Ahhhh... O amor, não existe nada mais
lindo. Quem não adora escutar um eu te amo, passar o dia abraçadinho com aquela
pessoa que você tanto gosta? O problema é que nem sempre esse amor é
correspondido, portanto muitas vezes as pessoas precisam se esforçar para
conquistar umas as outras, e para isso compram presentes, levam pra jantar, fazem
canções, serenatas e etc. Mas temos que concordar: não existe nada mais
romantico (e eficaz) do que amputar todos os membros da mulher amada para que ela
seja totalmente dependente de voce...
Título original: Boxing Helena
Lançamento: 1993 (EUA)
Duração: 107 minutos
Direção: Jennifer C. Lynch
Lançamento: 1993 (EUA)
Duração: 107 minutos
Direção: Jennifer C. Lynch
Encaixotando Helena
Uma
história de amor, desprezo e desmembramentos
Antes de cortarem meus membros...
Boxing Helena é um filme que divide
muitas opiniões, em geral, as pessoas que assistem geralmente amam ou odeiam. Eu,
particularmente, achei muito bom. É um filme profundo com muitas coisas para se
analisar, ótimos diálogos e uma direção bacana, não perfeita, mas que cumpre
muito bem o papel.
Se
você é do grupinho que não gostou do filme, respeitamos sua opinião e você pode
comentar falando do que não gostou. Pela maioria dos comentarios que vi sobre o
ele, um dos maiores problemas está no fim e concordo que é broxante, mas acho
que é possível entender o “motivo” da diretora.
If i
cut off your arms and cut off your legs, would you still love me, anyway?
“Encaixotando
Helena” conta a história de Nicholas, um médico bem sucedido que cresceu sem
amor familiar e acreditando que poderia conquistar tudo com dinheiro e
persistencia.
Nick tem a vida que muitos sonham: um ótimo emprego, uma
mansão, uma namorada que o ama e faz de tudo por ele, um amplo círculo de
amizades e coisas mais. Porem, ainda lhe falta algo: Helena, uma mulher com quem
Nick saiu certo dia e se apaixonou doentiamente. Apesar de ser rejeitado e
humilhado por ela, ele faz de tudo para reconquistá-la, até amputar seus
membros para que ela dependa completamente dele.
Filha
de Lynch, Lynchinha é!
Só de
escutar o nome Lynch já podemos nos preparar porque algo fora do comum está por
vir e “Encaixotando Helena”, mesmo não sendo um filme do David Lynch, não decepciona.
Jennifer Chambers Lynch, filha de David Lynch, parece seguir os passos do pai
no quesito de impressionar o telespectador, mesmo não sendo tão surrealista
quanto ao pai.
“Helena”
foge um pouco do padrão de resenhas do blog, pois o filme não é totalmente
trash: temos uma boa direção, uma trilha sonora satisfatoria que complementam
muito bem as cenas (mesmo com algumas musicas a lá cineband prive), dialogos
fantasticos e um roteiro muito bem construido, apesar de estranho. Porem, não
podiamos deixar de fora um filme onde um homem amputa os membros da amada para
conseguir seu amor.
Apesar
de estranho, o filme aborda de uma maneira única onde pode chegar à obsessão de
um homem. Jennifer pode não ser tão genial quanto seu pai, mas, pelo menos em “Helena”,
conseguiu tratar a questão do amor doentio e suas consequencias com muita
criatividade e profundidade.
Amor ta em falta, dinheiro serve?
Começamos
o filme com uma breve apresentação da vida do personagem principal, ainda
quando criança, durante uma festa em sua casa. Em apenas 2 minutos, já podemos perceber
que Nicholas é uma criança carente de amor familiar devido a ausencia dos pais,
uma vez que seu pai é médico e passa o dia trabalhando sem ter tempo para a
familia (recompensando a mesma com uma vida de luxo) e uma mãe que se mostra
indiferente em relação ao filho e sai com outro(s) homen(s) enquanto goza da
boa vida dada pelo marido.
