWl5SD4bnPPkguQ3kRZoTC4dqvWoW_qWWKG0gNfvR8ZDEDi9oMGgRwOQVSCspbqAbOdU0YmHbj4U/s320/19021489_1346050582182362_448002541_n.jpg" width="320" /></a><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Existe uma
tema que atravessa toda a obra desde a primeira cena, que é a ideia de pureza
moral e perda da inocência: há alguma pureza, alguma bondade, nas pessoas ou
todos já nos tornamos uns pervertidos? <i>Camisinha assassina</i> tem uma trama
baseada em mutilações e, mais ainda, uma trama que parece indicar que qualquer
um pode vir a se tornar um maníaco, por conta disso, o tema da pureza moral faz
parte da obra no sentido de levantar a dúvida do motivo pelo qual lutamos para
agir moralmente bem. Afinal, se todos são impuros, se todos são como monstros,
então por que caçamos monstros? Não somos todos iguaizinhos e não deveríamos
dividir a mesma mesa no café da manhã? De um lado, a trama tende para essa
ideia de que ninguém vale nada mesmo e, de outro, para a esperança de que
exista algo bom nas pessoas e que a coisa não seja assim tão bagunçada que se
possam jogar todos num mesmo saco.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> No que diz
respeito ao protagonista, essa questão da pureza moral aparece quando os
sentimentos dele estão em questão: Mackeroni está envolvido até o pescoço com a
sujeira de Nova York, contudo, ainda assim anseia por algo diferente desse
mundo de sacanagem e desespero, talvez algum amor real...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Soltando
agora um<i> spoiler </i>do final da trama (pule para o próximo parágrafo se não
quiser saber), mesmo quando a trama maluca da camisinha é desvendada,
descobrimos que os responsáveis pelos conjunto de mutilações também tem um
ideal de pureza, mas que esse ideal passa pela ideia de uma erradicação daquilo
que eles consideram sujo: gays, prostitutas, pessoas que fazem sexo fora do
casamento e todas essas besteiras moralistas que conhecemos bem.
Particularmente, penso que o mais interessante acerca disso é que se trata
mesmo de uma contraposição de ideais representados em personagens, pois
enquanto os vilões pensam a pureza por meio da erradicação das pessoas que
carregam impureza (o que leva, é claro, a uma divisão entre pessoas puras e
impuras), o ideal do protagonista envolve encontrar pureza no interior desse
mundo sujinho, quer dizer, pureza não é erradicação mas um outro tipo
envolvimento o qual é possível a qualquer um. Vale lembrar que o <i>boy</i> do
protagonista é um michê, alguém que em tese está completamente comprometido
pela imundice do mundo, contudo, o ideal do protagonista é que mesmo alguém
como ele poderá encontrar uma forma de envolvimento com as pessoas que envolva
um sentimento profundo e verdadeiro, uma relação íntima e pura que não seja do
mesmo tipo que ele mantém com seus clientes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> A partir daí,
o filme dá um passo muito bonito no sentido de defender que, por detrás de
qualquer máscara (ou uniforme policial, ou cinta liga, ou roupa de couro, sei
lá) que as pessoas vistam, elas nunca deixam ser essencialmente isso: pessoas.
