sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Resenha: Um pistoleiro chamado Papaco


            Como é de conhecimento de alguns, o Café, quando possivel, traz filmes relacionados com datas comemorativas e esta semana é especial, pois temos diversas datas importantes. Você pergunta quais, eu digo. No dia 5 temos o aniversário de duas pessoas importantissíssimas, primeiro o aniversário dessa maravilhosa pessoa que vos escreve (“grande bosta”. Sim eu sei que você pensou isso) e do não tão importante quanto, Farrokh Bulsara, também conhecido como Freddie Mercury; talvez vocês já tenham escutado falar dele. No dia 6 temos a segunda data mais importante do ano que deveria ser comemorada todos os dias (e mais de uma vez por dia), sim Dia do Sékîssû. E pra fechar temos, no dia 7, Independência do Brasil, lembra da aula de história que um Zé qualquer levanto uma espada e gritou “independência ou morte”? Então... graças a ele não precisamos trabalhar e estudar nesse dia (Uhulll..).
            Então para escolher o filme da semana pensei: “preciso de um filme que seja Trashindependentetosco (afinal, é aniversário de um dos membros de um dos blogs mais podreiras desse Brasil). Precisa ter “amores não naturais” (como diriam alguns religiosos), afinal, é aniversario do nosso querido Freddie. Também precisamos de sexo, muito sexo, só temos dia do sexo (oficial) uma vez por ano, não é mesmo? E pra finalizar precisa ser um filme brasileiro que retrate liberdade e indepêndencia.” Após pensar...pensar e pensar, cheguei ao clássico que será tratado nessa semana.
            Pela primeira vez o Café traz a resenha de um pornô, sim, isso mesmo. Tirem as crianças da sala, pois agora até Clint Eastwood morre de inveja. O Café com Piró... digo Café com Tripas tem a honra de apresentar o maior cowboy que esse mundo já viu, sim ele mesmo... O PISTOLEIRO PAPACO.




Título original: Os amores de um pistoleiro: Um pistoleiro chamado Papaco
Lançamento: 1986
Duração: 70 minutos
Direção: Mário Vaz Filho




Tirem as crianças, puritanos e homofóbicos da sala

O filme é um clássico da pornochanchada nacional, então boa parte dele é focada no sexo, incluindo uma e outra cena gay, a opção sexual do protagonista. Apesar disso, nada se compara às cenas hetero. Porém, o Café não irá ficar se prendendo em detalhar cenas de tchaca-tchaca, nem eu quero ficar analisando a desenvoltura peniana de Papaco. Vamos abordar outras coisas.
Um detalhe que acho que deve ser mencionado é que nosso protagonista é ninguem menos que Fernando Benini, ele mesmo, o ator das pegadinhas do “Topa tudo por dinheiro” apresentado pelo Silvio Santos.
Tendo destacado essas coisas, pegue seu chapéu de cowboy, saque a pistola (não essa que você está pensando, a outra... ou essa mesma, Papaco vai gostar), bote o cigarro na boca e adentre nessa historia nem um pouco educativa.

Papa o que?


Um pistoleiro chamado Papaco viaja pro Oeste carregando um caixão cheio de mercadorias que irá comercializar com uma gangue da cidade de Santa Cruz das Almas. Entretanto ao chegar na cidade, diversos bandidos tentam roubar a mercadoria do herói.

Carajo!

            A história começa com o pistoleiro arrastando seu caixão enquanto os creditos vão surgindo de uma maneira bem pobre singular (nomes escritos em placas de madeira coladas em arvores) quando, de repente, aparece um homem em seu caminho que, sem motivo aparente, saca a arma com a intenção de atirar em nosso herói. Entretanto, Papaco é o gatilho mais rapido do oeste e desarma o pobre homem (que fala com um sotaque arrastado de portunhol). Ao se aproximar o homem pede piedade, e já somos presenteados com um maravilhoso diálogo:

- “Soy Pancho Parrera, pero no me mates.”
- “E quem falou em matar? Não vou te F*der com o revolver, mas com a pistola.”

(Papaco coloca a pistola pra fora e caminha em direção ao pobre Pancho que já esta com as calças arriadas)

- “Ah Dios mio, o que voy a hacer? Pobrecito, de mi culo... Ainda bem compadre, antes tomar em el culo vivo do que morrir com todas las pregas no lugar...”