O lema
da familia, “A persistência e o trabalho duro, irão te conceder tudo o que
quiseres.” parece estar bem presente na vida de Nicholas, já que ele vê essa
filosofia em seu pai e parece não ter contato com outros tipos de posses e
conquistas que não envolvam dinheiro, mesmo o casamento de seus pais não passa
de uma trasação comercial onde não há amor envolvido.
Podemos
ver claramente a indiferença da mãe em relação ao filho no dialogo entre dua
convidadas da festa:
A: De quem é aquele menino?
B: É o
filho da Mary.
A:
Curioso. Ela nunca mencionou que tinha filhos.
Ao viver em um ambiente como esse, Nicholas, cresceu
acreditando que poderia ter tendo tudo com seu trabalho, esforço e
dinheiro. Até conhecer Helena...
Papai,
cresci e agora ?
Nosso pequeno Nicholas cresceu, seguiu os passos do pai e
se tornou um importante cirurgião. Apesar da falta de laços familiares, Nick
tem uma boa vida, é respeitado no hospital onde trabalha, mora em uma bela casa
que herdou dos pais e tem uma linda namorada. Mas nem tudo é perfeito e sempre temos
problemas, não é mesmo? E pra variar, o problema é do sexo feminino e seu nome
é Helena. Mas quem diabos é Helena? Helena nada mais é que uma garota independente
que sai com vários homens e faz aquilo que quer, cometendo a besteira de brincar
com Nick e (indesejadamente) fazer com que ele caisse em um amor platonico por
ela. Bizarro? Sim, mas pode ter certeza que acontece.
Depois
de se apaixonar loucamente por uma mulher que não ta nem aí pra ele, Nick começa
agir como um “Stalker”, passando a vigiá-la. Com efeito, certo dia, ao ver que
a inocente Helena esta com outro acompanhante, Nick fica perturbado e decide
tentar reconquista-la de uma vez por todas.
Mãe,
a culpa é sua!
Em algumas cenas vemos a figura materna “assombrando”
Nick e podemos notar o complexo de Édipo, conceituado por Freud, lhe atingindo.
Para Freud, o homem quando nasce cria um sentimento de amor/desejo com a figura
materna e um sentimento de negação com as “forças externas” que limitam o
contato da criança com a mãe, em muitos casos a figura do pai, uma vez que a
mãe divide atenção entre os dois, gerando uma disputa por atenção.
No caso do filme, a disputa não está totalmente
direcionada ao pai, mas sim aos outros amantes de sua mãe, que Nick parece
culpar pela ausencia de sua mãe durante sua vida. Nick cresceu, passou pela
puberdade e seu desejo pela sua mãe parece ter ficado mais forte.
- Mas o que é que tem a ver a Helena e a Mãe
piriguete dele?
Tudo,
Nick nutriu um amor pela mãe e transfere isso pra Helena, que tem atitudes
parecidas com a de sua mãe, isso explica o porquê de Nick continuar a amar
Helena mesmo sendo rejeitado e humilhado pela mesma, e ignora a namorada que
faz de tudo por ele. Por mais que Nick já estivesse sofrendo pela indiferença
de Helena antes do inicio do filme, esse sentimento contido parece ter se
intensificado logo depois da morte de sua mãe.
Helena,
Helena, Helena...
Os metodos convencionais (flores, cartões, convites pra
jantar e etc.) parecem não ter funcionado, então, nosso protagonista tem a
grande ideia de dar uma festa somente para ter uma desculpa para convidá-la.
Ela vai a festa e vemos claramente a indiferença de Helena e a Submissão de
Nick, que não consegue nem disfarçar na presença de sua namorada.
Durante a festa Nick é humilhado, ignorado, trocado e
todas as outras coisas ruins que uma mulher pode fazer e que os cantores
sertanejos adoram cantar sobre. Contudo, isso ainda não foi o suficiente para
Nick esquecer Helena. No dia seguinte ele consegue fazer com que Helena volte a
sua casa. Após ela se irritar com suas atitudes, ela pega suas coisas e vai
embora, porem logo que ela sai da casa o inevitavel acontece... Helena é atropelada e o carro passa por
cima de suas pernas.