Embora sejam meio feinhas, esquisitinhas, tenham um mamilo mais alto que o
outro, durmam com o cachorro do lado, tenham um apetite esquisito por filmes
trashs, sofram de mal hálito pela manhã, ou qualquer coisa dessas, elas são
apenas gente que tenta gozar a vida e sobreviver à solidão. Apesar do caos do
mundo e das coisas desagradáveis mas necessárias para sobreviver a ele, as
pessoas anseiam por se ligar umas às outras de formas mais puras, com
sentimentos maiores que a mediocridade do dia a dia as permite viver.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> A própria
repulsa que os heterossexuais do filme apresentam contra os gays cumpre uma
função nessa mensagem, servindo não só para expor o preconceito existente
contra aquela safra de personagens e a tensão com a qual Mackeroni tem que
lidar diariamente por ser gay, como também para lhe dar a chance de desfazer
esses preconceitos em ótimas cenas. Ao mesmo tempo em que a suruba do submundo
novaiorquino é jogada na nossa cara como sendo ridícula e meio repulsiva, com
aquele monte de gente barbada trajando roupas ridículas e mantendo todo tipo de
trejeito afetado, Mackeroni surge como um porta voz da humanidade de tais
sujeitos para defender que, no fim das contas, gente vestida de Vilage People,
gays enrustidos, festivos, ou quem quer que seja, estão apenas buscando
diversão inofensiva e que elas precisem, às vezes, vestir máscaras que
contrariam as expectativas das pessoas para fazer essa busca, eis aí um detalhe
que em nada as diminui, afinal, quem de nós não faz isso? Não jogamos jogos em
que somos outro, pulamos carnaval com fantasias de personagens, vemos filmes
para sermos outros? Não somos também outro a cada grupo de amigos que
frequentamos? Não nos masturbamos sendo outro, desejando outros e outras que nunca
teremos sendo nós mesmos? Que problema há em não seguir a identidade social pré
estabelecida de homem macho heterossexual e escolher ser outra coisa? A repulsa
contra os gays os desumaniza e faz deles sujeitos com uma identidade
socialmente inaceitável, contudo, ela depende profundamente da ignorância para
esconder que, exceto no fato de que os gays são gays, eles não tem mais nenhuma
diferença daqueles que os abominam. Repelir o gay é sobrevalorizar uma ínfima
diferença que separa pessoas profundamente iguais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Devo usar camisinha sem medo? </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3byYpSePB3ZzzvEeDyUCgSLlwjatdLwA2IdYiVCftNWNfQbYzjhRJpHd-HwBW3NDpDXlx87n3WfS9BnzxE2RX9Mu6uCtvt5DnJqi_eccI2m_O9mrcxiwkRqIcFTsJtps4rW5akiu-u20/s1600/19074587_1346051245515629_347290267_o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3byYpSePB3ZzzvEeDyUCgSLlwjatdLwA2IdYiVCftNWNfQbYzjhRJpHd-HwBW3NDpDXlx87n3WfS9BnzxE2RX9Mu6uCtvt5DnJqi_eccI2m_O9mrcxiwkRqIcFTsJtps4rW5akiu-u20/s320/19074587_1346051245515629_347290267_o.jpg" width="320" /></a><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Atenção
pessoas sexualmente ativas deste blogue (se é que vocês existem): taxa de
natalidade é uma coisa séria e DST também, então usem camisinha sem medo porque
existem ameaças muito mais reais que
latex dentado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> No mais,<i>
Camisinha assassina</i> é tão legal quanto um filme trash pode ser e se trata,
com certeza, de um dos melhores representantes do gênero. Se este bloguinho
lançasse um Best of trash, <i>Camisinha assassina</i> certamente estaria no
lado A (se é que vocês entendem isso): ele tem um clima hilário e gostoso de
acompanhar, não ofende gratuitamente o espectador (caso você não goste disso) e
bem antes dessa explosão toda de discussões sobre minorias e tal, já colocava
várias discussões interessantes a respeito do assunto com a vantagem de não ser
enviesado e chato como são essas coisas hoje em dia. Para dar uma ideia da
coisa, vale citar que quase toda a trama da camisinha não é levada a sério pelo
poder público a não ser quando começa a atingir gente rica e com grande
visibilidade, pois antes disso ela é tida apenas como um “assunto de gays e
prostitutas” o qual, por mais que tenha feito várias vítimas, nunca recebe
grande atenção. Agora tente pensar numa mazela que mate pessoas
indiscriminadamente mas que, por ser associada a gays e prostitutas, seja
encarada com relutância pela sociedade e só considerada com atenção na medida
em que começa a atingir “gente de bem”. Se você conseguir imaginar algo assim,
sei que vai entender o espírito desse filme.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"> Exceto na
brincadeira, de maneira alguma nós do <b><i>Café </i></b><i>com<b><span style="color: #990000;"> Tripas</span></b></i>
vamos mentir para você e dizer que se trata de uma obra prima que deveria ser
passada nas aulas de educação sexual, pois o filme tem seus problemas, como um
roteiro meio frouxo em que as ações do personagem não levam necessariamente a
trama adiante, entretanto, trata-se de uma película divertida que, de uma forma
leve e engraçada, revira tudo o que pode despertar homofobia dentro do
espectador e traz uma boa resposta para nossos preconceitos toscos. Juntem xs
amiguxs e se divirtam. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Trailer</span></b><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/hafy3Sa4Etk" width="560"></iframe></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-259735744333242507.post-82284083873325728072017-06-16T21:53:00.000-03:002017-06-16T21:53:04.034-03:00Literatura: Frankenstein (Mary Shelley)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUUrShjSxgQM4QED_NU5Jz6ndTN72p_usXzvxb0p4B1CpdduTzZezBPHvbuaokytFn2jh6zPXVp8qXflZHQPS58p4_0tk-TWNPu4lpVhbjDh78kzbPtPgPpPJ7CuWFaAnZzzGsA3Hb5ZA/s1600/banner.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUUrShjSxgQM4QED_NU5Jz6ndTN72p_usXzvxb0p4B1CpdduTzZezBPHvbuaokytFn2jh6zPXVp8qXflZHQPS58p4_0tk-TWNPu4lpVhbjDh78kzbPtPgPpPJ7CuWFaAnZzzGsA3Hb5ZA/s1600/banner.png" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"> Depois de anos de pesquisa e
experimentos, acho que estamos no caminho certo. Hoje a noite faremos a
experiência que poderá mudar o rumo de nossas vidas e da humanidade. A cobaia
perfeita já está na maca, todas as máquinas estão ligadas e está tudo pronto para
começarmos o processo. Prepare um <b><i>Café</i></b> porque a noite vai ser longa.
