Como é de conhecimento de alguns, o Café, quando possivel,
traz filmes relacionados com datas comemorativas e esta semana é especial, pois
temos diversas datas importantes. Você pergunta quais, eu digo. No dia 5 temos o
aniversário de duas pessoas importantissíssimas, primeiro o aniversário dessa
maravilhosa pessoa que vos escreve (“grande bosta”. Sim eu sei que você pensou
isso) e do não tão importante quanto, Farrokh
Bulsara, também conhecido como Freddie Mercury; talvez vocês já tenham escutado
falar dele. No dia 6 temos a segunda data mais importante do ano que deveria
ser comemorada todos os dias (e mais de uma vez por dia), sim Dia do Sékîssû. E
pra fechar temos, no dia 7, Independência do Brasil, lembra da aula de história
que um Zé qualquer levanto uma espada e gritou “independência ou morte”?
Então... graças a ele não precisamos trabalhar e estudar nesse dia (Uhulll..).
Então para escolher o filme da
semana pensei: “preciso de um filme que seja Trashindependentetosco (afinal, é aniversário de um dos membros de
um dos blogs mais podreiras desse Brasil). Precisa ter “amores não naturais”
(como diriam alguns religiosos), afinal, é aniversario do nosso querido
Freddie. Também precisamos de sexo, muito sexo, só temos dia do sexo (oficial)
uma vez por ano, não é mesmo? E pra finalizar precisa ser um filme brasileiro
que retrate liberdade e indepêndencia.” Após pensar...pensar e pensar, cheguei
ao clássico que será tratado nessa semana.
Pela primeira vez o Café traz a resenha de um pornô, sim,
isso mesmo. Tirem as crianças da sala, pois agora até Clint Eastwood morre de
inveja. O Café com Piró... digo Café com Tripas tem a honra de apresentar o maior
cowboy que esse mundo já viu, sim ele mesmo... O PISTOLEIRO PAPACO.
Título
original: Os amores de um pistoleiro: Um pistoleiro chamado Papaco
Lançamento: 1986
Duração: 70 minutos
Direção: Mário Vaz Filho
Tirem as
crianças, puritanos e homofóbicos da sala
O filme é um clássico da pornochanchada nacional,
então boa parte dele é focada no sexo, incluindo uma e outra cena gay, a opção
sexual do protagonista. Apesar disso, nada se compara às cenas hetero. Porém, o
Café não irá ficar se
prendendo em detalhar cenas de tchaca-tchaca, nem eu quero ficar analisando a
desenvoltura peniana de Papaco. Vamos abordar outras coisas.
Um detalhe que acho que deve ser mencionado é que
nosso protagonista é ninguem menos que Fernando Benini, ele mesmo, o ator das
pegadinhas do “Topa tudo por dinheiro” apresentado pelo Silvio Santos.
Tendo destacado essas coisas, pegue seu chapéu de
cowboy, saque a pistola (não essa que você está pensando, a outra... ou essa
mesma, Papaco vai gostar), bote o cigarro na boca e adentre nessa historia nem
um pouco educativa.
Papa o que?
Um pistoleiro chamado Papaco viaja pro Oeste
carregando um caixão cheio de mercadorias que irá comercializar com uma gangue
da cidade de Santa Cruz das Almas. Entretanto ao chegar na cidade, diversos bandidos
tentam roubar a mercadoria do herói.
Carajo!
A história começa com o pistoleiro
arrastando seu caixão enquanto os creditos vão surgindo de uma maneira bem pobre
singular (nomes escritos em placas de madeira coladas em arvores) quando, de
repente, aparece um homem em seu caminho que, sem motivo aparente, saca a arma
com a intenção de atirar em nosso herói. Entretanto, Papaco é o gatilho mais
rapido do oeste e desarma o pobre homem (que fala com um sotaque arrastado de
portunhol). Ao se aproximar o homem pede piedade, e já somos presenteados com
um maravilhoso diálogo:
- “Soy Pancho Parrera, pero no me mates.”
- “E quem falou em matar? Não vou te F*der com o
revolver, mas com a pistola.”
(Papaco coloca a pistola pra fora e caminha em
direção ao pobre Pancho que já esta com as calças arriadas)
- “Ah Dios mio, o que voy a hacer? Pobrecito, de mi
culo... Ainda bem compadre, antes tomar em el culo vivo do que morrir com todas
las pregas no lugar...”