Desmembrar,
as mina pira.
Nick, sem ter certeza do que fazer, leva Helena para
casa, amputa suas duas pernas e passa a cuidar dela lá mesmo. Com isso, Nick se
ausenta do trabalho e de seu circulo de amizades para passar o dia cuidando da
sua amada, porem mesmo fazendo tudo por ela, Helena continua com seu
comportamento hostil em relação a Nicholas.
Cada vez mais confuso, Nicholas, inspirado pela estátua
da Vênus de Milo (quem mantem uma beleza singular mesmo sem os membros), decide
amputar os braços de Helena para que ela se torne ainda mais dependente dele e com
isso possa nascer um sentimento em relação a ele. A obsessão do rapaz é tanta,
que na primeira cena onde ela aparece amputada dos braços Helena está em uma
especie de altar, dando a entender que ela é superior a ele enaltecendo a
relação de subordinação dele em relação a ela.
Regulo
a mixaria, perdeu!
Com
Helena totalmente dependente dele, ele consegue aquilo que ele queria: entrar
em uma relação de igualdade com ela, uma vez que, depois que ela a conheceu ele
passou a ser dependente da atenção dela, agora ela passa a ser dependente dele,
criando uma relação de igualdade (pelo menos em sua mente). Esse equilibrio faz
com que ele passe a se ver como homem e comece a se comportar como tal, visto
que, apesar de ainda desejar Helena, ela deixa de vê-la como um ser superior
independente. Isso faz com que os papeis comecem a se inverter, já que Nick
começa a se ver como homem e Helena continua dependente.
Tudo que Nick precisava
era escutar Eu te amo!
Mas
que po*** de final de M*rd* foi esse?
Então amiguinhos, acho que foi um fim de decepcionou
muita gente, quase todos os comentarios que li acabaram falando mal do final.
Porem, na minha humilde opnião que não vale nada, creio que esse fim mostra que
apesar de tudo que aconteceu, Nicholas continua sendo um covarde, que tem medo
de fazer coisas que fujam das suas atitudes politicamente corretas. Assim, por
mais que Helena fosse tudo o que Nick desejasse, ele se sente incapaz de fazer
algo que vá além dos limites e que possa machucá-la.
Compensa
perder um bracinho pra ver esse filme aê?
Claro, (a Sherilyn Fenn, que interpreta Helena, é lindíssima)
o Café com Tripas acredita que qualquer filme que foge dos padrões merece ser
visto. Apesar da historia ser bizarra, ela progride de forma natural sem chocar
aquele que assiste, e ajuda a caracterizar muito bem questões como amor, posse,
traumas, obsessão, complexo de Édipo, pais ausentes e etc.
O filme
não é perfeito e nem merecedor do oscar de melhor filme, porem ele cumpre muito
bem o que ele se propõe a fazer, que é contar uma historia sobre amor
possessivo de uma maneira peculiar.
Trailer:
Boa crítica. Concordo com o que você falou sobre o final, só não concordo sobre o que você falou da "covardia" de Nick. Não considero uma pessoa covarde por não ter feito aquilo com ela hahahah. A relação que puseram entre Helena e a mãe de Nick ficou muito boa, e gostei da sua visão sobre esse "complexo de Édipo". Pra mim o maior pecado do filme foi que se preocuparam mais em fazer um filme erótico do que demonstrar o horror da situação, como falaram no Boca do inferno sobre as cenas perto do final: "É como se você tivesse assistindo um filme de suspense, mudasse o canal e parasse em 9 1/2 Semanas de Amor". Pra mim faltou no filme a tensão mesmo, o horror da situação que não foi bem passado, além de Sherilyn Fenn muitas vezes não ter convencido sobre o sofrimento da personagem. Na minha opinião, o fime teria sido um grande sucesso se não houvessem pecado nesses e em outros pontos. Mas ainda assim vale a pena.