Pronto?</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"> 5...4...3...2...1... IT’S ALIVEEE!!!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"></span></div>
<a name='more'></a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyUK78RFaeX_gmMM1_Jgzebd3VHrE1bIk3GKn-UentzZxdfjNDEnSLGrn5EaBYcDGwl4YiekSiUTDwdo54VQoktk8-FnVfKuLikNYGbw8g4Bgxlb2SROywmClXVja7-TnY7dOcGWJdOTM/s1600/20170615_234632.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyUK78RFaeX_gmMM1_Jgzebd3VHrE1bIk3GKn-UentzZxdfjNDEnSLGrn5EaBYcDGwl4YiekSiUTDwdo54VQoktk8-FnVfKuLikNYGbw8g4Bgxlb2SROywmClXVja7-TnY7dOcGWJdOTM/s640/20170615_234632.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "georgia" , serif;">“Nada é mais doloroso para a
mente humana, após os sentimentos serem instigados por uma sucessão rápida de
acontecimentos, que a calma mortal da inação e a certeza que se segue e priva a
alma tanto da esperança quanto do medo. Justine morreu, descansou, e eu estava
vivo. O sangue fluía livre em minhas veias, mas o peso do desespero e remorso
pressionava meu coração, e nada poderia removê-los. O sono fugia dos meus
olhos; vagava como um espírito do mal, pois cometera atos extremamente
injuriosos e mais, muito mais (convenci-me) ainda estava por vir. No entanto,
meu coração transbordava de bondade e amor pela virtude. Começara a vida com intenções
benevolentes e ansiava pelo momento em que pudesse colocá-las em prática,
tornando-me útil para os seres humanos. Agora tudo foi arruinado; em vez da
serenidade de consciência que me permitia olhar para o passado com satisfação
intima e daí reunir promessas de novas esperanças, fui apanhado pelo remorso e
pela sensação de culpa que me conduziram rapidamente para um inferno de
torturas tão intensas que nenhuma língua seria capaz de descrever. ”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixGlwLNDoEDKCpz8njI5wPlFSoTByigSifeX-4YyrdVTrAIMvwLcs37KVhWbumtYrn1QC2Aew2ZDN5pr_vh7ScR8hGqR5M0Ii-SM3PmQnS3c2j1TK5weEOqjpIjVx4QhJ4uCf06dK9TzI/s1600/medo-classico-capa-mary-shelley-darkside-books.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="699" data-original-width="481" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixGlwLNDoEDKCpz8njI5wPlFSoTByigSifeX-4YyrdVTrAIMvwLcs37KVhWbumtYrn1QC2Aew2ZDN5pr_vh7ScR8hGqR5M0Ii-SM3PmQnS3c2j1TK5weEOqjpIjVx4QhJ4uCf06dK9TzI/s320/medo-classico-capa-mary-shelley-darkside-books.jpg" width="220" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Título original: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Frankenstein</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Autor: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Mary Shelley</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Ano: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">1818</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Editora: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Darkside books</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-size: medium; line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: start;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Páginas: </span></b><span style="font-family: "georgia" , serif;">300</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Robert
Walton é o capitão de um navio que tem como destino o polo norte. Empolgado com
a viagem e acreditando que tudo será um grande sucesso, ele parte nessa jornada
que poucas pessoas tiveram coragem de fazer. Ao se aproximar das terras
geladas, porém, o barco fica cercado pelo gelo e não consegue prosseguir
viagem, sendo que, enquanto esperam o gelo derreter para prosseguir a viagem, a
tripulação acaba encontrando e socorrendo um homem que estava perdido na região.
