quarta-feira, 8 de maio de 2013

Grandes clichês do cinema (Parte II)


Muito bem, leitores e leitoras do Café, vocês deixaram bilhetes de ameça, cartas com anthrax, e-mails com xingamentos à mãe, maçãs envenenadas, pichações no portão e nós conseguimos, finalmente, captar seu amor incondicional. Respondendo aos zilhões de pedidos (dois), lançamos hoje a continuação da série “Grandes clichês do cinema”. Acompanhem!



Enterro chuvoso




Não contente em mostrar que os personagens estão tristes com a morte de alguém, esse clichê tenta nos fazer sentir que o próprio mundo parece reforçar a infelicidade dos vivos, fazendo chover torrencialmente no velório do defunto.

Elogio da pobreza

O preferido dos recalcados! O elogio da pobreza transmite ao espectador a idéia de que os pobres são moralmente bons e que seu caminho sofrido é o mais honesto a se viver. Não é difícil notar que elogiar a pobreza é também uma forma de compensar os benefícios da riqueza, colocando o pobre como alguém que, embora não tenha dinheiro, possui qualidades que os abastados não possuem. Um monte de produções por aí, inclusive, exibem personagens ricos que precisam passar pela pobreza para que se “dignifiquem” e alcancem a completude. Curioso isso. Quem me dera ser “emporcalhado” pela fortuna de alguém...

Estrangeiros estereotipados ou marginalizados


Muitíssimo comum no planeta Hollywood, esses clichês andam juntos e não são mais que, primeiramente, a estereotipação dos estrangeiros que comumente habitam um país, normalmente, de modo negativo para eles. Trata-se tanto de criar uma caricatura daquele que vem de fora, quanto atribuir a ela certa natureza de comportamento e pensamento. Já a marginalização, por sua vez, é a tranformação desses indivíduos em pessoas suspeitas que ameaçam o modo de vida das "pessoas de bem", nativas dos países em que eles agora estão. Ela serve tanto para ressaltar a identidade dos nativos quanto para atribuir (unicamente) aos estrangeiros os problemas do país.

Um dos meios mais comuns de apresentar ambos clichês, por exemplo, é a interpretação dos povos da América latina como indivíduos que falam espanhol, se chamam Pablo, Miguel (Inês e Dolores, se mulher), praticam cristianismo miscigenado, preparam nachos e não se importam em apropriar-se dos setores sociais mais desfavorecidos, seus lugares naturais na sociedade.

Logística cadavérica avançada


Usada pelos melhores assassinos do cinema lá nos anos oitenta, a logística cadavérica é aquela habilidade supreendente de dispor o corpo de uma vítima em posições para lá de complicadas e do modo mais assustador possível, de maneira a assustar o protagonista que passará ali. As dúvidas que naturalmente surgem nesses casos são: como ele fez o corpo caber ali? Como é bolou tudo isso em tão pouco tempo? O que ele usou para fazer desse jeito? Entre várias outras. Pela manutenção da diversão do filme, no entanto, afirmo que é melhor não questionar muito.

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