ResponderExcluirOi Jéssica, brigado pelo comentário ;D
ResponderExcluirQuando disse sobre Nick ser covarde não me referia exatamente a desmembrar Helena, mas sim a sua vida como um todo. Ele parece ter aceitado tudo que lhe foi imposto na vida e nunca tentou mudar isso. Será que ele realmente queria ser um cirurgião ou ele apenas fez isso por imposição dos pais?
Todo o caso com Helena seria uma quebra das suas regras e da sua vida "conservadora", mas no fundo é apenas um sonho, ele continua o mesmo e não é capaz de fazer nada pra fugir daquilo.
Sim, apesar dos problemas eu gosto do filme. Podiam ter explorado melhor o sofrimento da personagem. As partes "eróticas" acho que são importantes no filme mas não do modo que foram feitas. É um filme que tem muita coisa legal por trás do roteiro, só faltou uma execução melhor
É Victor, agora entendi melhor o que você quis dizer. Você agora falou TUDO sobre a covardia de nick.
ResponderExcluirRealmente acho que o filme poderia ser um grande sucesso, e sinceramente, concordo que as cenas de sexo são importantes nele, mas a diretora perdeu o foco. O filme todo tem uma áurea Cine Band Prive (não que eu assistisse hahaha, mas nem precisa), e também, apesar do filme ser muito bom e te deixar na curiosidade de saber o final, ele não "flui". Falei no primeiro comentário sobre o maior pecado do filme, mas acho que o que citei fica em segundo lugar. O que faz muita falta mesmo é o acompanhamento da "evolução" do sofrimento de Helena (como temos em A Pele que Habito), que além dela não ter convencido sobre o mesmo, acontece tudo muito rápido.
Mas enfim, no final das contas o filme não é sobre Helena, é sobre Nick, temos tudo a partir da perspectiva dele, que vale salientar: Ele sim foi muito bem interpretado.
E mesmo eu sendo meio "anti-remakes", acho que não seria exagero dizer que um remake de "Helena" TALVEZ fosse bom. Ou seria?
Parabéns pela crítica, acho que vou é escrever uma, porque meus comentários estão quase dando mini posts hahaha.
Sim, o filme acaba se passando todo dentro da cabeça dele, então tudo acaba sendo, de certo modo, reflexo da sua própria vida.
ResponderExcluirSim, faltou um desenvolvimento melhor em relação ao sofrimento. Também sou um pouco anti-remakes, talvez fosse interessante se não ficasse nas mão de grandes estúdios e transformassem ele em um blockbuster hahaha
;D
Bem, eu nunca havia visto falar deste filme até ler um CreepyPasta sobre uma tal boneca/humana sexual lolita - mesmo de eu ter lá minhas duvidas se é real ou não, apesar de humanos podem ser extremamente crueis, enfim este Creepy é medonho - e alguém comentou que lembrava este filme e minha curiosidade me fez buscar uma resenha. Definitivamente vou ter que assisti-lo, vai ser difícil acha-lo ou na web ou em uma locadora, por ser um pouco antigo e essas locadoras vagabundas dão preferencia a filmes mais recente e mais famosos - o que é uma merda, já que os filmes atuais na maioria, me decepciona :/ - Acho que esse tal Nick não é um pisicopata - mas é maluco, com certeza - é apenas um cara que de certa forma, era frustado por pensar que com o dinheiro conseguiria tudo que quisesse ai chega a Helena e o decepciona e não faz o que ele deseja - claramente, isso seria impossível nos dias de hoje já que as mulheres estão bem mais interesseiras e que "amaria" o sendo medico e rico - e ele coloca na cabeça que precisa dela de um jeito ou de outro e fez até isso pelo amor dela, aposto que as fãzinhas de crepúsculo acharia isso fofo se o cara fosse bonitão ¬¬'
ResponderExcluirEnfim, já virou um texto isso aqui. Mas resumindo: gostei da resenha, do blog e vou acompalhar lo e irei provavelmente assistir este filme.
- Ana.
Muito obrigado, Ana. Acho que lembro desse negócio da boneca humana e também me pareceu meio irreal e meio assustadoramente possível.
ExcluirQuanto ao filme, procure pelo pirate bay que você acha.