Após esse homem, Victor Frankenstein, se recuperar, ele conta a Walton um pouco
de sua história e sobre a criatura que ele estava perseguindo até momentos
antes de ser salvo pelo capitão e sua tripulação.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Lugares inexplorados<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Antes
de tudo é bom esclarecer uma coisa. Alguns já devem saber, mas sei que muita
gente faz confusão. Por mais que a gente conheça a criatura da história como
Frankenstein, esse não é o nome dela. Frankenstein é o sobrenome do cientista,
em nenhum momento a criatura recebe um nome. Então sempre que falar sobre
Frankenstein, estarei me referindo ao cientista e não ao monstro. Dito isso,
vamos lá.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Todo
o livro é narrado em primeira pessoa, mas durante leitura vamos ter mudanças de
narrador. Grande parte da história será apresentada pelo ponto de vista do
Victor Frankenstein, porém também vamos acompanhar o capitão Walton e, claro, a
criatura.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Os
primeiros capítulos são escritos em formato de cartas, nas quais o capitão
Robert Walton vai mandando notícias para sua irmã que está em Londres. Ele vai
contar desde a sua saída da cidade, passando pela busca de tripulação, até o
encontro com Frankenstein já no polo norte. Nessas cartas também vamos conhecer
um pouco de suas motivações e porque ele está indo nessa peculiar jornada. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">A
história, de fato, começa quando Victor assume a narrativa. A princípio, ele
faz um breve panorama tanto sobre sua vida quanto sobre a sua família e não tem
porque entrar em detalhes aqui, mas vamos entender melhor quem ele é e como foi
todo o processo até se tornar um cientista, revelando também de onde surgiu a
motivação para iniciar sua busca pela origem da vida e, finalmente, o
experimento que despertou o corpo da criatura.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Toda
a trama vai girar em torno do conflito desses dois personagens, o cientista e
sua criação. De um lado, Victor fica assustado com sua experiência e a
abandona. Sem saber das consequências que aquilo teria, ele entra em um dilema
interno sobre os seus atos e sobre todo o caos que aquilo pode desencadear. Por
outro lado, a criatura passa por um processo de conhecimento, dele próprio e da
sociedade em que ele foi criado, tendo que lidar com a negação do seu criador.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">As partes de um monstro<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"> <i>Frankenstein</i>, apesar de ter
uma história bem bacana, acaba a deixando em segundo plano. O livro é praticamente
um estudo de personagens, cada um deles vai ter suas próprias questões morais e
construções de personalidades, desenvolvendo bem as discussões sobre a
natureza, mostrando como a vida e as situações cotidianas acabam moldando a
essência do ser.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"> Entretanto, apesar de ter um grande
foco nas questões internas de cada personagem, a obra vai muito além. Em meio a
sua narrativa, Mary Shelley vai discutir diversos temas que dão ainda mais
riqueza pra obra, entre eles podemos ver a questão da natureza, como já
mencionado; o impacto da solidão ou da família na vida de alguém; a importância
da educação; a força da natureza e o desejo humano de controlá-la; orgulho e
ambição; entre outras coisas.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"> Para conversarmos sobre o livro e
sobre todos esses temas citados, eu vou desenvolver um pouco sobre cada um dos
personagens centrais, pois eles são os focos da história e da discussão.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj34h2KViryaoCPualmR0CwO3PPsIzcp5FnoGEW5GI7MiDlrIQMD-3NsMGjbJq96mkhLpF8xp65uU6ZzSWG9FBcnLD5ZiSdqHGUquHfqOgtylNtYSQsXK0vbrX5AHUe3RGgn9ySUzg28iY/s1600/20170615_234818.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj34h2KViryaoCPualmR0CwO3PPsIzcp5FnoGEW5GI7MiDlrIQMD-3NsMGjbJq96mkhLpF8xp65uU6ZzSWG9FBcnLD5ZiSdqHGUquHfqOgtylNtYSQsXK0vbrX5AHUe3RGgn9ySUzg28iY/s640/20170615_234818.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">O criador<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Victor
Frankenstein, nasceu em uma família amável e bem estruturada, ao entrar na
faculdade, se torna um cientista obcecado pelo seu estudo envolvendo a morte e
a vida. Estudando química, alquimia e todas as outras áreas que pode ajudá-lo
no projeto, ele começa a fazer diversos experimentos. Mesmo lidando com
diversas falhas, ele percebe que está cada vez mais próximo de descobrir como
reanimar células e criar vida. Quando ele finalmente tem sucesso no
experimento, criando a sua criatura, ele fica perturbado com o resultado e
acaba abandonando-a por conta própria. Abalado com tudo e arrependido dos seus
experimentos, ele tenta retomar sua vida para tentar esquecer da sua criação,
da qual ele não teve mais notícias desde o seu nascimento. Quando algumas
pessoas próximas começam a morrer, ele logo percebe que a criatura pode estar
envolvida. Não aguentando mais a situação, ele parte atrás da criatura.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Bom,
vamos deixar a historia um pouco de lado e vamos partir para a discussão que
realmente importa. Se pudéssemos resumir o livro em uma única palavra eu creio
que ela seria: natureza. As pessoas já nascem com características que vão
predominar por toda sua vida ou o meio em que elas nasceram vão influenciar nas
suas características? Sim, nós já discutimos isso algumas vezes nesse blog.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Mary
Shelley vai desenvolver os dois lados desse questionamento por meio dos dois
personagens principais. Seja pelo lado de Frankenstein seja pelo lado da
criatura, o tema central de toda a discussão é a natureza dos personagens.