            Após a cena (que não tem não tem nada de explicita, já que a camera fica focada no rosto de Pancho que fica soltando uma peróla atrás da outra) já somos levados pra uma cena de Gang Bang* no meio do mato. Se você não sabe o significado deixe-nos explicar:

“(...) o vocábulo "Gang Bang" denomina também as reuniões de sexo grupal entre uma mulher e vários homens, um homem e várias mulheres ou vários homens, ou ainda várias mulheres e homens simultaneamente.” (Wikipedia)

Nesse caso, uma mulher e quatro homens que interrompem quando avistam Papaco caminhando na estrada, uma vez que receberam ordens de roubar a misteriosa mercadoria.
            Isso é só uma prévia do que Papaco guarda pra você, não irei descrever tudo, pois os dialogos precisam ser escutados. Se eu transcrevê-los aqui não terá tanta graça quanto ouvi-los.

Papaco, a piro... pistola mais rapida da Pornochanchada


O filme se resume em duas coisas: sexo e diálogos. Há uma cena ou outra de tiros, mas nada relevante.
Na questão do sexo, vemos diversas modalidades diferentes: Papaco com uma, duas, três, quatro mulheres, uma mulher com quatro homens, dois homens, Papaco com uma pistola na bunda, sexo com anão e mais. Entretanto, apesar do filme ser focado nisso, as cenas em si são péssimas; quase todas se resumem na camera focando na genitalia das personagens. Quase não vemos rosto e corpo apenas piroca e xoxota, ou piroca e boca. Outra coisa que vale ressaltar é que o filme se passa em paisagem e época parecidas com de faroeste, assim, creio eu que depilação é uma tecnologia que ainda não chegou lá. Já dá pra imaginar as cenas, não? Portanto, se você estava pensando em assistir Papaco com segundas intenções, acho melhor reconsiderar, a não ser que você curta mulheres peludas ou um barbudo brincando de bola gato com outro.
Já quanto aos diálogos, isso sim é algo que faz Papaco ser um dos maiores clássicos do cinema nacional. Os papos são tão bons que você até releva o monte de sexo peludo que acontece durante o filme. Não há uma conversa ruim no filme, todas são divertidissimas.

Os amores de um pistoleiro

            Papaco é um filme que dá um chute na bunda do amor e foca apenas no prazer pelo prazer. O pistoleiro deixa claro em diversos momentos do filme que “o negócio dele é outro”, mas nem por isso ele deixa de se divertir com as mulheres. É um filme vazio - você não queria um pornô filosofico, né? Apesar disso, ele trata bastante da liberdade sexual: cada um busca prazer como lhe convém, sem que haja preconceitos se você esta com outro homem ou quatro mulheres; cada um dá o que é seu pra quem quiser.
            Tendo isso em vista, vemos que um filme pornô com mais de 25 anos é mais inteligente que boa parte da população brasileira que até hoje condena e discrimina pessoas por fazer o que elas gostam com quem aceite. Sinto que as pessoas se importam mais em tentar proibir as pessoas de serem felizes do que viver a própria vida, talvez seja um medo reprimido de gostar daquilo que tanto julga. A grande questão é que sexualidade é algo individual, cada um dá o que é seu pra quem bem entender, de modo que não cabe a sociedade ficar julgando se aquilo é certo ou não. Não se pode impedir pessoas de treparem/amarem porque não condiz com o ponto de vista de uma parcela da sociedade. É ridiculo pessoas terem que lutar ainda hoje pra conseguir algo que cabe a apenas 2 pessoas e não ao Estado.
            Portanto o Café recomenda, dê pra quem e quantos (ou quantas, straps servem pra isso né?) quiser, coma quem e quantas/os quiser, ame quem quiser, só faça tudo com consentimento. E lembre-se, use camisinha.

E ai, devo papar um c... filme desse?


            Papaco é um clássico pelos seus dialogos, entretanto como dito anteriormente, boa parte dele são cenas de porn (mas são cenas ruins, se quer ver um pornô tem coisas melhores #ficadica). A trilha sonora se resumem a trilhas clichês de faroeste (mesmo durante as trepadas), a fotografica é bem pobre e cheia de closes durante o sexo (não é muito legal).
            Papaco é um filme que merece ser visto, mas talvez não completamente (a não ser que você tenha interesse em ver porn oitentista mal filmado). Recomendo assistir e pular as cenas de tchaca-tchaca. Sobrará uns 20 mintos de filme, mas vai ser muito mais cômico que muitos longas de comédia.

Trailer



2 comentários:

  1. Vocês desenterraram um verdadeiro clássico kitsch nacional, eu amo esse filme. E têm razão, os diálogos são ótimos (como os de "Bacalhau", outro filme do gênero que também merece uma resenha).

    Grande abraço. 8)

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  2. Hahaha, os diálogos dele são muito fodas.

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