Eu achei o filme há algum tempo no YouTube, legendado em espanhol
Excluirgostei da critica, vi sobre a historia das bonecas exuais humanas e me lembrei desse filme ( que assisti no cinema a muito tempo....kk), acho que é um dos poucos filmes que aborda obsessão x amor x posse x loucura x etc...outro filme parecido pra quem tiver interesse, é sobre um louco que mantém uma mulher num cômodo durante anos, ops acho que isso já virou realidade.
ResponderExcluirÉ, tem um monte desses filmes reais por aí...
Excluirqual o nome desse outro filme que a mlher fica mantida no cômodo?
ExcluirUma amiga me contou a história desse filme, mais não contou o final...fiquei louca pra assistir, ela reuniu um grupo de 10 amigos pra asistir esse filme....nossa está louca pra ver o final...quando o filme acabou eu quase matei minha amiga kkkk ela me deixou um meis esperando...pra no final descobri que era tudo um sonho kkkkk mais é gostoso assistir pena que não se acha fácil...Eu recomendo
ResponderExcluirMata a amiguinha não!
ExcluirEu não entendi direito o final, esses colocam braços e mãos nela novamente no hospital?
ResponderExcluirO final dá a entender que tudo não passou de um sonho. E toda a historia se passou na cabeça do protagonista.
ExcluirOU foi tudo um sonho, OU (o que me parece mais coerente com que vi na tela) os braços e pernas dela foram de fato reimplantados no hospital - o que já é meio forçação demais né
ExcluirO final deixou claro que tinha sido tudo um sonho.
ExcluirOlá a todos!
ResponderExcluirConversando sobre pessoas manipuladoras ao extremo, lembrei imediatamente desse filme que assisti há muitos anos.
Não é raro encontrarmos "Helenas" por aí. Mulheres, homens, jovens... que tem sua estrutura de personalidade alterada a ponto de não reconhecerem mais sua identidade e identificar suas reais escolhas. O final é coerente, na minha opinião, com essa ideia da manipulação castradora que eventualmente emerge à consciência e, muitas vezes, não chega a emergir. O indivíduo passa o resto da vida enxergando a realidade "pintada" com as cores definidas pelo seu manipulador. Acho o filme excelente e corajoso.
Gostaria de comprar esse filme legendado mas não encontro.
Obrigada pela resenha!
Elizabeth Schau
Obrigado, Elisabeth. Esse é o tipo de filme que a gente vê e não tem muito com quem conversar. Fico feliz que tenha curtido a resenha.
ExcluirOla, é só fazer o login e entrar que vai poder melhorar a imagem do filme.
ResponderExcluirhttps://ok.ru/video/91696532082
link do filme legendado
Esse filme é muito especial pra mim, já falei sobre ele no meu blog,
ResponderExcluire há muitas razões para isso, ele é ousado e profundo, surreal, poético,
e cheio de simbolismos de vários níveis que não se enxergan
claramente num primeiro momento, é preciso ser observador.
o filme segue uma estética kitsch.
A trilha sonora e fotografia são excelentes, e a técnica de filmagem muito boa
captando algumas cenas como se fossem um devaneio, tal a obsessão do protagonista
em fantasiar sua musa.
Sherilyn Fenn é uma coisa a parte visto que sua beleza realmente arrebata
e foi perfeita para a construção do personagem, ao mesmo tempo em que Nick
com suas questões psíquicas não resolvidas, édipo e a falta de afeto dos
pais; apesar de um homem bem sucedido sua criação o tornou ingenuo e até
inativo diante de uma presença feminina.
Um fator interessante da trama foi o fato de no auge do filme, quando
finalmente ela declara o seu amor ter sido tudo um sonho, isso reforça
o simbolismo da ejaculação precoce, sofrida por ele, e no momento em que
ele iria toma-la para si, alguém interrompe e ele acorda,
numa relação abortada mais uma vez.