Quando Victor começa a falar um pouco de sua história para Walton, ele diz que
a curiosidade sempre foi uma forte característica sua desde pequeno, e por isso
ele sempre estava atrás dos segredos do mundo. Isso pode parecer um detalhe
banal, mas é uma forma o personagem justificar tudo aquilo que aconteceu. Como
se sua vida fosse destinada a criar o monstro e ele não tivesse outra opção que
não fosse essa, ou seja, ele é inocente, afinal tudo faz parte de sua natureza
e do seu destino. Se ele não fosse curioso e certas coisas não tivessem
acontecido em sua vida, ele não teria criado o monstro e desde o início as
coisas seriam diferentes.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Sendo
assim, todo o sofrimento causado pela criatura é total responsabilidade do
próprio Victor, um carma de sua própria natureza. Isso porque ele a criou e ela
já nasceu destinada a ser violenta e se vingar de seu próprio criador, não havia
outra opção pra ela. Por outro lado, quando vemos a perspectiva da própria
criatura, é possível perceber que as coisas não são bem assim, e que existe uma
outra forma de olhar para a natureza de um individuo.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN_k3e5-UMRpjSs2-CXaWh7Qbw9PcCx77mwgPy1tqkxkffFEHEUmfv3UJCmJa0HVneoreK80-hUIbRIV6fKrxQ3NThpIQQoHK8IS5sbQFYLhdSpTjrLjDi7M5Uc_FDzGO01IXSRwLGFVI/s1600/20170615_234927.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN_k3e5-UMRpjSs2-CXaWh7Qbw9PcCx77mwgPy1tqkxkffFEHEUmfv3UJCmJa0HVneoreK80-hUIbRIV6fKrxQ3NThpIQQoHK8IS5sbQFYLhdSpTjrLjDi7M5Uc_FDzGO01IXSRwLGFVI/s640/20170615_234927.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">A criatura<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Quando
o livro passa a ser narrado pela criatura, passamos a ter uma visão mais
“rousseauniana” da coisa </span>—<span style="font-family: "georgia" , serif;"> o
individuo nasce essencialmente bom, mas é corrompido pelo meio </span>—<span style="font-family: "georgia" , serif;"> e menos determinista </span>—<span style="font-family: "georgia" , serif;"> sou assim porque nasci assim </span>—<span style="font-family: "georgia" , serif;">, como Victor acredita.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">A
pesquisa de Victor tinha como principal ideia a criação de vida a partir de
descargas elétricas. Então para testar sua tese ele coletou pedaços de pessoas
mortas, construiu um corpo e colocou as
teorias em prática. Assim que o experimento ocorre e a criatura desperta, seu
criador fica transtornado e abandona a criação, deixando-a por conta própria.
Sem suporte e sem conhecer o mundo em que acabou de nascer, o monstro criado
por Victor se vê perdido em um lugar estranho, tendo que aprender tudo por
conta própria. Algo que se torna ainda mais complicado devido a sua aparência.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Após
o abandono, só vamos ter notícias concretas da criatura quando Victor começa a
desconfiar que ela está envolvida em um assassinato, levando o leitor a crer
que ela é um monstro de fato, não apenas na aparência mas também nas atitudes.