Após a cena (que não tem não tem
nada de explicita, já que a camera fica focada no rosto de Pancho que fica
soltando uma peróla atrás da outra) já somos levados pra uma cena de Gang Bang* no meio do mato. Se você não
sabe o significado deixe-nos explicar:
“(...) o vocábulo "Gang Bang"
denomina também as reuniões de sexo grupal entre uma mulher e vários homens, um
homem e várias mulheres ou vários homens, ou ainda várias mulheres e homens
simultaneamente.” (Wikipedia)
Nesse
caso, uma mulher e quatro homens que interrompem quando avistam Papaco
caminhando na estrada, uma vez que receberam ordens de roubar a misteriosa
mercadoria.
Isso é só uma prévia do que Papaco guarda pra você, não
irei descrever tudo, pois os dialogos precisam ser escutados. Se eu transcrevê-los
aqui não terá tanta graça quanto ouvi-los.
Papaco, a piro... pistola mais rapida da
Pornochanchada
O filme
se resume em duas coisas: sexo e diálogos. Há uma cena ou outra de tiros, mas
nada relevante.
Na
questão do sexo, vemos diversas modalidades diferentes: Papaco com uma, duas,
três, quatro mulheres, uma mulher com quatro homens, dois homens, Papaco com
uma pistola na bunda, sexo com anão e mais. Entretanto, apesar do filme ser
focado nisso, as cenas em si são péssimas; quase todas se resumem na camera
focando na genitalia das personagens. Quase não vemos rosto e corpo apenas
piroca e xoxota, ou piroca e boca. Outra coisa que vale ressaltar é que o filme
se passa em paisagem e época parecidas com de faroeste, assim, creio eu que
depilação é uma tecnologia que ainda não chegou lá. Já dá pra imaginar as cenas,
não? Portanto, se você estava pensando em assistir Papaco com segundas
intenções, acho melhor reconsiderar, a não ser que você curta mulheres peludas
ou um barbudo brincando de bola gato com outro.
Já
quanto aos diálogos, isso sim é algo que faz Papaco ser um dos maiores
clássicos do cinema nacional. Os papos são tão bons que você até releva o monte
de sexo peludo que acontece durante o filme. Não há uma conversa ruim no filme,
todas são divertidissimas.
Os amores de um pistoleiro
Papaco é um filme que dá um chute na bunda do amor e foca
apenas no prazer pelo prazer. O pistoleiro deixa claro em diversos momentos do
filme que “o negócio dele é outro”, mas nem por isso ele deixa de se divertir
com as mulheres. É um filme vazio - você não queria um pornô filosofico, né? Apesar
disso, ele trata bastante da liberdade sexual: cada um busca prazer como lhe
convém, sem que haja preconceitos se você esta com outro homem ou quatro
mulheres; cada um dá o que é seu pra quem quiser.
Tendo isso em vista, vemos que um filme pornô com mais de
25 anos é mais inteligente que boa parte da população brasileira que até hoje condena
e discrimina pessoas por fazer o que elas gostam com quem aceite. Sinto que as
pessoas se importam mais em tentar proibir as pessoas de serem felizes do que
viver a própria vida, talvez seja um medo reprimido de gostar daquilo que tanto
julga. A grande questão é que sexualidade é algo individual, cada um dá o que é
seu pra quem bem entender, de modo que não cabe a sociedade ficar julgando se
aquilo é certo ou não. Não se pode impedir pessoas de treparem/amarem porque
não condiz com o ponto de vista de uma parcela da sociedade. É ridiculo pessoas
terem que lutar ainda hoje pra conseguir algo que cabe a apenas 2 pessoas e não
ao Estado.
Portanto o Café recomenda, dê pra quem e quantos (ou quantas, straps servem pra
isso né?) quiser, coma quem e quantas/os quiser, ame quem quiser, só faça tudo
com consentimento. E lembre-se, use camisinha.
E ai, devo papar um c... filme desse?
Papaco é um clássico pelos seus dialogos, entretanto como
dito anteriormente, boa parte dele são cenas de porn (mas são cenas ruins, se
quer ver um pornô tem coisas melhores #ficadica). A trilha sonora se resumem a
trilhas clichês de faroeste (mesmo durante as trepadas), a fotografica é bem
pobre e cheia de closes durante o sexo (não é muito legal).
Papaco é um filme que merece ser visto, mas talvez não
completamente (a não ser que você tenha interesse em ver porn oitentista mal
filmado). Recomendo assistir e pular as cenas de tchaca-tchaca. Sobrará uns 20
mintos de filme, mas vai ser muito mais cômico que muitos longas de comédia.
Trailer
Vocês desenterraram um verdadeiro clássico kitsch nacional, eu amo esse filme. E têm razão, os diálogos são ótimos (como os de "Bacalhau", outro filme do gênero que também merece uma resenha).
ResponderExcluirGrande abraço. 8)
Hahaha, os diálogos dele são muito fodas.
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