Ele era tão preso, tão dependente dela que ele precisou desce- la ao ultimo nível de
dependência para que assim finalmente estivessem iguais, e ela pudesse
olhar pra ele, mas ainda era tudo dentro da sua cabeça, que acorda e está
estaca zero de novo, e vê que a tinha levado para o hospital onde ela foi
operada pelo atropelamento e toda a historia de prisão não passava de um
sonho de um desejo sórdido do seu subconsciente que não teria ousadia o
bastante para arquitetar nada daquilo, pelo menos num primeiro momento.
O fato dele a transforma-la numa deusa, uma vênus de milo a pondo num altar
reforça a forma com que ele a diviniza, e o poder que ela exercia sobre ele,
quem era o escravo afinal?
E a técnica de filmagem, o erotismo deixou claro que o filme iria explorar
muito essa sensualidade no decorrer dele e para mim deixou tudo mais
interessante, não decaiu a trama nem um pouco, ela era ousada e dona de si,
entendi que era uma prostituta, e vemos resenhas na net que confirmam isso,
e ele apenas hipnotizado por esse poder e essa independência de sua musa que
era algo que faltava a si, como homem.
Ela fazia o que queria, saia com quem queria, entrava para se banhar na fonte
numa festa na frente de todos sem se importar com os olhares, de desejo e reprovação,
e ele por não saber como conquista-la não tinha outra fantasia a não ser domestica-la
e encarcera-la numa caixa para te-la só para si, ainda que fosse uma ilusão tal,
pois ela continua implacável por um bom tempo mesmo presa provando a ele que é impossível
comprar, obrigar ou forçar um amor que não aconteceu, e nem irá.
E no decorrer do filme vemos que tudo que ele queria era ser homem o
bastante para ela, dar -lhe prazer e ela o ensina como fazer isso, numa
das cenas mais belas do roteiro. "Não tenha medo. - ela diz. - Possua-a."
Enfim poderia ficar falando o dia todo como esse filme é peculiar e
original, e que me desculpem os revoltados ao final, ele foi genial,
pois nos dá margem a amplas interpretações possíveis tanto do ponto de
vista do sonho como da realidade em que ele se encontra quando acorda.
Não poderia ser melhor.
- Ainda sou assombrado pela minha amada, -e ele diz num ultimo momento:
-Esses sonhos.
Será que um dia ele superaria? Será que ela pararia de exercer esse fascínio
louco sobre sua mente? Acho que o fim deixa isso muito claro.
Genial, e viva Lynch.
Esse filme é uma pequena pérola, tem um monte de simbologias interessantes e não é exatamente pretensioso, é apenas engenhoso.
ExcluirDe vez em quando a gente encontra essas obras com quem podemos dialogar por muito tempo. É uma pena que é tão difícil achar gente para trocar conversas a respeito.
A melhor análise do filme, que eu li até agora!!
ExcluirEu assisti um vídeo no YouTube sobre um caso real de necrofilia e em um comentário citava esse filme. No vídeo contava sobre: Uma mulher foi ao hospital dizendo estar doente e o médico se apaixonou por ela. Depois de descobrir sua doença, tuberculose, o médico fez de tudo para salvar ela, porém sem sucesso. Inconformado e totalmente obsessivo, o médico, vai até sua sepultura e rouba o seu corpo já em estado de decomposição e faz procedimentos horríveis, até comete necrofilia. Esse fato horrível só é descoberto quando o irmão da moça chega na casa do médico (n sei o motivo) e vê uma boneca gigantesca parecida com sua irmã.
ResponderExcluirQuando eu vi o comentário, pesquisei e achei esse filme, e realmente se assemelha muito à história, tanto que eu achei que fosse baseada nela.
- ihas
Que coisa bizarra.
ExcluirOla qual o nome filme que voce assistiu ?
ExcluirEu amei o filme. É isto.
ResponderExcluirEle é bem inteligente. E a Helena é linda.
ExcluirExcelente Critica. Obrigado!
ResponderExcluirValeu!
Excluirolha o link
ResponderExcluirhttps://www.1377x.to/torrent/34330/Boxing-Helena-1993-DVDrip-rEACTOr/
ResponderExcluir