Algo que será questionado quando vemos uma conversa entre os dois. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Bom,
a criatura nasceu sem nenhum suporte, toda a sua experiência se deu, de certa
forma, por tentativa e erro. Ele não sabia da sua feiura até o momento em que
ele entrou em contato com outras pessoas. A língua, as atitudes e os valores
foram absorvidos aos poucos, enquanto ele observava aquele mundo totalmente
estranho pra ele. Ele não compreendia muito bem quem ele era, porque não havia
mais ninguém igual a ele, ou seja, apesar de seu tamanho e da sua aparência, a
criatura pode ser comparada a um recém nascido. E isso nos diz muito sobre a
questão da natureza.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Logo
no início do livro, Victor vai falar que não havia pais iguais ao dele, que ele
nasceu em uma família praticamente perfeita. Só, que por outro lado, a
criatura, que de certo modo é filho do cientista, é abandonada e deixada por
conta própria sem nenhum suporte de sua única família. Então aqui vamos ver não
apenas uma critica sobre a natureza de cada um, mas também a questão da criação
do indivíduo e da cobrança de que as pessoas sigam uma conduta que nunca lhes
foi passada.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Sim,
a criatura cometeu diversos crimes, inclusive assassinatos, mas durante a
leitura fica muito claro que não foi pelo simples fato de ser má. Algo que
merece ser destacado é que por um tempo, ele não tem noção de sua própria força,
então ele acaba causando mais estragos do que deveria.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Um
dos pontos fortes do livro, em meio a tantos outros, é a construção da
criatura. É possível ir percebendo o que ela vai se tornando devido as
experiências pelas quais ela passou, é como se fosse uma tela em branco, e cada
uma das suas vivencias fosse desenhando um detalhe de sua personalidade. Um
importante momento é quando a criatura tenta salvar uma criança que está em
perigo, mas todo mundo interpreta da maneira errada, afinal ela é um monstro, e
começam a agredir ela. Do mesmo modo que em determinada situação ela tenta se
aproximar de uma pessoa, mas o simples fato de não parecer um humano normal, é
automaticamente vista como uma ameaça.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Essas
constantes situações pelas quais a criatura passa fazem com que, por mais que
ela tente ser boa, em seu coração comece a surgir uma revolta. Por isso, seus
crimes não são um reflexo de sua maldade, mas sim uma forma de defesa e,
também, um ação contra o seu criador, uma forma de botar pra fora suas
frustrações, tanto pelo seu abandono quanto por ter sido criado de uma maneira
em que esteja condenado a viver sozinho, devido a repulsa que sua aparência
causa nas outras pessoas. Uma forma de dizer: “Eu estou aqui, você pode me
ignorar, mas vou transformar sua vida em um inferno, assim como a minha é”. E
isso traz um clima bem triste e melancólico pro livro porque é perceptível a
constante tentativa do protagonista de ser alguém bom, mas que em nada adianta.
Diferentemente das coisas ruins, que automaticamente fazem com que ele seja
notado.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Isso
é bem curioso, pois nos traz de volta pra questão da natureza. Fica claro que a
natureza da criatura seria totalmente diferente se o Victor não a tivesse
abandonado. Apesar disso, para as outras pessoas, não iria importar se sua
conduta fosse diferente, independente de ter cometido crimes ou não, já que ela
sempre seria vista como a aberração, e independentemente de suas qualidades,
seria taxada pela aparência. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Assim,
é possível concluir que Victor criou um monstro literalmente e figurativamente.
