Respeitável público, para a felicidade de uns e desespero
de outros, os Palhaços invadiram o blog. Mas não se engane, eles não vieram
para trazer alegria e diversão, mas sim humor negro, casulos de algodão doce
(para nos aprisionar), mortes hilárias, caos urbano e pipocas mutantes.
Não entendeu nada? Então leia a resenha do Café com
Tripas sobre Palhaços Assassinos do Espaço.
Título original: Killer
Klowns from Outer Space
Lançamento: 1988 (EUA)
Duração: 96 minutos
Direção: Stephen Chiodo
Lançamento: 1988 (EUA)
Duração: 96 minutos
Direção: Stephen Chiodo
Palhaços assassinos do espaço
Doces, violência e palhaços
Nada mais anos 80 do que filmes com
jovens se dirigindo até lugares desertos, entrando nos carros com seus amantes
e em seguida... Olhar as estrelas, não é mesmo? Pois é exatamente assim que
Killer Klowns começa: um grupo de jovens vão até uma região afastada da cidade,
cada um em seu respectivo carro, para poder ter privacidade e namorar. Porém
algo parecido com um cometa radiante corta os céus e deixa-os curiosos...
Palhaços assassinos, sério?
Para os entusiastas do trash só o título
do filme já é motivo de orgasmos, contudo, quem não está acostumado com esse
estilo singular provavelmente irá torcer o nariz para o filme. A grande verdade
é que “Palhaços” cumpre muito bem seu papel enquanto obra tosca que é, de modo
que mesmo as pessoas não muito acostumadas com o estilo irão se divertir. É um
ótimo filme pra familiarizar aqueles amiguinhos que não conhecem o genero.
Seria uma Fenix? Uma estrela cadente? Um OVNI? Um Comêta? O Bola de Fogo? O Super-Man? Não, são apenas palhaços assassinos do espaço!
“Palhaços Assassinos do Espaço” conta a
história de um casal que esta namorando no carro e, de repente, observam uma
espécie de meteoro cruzando o céu. Ao investigar percebem que não é um meteoro,
mas sim uma tenda de circo que transporta palhaços assassinos que vieram a
terra para sequestrar humanos e usa-los como alimento.
Acho que não preciso falar mais nada, não
é?
O
que é o que é: tem palhaços, pipoca, algodão doce, balão de festa e não é
aniversário de criança?
Pra falar a verdade, pelo menos para mim,
é difícil falar sobre o filme. Ele é muito mais uma obra pra ser assistida,
degustada, do que analisada; e, apesar de ser considerado como terror, quase
tudo nele está focado no humor negro e no sarcasmo. Não é uma película na qual
as mortes irão te causar repulsa, dó do personagem ou farão torcer contra o
“inimigo”, é um filme que, de certo modo, banaliza a violência: todas as mortes
são comicas.
Talvez seja possivel dizer que o filme
não é sobre palhaços, mas sim um filme em forma de palhaço. Como assim? Ele não
retrata apenas palhaços assassinos causando tumulto na cidade, mas sim
representa o “trabalho” palhaço, ou seja, monta um clima alegre e colorido, no
entanto, para fazer os outros rirem, ele se utiliza da desgraça - no circo eles
caem, apanham, passam por situações de risco, entre outras coisas, enquanto no
filme te fazem rir com mortes,isto é, tudo na base no sofrimento alheio.
Tendo isso em vista, podemos tirar um
pouco mais do roteiro, que quase não nos dá explicações. O único motivo que o
filme dá para a invasão “palhaçadalienígena” é a alimentação dos palhaços, mas
seria isso literal? Não seria uma metafora para a necessidade do palhaço em
relação ao homem e da sua paixão por desgraça alheia? Uma critica ao humor das
pessoas que riem quando o outro se fo... Dá mal, mas que quando é com ele não
vê graça nenhuma? Uma critica ao humor da sociedade?
Minha opinião? Nenhuma das alternativas. Para
mim, o diretor só quis fazer um filme com palhaços assassinos, e todo o resto
são possiveis interpretações pra um filme que não tem compromisso nenhum com a
realidade.
Palhaço
o Car****, eu sou Xerife Po***
Como vocês leitores sabem, nós do café
gostamos de tirar informações que estão no filme, mas que muitas vezes deixamos
passar. Apesar de não ter quase nada no roteiro de “Killer Klowns” (que eu
tenha visto) – tirando minha “brisa loca” aqui em cima – podemos ver na figura
do xerife algumas caracteristicas que podem ser analisadas.
Logo no inicio do filme, sem muitas
explicações, o vemos indo até a delegacia com dois garotos que bebiam no parque.
Após insultar, criticar e dizer que os jovens são quem acabam com a cidade e todo
aquele discurso moralista, ele os prende, porém, devido à falta de sexo
humor do policial, ele quebra algumas regras ao fazer isso. Ai fica a questão:
será que o policial tem direito de quebrar a lei e os jovens não? Colocar dois
jovens na cadeia de maneira irregular seria “mais tolerável” que beber no
parque?