Literalmente por sua aparência e metaforicamente pelo fato de ter abandonado e
não ter dado nenhum suporte necessário para que ele se adaptasse no mundo em
que foi jogado, permitindo que um monstro interior nascesse devido a ausência
de uma “família” assim como o próprio Victor teve na infância.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAu4FqDVt0M54dRffo_kp9sc9sOS7cxYs4uJkDD5LMjYjRLKVnLKn1a4f9IFUGP0u_iujzaCmvbsSymYifeRHyLHSdHP3wgiM92ozN4mJYIoyarm4WSmPsaRWfr2t_w3QocTS1oNnT7S4/s1600/20170615_234949.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAu4FqDVt0M54dRffo_kp9sc9sOS7cxYs4uJkDD5LMjYjRLKVnLKn1a4f9IFUGP0u_iujzaCmvbsSymYifeRHyLHSdHP3wgiM92ozN4mJYIoyarm4WSmPsaRWfr2t_w3QocTS1oNnT7S4/s640/20170615_234949.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">O Capitão</span></b><o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">O
primeiro personagem apresentado pela trama, o capitão Walton, pode até parece
um personagem que está perdido e só serve pra dar início a toda a história do
criador e da criatura, mas ele tem um papel importante pra elevar as discussões
e dar um contraponto a questões levantadas na história central.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Walton
compartilha de muitas características do Victor, pois assim como o cientista,
ele também está consumido pelo desejo de desbravar aquilo que até então não foi
descoberto. Ambos querem ser o primeiro a chegar em determinada região, cada um
na sua área de especialidade, ou seja, ambos acreditam que serão responsáveis
por mudar o curso da humanidade.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Por
outro lado, o capitão também tem muitas características da criatura, como se a
sua posição na trama fosse mostrar um meio termo entre os dois personagens
centrais. Assim como a criatura, Walton é um homem solitário que deseja encontrar um amigo que compartilhe das mesmas características. Por mais que ele
tenha algumas pessoas ao seu redor, ele vive nessa solidão. Em certos momentos
vamos perceber que o único desejo da criatura é encontrar alguém com quem ela
possa conversar e criar um vínculo, então esses dois acreditam que a vida só
vai melhorar quando eles puderem compartilhar a vida com mais alguém. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Essa
solidão compartilhada por Walton e a criatura acaba transformando os dois em
pessoas perigosas, porque a partir do momento que não tem com quem se
preocupar, eles acabam se tornando autodestrutivos. O capitão focado em sua
missão, acaba tomando ações irresponsáveis, colocando sua tripulação e a si
próprio em perigo. Assim como a criatura que, devido a solidão e a falta de
qualquer outro objetivo, acaba colocando a sua vingança contra o criador acima
do próprio eu.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Sendo
assim, o capitão contribui para estender ainda mais a discussão em torno da
natureza se colocando entre os dois personagens principais. Apesar dele ter
esse espírito desbravador que Victor acredita ser tão determinante pro
desenrolar da vida. Ele também compartilha da melancolia da criatura, dando a
entender que se a situação em torno disso fosse diferente, o rumo de sua vida
seria outro, e não algo determinado por uma característica que carrega consigo
desde o nascimento.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhonbBE4R1EqUd4dLMe8GnU0IxfLDhHXgwFIEQP8Kln-Qc8X3nuj459q4nZ_PCdbLH_ObFCosatnXCJnKJsF-9DExykaqV6CQ_PQle1lH6LShw_MpbiVzYnIfDH4U3fV5nV5s-PvnKMrBQ/s1600/20170615_235039.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhonbBE4R1EqUd4dLMe8GnU0IxfLDhHXgwFIEQP8Kln-Qc8X3nuj459q4nZ_PCdbLH_ObFCosatnXCJnKJsF-9DExykaqV6CQ_PQle1lH6LShw_MpbiVzYnIfDH4U3fV5nV5s-PvnKMrBQ/s640/20170615_235039.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Frankenstein (1931)<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">A
não ser que você more em um outro planeta, você deve saber que a criatura de
Frankenstein é um dos personagens mais conhecidos quando se trata de horror.
Consequentemente, devido a sua popularidade, milhares de obras foram inspiradas
no romance de Mary Shelley. Ainda hoje, praticamente 200 anos depois, ele ainda
é vivo e ativo na cultura pop.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Apesar
de tudo começar com o livro, grande parte da fama desse personagem se deu pelos
filmes. Isso fica claro porque a criatura do imaginário popular é complemente
diferente da criatura que temos na obra original. Para dar um panorama melhor
sobre esse personagem tão querido (e temido), eu decidi fazer uma pequena
comparação entre a obra literária e cinematográfica. Sim, existem milhares de
filmes sobre o <i>Frankenstein</i>, mas decidi focar na clássica da Universal
Studios de 1931.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Já
percebemos a diferença entre os dois logo na primeira cena. O filme começa com
Henry Frankenstein (sim, mudaram o nome do protagonista) e seu assistente
corcunda, Fritz, no cemitério em busca de corpos para roubar e poder fazer o
experimento. Paralelamente a isso, a noiva e o amigo de Henry estão preocupados
com a saúde do cientista, afinal, faz tempo que ele não retorna pra casa e suas
cartas estão cada vez mais estranhas, com isso eles decidem fazer uma visita,
chegando no exato momento em que Frankenstein está realizando seu experimento.
Certas coisas vão ocorrer e a criatura irá fugir, espalhando terror. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">A
primeira coisa que podemos destacar é o fato de no filme é Henry parecer um
louco desde o início. O fato de ter um assistente corcunda e viver em um
castelo só contribui pra gerar toda a estranheza. No livro ele parece
perturbado, mas nada próximo a loucura que ele assemelha no início da
adaptação. Entretanto, a maior diferença entre as duas produções diz respeito a
criatura. Em ambos elas aparentam monstruosidade, causando terror a todo mundo
que vê, mas a questão psicológica é completamente diferente. No livro vamos ter
um desenvolvimento. Ela nasce totalmente “vazia”, mas conforme vai tendo
contato com o mundo, vai aprendendo e compreendendo aquele ambiente e pessoas,
podendo ler e se comunicar normalmente, já no filme a criatura parece não
desenvolver o intelecto, agindo muito mais por instinto que racionalmente.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Mesmo
trazendo algumas discussões do livro, o filme é muito mais simplista, pois
enquanto o livro se preocupa em tratar de temas como a natureza humana e fazer
um estudo de personagens, o obra de trinta e eu foca muito mais em contar uma
história de horror. Um dos poucos momentos em que de fato o filme parece querer
gerar uma discussão é quando o Hernry Frankenstein coloca o cérebro de um
assassino em sua criatura, levantando a questão para o publico: “será que ela
também está predisposta a isso?”. O próprio filme coloca elementos que levanta
a questão em dúvida, como o fato da criatura ser bem agradável em alguns
momentos. Mas por ser desprovido de inteligência e malícia, sua bondade pode
ser compreendida de uma maneira duvidosa.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Se
tratando de história e conteúdo, o livro é infinitamente melhor, entretanto o
filme também é bem bacana. Mesmo sendo bem antigo, ele tem um charme bem
próprio, com belos cenários de estúdio típicos da época e tudo em preto e
branco que dá um clima bem legal. Então leia o original e assista a adaptação,
o primeiro para refletir sobre as questões levantadas e o segundo para se
divertir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "georgia" , serif;">Devo eletrocutar um morto pra ver se ele
vive?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Clássicos
não se tornam clássicos por acaso, e <i>Frankenstein</i> é uma prova disso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Mary
Shelley consegue dosar sua história, tornando harmônica e interessante, sempre
deixando o leitor curioso pra saber o que virá em seguida. Tem terror,
suspense, perseguições, drama e, principalmente, personagens complexos que
farão você refletir sobre diversos assuntos. A resenha já está grande o
suficiente, a única coisa que restá falar, se é que já não está implícito, é
LEIA.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"> Caso você não tenha lido e tenha interesse, eu
recomendo fortemente que vá atrás da edição da Darkside. Mesmo que eu não
tivesse recebido em parceria (valeu caveira) eu falaria a mesma coisa porque
clássicos são sempre melhores quando você lê em uma boa edição, e além de
qualidade essa também tem estilo. O livro segue os padrões já conhecidos: capa
dura, a fita pra marcar página, boa diagramação, etc. Também vamos ter diversos
extras que tornam a leitura ainda mais rica, como prefácios e posfacio, quatro
contos bem legais da Mary Shelley que tratam de temas como imortalidade e troca
de corpos e, abraçando isso tudo, diversas ilustrações ao longo do livro que
intensificam a experiência de leitura.</span><o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">Então
quero ver todo mundo indo no cemitério roubar uns cadáveres pra fazer essa
experiência junto com a gente. (Brincadeira, violar tumbas é crime).</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjgX0pexXtJAY-r3VaNkG7Sw3OvDdSQoh7R86g6cgSEPkZ717RJTH66m7J-4ctIC4_52Kr7glt1pq85p8D9EhPFB1N0ugdGEtzI2zU4AoGXSLJyC4x49sdedE6pe_7obOlB0Nc6R00aL8/s1600/20170615_234742.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjgX0pexXtJAY-r3VaNkG7Sw3OvDdSQoh7R86g6cgSEPkZ717RJTH66m7J-4ctIC4_52Kr7glt1pq85p8D9EhPFB1N0ugdGEtzI2zU4AoGXSLJyC4x49sdedE6pe_7obOlB0Nc6R00aL8/s640/20170615_234742.jpg" width="640" /></a></div>
Victor Regohttp://www.blogger.com/profile/02563263712714797162noreply@blogger.com0