Nós vemos coisas como essas todos os dias:
desde policiais que pelo seu tempo de serviço se acham no direito de “quebrar a
lei para cumprir a mesma” até pessoas que acreditam que seus problemas são
piores que os dos outros e, por isso, se permitem agir contra alguns
“principios”. Assim, podemos nos perguntar: até que ponto nosso direito pode –
por um motivo ou por outro - se sobrepor ao do outro? Quando se corta uma fila
do metro/ônibus e se passa na frente de pessoas que estão esperando por mais
tempo, por que cremos que nossa situação é mais urgente já que não conhecemos a
do outro? Quando se critica o outro por algo, será que indiretamente não esta
fazendo pior? Será que pequenas ações não interferem mais na vida dos outros do
que você imagina?
Enfim, eu sei que sua mamãe diz, mas você
NÃO é especial.
Ainda em relação a isso, vemos no mesmo
personagem uma especie de “cegueira social” na qual ele vê apenas aquilo que
quer. Em certo ponto do filme, os palhaços começam a “causar” na cidade,
levando todos ao desespero – afinal, tem palhaços assassinos alienígenas na
cidade. Ao procurar ajuda e ligar para a delegacia, os civis são ignorados pelo
xerife, uma vez que o mesmo se mostra relutante em acreditar em qualquer coisa
que fuja do seu dia-a-dia, jogando a culpa das coisas que fogem do padrão nas
costas daqueles que não compartilham os mesmos valores, no caso do filme, os
jovens. Afinal, é muito mais facil jogar a culpa naquilo que julgamos conhecer
do que buscar as reais causas do problema.
-“O que?
De novo estão me ligando pra avisar que existem palhaços assassinos
causando tumulto na cidade? Eu não acredito nessa merda, é tudo uma piada de
adolescentes, vou ficar no meu escritorio esperando uma chamada relevante.”
Quantos de nós não somos assim?
“Palhaçofobia”
Palhaços costumam ser um tema polemico,
algumas pessoas adoram e outras tem pavor, então não sei se digo para os
palhaçofóbicos assistirem ao filme para perderem o medo ou para não assistirem
e evitar que o problema se agrave, mas como “I don’t give a shit”, senta essa
bunda gorda na cadeira e assista a esse péssimo belissimo filme.
Voltando ao medo de palhaços, o filme
pode ajudar a superar já que apesar dos palhaços serem feios, monstruosos,
horriveis, aterrorizadores, estranho, com cara de psicopata, malvados,
endiabrados, homicidas, assassinos, enfim tudo aquilo que possa te causar mais
medo ainda, eles são tão forçados que vão te levar a rir das situações. Afinal,
acho que você não acreditaria em armas que atiram pipocas mutantes, ficar preso
em um casulo de algodão doce não parece tão mal assim, e um balão em forma de
cachorro não parece tão ameaçador.
Porem se você acredita que pipocas mutantes, um cachorrinho de balão e algodão doce possam causar sua morte, acho melhor passar longe do filme.
Porem se você acredita que pipocas mutantes, um cachorrinho de balão e algodão doce possam causar sua morte, acho melhor passar longe do filme.
Não
basta trabalhar no circo, não basta ser palhaço, não basta ser palhaço
assassino, tem que ser palhaço assassino do espaço!
Killer Klowns é aquele tipico filme
datado, aquele que você assiste 5 minutos e já sabe que ele foi feito nos anos
80 (não que isso seja ruim, pelo contrario). Ele é cheio de clichês, com varios
aspectos que seriam classificados como defeitos em outros filmes, além de ter
um roteiro bizarro. Entretanto é um filme super divertido, com uma ótima
direção e obrigatorio a todos que gostam de filme trash.
Os personagens do filme são quase (se
não) todos estereotípicos: o casal bonitinho que vai investigar o lugar
amedrontador, o caipira inocente que só pensa em ganhar dinheiro, os amigos que
só pensam em peitos e mulheres (mas que na verdade são um fracasso), o policial
velho e durão que foi pra guerra e por isso se acha foda mais experiente
que todos, o policial novinho que é compreensivel e etc. Porém, apesar de você
passar o filme com aquele sensação de “já vi esse mesmo personagem em outro
filme” mas todos funcionam para criar um clima cômico e descompromissado.
Uma das coisas que eu adoro nesse estilo
de filme, é que seus pontos fracos são usados para algo bom - os diálogos são
exatamente isso: péssimos, forçados, sem comprometimento e sentimento, mas quem
se importa? Estamos assistindo palhaços assassinos do espaço, não estamos
interessados na qualidade. Deixemos o bom para os entusiastas do cinema
clássico.
Apesar de ter alguns aspectos ruins (no
bom sentido da palavra), também temos coisas muito boas no filme; a trilha
sonora cumpre muito bem seu papel, temos tanto as musiquinhas clássicas do
cinema oitentista para criar o clima do como, também, a canção introdutória
criada especialmente para o filme, muito divertida, por sinal. A direção se
destaca para um filme trash e os efeitos são ótimos pra época. Os figurinos dos
assassinos são sensacionais, de tão bizarro chega a dar medo.
Devo
ser colocado em um casulo de algodão doce por palhaços assassinos?
Se você gosta de trash voce nem deveria
estar perguntando isso, já deveria estar baixando da internet procurando
na locadora. O filme não tem muito conteudo, a não ser que se fique procurando,
mas é muito divertido e muito bem feito, sendo que até os problemas acabam se
tornando “qualidades”. Pra mim, é um ótimo filme para apresentar seus amigos
que não conhecem ao estilo, já que é bem humorado, não tem muito gore e é repleto
de bizarrices que irão divertir qualquer um.
Trailer:
Nenhum comentário:
Postar um comentário